Venena anguis

I despise him for himself


I despise him for himself, and hate him for the memories he revives - Emily Bronte

Tom Riddle não estava nada satisfeito com aquela situação.

Saiu da enfermaria, tentando manter sua compostura. Tinha que encontrar Malfoy o mais rápido possível. Riddle vasculhou o castelo rapidamente, calculando o quanto poderia demorar sem que Dippet notasse.

Não que o diretor notasse alguma coisa.

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Era obvio que a garota escondia alguma coisa, estava escrito por todo o rosto dela. Não podia negar que o sangue Gaunt corria em suas veias: Ela não era feia e repugnante como o pai, mas tinhas os espessos cabelos negros dele e os mesmos olhos cinza-esverdeados que o encararam com tanto nervosismo.

— Tom! — Abraxas largou a garota que o "acompanhava" — Você está bem?

— Hoje à noite — Passou pelo loiro, sabendo que ele entenderia — Srta. Brouillette — Cumprimentou ao passar pela garota.

Sosie Broullette sorriu e arrumou o cabelo castanho.

— Olá, Tom — Amaciou a voz.

Tom a ignorou e seguiu para a sala do diretor Dippet.

/////

Sonserina. Sabrina Gaunt foi colocada na Sonserina. Dippet encarregou Tom de acompanha-la por Hogsmead no dia seguinte, aceitou com um sorriso charmoso no rosto que deixaria todas as garotas aos seus pés, mas Sabrina Gaunt parecia imune a ele: Ela fez bico e virou a cara, um gesto infantil demais para uma Sonserina; mais estranho ainda pelo fato de que nenhuma garota resistia à Riddle.

Sabrina Gaunt o intrigava. E Tom Riddle não gostava de ser intrigado por uma mera garota. Sendo ela sua prima ou não.

Prima. Repetiu a palavra em sua cabeça algumas vezes enquanto seguia até a Sala Precisa, a ideia de um parente bruxo (ainda vivo e forte) lhe era estranha; será que ela lhe ajudaria se Tom se revelasse seu parente? Mulheres prezam muito os laços familiares... Não. Parecia um péssimo plano; a garota Gaunt obviamente não gostava dele. O sonserino não fazia a mínima ideia do por que. Seria o ódio por causa de seu sobrenome trouxa? Riddle não ariscaria, não confiava em Gaunt.

— Meus amigos —Tom cumprimentou-os ao entrar na sala — Espero que não tenham sido seguidos.

Os comensais negaram com murmúrios respeitosos.

— Chamei-os aqui para lhes dar uma noticia de primeira mão — Observou o sentimento de importância nos olhos deles — Uma refugiada vai se junta à Sonserina esse ano — Todos pareciam animados com a carne nova; principalmente Avery, ele parecia imaginar como a nova garota brincaria com seu “amiguinho” — Uma parente minha, Sabrina Gaunt.

— Sua parente, milorde? — Malfoy deu um passo à frente — Ela apoia a sua causa?

— Temo dizer que ela não foi convencida ainda — Mentiu — E não falem com ela sobre isso, mulheres são conhecidas por não reagir bem sob pressão.

Dizendo isso, dispensou-os.

/--/--/

Riddle observou um tanto surpreso, Gaunt se livrar da enfermeira com apenas algumas palavras e um sorriso gentil. Exatamente igual a ele. Acompanhou-a com os olhos escuros, notando o quão confiante ela guiava-se pelo castelo, como se o conhecesse há anos; Tom analisou-a atentamente, tudo nela era estranho, estrangeiro, como se viesse de um lugar de uma cultura totalmente diferente. O Sonserino não gostava do estranho sentimento que a garota fazia surgir nele, o estranho alarme no cérebro que parecia piscar perigosamente quando ela se aproximava ou ficava em seu campo de visão. Apitando como se sinalizasse um perigo iminente. Riddle revirou os olhos com irritação. Perigo?Nada (além de Dumbledore, por enquanto) representava uma ameaça ao jovem, brilhante e amado Tom Riddle.

Foi no momento que a viu dobrar a esquina do corredor que recomeçou a andar, acompanhando-a discretamente de longe, sentindo-se cada vez mais indignado com a total falta de capacidade do diretor de descobrir algo útil sobre ela, o velho perguntou apenas coisas bobas, nem mencionou o corte banhado em magia negra que ela carregava um pouco abaixo dos seios. Riddle sentia-se extremamente desgostoso em saber que alguém como Dippet assumiu um cargo tão importante como aquele; se Riddle pudesse escolher, jamais escolheria Dippet para o posto de diretor.

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O velho simplesmente não prestava.

Talvez devesse falar com Dumbledore... Ele não seria tão ineficiente quanto Dippet em seu interrogatório, mas, em compensação, Tom não poderia presencia-lo e isso estava fora de questão. Teria que descobrir os segredos dela sozinho, isso seria fácil, garotas não resistem seus sorrisos, só precisava se aproximar dela a ponto de quase se beijarem e pronto, ela confessaria todos os segredos só para beija-lo. Plano perfeito. Ou quase perfeito...

Sabrina Gaunt parecia odiá-lo. E isso era um problema.

Observou, estupefato, a garota que, supostamente, nunca colocara os pés em Hogwarts encontrar a passagem secreta da Bruxa de um olho só. Poucas pessoas sabiam daquela passagem, Morfino Gaunt não era uma delas, Tom vasculhara a mente dele antes de culpa-lo pela morte do pai e não viu nenhuma menção a essa passagem.

Então como ela sabia?

Esperou alguns minutos antes de segui-la pela passagem estreita, evitando se aproximar demais.

