XX – Amy

Água estava respingando no meu rosto, na verdade deveria ser suor vindo da minha testa e não água normal. Acabei abrindo os olhos esperando que a vista já tivesse mudado, mas ela continuava a mesma, uma jaula de aço com quatro pessoas dentro, toda a minha cabala presa por amarras também feitas de aço:

-Finalmente você acordou – disse Ben

-O que aconteceu?

-Nada de novo, continuamos presos aqui, mas precisava acordar vocês, já estamos dormindo a dois dias e não podemos mais perder tempo assim, já estamos a quase dez dias presos aqui, nos temos que escapar

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-Mas como? – perguntou Felícia ainda tentando abrir os olhos, todos nos estávamos acabados com aquela terrível alimentação que nos serviam misturadas aquela luz branca cegante e quente que havia ali

-Bem eu estive pensando

-Você pensando Ben? Se eu não estivesse tão cansada estaria rindo agora

-Ei eu também penso entendeu Felícia, não é só porque eu me formei em um supletivo enquanto você e o Jimmy estudando em turmas comuns que eu não sou inteligente

-Qual é Ben você nunca foi o cérebro do grupo

-Bom agora eu fui e tive uma idéia que vai fazer todos vocês me respeitarem não apenas como um bando de músculos

-Então fale Ben – falei cortando a discussão dos dois, se não tivesse dito aquilo eles ainda iriam discutir por mais tempo e eu não estiva com muito animo para discussões no meu estado atual

-Eu acho que sei o que você vai dizer Ben – falou Jimmy acordando também – Você deve estar pensando em nos todos canalizarmos nossos poderes para aumentar o seu e assim você manipular água suficiente para oxidar as correntes e a prisão correto?

-Droga Jimmy porque você não ficou calado? Sempre que você fala parece que você já sabe de tudo e ainda mais, mas então o que achou do plano?

-Estúpido – quando Jimmy falou Ben parecia que ia avançar na direção dele se não estivesse amarrado – Seu plano até seria bom, mas tem um erro gigantesco, isso daqui não é um metal comum, é aço inoxidável, não vai conseguir oxidar mesmo que tivesse todos nos juntos e ainda mais gente

-Como sabe que é aço gênio?

-Eu estou aqui a quase dez dias, acho que já tive tempo de entender um pouco esse local

-E o que nos diz sobre os nossos carcereiros Jimmy? – perguntei tentando não ser excluída da conversa, se alguém não falasse comigo eu provavelmente iria apagar de tão cansada

-Os cinzas? Bem eu não sei muito sobre eles, só coisas que li em revistas de ufologia, mas ano lembro de nenhum método de como matá-los

-Então você realmente pensa que eles são alienígenas mesmo?

-Por que não seriam? A descrição bate perfeitamente com tudo que li e nos estamos em um outro mundo no espaço, e lembre-se que a rainha citou que tinham certos inimigos atacando o planeta

-Estamos presos por alienígenas em um local que não temos a mínima idéia de qual é e ainda meu namorado está desaparecido, que ótima viagem interestelar que eu estou tendo

Ficamos só em silencio até mais um daqueles cabeções estúpidos aparecer, ele carregava uma bandeja com quatro pratos cheios de uma gosma rosa, aquela porcaria era feita puramente de aromatizantes puros, aquilo era tão nojento que toda vez que descia na garganta eu queria vomitar, mas ou era isso ou era morrer de fome, e algo me dizia que morrer de fome não era uma opção ali, eles nos manteriam vivos ou com aquela gosma ou de outro método que eu não queria conhecer.

Depois de “comer” aquela porcaria ficamos todos em um longo silencio que acabei quebrando:

-Nenhuma nova idéia não?

-Nada – todos falaram juntos, aquele clima era horrível pra fazer qualquer coisa incluindo pensar

-Droga, temos que sair daqui logo ou eu vou enlouquecer, se já não estiver louca

-Loucura é o de menos – falou Jimmy – Algo me diz que coisas piores estão por vir, eles só estão nos mantendo vivos por algum motivo

-Experimentos?

-Isso ai, eles estão nos deixando acabados aos poucos e quando não oferecermos mais nem mesmo uma única gota de perigo eles vão nos pegar

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-Droga Jimmy você não pode tirar a gente daqui? – perguntou Felícia – Você sempre resolvi tudo e você é um tecnomago, um especialista em máquinas

-Não dá, não desse jeito

-A gente pode tentar de passar nossa energia – falou Ben quase desmaiando

-Que energia? Nós mal conseguimos nos manter conscientes quanto mais ceder nossas auras, os cinzas nos encurralaram legal

-Tem que ter um jeito – falei tentando levantar, mas acabei caindo no chão – Do que adiantou recuperar meu corpo se eu não consigo fazer um misero feitiço? Se eu não consigo explodir nada!!!!!!

