Vossa Majestade

Capítulo 02 - Insinuações


Algum tempo depois...

Kizashi Haruno estava morto. Já andava adoentado e Sakura recentemente rezava para que seu pai partisse logo, o que acabaria com seu sofrimento. Mebuki Haruno falecera um ano antes, uma morte repentina e sem explicação; simplesmente dormiu e não acordou mais.

Após a morte da esposa, Kizashi, que já não andava com a saúde muito boa, se entregou. Sakura sofreu muito, tanto com a mãe que morreu de repente, quanto com o pai que foi morrendo aos poucos.

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Sakura, após o funeral de seu progenitor, foi chamada pelos conselheiros do rei e alguns nobres da corte para falar em particular.

Sentia-se insegura, não confiava totalmente naquelas pessoas ambiciosas e falsas. Sabia qual era o assunto que tinham para tratar com ela.

– Não. - Sasuke falou enquanto Sakura o puxava pelos corredores do castelo - Deve ir sozinha, princesa.

– Sasuke, por favor. - Implorou a rosada, ainda aflita e com o rosto levemente inchado por causa do choro - Me sinto impotente no meio daquela gente. - Abaixou o olhar, visivelmente triste - Eu não quero...

– Olhe para mim. - O moreno segurou no rosto da princesa e o ergueu, forçando-a a olhá-lo nos olhos - Na minha frente está uma mulher forte, que logo governará esse país, então nada de fraquejar. - Falou firme, enquanto Sakura tentava conter um choro - Seja forte, Sakura!

– Eu preciso de você ao meu lado, Sasuke. - Implorou - Por favor, vá comigo.

Sasuke soltou um longo suspiro e soltou a face da rosada. Conhecia a Haruno como ninguém, sempre esteve ao lado dela desde criança e ambos criaram uma grande amizade. Ele sabia que ela iria acabar vencendo pela insistência.

– Tudo bem, princesa. - Assentiu o moreno e Sakura sorriu - Eu te acompanho.

Ela alargou o sorriso e o puxou pelo braço, indo correndo até o local onde havia sido marcada a reunião.

Alguns criados e nobres achavam estranho ver a futura rainha correndo feito uma moleca pelo castelo, puxando Sasuke Uchiha pelo braço como quando os dois tinham cinco anos de idade.

Sakura não se importava com o fato de que os outros não viam tal postura com bons olhos. Estava atrasada e precisava se apressar.

Os dois pararam de frente para a grande porta de madeira, ambos ofegantes.

– Não deveríamos ter corrido tanto. - Sakura se apoiou na porta e Sasuke, que também estava tentando se recompor, olhou para a rosada e soltou um riso anasalado.

– Depois devemos nos desculpar com as pessoas em quem esbarramos.

– Quem eram essas pessoas? - Ainda ofegante, Sakura começou a rir.

– Não lembro seus rostos, mas esbarramos em umas cinco pessoas. - Sasuke também não conteve o riso.

Sakura nunca foi a pessoa mais delicada do mundo e muitos diziam que ela estava longe de ser uma dama.

– Acho melhor entrarmos. - Sugeriu a princesa, então o moreno assentiu.

Abriu então a porta de madeira e, acompanhada de seu único amigo, entrou na sala onde cinco homens, que antes estavam sentados em volta de uma mesa oval, se levantaram e fizeram uma reverência.

– A princesa teve algum contratempo? - Indagou um homem branco dos cabelos lisos e longos chamado Orochimaru.

– Acho que não lhe devo satisfações. - Respondeu friamente.

Embora na maioria das vezes fosse uma pessoa doce, Sakura não conseguia gostar de algumas pessoas que eram próximas a seus pais e também não conseguia esconder isso.

A corte nada mais era do que um ninho de cobras e ela não queria dar brechas para ser envenenada.

Talvez devesse nomear outras pessoas para os cargos da maioria daqueles homens ali.

– Não precisa dizer. - O homem se sentou novamente, lançando um olhar de desconfiança para Sasuke - Eu posso imaginar.

