Vida Irônica

Eu não fiz nada.


Depois de muito tempo, Draco havia voltado para o quarto. Ele estava com os cabelos bagunçados e novamente sem camisa.

– Onde você estava? – perguntei, com a voz dura, ainda dentro do closet.

Ele não respondeu de imediato. Ouvi a cama afundar e depois ele responder, com a voz meio rouca:

– Não interessa.

Me levantei com raiva e fui até o quarto. Draco estava esparramado na cama, a camisa cinza nas mãos e com os olhos fechados.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Olha aqui, Draco. Se você pensa que pode me tratar como uma empregada, meu querido, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Levanta! – puxei-o.

– Ai, o que você quer, sua louca? Me deixa descansar!

– Ah, então você pensa que pode ficar com outras mulheres, e fica tudo bem? Claro que não, seu idiota! Como eu sou boa, vou deixar você procurar a parte mais macia do chão para dormir.

Draco olhou-me profundamente e eu até me assustei.

– Por... por que tá me olhando desse jeito? – gaguejei.

– Hermione, me desculpa. Aquela mulher chegou aqui no quarto, me agarrou, e eu não sabia o que fazer, eu sou homem, droga!

– Devia ser um homem fiel, então.

Ele me agarrou pela cintura e disse:

– Desculpa. Eu tentei.

– O que você está fazendo? - perguntei, nervosa.

Ele aproximou o rosto do meu até ficarmos centímetros perto um do outro. Os lábios dele eram vermelhos e totalmente provocativos, e me surpreendi: ele me deu um selinho.

Confesso que não foi nada parecido com o do casamento; no casamento, tudo o que eu queria era que ele me largasse. Agora, aquele simples selinho me fez clamar por mais.

Continuamos próximos, e então eu tomei a iniciativa. Beijei-o.

Definitivamente não foi nada parecido com o do casamento. Foi melhor. Ao mesmo tempo foi provocativo e... nem sei explicar.

Ele deu uma mordiscada no meu lábio inferior, e então meu juízo voltou totalmente.

Separei-me dele, embora não tão rápido. Draco era forte e bonito. Como não percebi antes?

– Não podemos ficar fazendo isso. Eu... não gosto de você, muito menos você de mim. Por que raios fazer isso, então? – perguntei, ajeitando o meu vestido e o meu cabelo, totalmente corada.

Draco deu um sorriso irônico.

– Eu não fiz nada. – disse ele.

Dei um tapa estalado no seu peito, saindo de perto dele. Eu tinha que adivinhar, ele nunca mudaria! Marchei para o banheiro, fechando a porta atrás de mim e me sentando no vaso.

Por que eu tinha beijado ele? Por que meu coração bateu tão forte? Será que... Ai, meu Deus, será que estou tendo um ataque cardíaco?

Por que estou tão nervosa? Por que estou sentindo um frio na barriga? Odeio frios na barriga. Me deixam nervosa e irritadiça.

Larga de ser idiota, Mione! Isso é só... um efeito colateral, você está só arrependida, apenas isso.

Levantei-me e tirei minha roupa, pronta para um banho. Tomei um banho, embora não tão relaxante, e quando terminei lembrei-me que tinha me esquecido da minha toalha.

E agora?

– MALFOY! – berrei.

Draco apareceu derrapando na porta do banheiro.

– Pega minha toalha, por favor? – perguntei, morta de vergonha.

Draco ergueu uma sobrancelha, me analisou por um momento e saiu para pegar minha toalha.

Depois de um momento, ele a trouxe nas mãos.

– Valeu. – respondi, pegando a toalha.

Draco foi embora para o quarto. Fechei a porta mais que depressa e enrolei-me na toalha, respirando fundo.

Era só o que me faltava! Além de beijar o desgraçado, agora eu pedia favores!

Sacudi minha cabeça e saí para o closet, para pegar uma camisola. Vesti-me e passei o hidratante e tudo o mais. Quando saí para o quarto, Draco não estava deitado no chão e sim no sofá. Estava provavelmente no quinto sono.

Saltitei até minha cama e esparramei-me nela, abrindo e fechando os braços. Logo depois me cobri e deitei, dormindo logo após.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

**

Quando acordei de manhã, me espreguicei e levantei. Draco já havia saído há tempos. Olhei no relógio ao lado da cama e vi que eram 7:30hrs. Sorri e fui ao closet, pegar minha toalha para tomar um banho.

Após um banho divino, arrumei-me com as roupas que eu e Gina havíamos comprado e saí para fora.

Eu havia acordado de bom humor, especialmente porque havia dormido sozinha. Tomei o meu café com Draco, que eu havia encontra no saguão no hotel, e recebi alguns olhares do mesmo. Fiquei corada, embora tenha fingido não ter ligado.

Logo depois, saí para a praia, que ficava a alguns minutos do hotel. Peguei um jipe alugado no meu nome e dirigi até a praia.

Aí me lembrei que eu estava de saltos, mas não tinha problema. Era só tirar os mesmos e largá-los no jipe.

Fechei o carro e andei pela areia da praia, apertando os olhos. Havia uma pessoa sentada perto do mar, e eu conhecia ela. Ou era só impressão?

Cheguei mais perto dela e perguntei:

– Spencer?

A pessoa virou-se e era mesmo Spencer, meu melhor amigo da época da faculdade. Continuava o mesmo; os cabelos pretos e bagunçados, os olhos negros brilhantes, o sorriso largo e brincalhão, o abraço forte...

– Mione! – exclamou ele, abraçando-me e me erguendo do chão.

Ele finalmente me soltou e me analisou, logo dizendo:

– Você está mais linda do que jamais esteve.

Corei imediatamente. Spencer riu da minha cara.

– Mas não mudou nada. – completou ele, em meio as risadas.

Dei um soco de brincadeira no seu braço e falei:

– Obrigada, mas assim você infla demais o meu ego. Mas o que você está fazendo aqui?

Spencer sentou-se outra vez na areia, de frente para mim, e falou:

– Pensei em dar um tempo de Londres. Tanta correria! E eu não aguento mais as chuvas.

– Hum... – murmurei.

– E você, o que está fazendo aqui? – questionou ele.

Fiz uma careta meio estranha e respondi:

– Estou aqui por causa da minha lua de mel.

Spencer quase caiu na areia. Tinha os olhos esbugalhados e a boca escancarada como a de um peixe.

– VOCÊ CASOU? – berrou ele.

Fiz que sim com a cabeça e Spencer levantou-se imediatamente, com a face séria. Fechei meus olhos e falei:

– Não estou a fim de escutar sermões agora.

Ele continuou a me olhar e depois falou:

– Não era isso que eu ia fazer.

E então ele simplesmente me beijou.