Muitas pessoas dizem para canalizar e dominar a sua raiva que isso torna te torna mais forte, bem depois de hoje eu não duvido mais disso, nunca mais. Eu canalizei toda a minha raiva naquele maldito lugar quando gritei e isso teve efeito, a porta explodiu e derreteu completamente:

-Como você fez isso? – perguntou Jimmy retirando suas correntes que apreciam ter derretido sem machucá-lo – Tem noção do quão difícil é fazer isso e ainda mais no nosso estado? – mesmo com todos livres eles ainda não conseguiam se mover direito e nem mesmo eu

Tentamos nos rastejar para fora do lugar, mas era difícil demais, cada pequeno centímetro e era como se eu fosse vomitar tudo que havia dentro de mim, que nesse momento era apenas gosma rosa nojenta. Já devia ter se passado quase uma hora e mal estávamos fora da prisão de aço derretido que não nos queimou nem um pouco, mas foi então que apareceram mais dois daquelas malditas criaturas cinza, cabeçudas e magrelas:

-O que vocês pensam que estão fazendo? – perguntou um deles com uma voz que parecia robótica impossível de se distinguir se era de homem ou de mulher

-Bem nos estamos todos tentando fugir, mas acho que não deu muito certo

Beleza primeira coisa a aprender sobre aliens, eles tem comidas horríveis, segunda coisa a aprender sobre aliens, eles não tem senso de humor e a prova disso foi que o cabeçudo me ergue do chão apenas erguendo o dedo dele:

-Não brinque conosco Amy Winchester, não estamos com paciência para brincadeiras de uma caçadora maldita

-Como você sabe quem eu sou? Vocês podem ler mentes ou algo do gênero

-Não seja estúpida, nos só sabemos disso porque nossa líder nos informou

-Sua líder?

-Sim, nossa grandiosa mestra Lilian Loust

-O que você disse? – senti um ódio imenso crescendo dentro de mim – Foi aquela súcubos maldita que mandou vocês?

-Sim, nossa amada senhora que nos mandou para aquele mundo estúpido e nos pediu para pegar vocês, ela disse que seria bom ter magos do nosso lado

-E se eu não quiser ficar do seu lado?

-Acho que você não entendeu Amy Winchester, recusar não é uma opção, se não forem por bem vocês iram por mal

-Eu acho que não cabeção – concentrei toda a minha raiva naquela gigantesca cabeça, algo que não era tão difícil – Que tal você calar a sua boca feia e acabar de falar com esse tom de voz estúpido? Melhor, que tal você queimar!

No mesmo momento o corpo do alien entrou em combustão espontânea, enormes labaredas queimaram aquele corpo em poucos segundos deixando apenas um pedaço preto onde antes havia um bicho tosco e cinza. Outro veio na minha direção, mas eu só ergui o braço e me concentrei na idéia de uma espada de aço se formar na minha mão e foi isso que aconteceu, todo o aço da parede formou uma enorme espada de mais de dois metros que usei para cortar aquela coisa com um simples ataque frontal:

-Como você faz essas coisas? – perguntou Jimmy espantado

-E eu que sei?

Ter matado aquelas coisas não mudou muita coisa não, nos continuamos a nos rastejar por aquele lugar, mas por algum motivo ninguém mais apareceu. O lugar parecia não ter fim, ou nós é que não estávamos andando muito, mas o que importa é que depois de muito rastejar nos achamos um ponto de luz, um ponto de luz a mais de três metros de altura, mas ao menos achamos algo que não fosse aquela luz branca horrível das lâmpadas daquele lugar, a luz que vinha da brecha era calma e exalava um calor bom, era provavelmente do sol de Arcádia.

Eu parei e fiquei encarando aquela pequena brecha de luz como se fosse o ultimo raio de esperança eu tivéssemos, era quase como se um milagre pudesse vir dali e ele veio, daquela pequena brecha apareceram Sombra e Lua, não dava para medir a felicidade que tive ao ver os dois e eles ainda carregavam algumas pequenas frutas nas garras e eu garanto que uma única fruta de Arcádia valia por centenas daquela gosma rosa.