Orochimaru não era o único que acreditava fielmente que Sasuke e Sakura mantinham um caso de longa data. Mas obviamente que não tinha como provar nada.

– Não há motivos para tais insinuações. - Sasuke rebateu - A princesa e eu crescemos juntos, eu a vejo como uma irmã.

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– Hum... Uma relação incestuosa... - O homem comentou com um sorriso maldoso, fazendo o sangue da Haruno ferver em suas veias.

– Ora essa! - Com raiva, a princesa sentou na cadeira que estava vaga para ela, encarando Orochimaru com indignação - Tenha mais respeito por sua futura rainha, Orochimaru. Mais uma insinuação desse nível e eu mandarei puni-lo sem clemência.

– Perdão, minha princesa... - O sorriso sempre debochado no rosto de Orochimaru irritava profundamente a rosada.

– Orochimaru, a vida da princesa não é da nossa conta. - Itachi se manifestou. Irmão mais velho de Sasuke, o moreno assumiu o lugar de seu pai no Conselho real quando ele faleceu - Não nos reunimos para falar da vida pessoal dela.

– Obrigada, Itachi. - A moça sorriu docemente - Vejo que é um homem sensato e que sabe controlar a própria língua. Isso com certeza manterá seu cargo dentro do Conselho... - Lançou um olhar ameaçador para o homem que anteriormente fez insinuações a seu respeito - Não posso dizer o mesmo de outros membros.

– Ora essa, princesa, devo lhe informar que muitos dentro da corte pensam como eu. - Orochimaru tentou se justificar, mas isso só fez com que Sakura se sentisse ainda mais enojada em ter que olhar para o rosto dele.

– Pois que guardem seus pensamentos para si mesmos! - Bradou, então olhou para os outros homens que estavam sentados à mesa e que até então não haviam se manifestado - Hashirama, Tobirama, Minato. - A moça chamou a atenção dos outros membros do Conselho - O que vocês acham disso?

– Não cabe a nós opinar na vida pessoal da princesa. - Minato Namikaze, um homem loiro dos olhos azuis, respondeu à pergunta de Sakura - Por favor, vamos ao que interessa.

– Está vendo? - Sakura olhou firme para Orochimaru - Aprenda. - Orochimaru engoliu seco e permaneceu calado, visto que a princesa parecia estar de péssimo humor - E por que temos tão poucas cadeiras aqui? - Questionou retoricamente num tom de voz calmo - Meu amigo está de pé.

Sasuke, ao contrário dos outros presentes na sala, estava de pé ao lado da cadeira onde Sakura sentava. As cadeiras eram contadas para o monarca e os membros do Conselho Real.

– Estou bem aqui, Sa... princesa. - Sasuke tinha que se controlar para não chamar a princesa pelo nome em público.

Embora Sakura não se importasse com isso e até preferisse que seu amigo não se dirigisse a ela com tanta formalidade, isso era considerado uma falta de respeito para com a princesa. Portanto, Sasuke apenas a chamava pelo nome quando estavam a sós, no entanto, pela força do hábito, tinha medo de acabar deslizando em público e isso já quase aconteceu algumas vezes.

Itachi lançou um olhar desaprovador para o irmão caçula e este apenas abaixou a cabeça.

– Ora essa, não seja modesto. - Risonha, Sakura se levantou da cadeira e foi para perto de Sasuke - Sente-se, por favor.

Pediu que Sasuke se sentasse na cadeira de madeira, que por acaso era a mais bonita entre as outras, visto que era destinada ao monarca. Obviamente que os conselheiros reais ficaram chocados quando a futura rainha pediu - Não ordenou, apenas pediu - educadamente que Sasuke, que embora fosse nobre sequer pertencia ao Conselho, se sentasse numa cadeira que era destinada somente à ela.

– Não quero me sentar, princesa. - Sasuke ficou totalmente desconcertado - Estou bem.

