Era noite quando Victória retornou para casa precisando de um banho, eram quase onze, queria ter chegado mais cedo, mas foi impossível. Heriberto "dormia". Victória chegou afoita, pegou uma fruta, comeu na cozinha e subiu para seu quarto. Entrou silenciosa porque sabia que o marido estava de repouso.

Queria tomar banho logo, se sentia suja, suada, queria logo vestir uma camisola e deitar-se para dormir. Heriberto não se moveu estava dormindo tranquilo depois de muito ouvir sua mãe e ser obrigado a se exercitar dentro do quarto, mesmo com dor. Victoria entrou e quando colocou a bolsa no sofá o celular tocou.

VICTÓRIA – Merda! – falou baixo atendendo correndo. – Alô? Oi, Gustavo, sim, posso, pode falar. – e caminhou em direção ao banheiro conversando com um dos investidores que tinha na casa de modas.– Nada, gentileza sua...

Heriberto despertou pelo toque.

HERIBERTO – Victória? – falou sonolento.

VICTÓRIA – Não, claro, Gustavo.– enquanto falava ao celular ela tirava a roupara para tomar banho. Terminou a ligação e tomou banho cantarolando baixinho, distraída.

Ele coçou os olhos e ali ficou esperando por ela. Victória terminou seu banho e saiu vestida em uma camisola curta e preta. Fechou a porta, apagou a luz e se deitou no seu lado na cama de modo bem calmo.

HERIBERTO – Com quem falava no celular? – falou calmo.

VICTÓRIA – Você não estava dormindo? – ela o olhou na pouca luz do quarto. – Com um dos investidores. – se cobriu com a manta.

HERIBERTO – Estava, mas acordei com o barulho. – resmungou.

VICTÓRIA – Pode dormir, amor, boa noite! – passou a mão no braço dele e virou de costas para dormir.

Ele a abraçou e beijou.

HERIBERTO – Porque demorou? – a voz era baixa, mas era uma cobrança.

Ouviram alguém tentando abrir a porta.

VICTÓRIA – Foi complicado hoje. – ela suspirou.

TEREZA – Filha, mamãe chegou. – falou doce.

Victória ouviu a voz da mãe. Não podia acreditar que as duas estavam mesmo ali.

VICTÓRIA – Heriberto...– ela gemeu baixinho. – Não responde, finge que está dormindo, amor por favor, não responde! Se elas entrarem vão querer dormir aqui!

Heriberto riu e a apertou em seus braços.

HERIBERTO – O que eu ganho em troca? – provocou.

VICTÓRIA – Heriberto, não é hora de barganha, se elas entrarem aqui por três dias você dorme sem mim ou mais! – se encolheu na cama.

BETH – Heriberto, abre para mamãe, queremos saber se está bem. – falava do outro lado da porta do quarto deles.

VICTÓRIA – Não!– Victória tapou a boca dele. – Shiiiii! – os olhos fervendo de medo das duas.

Heriberto queria rir, mas se conteve pra que elas não ouvissem.

TEREZA – Beth, eles devem estar dormindo ou não querem abrir pra gente! – falou convicta que os filhos não queriam elas lá dentro.

BETH – Heriberto, abra essa porta! – exigente com o filho.

VICTÓRIA – Não! Não! – implorou, estava me cólicas.

Ele retirou a mão dela de sua boca.

VICTÓRIA – Não! – implorando.

HERIBERTO – Última chance, Vick, oque vai me dar? Elas não podem acorda a casa toda. – queria barganha por ela chegar tarde.

VICTÓRIA – O que você quer, Heriberto? – ela nervosa perguntou.

HERIBERTO – O que vai me dar? – riu olhando aquele modo dela agir como se fosse uma criança.

Bateram na porta rindo.

VICTÓRIA – O que você quer? – ela falou nervosa se escondendo debaixo das cobertas.

Ele queria rir alto do jeito dela...

VICTÓRIA – Meu, Deus, eu só quero dormir, essas loucas! Nem para seus filhos ajudarem a gente!

