Os dois se olharam por alguns instantes.

—Bom... Acho que já está na hora de irmos. Amanhã é sua vez de contar.

—Sim eu sei... Posso te levar mais uma vez em casa?

—Mas é claro.

No caminho, os dois foram conversando.

—Onde você mora Joseph?

—Em um apartamento simples é com o aluguel vencido.

—É perto daqui?

—Não muito. —Afirma Joseph com um leve sorriso. Lembra-se do bar do Will? São algumas quadras depois.

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—Sim lembro.

Os dois chegaram ao condomínio e foram conversando no elevador ate o 5° andar. Joseph contava algumas piadas que fazia Karen rir muito. Até chegarem à porta dela.

—Então é isso.

—É...

Karen abaixa a cabeça, levemente constrangida.

—Está entregue. Como tradição do nosso povo.

—É mesmo. — Afirma Karen enquanto da um leve sorriso.

Os dois se aproximam e se olham intensamente. Karen desvia o olhar e começa a ficar ainda mais constrangida. Joseph abaixa a cabeça e olha pra ela de volta. Aproxima-se mais e da um beijo na testa de Karen.

—Boa noite Karen...

—Boa noite.

Joseph, um pouco sem jeito. Vai embora, e Karen fica olhando pra ele até pegar o elevador. Depois ela abre a porta, com um grande sorriso e se depara com Luzia sentada no sofá. No mesmo instante seu semblante muda e ela saca uma faca que estava dentro de sua roupa.

—Quem é você?

A jovem levanta , assustada.

—Senhorita González. E -eu sou Luzia, e que...

Karen respira fundo, e guarda a faca.

—Você e a tal jovem que conquistou meu irmão de maneira digna?

—Si -Sim.

Karen bate a porta com tanta força que faz Luzia se tremer dos pés a cabeça. E vai à direção dela.

—É um prazer conhece lá! —Karen afirma enquanto abraça Luzia.

—Digo o mesmo.

—Mas o que está fazendo aqui? Como entrou na minha casa? Onde está Abraham? Vocês dois...

—Não! Isso não! Abraham não sabe que eu vim aqui.

—Então como entrou?

—O porteiro deixou.

Karen percebeu o pânico de Luzia. Então chegou a conclusão de que ela não era uma ameaça. Não para ela.

—Por que está aqui?

—Eu precisava conversar com a senhora. E sobre Abraham.

Karen ouvia atentamente enquanto pegava água pra ela e pra Luzia.

—O que meu irmão aprontou dessa vez?

—Não foi o que ele aprontou. Foi o que aprontaram com ele.

—Como assim? — Karen entrega o copo na mão de Luzia, e as duas sentam no sofá.

—Vou contar pra senhora, mas serei breve. Não quero que Abraham me veja aqui.

—Abraham só vem em casa pra dormir. Por incrível que pareça, no período em que ele se apaixonou por você, ele ficava mais em casa. Não sei por que nessa última semana ele quase não está ficando em casa. Mas pode falar, serei todos ouvidos.

—Ta bom .

Flashbacks modo on

Há alguns dias atrás, Abraham veio até mim com todo romance que se possam imaginar, me beijou tão intensamente no laboratório de química. Mas depois desse dia ele ficou diferente comigo. Tinha medo de me beijar de novo. Alguns dias depois, na faculdade ele deixou bem claro isso;

—Luzia!

—Oi Abraham.

—Queria pedir desculpas por ontem.

—Não entendi.

—Não te tratei de forma adequada, não te tratei como a dama que você realmente é. Desculpe-me, eu te machuquei quando te joguei contra a bancada?

Fiquei completamente sem reação.

—Não, Mas Abraham...

—Sem, mas Luzia. Você é uma dama, e vou lhe tratar assim. Ainda essa semana quero conhecer seus pais, posso?

—Meus pais?!

—Sim, por que o espanto?

—É por que eu... Eu não moro com meus pais.

—E onde eles moram?

—E... Em outro país! Eu não falo com eles há bastante tempo.

—Ah... Então eu gostaria de te apresentar a minha irmã mais velha. Já que eu também não falo com meus pais há muito tempo. Pode ser?

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—Pode sim

—Então na sexta, depois da faculdade.

—fechado!

Abraham sorriu. Os seus olhos brilhavam. E eu mal conseguia andar.

Os dias passaram e... Não sei como. Mais alguém descobriu a verdade. E fez questão de contar pra ele.