– Por favor, eu insisto, Sasuke. - Pediu docemente e Sasuke resolveu ceder, uma vez que sabia que Sakura iria insistir até que ele se sentasse.

– Minha princesa, essa cadeira está aí para membros da família real se sentarem. - Hashirama argumentou.

– É só um móvel de madeira. - Ela deu de ombros, então se sentou sobre a mesa, o que deixou os membros do Conselho boquiabertos - Qual é o problema de eu ceder meu lugar para meu amigo se sentar? É só uma cadeira, não é algo importante.

– Deixará que este rapaz sente em vosso trono também? - Orochimaru perguntou com um tom de voz debochado.

– Se me der vontade, sim. - Respondeu séria - Bem, vamos ao que interessa. - A rosada cruzou as pernas e encarou os homens que haviam lhe chamado para aquela reunião - Por que me convocaram?

– Sabemos que a princesa ainda está de luto, mas temos coisas importantes para resolver. - Itachi começou - É sobre a sucessão do trono.

– Até onde sei, eu sou a única na linha de sucessão. - Lembrou a Haruno, então Itachi olhou meio receoso para Tobirama e prosseguiu.

– Sim, é única na linha de sucessão. - Itachi assentiu.

– Se isso já é óbvio, então responda por que me chamaram aqui. - Sakura falou confusa e impaciente. Já estava cheia daquilo, embora temesse o real motivo daquela reunião.

– Isso é mais óbvio ainda, princesa. - Disse Tobirama - Será coroada rainha amanhã e precisa de um rei.

– Um rei? - Ela uniu as sobrancelhas - Não. Eu não preciso de um rei.

– Princesa, seria prudente arrumar um marido. - Hashirama aconselhou - Alguém para...

– Onde está escrito que o herdeiro ou herdeira do trono precisa se casar para poder governar? - Questionou furiosa, então se levantou da mesa.

– É uma tradição. - Orochimaru explicou, mas Sakura não queira ouvir.

– Tradição não é sinônimo de obrigação. Não é lei! Eu não preciso de um marido. Posso governar sozinha, com a ajuda de meus conselheiros. Eu serei rainha, o trono é meu por direito, independente de eu querer me casar ou não!

– Minha princesa, se acalme. - Minato falou com a voz calma ao ver que Sakura estava exaltada - Não precisa ser agora, mas pense com cuidado. Um marido é essencial para que tenha herdeiros.

– Herdeiros? - Sakura uniu as sobrancelhas e o loiro assentiu.

– A princesa é a última na linha de sucessão do trono, então quem governará Konoha depois? - Questionou retoricamente e Sakura permaneceu muda. Tinha que concordar com essa parte, ela precisava de um herdeiro.

– Eu adoto uma criança. - Deu de ombros.

Os membros do Conselho se olharam incrédulos após ouvirem isso, inclusive alguns se seguravam para não rir.

– O herdeiro, de preferência do sexo masculino, precisa ser legítimo. - Disse Tobirama - Precisa ter o sangue dos Haruno correndo nas veias.

– Maldição! - Praguejou a rosada - Posso pensar nisso daqui a alguns anos. Acho que ainda sou muito nova para fazer um filho.

– Aproveite sua juventude para produzir herdeiros saudáveis e fortes. - Sugeriu Hashirama - Se envelhecer demais, não terá essa chance.

– Peço encarecidamente que organizem tudo para a minha coroação. - Suspirou a moça - O assunto do casamento pode ser adiado. Não quero falar sobre isso agora, preciso pensar com calma. Agora vão, me deixem a sós.

Os homens apenas concordaram e resolveram não insistir mais, até porque a morte do rei estava muito recente e a cabeça de Sakura poderia estar confusa. Ela realmente precisava de um tempo.

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Ao perceber que Sasuke também havia se levantado para sair, Sakura segurou seu braço para impedi-lo.

– Você fica. - Disse ela.

Itachi encarou o irmão por alguns segundos, repreendendo-o com o olhar, mas logo deixou a sala e Sasuke ficou a sós com Sakura.