As duas riam do lado de fora, altas na bebida.

HERIBERTO – Vem aqui, Vick! – puxou o corpo dela para junto do seu.– Vamos dormir, então.

VICTÓRIA – Elas já foram? – suspirou aliviada e saiu de debaixo das cobertas.– Foram, Heriberto?

Heriberto não aguentou mais e gargalhou do jeito dela.

HERIBERTO – Pelo jeito, sim, amor, vem aqui. – chamou terno.

VICTÓRIA – Sim, estou aqui. – ela suspirou aliviada.– Graças a Deus se foram!

Vick se aconchegou nele e suspirou para dormir.

VICTÓRIA – Te atentaram muito, Heriberto? Mamãe chegou agora, mas Beth disse que ela ia te ligar. Como foi o dia com sua mãe?

HERIBERTO – Mamãe não me deu paz, amor.– acariciou o corpo dela.

VICTÓRIA – Poxa, Heriberto. – ela tocou o rosto dele se virando de frente para ele. – Você está com dor?

HERIBERTO – Me fez fazer exercício.– a trouxe mais para ele.– Estou com dor.

VICTÓRIA – Que tanto você me alisa, em? – ela riu.

HERIBERTO – Não posso mais? – a olhou.

VICTÓRIA – Pode...– riu para ele e como ficava bravinho a toa.

O telefone dela tocou de novo. Victória ia se virar para atender e ele não deixou ela virar.

VICTÓRIA – Heriberto! – estranhando a atitude dele.

HERIBERTO – Não é hora, Victória! – falou autoritário.

VICTÓRIA – Eu preciso atender, ver quem é pelo menos. – falou baixo olhando para ele.

HERIBERTO – Não! Se for importante liga em casa. – declarou severo com ela.

VICTÓRIA – Heriberto pode ser de alguém que não saiba nosso telefone de casa!

HERIBERTO – Não é, Victória. Isso não são horas de ligarem para uma mulher casada! Mas se quer tanto. – a soltou.– Atenda!– virou para o outro lado.

Victória tinha raiva dele quando se comportava daquele modo e de vingança atendeu.

VICTÓRIA – Ola, Gustavo, tudo bem? Não tem problema! – suspirou e fingiu um riso enquanto falava com ele.

Ele virou sentando.

HERIBERTO – De novo esse cara? – zangou.

VICTÓRIA – Posso...

HERIBERTO – O que ele quer? – perguntava para ela e ficava mais zangado por ser ignorado.

VICTÓRIA – Jantar amanhã? Sim, que horas?

HERIBERTO – Não sabe que não é hora de ligar? Inferno, Victória! – gritou.

Victória pegou o papel para anotar.

VICTÓRIA – Sim, sei onde é, estarei lá. Boa noite! – desligou o telefone e olhou para Heriberto.– Por que gritou deste modo, Heriberto? Era o Gustavo com quem já falei agora a pouco. Investidor da casa de modas.

Heriberto deitou virando de costas sem dar ouvidos a ela.

VICTORIA – Grita, faz cena para me dar as costas?

Deitou-se zangada.

VICTÓRIA – Fala logo merda! – se cobriu com raiva puxando sua manta e dando socos no travesseiro.

Ele se ajeitou mais na cama ficando confortável.

VICTÓRIA – Boa noite, Heriberto!– empurrou ele com o traseiro.

Ele não respondeu, ela sabia muito bem o que fazia e que ele não aprovava mais mesmo assim ela fazia. Victória adormeceu, no meio da noite acordou assustada, teve pesadelos e sentiu o coração disparar. Suada e nervosa se sentou na cama de uma só vez, olhou o marido dormindo viu se ele tinha febre. Beijou no rosto com carinho, não gostava de dormir brigada com ele. Ele acordou com o beijo dela.

HERIBERTO – O que foi, Vick?– falou sonolento.

VICTÓRIA – Tive pesadelos. – ela suspirou. – Você esta bem? – tocou o rosto dele com carinho.

HERIBERTO – Deita aqui, vem... Eu estou bem.