Fim do flashbacks

—Que verdade?

Luzia respira fundo.

Eu sou cotista nessa faculdade. Sou a única cotista da maior instituição privada do país. Ninguém sabe. Eu também sou órfã, fui criada em um orfanato até os 18 anos. Depois arrumei um emprego em um bar como garçonete. O dono do bar se comoveu com a minha história, e deixou-me morar num quartinho no segundo andar sem ter que pagar.

—Qual é o nome do bar?

—Bar do Will. O nome do bar e o mesmo nome do dono.

—Conheço o dono. O Will sempre foi de bom coração.

—É. Mais de alguma forma descobriram isso e contaram pro Abraham. Eu escondi isso dele. Eu menti, disse que era rica e que morava no centro da cidade, tinha medo de contar a verdade e ele me ignorar. Todas as meninas que Abraham saia são ricas e fúteis. Como ele iria olhar pra mim? Uma cotista do subúrbio.

Um dia antes de ele me trazer aqui. Eu estava trabalhando no bar, no período da noite, e lá sempre fica uma amiga minha, minha única amiga, Byanca. Lá eu não paro um minuto. Até que, enquanto eu estava virada entregando os pedidos pro cozinheiro, Byanca tentou me alertar.

Flashbacks on

Amiga, se esconde— Sussurrava.

—Byanca eu to ocupada, agora tenho essa pilha de copos pra lavar.

—Luzia... Abaixa-se.

Eu ignorei, achei que ela estava brincando. Nesse tempo que ela me alertava, Abraham tinha entrado no bar, ele olhava pra todos e todos pra ele. Até que ele chegou ao balcão e apertou a campainha.

—Boa noite o que....

Meu susto foi tanto que deixei o copo cair no chão. O barulho do copo deixou todos em silêncio. Ficou um clima horrível, Abraham estava mais apavorado que eu.

—Então é verdade.

Abraham virou as costas e foi embora.

—Abraham eu posso explicar!

—VOCÊ MENTIU PRA MIM! Você mentiu pra mim Luzia. Logo você, por que não me disse desde o princípio a verdade? Por que achou que eu era um playboy e que te desprezaria em saber sua condição financeira? Pois saiba que eu nunca iria fazer isso. Acabou Luzia. Adeus.

Abraham sai do bar furioso . Entra no carro e sai em alta velocidade.

Eu fiquei sem reação, até que o Will apareceu.

— O que houve aqui?

—Luzia levou um toco do boy dela senhor Will.Disse Byanca.

—Luzia, já pra cima. Byanca assume o posto dela, por favor.

—Vou ganhar por isso?

—Vai.

—Fechou.

Eu dei meu avental pra Byanca entrei pra cozinha. Subi as escadas e fui pro meu quarto. Nunca chorei tanto em minha vida. Que vergonha, que humilhação. Era tudo culpa minha.

No dia seguinte, na faculdade, não vi Abraham. Mais em compensação, uma das patricinhas, Loweny, que sempre me detestou, veio terminar de acabar comigo. Eu tava no laboratório de química, mal conseguia comer, quando ela apareceu.

—Está sem fome?

—Não é da sua conta.

—Hum... Tem razão, não e da minha conta, assim como não é da sua saber o que eu e Abraham fizemos ontem. Coitadinho, tava tão triste, tão cabisbaixo. Ainda bem que ele foi direto pra minha casa. Fui eu que fiz ele se sentir melhor. Pena que ele ficou cansado, e nem veio pra faculdade hoje.

—Então foi você. Como descobriu?

—Isso não é da sua conta. Tchauzinho.

Ela saiu e eu, me acabei de tanto chorar.

Fim dos flashbacks

—Ontem uma colega de classe me convidou pra uma festa, disse que convidou Abraham também, e ele confirmou presença. Ela torce pra eu e Abraham ficarmos juntos. Por isso me convidou. Mas eu não quero ir. Todos sabem do ocorrido. Se eu for...

—Vai mostrar força. Luzia, você errou sim em ter mentido. Mais agora você tem que ser forte e reconhecer o erro e decidir não fazer mais isto. Abrham também errou e precisa reconhecer. Mas Isso é assunto entre você é o Abraham. E quando é a festa?

—Amanhã. Mais eu não tenho roupa pra ir. Não tenho dinheiro... Eu vim aqui pra pedir ajuda, não quero perde ló.

