— Levante-se.

A voz imponente do Comandante Supremo ordenou ao velho soldado, um comando que o fez se erguer da cama de imediato. Não que Vader precisasse chamá-lo, nem Cody estava disposto a erguer-se – se dependesse dele, não se levantaria -, mas o primeiro fazia uso da Força para manipular seus subordinados como fantoches, a seu bel-prazer. O talho na cabeça do clone ainda doía, mas já havia cicatrizado. Mais uma pra coleção, ele havia imaginado.

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— Bom dia, Comandante.

— Hoje atacaremos nosso inimigo. E espero que esteja em condições de liderar nossas tropas novamente.

Cody deu um muxoxo de impaciência.

— Algum problema, comandante? - indagou Vader. Ele riu secamente.

— Creio que você ainda não compreende a gravidade da situação, senhor. Nossos soldados são ineficazes contra os magos.

— Foram apenas debaixo de sua liderança, eu devo frisar.

— Não há tempo para insinuações de inferioridade. Devemos achar outra forma de combatê-los, de igual para igual.

Vader parou para pensar. Em uma situação comum, Cody não falaria daquela maneira com ele; e caso falasse, já estaria se debatendo no chão enquanto o ar não chegava a seus pulmões. Contudo, ele sabia, não era uma situação comum.

— O que sugere? - perguntou, por fim.

— O inimigo é versado em magia. Nossos soldados não. Mandá-los atacar um local cheio de bruxos teria o resultado inverso da Ordem 66: morte para todos eles. Precisamos ter o fator surpresa ao nosso lado. - O ciborgue assentiu. - E mesmo assim, não sabemos se na Mansão Malfoy existem dez ou mil bruxos. Independente dos números, se eles se adaptarem rapidamente ao nosso ataque, vamos perder; principalmente se Voldemort estiver com eles. As palavras-chave: Rapidez, precisão e surpresa. - Ele encarou o superior, que o fitava. - O que foi?

— Você é, de fato, um bom estrategista, devo admitir. Já tenho uma ideia de quem convocar… Mas tenho uma pergunta. - Com duas passadas, aproximou-se. A respiração mecânica ecoava no quarto, e a expressão de Vader era indecifrável por baixo do capacete, mas ele irradiava um ar de leve curiosidade.

— Como descobriu a identidade desse bruxo? O líder?

O soldado suou frio.

— Ele… invadiu minha mente, senhor.

— Invadiu, apenas?

— É o que presumo e espero…

— Para seu bem, comandante, espero que ele não tenha mais acesso à sua mente. Do contrário, você pode ser uma arma do inimigo… e serei forçado a eliminá-lo.

Não que te fosse pesar na consciência, pensou Cody, enquanto encarava seu capacete de detalhes amarelos.

— De fato. Não pesaria.

Com estas palavras, o Comandante Supremo saiu do quarto, deixando-o para se preparar para o ataque. Mas antes, estando fora da vista do clone, dirigiu-se à sala de comunicações. Se o batalhão não desse conta do inimigo, precisaria de alguém que desse. Ligou o comunicador, e um holograma surgiu sobre o projetor.

— Saudações, Lorde Vader. O que deseja?

— Venha para estas coordenadas. Traga os Irmãos com você.

Na outra ponta da mente de Cody, alguém sorria. Então eles sabiam como chegar até a mansão? Teriam uma boa surpresa quando chegassem.

— Rabicho – sibilou – reúna os Comensais. Teremos visitas.

Um homem baixo, trêmulo, puxou a manga do braço esquerdo e tocou a tatuagem que nele residia. Imediatamente, se contorceu de dor, enquanto a Marca Negra ardia como se em brasa para convocar a todos os seguidores do Lorde das Trevas; e com um sorriso macabro, Voldemort aparatou para o salão principal.

Lúcio já o aguardava, seus cabelos loiros arrumados.

— Milorde?

— Estão prestes a chegar.

Quase que instantaneamente, um Comensal surgiu. E outro. E outro. Um a um, eles chegavam, encapuzados e mascarados, na frente de seu senhor; e logo, todos se assentavam à mesa dos Malfoy.

— Dispam seus capuzes, meus comensais. E preparem-se para o ataque.

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Um enxame de murmúrios percorreu o salão. Sussurros ecoaram nos ouvidos do Lorde das Trevas, enquanto seus serventes paravam para absorver a chocante ideia de um ataque. Quem ousaria? Fomos descobertos? Será o Ministério? O bruxo aguardou pacientemente o burburinho morrer, e retornou com um quê de repulsa em seu tom macio.

— Por quê a surpresa? Deveriam estar ansiosos para lutar a meu lado novamente, não?

Silêncio sepulcral.

