Viewfinder

Chapter 1. Little strange obsession


Ah..

Sério.

Obsessões são interessantes por um ponto de vista.

Desde que você não encare seu ‘hobbie’ como uma obsessão.

Se você admitir a si mesmo que tem uma obsessão, você admite a si mesmo que é um lunático.

Só lunáticos têm obsessões, nee?

Tipo...Aquelas pessoas com compulsão por limpeza?

Ah, pra mim elas são lunáticas obsessivas por atenção...Ou por falta de germes, é claro.

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Mas viram?

Uma referência à obsessão na frase...Qualquer tipo de doença psiquiátrica tem algo de obsessivo, pelo que pude perceber.

Até emos são obsessivos.

Cara...

Desde quando sou tão filosófico...?

Ou obsessivo por explicações?

Heh...

Ta, ‘xa quieto, não teve graça.

Mas lá estava eu, sentado, o observando rabiscar algo no caderno que não eram cálculos de álgebra, com certeza.

Ele era avoado, não ligava para explicações, teorias malucas ou qualquer coisa do gênero.

Mas sempre que perguntavam, ele respondia.

A resposta certinha ainda.

Cara, eu invejava a inteligência e a lógica rápida dele.

No começo eu achava que era apenas uma admiração exagerada pelo cara popular da classe...

...

...Até eu me masturbar pensando nesse cara popular da classe.

Aí eu percebi que não era uma simples e inocente admiração.

Me considerei um doente, rasguei meu braço todo com uma faca de cortar pão por causa daquilo rodando na minha cabeça.

Me esmurrei, gritei, me soquei.

E percebi que..

Ele não saía da minha cabeça.

E o pior!

Eu nunca nem falara com ele.

Nem um “Oi, vem sempre aqui?” eu tive coragem de falar.

Meu deus, como eu sou repugnante.

Mas voltando a atenção ao meu maravilhoso e esplêndido objeto de observação, percebi que uma garota lhe passava bilhetinhos.

Ele os lia e sorria, os amassando depois.

Ah sim..Ele era o cara popular.

O fodão.

Ele podia.

Eu sempre ficava contente quando me mandavam bilhetinhos.

Mas eram sempre zoações.

Afinal..

Eu não sou o ‘fodão’.

Sou apenas “o baixinho bonitinho do 2-D”.

Tocou o sinal do intervalo.

Guardei minhas coisas normalmente e fui arranjar um lugarzinho confortável na grama que tivesse boa visão..

De Kouyou, é claro.

E consegui.

Me sentei a uns 10m de distância dele.

Peguei meu lanchinho bonitinho que mamãe fizera com todo amor e carinho para mim.

Dei a primeira mordida e continuei a observa-lo.

Mesmo ele sendo popular, ele sempre se sentava sozinho e comia sozinho.

E parecia contente com aquilo.

-Olha só..O veadinho trouxe lanchinho pra gente hoje!

Gelei.

Cara...

Se tinha uma coisa que eu odiava mais do que a minha mãe pôr maionese no meu lanche, era o babaca do Tora e os amiguinhos dele.

Ele até que foi gentil comigo naquele dia..

Só me dera uma bica no traseiro e pegara meu lanche.

Teve um dia que eu voltei com o olho roxo e o lábio inferior com quatro pontos.

Fiquei sem comer.

De novo.