Ele estava vivo.

Tão simples quanto pudesse parecer, mesmo esse pensamento demorou para surgir em sua mente naquele longo período de torpor que se seguiu.

Na primeira vez, Dean levou longos segundos para perceber que despertara. Seus olhos estavam cansados; ardiam, como se tivessem ficado abertos por tempo demais, ou fechados por um ainda maior. Pareciam fundidos com suas córneas, como se nunca mais fossem voltar a se abrir.

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Ele poderia continuar assim por um bom tempo. Sua mente começava a despertar, mas seu corpo exausto fazia com que a própria consciência se assemelhasse a um sonho, um daqueles pensamentos relapsos que surgiam de tempos em tempos antes de o corpo retornar ao estágio mais profundo do sono.

Assim sendo, Dean tornou a dormir.

Nessa fase do sono, o próprio tempo é atemporal. Cada segundo parece durar uma eternidade, mas uma paciência infinita e a completa ausência do senso de urgência faz com que cada eternidade passe em seu próprio ritmo, e não somos dotados da pressa de acordar. Nesse ciclo infinito e constante, Dean não poderia dizer quanto tempo se passou; quando parasse para pensar, já não haveria lembranças de quando tudo começou. Era simplesmente como se tudo nunca tivesse começado; desde que se lembrava, ele já estava naquele ciclo incontrolável de pura inércia.

Naquele momento não definido da eternidade, muitas eternidades depois do último lapso - ou uma fração de segundo; ele não saberia dizer - um suave som penetrou o silêncio absoluto de seu sono.

Assim que ouviu-o, Dean soube que já o tinha ouvido antes, mesmo que não se lembrasse. Era um som familiar e casual. Passos descalços quase inaudíveis sobre um chão de madeira. Uma música silenciosa assobiada de maneira quase muda.

Ele sentiu algo deslizar ao ser puxado de sua testa, e logo a sensação foi substituída por um calor morno e difuso.

Quando ouviu os passos começando a se afastar, os assobios junto com eles, Dean quis abrir os olhos. Não sabia por quê, mas queria vê-lo, quem quer que fosse a pessoa que assobiava.

Mas suas pálpebras recusavam-se a abrir, firmemente coladas.

— Oh!

Como uma ponte entre o sono e a consciência, o som da voz pareceu soltar as amarras de cansaço que prendiam seus olhos. Devagar, ainda com uma sensação de secura, Dean começou a abrí-los.

A luz era forte, mas parte dela atravessava até mesmo a camada de pele de sua pálpebra, e o choque não durou muito. As cores, porém, brincaram um pouco mais com sua visão, antes que o branco, o amarelo e o azul dessem lugar a verde, marrom e até um leve alaranjado. O verde reinava, predominante.

Naquele momento, ele percebeu que algo descansava em sua testa; eram panos, úmidos em água quente. Seu corpo estava coberto por um lençol fino, e sua cabeça repousava sobre algo macio como uma pilha de penas. Em seu rosto, a única parte de seu corpo não coberta, ele podia sentir uma fresca brisa soprar, trazendo consigo um cheiro forte de grama molhada e uma sensação de umidade que lembrava a que cercaria os arredores de uma enorme fonte de água doce.

Conforme as cores desenredavam-se em linhas e objetos, Dean teve uma visão mais clara de onde estava.

Ao apoiar-se nos braços para sentar-se, um forte enjoo tomou conta de seu corpo, fazendo um arrepio percorrer sua pele, e sua cabeça começou a girar. Fechando novamente os olhos por um momento, ele respirou fundo e tornou a abrí-los. Quando pôde olhar com mais calma, Dean percebeu que ao seu redor erguia-se uma espécie de cabana de formato esférico ou similar, onde tanto o chão quanto as paredes constituíam-se de madeira rústica - troncos não muito finos apenas ligeiramente lixados em rascunhos grossos e grosseiros de tábuas, unidas umas às outras por fortes gramíneas de maneira tão simples que não impedia a passagem de pequenos filetes de luz do sol através das paredes. Alguns espaçamentos mais acentuados no chão deixavam à mostra parte da terra que estendia-se alguns centímetros abaixo do piso. Não havia divisões de cômodos e o lugar inteiro não era maior do que um quarto. A porta fechada parecia ser recortada da parede e não possuía maçaneta, e uma única janela logo acima da cama onde Dean se deitava projetava um retângulo de luz bem no meio do quarto, cujo topo era alterado pela silhueta das folhas que formavam o teto e que se estendiam para fora um pouco além dos limites das paredes, interceptando parte do sol naquele momento do dia.

