Você tem um minuto?

Inspiração


Fechei meus olhos e fiquei em silêncio, os dedos pressionados contra minhas têmporas pressionavam-nas de leve. Se eu abrisse os olhos sabia que tudo ainda estaria la. A tela em branco, o quarto bagunçado, a família problemática, a sociedade hipócrita e egoísta... Não importava em que escala olhasse ou para onde tentasse escapar, o caos sempre estaria lá, por vezes acompanhado da confusão.

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Meu único remédio estava ali na minha frente, "imersão". Abri um pouco os olhos, mantendo-os semicerrados, para encarar a tela vazia do computador, precisava escrever algo logo para não explodir. Guardava todos os sentimentos ruins e todas as suas opiniões e ideais para mim, para então, e só então, despejar tudo aquilo através de textos pesados e carregados de sentimentos intensos que meus dedos ágeis passavam rapidamente para o aparelho.

Mas já não aguentava mais. Me deprimia saber que a raiva e o sofrimento me mantinham viva, me moviam.

Me pegava, vez ou outra, imaginando como deveria ser um sentimento refrescante se inspirar nas coisas belas e simples da vida, como um pôr do sol ou um filhotinho babão de cachorro. Como algo tão tolo e clichê poderia inspirar uma mente doente como a minha?

Não pode.