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Seguiu-a com olhar, vendo-a se esforçando para carregar a pilha de livros; permitiu um sorriso de escarnio se formar em seus lábios, lamentando ter que ajuda-la. Aproximou-se da Gaunt, colocando seu melhor sorriso nos lábios, tentaria o plano mais seguro. Sorria e faça-a lhe amar.

— Eu adoraria saber como você saiu de Hogwarts sem que quase ninguém lhe visse, Srta.Gaunt — Balançou a varinha, fazendo alguns dos livros voarem das mãos dela e flutuarem graciosamente atrás do sonserino — Seu ferimento pode acabar se abrindo se carregar muito peso — O moreno abriu um sorriso na tentativa de amaciar o mau humor dela — Permita-me ajuda-la — Retira mais alguns livros dos braços da bruxa.

— Não quero a sua ajuda, Riddle — Ela respondeu, passando direto por ele.

A súbita agressividade o paralisou por um tempo enquanto ela se afastava, encarou-a com sua máscara de indiferença, mas o sentimento incrédulo não o deixou à medida que se aproximou dela para tentar outra vez. Tom Riddle não é o tipo que desiste do que quer.

— Tem certeza, Srta. Gaunt? — Voltou a alcança-la — Uma dama não deve se esforçar mais do que consegue.

— Eu sou totalmente capaz de carregar peso, Riddle! — Sabrina pronunciou o sobrenome como se ele o enojasse.

O sonserino sentiu uma onda de raiva tomar conta de seu corpo, ninguém falava com ele daquele jeito, ninguém tinha o direito de esnoba-lo. Muito menos uma bastarda.Respirou fundo para se acalmar; conseguir informações, depois puni-la.Não ficou para trás, seguiu-a de perto até a porta da loja de roupas, percebendo que a irritação nos olhos de sua prima aumentava cada vez mais.

— Pode me deixar em paz? — Tom apenas encarou-a — Por Merlin!

Os olhos escuros do rapaz se fixaram no aviso colado na janela: Volto em 10 minutos.Perfeito. Abriu a porta para a garota entrar, ela aceitou relutantemente e ambos entraram na loja. A bastarda Gaunt largou os livros restantes em uma das cadeiras da loja e se sentou em outra, colocou a mão sobre o ferimento, seu rosto se contorceu de dor e Riddle não pode evitar um sorriso minúsculo de escarnio surgir no canto de seus lábios.

— Eu lhe avisei, senhorita — Disse num tom calmo, mas sem nenhuma da simpatia anterior — Deveria ter me escutado.

Ela não o responde, mas seus olhos esverdeados se fixam nele, ela encara-o e ele a encara de volta; tomou o olhar dela como interesse. Tentaria outra vez.

— O que tanto encara, senhorita? — Levantou uma sobrancelha.

{---/---}

Sabrina engoliu em seco, mil coisas passando por sua cabeça naquele momento, mas todas elas foram para o espaço quando Riddle se aproximou e, antes que pudesse reagir, segurou o queixo dela com uma das mãos e obrigou-a a encara-lo. Sabrina arregalou os olhos e sua respiração acelerou, a proximidade era desconcertante, tentou pensar em algo, mas seus pensamentos se perderam. Era como se ele fosse um tipo de droga.

Malditos hormônios.

Riddle aproximou ainda mais o rosto dos dois e, por um momento, a Gaunt se deixou entregar ao momento e desviou sua atenção para os lábios dele, foi nesse momento que sentiu uma pressão em sua mente, como se alguém tentasse invadi-la. Recobrou a razão, ergueu os escudos de Oclumência e empurrou Riddle com o máximo de força que possuía, fazendo-o se desequilibrar, mas não cair.

Tom Riddle nunca caia.

Voldemort a encarou novamente, seus olhos tingidos do profundo vermelho que assombrava seus pesadelos. Sabrina ofegou, sentindo a magia negra emanando dele quase sufoca-la, seu ferimento ardeu como se quisesse abrir para sentir melhor a magia que o criou, o gosto enferrujado de sangue lhe veio à boca e cuspiu uma pequena quantidade de sangue em direção a Voldemort, mas estava longe demais para acerta-lo. As írises vermelhas passaram do sangue para o rosto da garota, deixando todo o ódio visível através delas.

Os olhos são as portas da alma.

Que alma?Pensou, sentindo-se ainda mais amedrontada quando ele levou a mão até a varinha, mas o Lord das trevas não a puxou.

O barulho da porta se abrindo soou como o coro de anjos que guarda o Paraiso.

— Você está bem, Sabrina? — Riddle correu até ela com uma cara de preocupação convincente, seus olhos de volta ao normal — Eu disse que devíamos ter voltado ao castelo, você não está bem.

A confusão da Gaunt era evidente, mas a proprietária da loja pareceu mais do que satisfeita em acreditar na mentira de Riddle, dizendo que iria até Hogwarts para tirar as medidas dela.

— Eu aconselho a voltarem agora — Ela sorri amavelmente — Tome conta dessa jovem, Tom.

— Eu cuidarei, senhora — Da um sorriso galanteador, agarrando-se ao braço da prima com força — Devemos ir, Sabrina.

Ele acenou com a varinha e todos os livros começaram a segui-los assim que saíram da loja. Caminharam em silencio por algum tempo, a Gaunt permaneceu nervosa durante o trajeto, temendo que qualquer palavra desencadeasse a ira que presenciou mais cedo.

— Vamos deixar uma coisa bem clara, bastarda.— Riddle cuspiu a ultima palavra – Você vai ficar quietinha como uma mulher deve fazer — Ele a encara pelo canto do olho — E vai ser bem submissa — Um sorriso maldoso se formou em seus lábios — Eu odiaria lançar um crucio em alguém de sangue tão nobre.

Por hora, Sabrina apenas assentiu, não estava forte o bastante para resistir.

Teria que esperar.

E Riddle ia ver quem realmente será o submisso da relação.