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Exceto pelo catre - uma espécie de cama rústica - forrado com uma camada de um tecido grosso e macio que Dean não sabia identificar, os únicos móveis eram um banco encostado bem ao lado de sua cabeceira e uma espécie de cômoda de superfície pequena da qual se via apenas o esqueleto, e que era dividida entre a superfície também de madeira e três níveis internos separados por três camadas de um tecido branco que não parecia aguentar muito peso.

O garoto já a meio caminho da porta voltou a passos leves e ágeis para perto da cama ao ver o paciente tentando levantar-se e ajoelhou-se ao se lado.

— Hey! Você acordou! - disse ele. Procurou a mão de Dean sobre o lençol e segurou-a entre as suas. - Parece que está tudo bem. Sua mão está quente. Como se sente?

Dean demorou um pouco para perceber que ele esperava uma resposta.

— Ahn… bem, eu acho…

Assim que falou, ele percebeu o quanto sua garganta estava seca. Era como se não tivesse tomado água por dias.

— Você está sem comer ou beber já faz algum tempo - explicou o garoto. - Era difícil te dar comida sem que pudesse mastigar e ficamos com medo de dar água demais e acabarmos afogando-o, então tentamos dar o mínimo possível. Conseguimos fazê-lo engolir um pouco de suco de horas em horas, então não está completamente desnutrido, mas pode ser que você sinta um leve enjoo pelas próximas horas e talvez um pouco de desequilíbrio.

— … Certo…

Instintivamente, Dean virou-se na cama para apoiar os pés no chão, mas assim que fez menção de levantar-se, o garoto barrou-o, obstruindo o movimento de seu peito com a mão de maneira cuidadosa, mas firme.

— Espere! Não tente se levantar ainda - disse. - Espere um pouco.

Dizendo isso, o menino saiu pela porta apressadamente.

Enquanto esperava, Dean reparou pela primeira vez que a camiseta que usava agora era diferente da que usara quando chegara. Porém, a diferença não era gritante; apesar de ser de um tecido distinto, o corte era bastante semelhante, como se tivesse sido feito para trazer-lhe uma sensação de familiaridade. Sua calça ainda era a mesma, porém, e Dean sentiu-se ligeiramente agradecido por isso.

Apenas alguns minutos depois o menino tornou a aparecer. Trazia consigo uma espécie de copo de algo parecido com barro, mas mais claro, e uma tigela tecida em folhas compridas e estreitas, cheia de pequenas bolas de cores que variavam do azul marinho ao vermelho rosado, passando por branco e verde, de tamanhos variados, ainda com pontas de caules presas à sua superfície. Vários tipos de frutas que Dean nunca vira antes.

Tornando a ajoelhar-se ao lado da cama baixa, o menino estendeu-lhe os recipientes.

— Aqui, coma. Você tem que repor as energias. - disse ele. - Mas não coma tudo de uma vez. Vai fazer mal, já que você está há muito tempo de jejum.

— Ah… obrigado - agradeceu Dean, aceitando-os. Primeiro, pegou o copo. Estava cheio até a boca de água. Ao virá-lo e deixar o líquido escorrer lentamente pela garganta seca, ele sentiu uma sensação reconfortante. Estava fresco e parecia acariciar-lhe por dentro ao percorrer o seu corpo. Depois do primeiro gole, já sentia como se conseguisse respirar com mais facilidade.

Depois, pegou uma das frutas. Estava mais acostumado a amoras e mirtilos do que a qualquer fruta branca ou verde, então pegou uma das azuis primeiro.

Assim que pegou-a na mão, surpreendeu-se. Aquilo não era como nenhuma fruta que já tivesse tocado: apenas de segurá-la ele já conseguia sentir seu formato inconstante, sua superfície frágil e macia, o líquido abundante lutando para sair como uma pequena bexiga cheia d’água.

Ela era pouco maior do que uma cereja generosa, então Dean colocou-a inteira na boca. Assim que deu a primeira mordida, ele sentiu o suco arrebentar a sua casca e escorrer por sua boca como uma pequena cachoeira de um gosto exótico e adocicado.

Encantado pela primeira que experimentara e sem pressa de experimentar as outras, Dean estendeu a mão para pegar outra fruta azulada.

Então, de repente, tudo voltou à sua mente.

— Espere um pouco - disse ele. - O que está acontecendo?

— Do que você está falando? - perguntou o menino.

— Tudo isso... - respondeu ele, olhando em volta para demonstrar. Então, tornou a olhar para o menino. - O que é isso? Eu estou sonhando?

— Não, não é um sonho - respondeu o garoto, com simplicidade. - Nós entendemos por que pode parecer um para você, mas não. É real.

— Não pode ser. É impossível.

— Quando estava se afogando, parecia ser um sonho?