Nós comemos aquelas poucas frutas e então ficamos de pé, ver os dois me deixou com ainda mais força. Logo atrás deles vieram mais três coisinhas, a abelha de Jimmy apareceu voando pela brecha enquanto o gato das sombras se materializou na sombra de Felícia:

-Ei cadê o meu avatar? – perguntou Ben e então um rasgo apareceu na parede do lugar e o jacaré apareceu acompanhado de uma onda de neve que fez nossos corpos congelarem

Podia até dizer que morreríamos de frio, mas o jacaré de Ben trazia na boca quatro pedaços de peles, não eram casacos, literalmente eram pedaços de peles provavelmente arrancados recentemente de animais já que ainda fedia a sangue fresco, mas isso não nos impediu de vesti-los e andarmos para o gelo que havia lá fora, devíamos estar em alguma montanha pelo que percebi e perto de onde estávamos estava dois cadáveres do que antes foram dois grandes mamutes, mas que agora não tinham mais pele e tinha dois buracos enormes nas gargantas:

-O que vocês andaram fazendo até nos encontrar? – perguntei alisando a cabeça de Lua e ela só piou como resposta – Vocês mataram dois mamutes e arrancaram as peles deles, desde quando vocês são capazes disso?

Os animais simplesmente abaixaram suas cabeças como se fossem dormir e eu entendi o recado, o vento estava ficando mais forte, uma tempestade de neve estava vindo. Ficamos enfurnados dentro de corpos de mamutes cheios de sangue e gordura:

-Ei Amy – Felícia falou se aproximando – Você não consegue fazer alguma chama ai não? Mesmo com essa pele ainda está frio e com fogo nos podemos fritar essa carne aqui

-Eu posso tentar – esfreguei minhas mãos umas nas outras e apontei para um canto do corpo do mamute – Fogo – nada aconteceu – Por favor, só uma chaminha vai

Talvez eu não tivesse aura, algo que não seria surpreendente, mas aos poucos uma pequena chama começou a queimar no canto onde eu apontava:

-Você é incrível sabia? – falou Felícia andando para perto do fogo e pegando um pedaço de carne gordurosa do mamute

-Bem já que eu sou tão incrível assim da um espaço ai que eu também to com frio e fome

Logo que estávamos fritando os pedaços de gordura os meninos apareceram tremendo na frente do mamute:

-Saiam daqui, esse mamute é grande demais para quatro pessoas – disse Felícia, mas isso não os impediu de correr para perto do fogo – Droga, agora temos menos calor

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-Não se preocupe Fe, não vamos morrer só por isso – falei tentando segurá-la ou então ela iria matar Ben por ter pegue um dos pedaços de gordura queimada dela

Depois de comer um pouco começamos a dormir, não havia muito o que fazer enquanto a tempestade de neve estava agindo então era melhor esperar ela acabar dormindo do que acordada.

Senti algo bicando a minha testa e acordei, era Sombra e parecia bastante animado:

-O que aconteceu hein pra você me acordar assim? – quando segui Sombra percebi o porque da animação, a tempestade havia passado – Acordem todos, a tempestade já passou e nos temos que sair daqui antes que ela reapareça ou venha algo pior

Todos acordaram rapidamente, provavelmente não haviam dormido direito dentro daquela gosmenta, gordurosa e ensangüentada carne de mamute. Começamos a andar naquela neve que cobria nossos joelhos, a caminhada era difícil ali, mas o caminho era menor do que eu imaginava, em pouco tempo já estávamos podendo ver a base da montanha e algumas florestas longínquas. Já estávamos perto do fim da montanha, a neve já não chegava nem mesmo no meio de nossas pernas e então Jimmy se colocou a falar:

-Algum de vocês sabe como encontrar o castelo da rainha? – ele pegou todos de surpresa

-Não – todos nos concordamos juntos, nem tinha pensado nisso, mas então a abelha de Jimmy começou a voar loucamente ao nosso redor – O que ela está fazendo?