Victória se aconchegou nele e o abraçou com carinho passando a mão sobre o peito dele.

HERIBERTO – Esta gelada, meu amor. – a abraçou.

VICTÓRIA – Me assustei. – suspirou tensa.

HERIBERTO – Já passou! – beijou os cabelos dela.

VICTÓRIA – Hurum. – apertou ele.

Ele suspirou fechando os olhos e a noite se foi.

AMANHECEU:

Heriberto acordou no outro dia com o telefone dela novamente tocando.

HERIBERTO – Victória, pelo amor de Deus!

Ela olhou o celular e colocou no silencioso.

VICTÓRIA – Desculpa, acordou você?– ela bocejou e suspirou sonolenta.

Ele fechou os olhos, o remédio dava sono e ele queria dormir mais. Victória também queria dormir, mas tinha que trabalhar. Heriberto abraçou o corpo Victória.

HERIBERTO – Sua mãe está em casa, então, cancele tudo!

VICTÓRIA – Tenho quatros reuniões e um jantar, não posso!– ela gemeu sofrida. – Tenho que trabalhar!

HERIBERTO – Não tem, Victória! – declarou pedindo que mudasse de ideia.

VICTÓRIA – Tenho sim, Heriberto! – retrucou.

HERIBERTO – Faça como quiser.– tirou a mão dela.

VICTÓRIA – Heriberto, você esta muito chato! Está velho, gordo, rabugento e chato! Tudo você reclama. – ela falou enumerando sem imaginar o efeito que causaria nele.

Heriberto apenas a olhou e não disse nada, apenas deu as costas a ela. Sabia que ela ficava pior quando a ignorava.

VICTÓRIA – Daqui a pouco vai ficar brocha!– ela começou a rir. – Brocha, Heriberto!

HERIBERTO – Victória, calada você fica até mais bonitinha! – se levantou indo ao banheiro, não estava 100 % mais já estava melhor.

VICTÓRIA – Brocha! – falou rindo. – Ai, meu Deus, eu sentada em você e você murcho.

Ele parou e a olhou.

HERIBERTO – O que quer? O que pretende com isso? É uma boa surra de pica? É só pedir, não precisa desse show todo! Eu te dou mesmo sendo o brocha como você esta dizendo!

Ela o olhou.

VICTÓRIA – Você não tem mais senso de humor, Heriberto! Você ria! – falou zangada saindo da cama. – Agora é só um mal humor!

HERIBERTO – E você gosta quando eu falo dos seus dois limões? Vira bicho! – provocou sabendo que ela ficaria com raiva na mesma hora.

VICTÓRIA – Talvez com a piranha da Alessandra você tenha sorrisinhos! – falou alto e de modo bem aborrecido.

Ele deu as costas para ela, não iria brigar, não por ela ser infantil.

VICTÓRIA – Limões que podem ser chupados por outro se você não quiser! – saiu em direção ao banheiro furiosa, ele tinha estragado seu humor.

HERIBERTO – Se eu não quiser? Por favor, Victória, não fale demais! – balançou a cabeça para aquela absurda declaração.

VICTÓRIA – Você só sabe reclamar dos meus peitos.– ela voltou.

HERIBERTO – O que eu acabei de dizer? É só falar e você vira bicho!! Cadê seu senso de humor, Victória? – revidou na mesma moeda.

VICTÓRIA – Talvez não esteja satisfeito, talvez eu precise de uma boa surra de pica! – debochou olhando desafiante e provocando indo para o banho.

HERIBERTO – Talvez precise mesmo! Rabugenta! – foi até a água e pegou um copo.

Victória sentiu vontade de dizer algo estúpido, mas ficou em silêncio. Começou seu banho.

VICTÓRIA – Ranzinza...

Heriberto sentou na cama passando a mão no rosto e respirou, ainda seria um longo dia. Victória terminou seu banho, saiu de lá com os olhos atentos e buscou por sua roupa. Encontrou um belo vestido azul, na altura do joelhos, o decote era avantajado e belo.