Quando o garoto dizia que era verdade, Dean não duvidava. O rosto do garoto não lhe dava nada para duvidar, e a mulher que se lembrava de ter encontrado também não parecia estar mentindo. Seus sentidos comprovavam cada afirmação: os cheiros, os sons, as cores, o vento, o paladar. As memórias de sua luta desesperada contra o frio e as correntes, o tempo que passara desde então.

Mas ele sabia muito bem que não podia ser.

— Mas… como pode ser? Isso… tudo isso é… - Dean baixou a cabeça, perdido.

Nesse momento, ele sentiu uma mão quente sobre seu ombro.

— Nós sabemos como isso pode ser confuso. - disse o garoto, suavemente, mas também com naturalidade. - Todos nós passamos por isso em algum momento. Você acabou sendo um pouco mais azarado do que a média, é claro - brincou ele. - Mas não é o primeiro. E nem vai ser o último.

Dean não soube por que achou aquilo reconfortante. Não deveria ser. Era como se duas pessoas estivessem em uma floresta, a primeira dissesse “estou perdido” e a segunda respondesse “eu também”. Mas, por algum motivo, a afirmação o acalmou.

Quando o menino tornou a estendê-lo a tigela, Dean agradeceu baixinho e pegou uma das frutas.

— Qual é o seu nome? - perguntou ele, então.

— Me chamo Ty - respondeu o garoto. - E você?

— Dean. Meu nome é Dean.

Ty sorriu.

— Prazer em conhecê-lo, Dean! - disse, alegre. - Bem-vindo ao grupo!

.

Apenas saber o que o aguardava não fez da surpresa do gosto em sua boca menos surpreendente. Ele sentia que poderia comer aquilo para sempre e nunca estaria preparado para a forte explosão do sabor em sua língua.

Porém, algo dentro dele sentiu-se estranho ao engolí-la. Sentia-se como se algo dentro dele tivesse se encolhido ligeiramente, e a sensação não era agradável.

— … me desculpe.

— Ahn? - Ty não entendeu.

— Me desculpe… por duvidar de você. - disse Dean, mais para dentro do que para fora.

— Ah, não se preocupe! - tranquilizou-o o menino. - Não me ofendeu. Eu te entendo perfeitamente.

Com aquelas palavras, o pequeno peso disforme em seu âmago pareceu dissipar-se. Por algum motivo, duvidar de um garoto com uma expressão tão sincera fizera-o sentir-se culpado, mas a mesma sinceridade tirara-lhe o peso da culpa. Dean ainda não tinha certeza de que não estava mesmo em um sonho, mas naquele momento ele ainda não tinha disposição suficiente para constestar a possiblidade; seus instintos pareciam seguir o caminho da aceitação, e ele não estava especialmente ansioso para discutir com eles. E, enquanto permanecesse assim, Dean inconscientemente decidiu acreditar em tudo o que Ty pudesse lhe dizer.

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Enquanto terminava com as outras frutas de mesma cor, Dean pôde olhar o menino com mais calma.

Seus cabelos repicados eram naturalmente bagunçados, e uma das mechas ameaçava cair por entre os redondos e infantis olhos cor de amêndoa, enquanto várias outras adornavam sua cabeça, apontando em inúmeras direções. Os fios eram de um raro tom de loiro claro. Ele tinha uma estatura pequena e esguia que lhe dava uma aparência de pouca resiliência e quase não se viam músculos, mas as mãos que seguravam a tigela para ele tinham alguns calos próximo às dobras dos dedos. Mesmo antes de apoiar a tigela na cama depois das primeiras frutas, seu braço não tremera nem mesmo um pouco ao erguê-la - embora não fosse pesada, a sua firmeza ao segurá-la acima do chão com tal imobilidade fazia parecer que ele tinha bastante facilidade com aquilo.

Seu jeito delgado não destoava muito de sua idade. Claras sardas salpicavam seu rosto claro e sua face era apenas ligeiramente menos corada do que a da garota que vira no parque, mas seus olhos, por outro lado, eram ainda mais arredondados.

Dean lembrava-se vagamente dele em seus sonhos, porém nunca tivera a chance de olhá-lo tão de perto. Quando o via, ele costumava estar associado a florestas e natureza, raramente se afastando muito de qualquer uma delas. Não costumava ir muito longe de casa, a não ser em ocasiões bastante especiais ou acompanhado de pessoas bastante específicas.

— Quanto tempo fiquei inconsciente? - perguntou Dean, depois de pegar a última fruta azul.

— Cerca de três dias.

Dean engasgou.

O quê? Não, não pode ser…

Três dias? Não, não havia passado tanto tempo… Dean tinha certeza. Um não seria uma surpresa, ou talvez dois, mas três?