-Está desenhando números no ar, coordenadas – disse Jimmy ajeitando o óculos que parecia todo arranhado

-Então acho que já sabemos para onde ir – disse Felícia alongando o corpo – Contando que eu tenha as coordenadas e a energia de Amy nos vamos conseguir chegar no castelo em um passo, literalmente

-Não posso garantir poder suficiente Felícia – e era verdade, ainda não conseguia me controlar direito, estava um pouco enferrujada em magia

-Besteira Amy, nós vamos conseguir

Quando chegamos à floresta pegamos algumas frutas, uvas, maçãs e tangerinas e começamos a comer, mas ainda precisamos de água então assim que terminamos fomos atrás de algum rio por perto, mas parecia que não existia nenhum próximo:

-Já que não vamos encontrar água tão cedo é melhor começarmos a abrir o portal – falou Felícia pegando uma folha seca do chão – Eu vou precisar de você abelhinha aqui comigo

Felícia começou a pegar outras coisas do chão, terra e uma pedra:

-Amy vou precisar de fogo aqui – Felícia disse reunindo as coisas que ela pegou em um canto então comecei tentar formar uma chama em um amontoado de folhas secas – Meninos a montanha não está tão longe assim, eu preciso que vocês peguem um pouco de gelo lá

Eles só concordaram e começaram a andar rumo a montanha e depois de mais de meia hora voltaram com alguns pedaços de gelo envoltos nos pedaços de pele de mamute:

-Vamos logo que eles já vão derreter – disse Ben colocando os pedaços no chão

-Não precisa se preocupar, agora que já temos tudo eu vou terminar bem rápido – disse Felícia reunindo o gelo as outras coisas, folhas secas, terra batida, pedras e algumas folhas pegando fogo – Vamos lá

Felícia desenhou no chão algumas coordenadas, as nossas e a do castelo, todas cedidas pela abelha de Jimmy. Todos nos quatro então nos demos as mãos e começamos a tentar expelir o mínimo que fosse de energia, ninguém ainda estava no seu máximo e somente eu tinha uma boa quantia:

-Só isso não vai servir, que bom que já tinha pensando nesse caso antes – disse Felícia

-Como assim? – perguntei ainda tentando reunir energia

-Quando as fadas vieram pra cá elas não vieram sozinhas, outras criaturas vieram também e são elas que eu convoco agora, as protetoras da natureza, dríades e náiades, aqueles que são os senhores das matas, os gnomos e ents, e também convoco os mestres das chamas, as salamandras

Dava para sentir a energia do lugar aumentando, aumentando muito, triplicando, quadriplicando, quintuplicando, era simplesmente fantástico, dava para ver sombras correndo entre as árvores, eram eles, os seres que tentávamos invocar ali e que por algum motivo estavam nos ajudando.

Então eu vi uma luz dourada rodeando todos nós, o portal estava se abrindo quando percebi já estávamos sendo engolidos por aquela luz e então quando ela sumiu estávamos de frente para o castelo da rainha das fadas.

Eu esperava ver o castelo de muitas maneiras, mas não daquela, ele continuava igual a antes mesmo depois de termos visto a rainha deles ser morta, ou pelo menos pensamos que foi já que ela foi derrubada como nos, mas ninguém a viu depois.

Enquanto andávamos pelos corredores varias ninfas e sátiros comentavam algo que não conseguia escutar. Andamos até chegar a sala do trono, por um momento pensei em recuar, não sabia o que dizer para o rei naquele momento, ele ainda deveria estar se remoendo de dor pela perda da rainha, na verdade todo o povo deveria, por isso das conversar silenciosas, mas mesmo assim entramos.

Se antes eu não sabia o que dizer, agora eu sabia muito menos. O rei estava sentado no seu trono como da primeira que o vi, e igual a primeira vez o trono ao lado também estava ocupado, e ocupado pela rainha:

-O que fazem aqui? – perguntou a rainha se erguendo do trono e senti uma pitada grande até demais naquela ação

-Eu ia fazer a mesma pergunta rainha Titânia – o rei se elvantou também com duvida nos olhos

-Minha amada rainha o que isso significa? – perguntou o rei Oberon – Você havia dito que o grupo já havia partido de volta para a Terra a um bom tempo

-E eles partiram – disse a rainha com um sorriso obviamente falso – Não partiram meus queridos? – todos assentiram com a cabeça e eu fiquei encarando eles – Mas obviamente devem ter amado a tal nível que retornaram, não é mesmo meus bons magos? – todos assentiram novamente, mas que merda estava acontecendo aqui? – Você entendeu Oberon? Eu não menti para meu povo, jamais mentiria, eles se foram, mas voltaram, você entendeu?

O rei concordou e antes que eu pudesse fazer alguma coisa a rainha me encarou, aqueles seus olhos mudando de cor me hipnotizaram e depois disso eu não lembro de mais nada além de estar concordando com a rainha também:

-Ótimo agora que todos concordam vamos comer e festejar, pois o dia está próximo

Eu não sabia nada de dia algum, mas eu queria naquele momento era apenas comer e festejar. Todos nós passamos um longo tempo apenas comendo e festejando, dançávamos danças engraçados com as ninfas enquanto os garotos disputavam disputas de força com os pobres sátiros bêbados que caiam antes mesmo da disputa se iniciar.