Soltou os cabelos e os escovou muito até ficarem quase lisos. Passou um batom suave e usou Channel numero 5. Calçou saltos de camurça azul. Heriberto a olhou e levantou. Bateram na porta enquanto ele foi para o banheiro. Victória abriu a porta.

VIVI – Mãe, meu pai. cadê?– falou preocupada.

VICTÓRIA – Bom dia, minha filha, seu pai esta no banheiro. Entre!

Virgínia beijou a mãe rapidamente e entrou. Heriberto saiu e sorriu.

VIVI – Oi, paizinho... – beijou ele e abraçou.

Victória procurou sua bolsa e verificou se tudo estava dentro dela.

HERIBERTO – Oi princesa...

VIVI – Pai, as vovós estão lá em baixo e meu Deus, elas estão piores. Me deixa ficar aqui com você.

Heriberto gargalhou e foi com ela até a cama, deitou e a fez deitar do seu lado.

HERIBERTO – Ficamos aqui deitados o dia todo, Vivi assim elas veem, mas logo vão embora fazer outras coisas.

VICTÓRIA – Acho que esse plano vai falhar. – Victória se preparou para sair. Porque elas são mesmo especialistas em perturbar as pessoas.– foi ate a filha e a beijou com amor nos cabelos.– Bom dia, minha filha, se cuide!– e ia sair sem falar com Heriberto.

VIVI – Mamãe, você deveria ficar em casa, a vovó chegou e a senhora nem se quer falou com ela! – deitou grudada no pai.

VICTÓRIA – Vou falar com ela agora quando descer. Não posso ficar em casa, tenho muitas coisas hoje para resolver!

VIVI – Sempre o trabalho, sempre! – falou só pro pai ouvir e ele a beijou.

HERIBERTO – Teremos um belo dia, filha, não fique assim.

VICTÓRIA – Estou indo, cuide-se, Heriberto.– ela o olhou ainda aborrecida.

Victória desceu a escada para o café. A sogra e a mãe estavam sentadas na mesa conversando. Ela sorriu e saldou as duas.

VICTÓRIA – Bom dia, mamãe! – beijou e abraçou a mãe.

TEREZA – Até que enfim, Victória! Meu Deus, o que tanto fazia que não descia para falar comigo?Nem me esperou ontem a noite!

VICTÓRIA – Eu estava cansada, mamãe e Heriberto está de repouso.– pegou um copo de suco e bebeu de pé mesmo.

BETH – Victória, querida vai trabalhar? – debochou.

VICTÓRIA – Vou Beth seu filho não quis que eu trabalhasse em casa. – devolveu direta como ela era.

BETH – Eu falei pra você, Tereza que ela iria trabalhar e deixar o marido em casa. – suspirou provocando inferno.

VICTÓRIA – Ele precisa de repouso e eu volto no almoço e fico com ele, Virgínia está com o pai e vocês duas estão ai. Não vão cuidar dele? – ríspida devolveu.

Heriberto que descia com a filha ouviu parte do papo estava cansado de ficar no andar de cima.

HERIBERTO – Mamãe, deixe ela, nós vamos ao shopping! Passar o dia juntos. – soltou da filha e sentou depois de beijar as duas senhoras. – Faremos o que vocês quiserem. Deixe Victória com o trabalho dela!

Victória olhou para ele de modo intenso e sorriu.

VICTÓRIA – Aproveitem o passeio, espero que seja um dia maravilhoso! Eu vou trabalhar, Heriberto e a noite te dou seu remédio, que você só toma comigo! – debochou dele e sorriu.

BETH – Pode apostar que será, querida nora! – declarou enciumada.

HERIBERTO – Não posso tomar remédio, querida, tô brochante! – revidou com sarcasmo.

TEREZA – Minha filha, você está demais com esse trabalho. Tem alguém lá que você queira ver? – implicou.

VICTÓRIA – Mamãe, isso é coisa que se diga! – horrorizada com a insinuação da mãe e imaginando que o marido pegaria pilha.