—E não vai, eu já tinha em mente um vestido e um sapato meu que vai dar certinho em você. Qual é o seu número?

—36.

—Mesmo número que o meu. Que coincidência. Espere aqui que vou pegar um vestido e um sapato pra você.

Karen buscou o vestido e o sapato. Luzia foi até o banheiro, experimentou. Quando saiu, Karen espantou -se.

—Uau. Vermelho caiu muito bem em você, agora e só fazer um penteado diferente, uma bela maquiagem. E você vai surpreender a todos daquela festa. Principalmente Abraham.

Luzia, constrangida por usar uma roupa diferente do seu estilo confortável. Se sente sensual demais, porém nunca esteve tão bela.

—Obrigada Karen.

As horas se passaram e chegou o dia da festa, Luzia ficou na casa da Karen, por convite da mesma. Uma hora antes da festa, Luzia já estava arrumada.

—Está irreconhecível Luzia.

—Obrigada, eu só não consigo entender o porquê a senhora esta fazendo tudo isso comigo.

—Minha querida, eu esperei por tanto tempo que aparecesse uma moça boa pra ele. Uma moça simples, que se valoriza e que não desiste fácil. E você, — Karen coloca as mãos nos ombros de Luzia— você é essa jovem. Eu não vou deixar de ajuda lá a fazer as pazes com meu irmão, pelo contrário, irei ajudar no que for preciso.

Luzia se emociona ao ouvir essas palavras.

—Muito obrigada.

Luzia da um abraço bem apertado em Karen.

—Já está na hora de você ir Luzia. Até mais!

—Até.

A festa é num palacete no centro. Um lugar enorme, com um jardim magnífico na entrada. Quando Luzia chegou, admirando o local que só via nas televisões, quase todos os convidados já estavam lá. Todos olhavam para Luzia com olhar de desprezo. Uns cochichavam

—Essa é a suburbana?

—Sim, a pobre.

—Bem que eu desconfiei.

—Olha a roupa dela, deve ter parcelado no cartão.

Luzia continuava andando pela casa, se sentindo excluída e deslocada. Até chegar do outro lado da casa, onde tinha um campo com jardim e um coreto. Quando a dona da casa apareceu

—Luzia?

—Deisy!

—Uau, você caprichou no look eim.

—Obrigada, de verdade.

—De nada, assim que eu ver o Abraham eu falo pra ele vir aqui.

—ta bom, o que é aquilo?

—Ah, e um coreto. Um lugar bem romântico por sinal. Se quiser bebidas tem ali ta bom? Vou ter que falar com os outros convidados.

Luzia ficou ali, sozinha, admirando o jardim. Enquanto isso, Dentro do palacete, no meio da música eletrônica, Abraham chega.

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—Abraham! Muito obrigada por ter vindo.

—Ah que isso Deisy, sabe que eu amo as suas festas. Amo tanto que saio daqui só na manhã do dia seguinte.

—Hahahaha, você é hilário. Abraham queria te fazer uma pergunta, você está com a Loweny?

—Não. Ela está aqui?

—Sim. Mas... Eu ouvi falar que vocês dois estavam juntos! Ela anda obcecada por você em.

—Esse povo tem a língua maior do que o corpo. Naquele dia eu estava triste e fui até ela para "desafogar as mágoas ". Deisy, Loweny não é uma boa pessoa, só pensa em prazer, ela não liga pra mim, ela liga pro meu dinheiro, pra fama que ela consegue através de mim. Mas quando ela me seduz, eu não consigo resistir. Mas Pode deixar, vou evita lá essa noite. Porém se ela começar a dançar, aí vai ser difícil.

—Hahaha. Abraham me faz um favor, pega pra mim uma garrafa de wisky que o John jogou lá perto do coreto— dizia Deisy enquanto ria.

—Sério que ele fez isso?

—Sim.

—Ta bom, vou lá pegar.

Abraham desceu e foi em direção ao coreto. Quando chegou à sala de visitas, que formava um corredor entre a entrada da casa e o campo da, ele avistou uma jovem usando um vestido vermelho, e sussurrou;

—Nossa, acho que a Loweny vai ficar de escanteio hoje.

Ele se aproximou mais ainda e se assustou, pois a jovem era semelhante à Luzia. Ele ficou parado olhando para ela, e ela olhou pra ele, ela demonstrava nervosismo e ele pânico. Abraham aproximou- se, encantado.

—Luzia...

—Abraham...