Quando percebi estava acordando, um cheiro forte de vinho e licor se misturavam no ar e percebi que estava sendo carregada por alguém, por sorte não havia bebido nada da festa, apenas comido, comido e comido até ficar com o estômago doloroso e quase vomitar:

-O que você está fazendo? – perguntei ainda com a barriga doendo e vi que quem me carregava era o rei

-Silêncio humana, só fale quando eu permitir

Fiquei em silencio, não pelo pedido dele, mas sim porque se não me calasse acabaria vomitando tudo. Ele me levou para fora do castelo, me guiou pela floresta e quando dei por mim estava no círculo de pedra onde havia aparecido onze dias atrás.

Ao redor do círculo de pedra estavam Felícia, Ben, Jimmy, e outras criaturas bem interessantes, uma mulher de pele marrom e profundos olhos verdes, totalmente verdes, e de cabelo feito de flores, ao seu lado estava uma mulher de olhos e cabelos azuis, pele branca e seus pés pareciam que iam se dissolver a qualquer momento, mais para o lado estava um lagarto vermelho com pintas negras e que cuspia fogo enquanto respirava, e ocupando todo o lado esquerdo estava uma enorme árvore, mas aquela se movia e tinha um rosto parecido com um de um velho senhor, ao lado da árvore havia uma ninfa e um sátiro:

-Esta é uma dríade, uma náiade, uma salamandra, um ent, uma ninfa e um sátiro, eles são os mais velhos das suas raças e por isso são os seus representantes no grande conselho da floresta – o rei parecia falar mais para si mesmo do que para mim ou qualquer outro ali – E todos aqui nesse conselho concordam comigo em um ponto jovem maga

-E qual seria rei dos elfos? – o rei se virou na minha direção

-Que não queremos mais viver aqui em Arcádia, que queremos voltar para a nossa Terra

-E por que iriam querer isso? Esse mundo é maravilhoso

-Sim maravilhoso – disse a ninfa tocando uma flor que apareceu guiada pelo vento – Mas não é nosso lar

-Não existe lugar como nosso lar – disse o ent com uma voz rouca e cansada – A natureza daqui é perfeita, mas o mundo não é perfeito criança, pelo contrario, são as imperfeições que tornam a Terra tão perfeita

-Mas agora a Terra é um mundo poluído, ela não é mais apta para vocês viverem

-Então nos lutaremos para trazê-lo de volta ao normal – disse o sátiro com um bafo com cheiro de álcool, mas ele parecia totalmente lúcido – Nosso erro foi abandonar nosso mundo sem lutar

-Todos pensam que somos criaturas calmas e da paz – disse a dríade – mas nem sempre foi assim, nas raízes de nossas próprias raças nós éramos os guardiões da natureza, aqueles que protegiam a natureza de todos os problemas, mas com o passar do tempo o mundo foi ficando calmo, calmo demais e nós nos tornamos criaturas cômodas e mal acostumadas e quando o mundo precisou de nós novamente nos fugimos

-Mas agora vemos o nosso erro – disse a náiade – E não iremos fugir novamente, nós vamos voltar a Terra e vamos lutar por ela, para salvá-la, nos sabemos que nem todos os humanos são maus e querem ver o mundo do jeito que está por isso sabemos que se formos para lá muitos vão ajudar e ficar do nosso lado para trazer a Terra de volta para o que ela foi no passado

-E como pensam em voltar? – disse Felícia andando para o centro do círculo – Até onde eu saiba ninguém aqui tem o poder mágico suficiente para abrir o portal por tempo suficiente

-Mas nos não precisamos – disse a salamandra – E foi pra informá-los nosso plano que vocês vieram para aqui

-Exato senhor salamandra – disse o rei Oberon – Daqui a dois dias vai ocorrer um evento, as duas luas de Arcádia vão convergir em um eclipse e nesse momento os espíritos da natureza vão condensar todo o seu poder e vão invocar o portal, nos só precisamos da ajuda de uma cabala para manter o portal estável por tempo o suficiente e como bônus podemos levá-los conosco

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-Então é isso – falou Jimmy se aproximando do centro do circulo – Vai ser uma troca então, nos ajudamos vocês e vocês nos ajudam?