Dean não podia ficar mais sentado.

— Eu tenho que avisar os meus irmãos! - afirmou, colocando-se de pé de uma só vez. Porém, quando foi dar o primeiro passo, sentiu sua perna vacilar. Ágil, Ty rapidamente aparou-o, apoiando seu corpo com uma das mãos e segurando-lhe o braço com a outra, impedindo-o de cair.

— Se acalme! Nós vamos avisá-los - afirmou ele. - Os Protetores saíram para uma apresentação e reconhecimento, mas assim que chegarem nós mandamos uma mensagem, está bem?

— Protetores?

Dean não reconheceu a palavra, mas estava muito preocupado com Simon e Dan para pensar nisso. Não tinha dúvidas de que eles estariam desesperados a essa hora. Dan pedira a Dean que fosse até a loja, e Simon ainda estava dormindo quando ele saiu. E Al? Dean desaparecera em sua loja. A culpa o destruiria. A todos eles.

Por que tinha entrado no maldito espelho? Era tudo sua culpa. Que tipo de pessoa entraria em um espelho maluco quando tinha hora para chegar em casa? Não tinha como dar certo. Simplesmente não tinha.

E para piorar, junto com todas as lembranças de seus sonhos, várias antes esquecidas haviam tornado a emergir em sua mente desde o encontro com a mulher misteriosa e a conversa com Ty. E, entre elas, imagens das pessoas que haviam vindo antes dele.

Ele sabia. O portal, o mundo por trás dele... ele já havia visto tudo aquilo! Se tivesse lembrado dos sonhos naquele momento, tudo aquilo poderia ter sido evitado? Ele sabia que sim. Ele não desapareceria de casa, seus irmãos não estariam desesperados e ele não teria corrido risco de se afogar!

Será que ele realmente não conseguia fazer nada direito?

Por favor, se acalme.

Quando olhou para frente, Ty encarava-o, olhos nos olhos. Sua expressão firme surpreendeu Dean, causando uma brecha na sucessão de pensamentos de culpa e arrependimento que percorriam sua mente.

— Está certo que você tem família, e que se preocupa com eles não sabendo o que aconteceu com você durante todo esse tempo, mas você acabou de passar por uma situação de vida ou morte - afirmou ele. - Não sei por que você aterrissou tão longe de nós e em tal situação, mas aconteceu, e você ainda não teve tempo de se recuperar totalmente. Hipotermia, falta de oxigenação no cérebro e falta de alimentação não são coisas das quais você se cura em um instante, ok? - ele fez uma pausa para recuperar o fôlego. - Além disso, essa é a sua primeira Viagem, e seu corpo não está acostumado com isso. De qualquer forma, sem os Protetores não podemos fazer nada, e se arrastar até o fim do mundo não vai ajudar. Então, por favor, tente dar um passo de cada vez.

A surpresa de receber um sermão de um garoto tão menor do que ele surtiu algum efeito. O fluxo de pensamentos em sua cabeça subitamente pareceu diminuir, assim como sua pulsação.

Dean não precisou responder. Vendo que havia conseguido acalmá-lo, Ty soltou a respiração.

— Obrigado.

Com seus sentimentos debilmente sob controle, Dean deixou-se levar por Ty de volta à cama, onde terminou de comer as frutas coloridas. A vermelho-rosada também era doce, mas de um doce mais pronunciado do que o exótico da azul. A branca tinha um gosto mais difuso, difícil de definir, e a verde parecia ser uma categoria à parte, nem salgada, nem azeda nem amarga. Talvez tendesse um pouco mais ao salgado.

Quando terminou de se alimentar e tomou o resto da água do copo, Ty apoiou-o nos primeiros passos, e embora ainda não tivesse tanta firmeza nas pernas, Dean ao menos pôde recuperar um pouco do equilíbrio.

Enquanto tentava andar sem ajuda, Dean percebeu que ainda não tinha agradecido a Ty. Agora que pensava, tinha certeza de que era ele o garoto no penhasco. Podia não enxergar muito bem naquela hora, e talvez seus sentidos estivessem difusos, assim como suas lembranças, mas ele ainda se lembrava um pouco da voz.

Porém, assim que tentou agradecer, Ty riu de leve e dispensou o gesto com um aceno de mão.

— Você está agradecendo à pessoa errada - disse. - Eu não pude fazer nada. Se tivesse tentado, morreríamos os dois! - ele riu novamente, um pouco sem jeito. - Você teve muita sorte de a Kath estar passando naquele momento... ela é a única pessoa que consegue nadar lá àquela hora do dia!

— Kath?

O sorriso de Ty alargou-se em uma expressão de orgulho.

— Sim! Katherine, a minha irmã!