TEREZA – Ué, não sei, minha filha, Heriberto é um homem seguro, não tem ciúmes. –falou acreditando no que dizia, mas que estava bem longe da realidade.

BETH – Pra ir toda emperiquitada assim, só pode! De repente, tem algum gatão na casa de modas para alegrar o dia! – falou tomando seu café.

Estavam para implicar mesmo.

VICTÓRIA – Mamãe, são todos meus empregados! – respondeu suspirando e ajeitando o cabelo. – Beth, eu sempre andei arrumada, não tem nada demais na minha roupa.

TEREZA – Tem sim, esse decote tá demais, Victória! – corrigiu.

Heriberto beijou o rosto da filha que confirmava com as avós.

VICTÓRIA – Eu preciso ir, estou atrasada! Um ótimo dia para todas e acho que você deveria repousar, Heriberto ou vai voltar ao hospital! – falou vencida por aquele bombardeio.

BETH – Do meu filho cuidarei eu já que vai trabalhar, Victória! – foi mandona.

Olhou o relógio.

BETH – Tá atrasada! – bateu no relógio.

VICTÓRIA – Cuide dele, Beth, dê a ele tudo que ele precisa para ser feliz! – debochou da sogra.

BETH – Darei, meu bem! – piscou a ela.

TEREZA – Victória, isso só quem dá é a esposa! Minha filha, só a esposa! – gargalhou olhando para Beth.

VIVI – Vó, vamos ao shopping e estourar o cartão do papai mais que as costas!

TEREZA – A gente sempre deu tudo, né, Beth? – piscou cúmplice.

BETH – Sim, Tereza! Sempre amor até ele enjoar!

Victória virou de costas e rebolando lindamente saiu sem dizer mais nada.

TEREZA – Heriberto, você e minha filha, brigaram? – olhou para ele e tomou mais café.

BETH – Sim, minha Vivi linda, vamos rodar a baiana naquele shopping olhar os gatinhos e comprar um pra gente que tal a gente pode?

HERIBERTO – Não, Tereza mais vocês duas sabem como deixar ela de cabelo em pé!

Todos a mesa riram alto.

HERIBERTO – E mamãe, nada de comprar homens!

TEREZA – Minha filha está diferente, sinto cheiro de algo no ar, não sei o que é, mas tem algo nela.– olhou para a neta.

VICTÓRIA – Eu acho que vou a casa de modas ver como andam as coisas por lá. Beth, você se importa se eu não for com vocês ao shopping e for a casa de modas?

BETH – O que foi, Tereza? Sua filha é mimada, só isso, não percebeu o jeito dela? Vamos fazer uma festa nessa casa!

VIVI – Vovó tenho uns amigos lindos!

HERIBERTO – Virgínia, não dá corda a sua vó!

TEREZA – Não, minha filha está com brilho nos olhos, uma expressão de vitória, de alegria que sempre temos quando estamos... – parou de falar, ia dizer que sempre tinham quando estavam com um amor novo.

HERIBERTO – O que está insinuando? – o rosto ficou tenso.

TEREZA – Nada, Heriberto, apenas pensei alto.– ela riu disfarçada.

BETH – Você ia dizer sim, Tereza, o que é que tá dizendo? Que meu filho é corno, é isso?

TEREZA – Que isso Beth? Como assim você fala mal de minha filha?– ficou olhando com a expressão mudando. – Eu amo, Heriberto, meu genro sabe disso!

BETH – É isso que está insinuando sim, sua velha assanhada! – atacou agressiva.

TEREZA – E quero eles dois felizes, mas minha filha esta diferente. – falou preocupada.

Beth levantou mais alterada que Heriberto quando tinha ciúmes, não negava ser mãe dele.

BETH – Você os quer felizes e insinua uma coisa dessas o que quer? – horrorizada e defendendo o casamento deles.

Vivi arregalou os olhos olhando para o pai. Beth se levantou também.

TEREZA – Olha aqui sua velha, não fale alto comigo que não te dou ousadia! Se seu filho não percebe que a esposa estava diferente e eu preciso vir aqui dizer, não sou eu que estou errada!