-Exato mago, mas temos uma condição, a rainha não pode saber disso

-Por que não? – dessa vez foi minha vez de andar para o centro

-Por que? – perguntou o ent – Você não os informou ainda Oberon?

-Não grande mestre ent, mas vou fazê-lo agora, magos vocês devem saber de algo antes de tudo, a rainha não é uma boa fada

-Isso não me surpreende – falei lembrando da hipnose que ela havia lançado em nos – Mas por que ela não pode saber do nosso plano?

-Ela pode tentar nos impedir

-E não a culparia por isso, ela só pensa no melhor para o povo dela

-Eu também pensava assim maga, mas a três décadas atrás eu comecei a ver as coisas diferentes

-Como assim rei?

-Há três décadas meu bom pai Oberon II era o rei, mas então de um dia para o outro ele adoeceu e morreu em apenas seis horas, nenhum espírito foi capaz de explicar como alguém como meu pai morreu assim, mas antes dele morrer ele me contou o porque daquilo, sua doença era causada por uma super-bactéria artificial criada por aqueles chamados de cinzas

-Os cinzas? Nós encontramos eles a pouco tempo atrás

-E nós sabemos disso, os espíritos da neve nos informaram da presença deles a muito tempo, mas o que importa agora no momento é o que meu pai me informou antes de morrer, todos os elfos são divididos em três grupos pela cor de seus olhos, os de olhos azuis são os guerreiros, os grandes arqueiros de outrora, os de olhos verdes eram os sacerdotes capazes de curar qualquer coisa e que podiam manipular os espíritos como ninguém, e também existem os de olhos violetas, a nobreza, e nosso dom consiste basicamente em um, nos somos imunes aos dons das fadas, ou seja, imunes a sua hipnose, meu pai me informou que no dia que viemos para Arcádia ninguém queria vir, mas então a rainha disse uma única palavra e todos a seguiram

-O poder dela – falei lembrando da festa no salão e da praia

-Mas ela vai além disso, seus poderes também são capazes de mudar todos os sentidos do corpo, ela pode até fazer você ver coisas

-Como ela sendo derrubada e não sendo? – falei lembrando do ataque que sofremos

-Sim, ela tem usado o seu poder para manipular os guardiões da natureza e escondendo os cinzas

-Por que ela faria isso? Ela ama seu povo não é?

-Esse é o ponto chave, ela nunca nos amou, meu pai me informou algo antes de morrer, primeiro que nos éramos imunes as ilusões da rainha, mas ela não podia saber disso então sempre que sentisse o poder dela eu deveria obedecer mesmo não querendo, segundo eu deveria ignorar a presença dos cinzas para que ela não suspeitasse de nada e terceiro e pior parte, que a rainha faz parte dos the killers

-Como é? A rainha? Não é possível, ela é meio maluca com essas hipnoses dela, mas não acho que ela desceria tanto de nível

-Eu também não, mas meu pai jamais mentiria, ele disse que Titânia era muito amiga de uma líder dos the killers, amiga intima de Lilian Loust, a súcubos que faz parte do triunvirato

-Tive o desprazer de conhecê-la – falei lembrando da biblioteca e da minha luta

-Os the killers sabem que não seriam capazes de dominar o mundo se os espíritos da natureza estivessem ali por isso eles usaram os humanos ensinando-os o processo de criação dos combustíveis fosseis e das maquinas a vapor e quando viram que isso não seria o suficiente então recorreram a velhos amigos, nesse caso a rainha que enganou a todos fingindo que queria nos ajudar, mas na verdade queria era nos afastar do campo de batalha

-Ainda não consigo acreditar nisso, então porque a dragão-rainha Galadriel se sacrificaria para criar esse mundo

-Esse mundo já existia muito antes de pensarmos em fugir da Terra, ninguém sabe porque, mas Galadriel morreu e como sempre ocorre com os dragões seu corpo virou esse mundo, mas nunca foi um mundo para nos

-Então Titânia só ouviu falar do planeta então enganou a todos para virem para cá?

-E também enganou vocês magos, mas não vai mais acontecer, daqui a dois dias nos vamos matá-la e acabar com os cinzas daqui então vamos partir para a Terra e vamos precisar da ajuda de vocês

Olhei para os outros e eles assentiram com a cabeça, se era para acabar com aqueles malditos dos The Killers e com Lilian eu iria fazer isso:

-Certo então rei Oberon III, você acabou de conseguir a ajuda da minha cabala