Levei alguns dias para começar a entender o que tinha acontecido. Fiz vários exames,tudo eu questionava e duvidava. Não entendia quem era as pessoas que queriam me ver.

— Quem são aquelas pessoas?

— Repórteres.

— O que isso?

— São pessoas que querem saber tudo sobre você.

— Por quê? Eu perdi tudo. Eles querem saber da minha ruína?

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—Sim.

Eu não parava de pensar em você. O que poderia realmente ter acontecido com você e com todos da ilha. Foi tudo muito doloroso.

Chegou o dia da minha liberação do hospital. Eu estava sozinho, não conhecia ninguém, um policial disse que iria me levar para um abrigo de imigrantes. Quando sai do corredor até o carro, uma multidão dificultava a minha passagem. Faziam varias perguntas, eu não conseguia responder nem as minhas perguntas, como responderia a de um desconhecido?

Quando cheguei no abrigo, varias pessoas de vários lugares do mundo, mulheres com seus filhos, filhos com seus pais já idosos, crianças, adolescentes, e eu...

A pior dor e a dor da solidão, da tristeza e da confusão interna.

O tempo passou e consegui me adaptar ao lugar, a correria e a multidão de pessoas passando e falando o tempo todo. Demorei mas consegui, e em nenhum momento eu falava com as pessoas, não sabia o que dizer, o que pensar, a adaptação foi difícil.

Consegui aprender com um imigrante a engraxar sapato. Pois o abrigo nos sustentava por apenas 3 meses, depois disso você até poderia continuar lá, mas teria que contribuir.

Comecei a engraxar sapatos na rua, não sabia direito o idioma daqui, mas fui aprendendo.

Até que um dia engraxei o sapato de um homem negro, bem arrumado e alegre. Parecia ser bem sucedido, ele me deu o quádruplo do valor que cobrava.

— Senhor... Errado o valor.

— Não está não, esse e o valor que deveríamos dar para quem faz um excelente trabalho de engraxador.

Fiquei sem reação, só consegui agradecer.

—Obrigado.

— Espera aí, você e o imigrante das Malvinas?

—Sì.

— Seu nome e...

—Joseph.

— Isso! Rapaz sua historia e incrível ! Olha, estou precisando de um entregador, e você parece ser forte e resistente. Pode parecer nesse local aqui amanhã as 7h?

—Sí! Seu nome?

—Steve Johnson.

Karen respira bem fundo...

— O que foi Karen?

— Steve...

Joseph respira fundo. E os dois se olham, e em seguida olha pro mar.

— Quando nos sequestraram, eu falei dele para você. Ele foi o motivo da minha revolta, se não fosse isso, eu não teria te achado.

—Péssimo argumento. Fomos ligados através da morte de alguém! — Karen grita aos prontos e sai correndo.

—Karen! Karen!

—Eu não mereço viver!

Karen corre em direção ao mar. Com o objetivo de se afogar. Joseph corre, tira a camisa e se joga, com intuito de salva lá. Joseph mergulha e a pega. Karen já tinha perdido quase todo o oxigênio.

Já na areia, Joseph tenta fazer massagem no tórax dela, ele a vira de lado e ela volta a respirar. E Imediatamente começa a chorar.

—VOCÊ ENLOUQUECEU KAREN?!

—eu sou uma assassina Joseph, uma assassina.

—Olha pra mim! Você foi manipulada, o tempo todo Adam usou o que você mais amava como meio de modificar sua mente, tiraram sua sensibilidade, tiraram sua humanidade. Mas, mas você está aqui! Você me encontrou, você criou o seu irmão, sempre se sacrificou por ele. Você não e o mostro que pensa ser, você ainda tem tempo de construir tudo novo. Uma nova chance, metade do livro em branco, eis que tudo se faz novo Karen.

Karen não parava de chorar.

—Vem cá. — Joseph a abraça... — Quando você melhorar eu continuo, vamos, vou te levar para casa.

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Karen o convida para entrar, Abraham não esta em casa.

—Eu vou no banheiro, pode ficar a vontade.

—Obrigado.

Joseph olha para o apartamento grande e luxuoso. E imagina o motivo de Karen estar tão desequilibrada, todo o seu luxo deve lembra La da origem do mesmo.

Alguns minutos depois Karen desce as escadas, com uma aparência melhor.

— Obrigada pelo o que você fez por mim, quer algo para beber?

—Não, eu já vou indo. Esta melhor?

— vou ficar.

Os dois se aproximam, se olham intensamente, Joseph acaricia o rosto dela.

—Me faz um favor?

—Sim

—Não se condene tanto.

—Difícil.

—Mas não impossível.

Os dois se aproximam ainda mais, Joseph tenta beija La e

—Espera, Joseph. Você disse que já esta indo, correto?

—Sim...

— Então eu te levo até a porta.

Karen o leva ate a porta e se despediam, quando Joseph chega no corredor Karen grita:

—Joseph! E... a gente poderia continuar conversando, eu faço pipoca.

—Pode ser — da um leve sorriso.

Os dois sentam no sofá.

—Tem certeza disso Karen?

—Preciso me desafiar Joseph. Pode começar a falar.

—Ok.

Flasback on

No dia seguinte, eu fui ao local que ele tinha me falado, ele me entrevistou e me contratou, no começo foi apenas carregando caixas. Mas com o salário consegui sair do abrigo, com o tempo eu comecei a frequentar a escola, aprendi a ler e escrever, fui promovido. E o tempo foi passando, nos tornamos grandes amigos, consegui minha casa própria, que era perto da casa dele, me formei como policial, eu era muito amigo da família dele.

Steve sempre foi mulherengo, e não parava com nenhuma garota. Ele ate tentou arrumar uma moça para eu namorar, mais não deu certo rs, eu não te esquecia. E o tempo foi passando, ate que um dia, ele começou a namorar uma moça que, pela primeira vez, não a apresentou a ninguém. Eu o questionava, mas ele sempre mudava de assunto, saia na sexta e só voltava na segunda. Dizia que era uma mulher incrível, que o enlouquecia e o encantava ao mesmo tempo. Eu achava estranho, se era uma mulher incrível, por que não a apresenta para família?

Esse foi o “relacionamento” mais longo que ele teve, estava pensando até em casar. Ate que numa sexta à noite, Steve passou na minha casa .

—Eai brother! Preciso de um favor

— Fala Steve.

—Eu vou sair hoje com a Karen, vamos para um hotel! E hoje Joseph — Afirmava ironicamente explodindo de alegria.

—Boa sorte para você.

—Agora é serio, se eu não voltar, quero que continue esse serviço pra mim irmão.

— O que? Como assim não voltar, para de zoeira cara.

—Não é zoeira. Faz esse favor, e diz para minha mãe que eu a amo muito.

Steve virou as costas e foi embora. Eu escondi a pasta, achando que era um trote dele. Mas não foi.

Steve nunca mais voltou