BETH – Eu falo do que jeito que quiser, TEREZA!

TEREZA – Essa é a casa da minha filha! E é a casa do seu filho! Mas não é sua!

Heriberto levantou e foi ao meio das duas.

TEREZA – E não fica gritando que minha pressão vai subir!

HERIBERTO – Parem com isso! – falou alto.

TEREZA – Ela sempre quer me dar um ataque cardíaco!

VIVI – Vovó, Beth calma! Senta aqui, Vó Terê! Não briga assim, que isso! – nervosa.

BETH – Você é uma velha abusada que insinua as coisas e depois se faz de doente sonsa! Bruxa! – gritou apontando o dedo para ela.

TEREZA – Você é uma velha tarada que acoberta safadezas, metida! – devolveu.

BETH – Acoberto, sim, as suas tá que estava lá viajando com o novinho!

HERIBERTO – Mamãe, que isso! – apavorado.

TEREZA – E eu as suas, que pegou o amigo de Heriberto?

VIVI – Quem vó?– olhou assustada.

BETH – É a verdade, meu filho, essa puritana da pressão alta, pega os novinhos!

TEREZA – O Afonso, minha filha, o Afonso!

BETH – Você não fala do Afonso, não, sua safada. Você também queria ele!

TEREZA – Foi com ele para um hotel, Heriberto e deu!

BETH – Mais ele quis a mim que sou mais durinha que você! – bateu na bunda mandando beijo.

TEREZA – Eu não queria ele, eu queria Otávio!– e sem mais caiu na gargalhada.

HERIBERTO – Mamãe, que horror!

VIVI – Vovó!

BETH – Otávio já beijei, segura essa! Que aqui é o poder!

TEREZA – Mas ele não te quis, que eu sei , me contou!

Heriberto caiu sentado na cadeira.

BETH – E você já foi abrindo as pernas para ele. Deixa Victória saber disso!

TEREZA – E tem mais aquele hospital de Heriberto tá cheio de doutores para gente passar a lenha!

HERIBERTO – Vocês estão loucas, as duas!

TEREZA – Dei pra Otávio, ele disse que a mulher dele não faz nada, nem geme! Eu gemi muito! – agarrou os peitos.– Que aqui tem leite!

Beth levou a mão ao rosto fazendo negativa com a cabeça.

TEREZA – Desculpa minha neta e eu vou embora que quero ver minha filha.

BETH – Só se for leite em pó velha!

TEREZA – E ai? Nessa bunda murcha? Tem o quê? Pele seca? – riu alto.

BETH – Vai ver sua mimadinha!

TEREZA – Fica ai com seu bundão! Esse bundão vai é tomar chifre que to já vendo!

Tereza saiu com raiva falando sozinha e subindo a escada.

BETH – Volta aqui, sua velha do demônio! – falou indo atrás dela.

TEREZA – Vá pro inferno jaburu!– gritou na escada.

Heriberto olhou a filha e levou a mão ao peito.

VIVI – Pai, calma, ta com dor? – foi até ele.

HERIBERTO – Elas ainda me matam!

VIVI – Calma paizinho.– beijou o pai que se sentou com ela.

HERIBERTO – Minha filha elas e meus amigos? Meu deus!

VIVI – Passaram o rodo, papai, tio Afonso e tio Otávio.

Ele caiu na risada não havia remédio para aquelas duas.

VIVI – Pai?

HERIBERTO – O que foi, meu amor?

VIVI – Será que vó Tereza sabe de alguma coisa da mamãe? – olhou triste.

Heriberto fechou a cara.

HERIBERTO– Se sabe ou não isso não me importa, eu falo com sua mãe depois! Agora vamos comer e ver o que elas vão querer.

VIVI – Tá, pai, vamos fazer o que você quiser!– olhou com amor o pai e perguntou. – Você quer mesmo ir ou só quis fazer ciume?

HERIBERTO – Nos vamos, meu amor, para nos distrairmos mesmo que seja somente nós dois! – acariciou o rosto dela.

VIVI – Tá bom, vamos!!!!