— Muito bem – retrucou Voldemort, suavemente – aqueles que estiverem realmente satisfeitos com meu retorno irão prová-lo na batalha. Nossos adversários não são do Ministério. Não são da Ordem da Fênix. Tampouco são bruxos, o que os torna completamente inferiores e desprezíveis. Trouxas de armadura branca, cujas armas são mais rudimentares do que uma confiável varinha. Vermes indignos de atenção – não fosse seu líder alguém que nunca encontrei igual.

— Milorde – alguém interrompeu, dando um passo à frente. - Será uma honra combater ao seu lado novamente.

Todos admiraram a bravura deste. Nunca fora excepcionalmente leal ao Lorde das Trevas, mas sempre combateu junto a ele… e desta vez, havia boas razões para fazê-lo.

— Observem. Sigam o exemplo de Travers… e preparem-se!

As árvores se partiram quando os veículos pousaram. O marchar das tropas ecoava pela floresta, passos ritmados se aproximavam de seu alvo. Andadores bípedes - os AT-APs – eram deixados na terra dura, estrondosamente, observados pelos olhos mecânicos do Comandante Supremo.

— Lorde Vader – chamou-lhe o oficial de alguns dias antes, Ormund – temos um contratempo.

— Diga-me – respondeu, sua inconfundível respiração mecânica soando.

— O terreno que buscamos desapareceu. As leituras não mentem – a residência que havíamos escaneado algumas horas atrás simplesmente não está ali.

— Tolice. Não há tal coisa como teletransportar uma habitação inteira para longe. Além disso…

O oficial não percebeu, mas o Sith fechou os olhos. Sondou na Força, em cada mente ali presente, buscando aquele que intimidara para ser seu informante. Tão longe… mas tão perto. E sentiu.

— Eles estão ali. Há uma ilusão de ótica e uma barreira de energia. Se tentarem atravessá-la, morrerão no ato… mas acho que posso resolver isso sozinho. Quando os inimigos chegarem, eliminem suas fileiras e baixem os números deles. A surpresa e a vantagem numérica não devem ser perdidas. Quantos homens temos?

— Dois mil, Comandante. - Cody se aproximou, tirando a poeira de seu capacete. - Podemos estar com a vantagem da maioria, ou não. Quem sabe quantos deles temos lá dentro?

Vader fez outra pausa. Cody e Ormund sentiram um arrepio na espinha.

— Dezoito bruxos… e o meu rival. Cody, dê o sinal. Hora de fazermos nosso avanço.

— Sim, senhor.

Com passos rápidos e outro arrepio, o clone se distanciou. Teve a impressão de ouvir, no fundo de sua mente, um sinistro riso reptiliano.

A passos firmes, a figura cibernética cruzou a orla da floresta e se deparou com uma extensa clareira. Uma área vazia, de sabe-se lá quantos hectares, abria-se diante dele. No entanto, sabia – sentia – o que se escondia ali. Novamente, fechou os olhos, e um farfalhar foi captado pelos sensores do elmo: bem à sua frente. Abriu os olhos. Uma figura encapuzada estava encarando-o, olhos cobertos por uma máscara.

— Ele está aqui. O Lorde já está ciente de sua pequena invasão.

— Está? - repetiu, apático. - Bom. Já era tempo de conhecê-lo e eliminá-lo.

Travers engoliu em seco. A segurança de seu algoz era algo que lhe admirava.

— Você tem muita coragem.

— Eu chamaria isso de misericórdia.

— Detesta mesmo a comunidade bruxa, não é?

Ele bufou.

— Não odeio seres inferiores, cuja existência me era desconhecida até pouco tempo atrás. Mas ao mesmo tempo, não me apiedo deles.

— Inferiores? Lembre-se de que seis de nós foram capazes de dizimar seu batalhão.

Vader controlou sua impaciência. Era questão de tempo até ele conseguir o que queria; era só mantê-lo falando.

— Você não foi tão petulante no beco. Seu mestre lhe ordenou que o fosse? - indagou, enquanto via o homem empalidecer – Ou é por causa do terreno? Estar em seu centro de comando, cercado de aliados, lhe dão uma sensação de segurança?

O Comensal suou frio. Nem Feitiços de Desilusão conseguiam enganá-lo?

— Ordene que abram alas. Ou me responsabilizarei por cada morte que ocorrer em suas fileiras.

Agora era a hora.

— Pode tentar.

Uma multidão de vozes ecoou em uníssono a maldição: Avada Kedavra!

Novamente, a mão cibernética nem precisou ser erguida. Os jatos esmeralda congelaram e voltaram a seu ponto de partida. Alguns deles tiveram sorte de aparatar antes de serem acertados, e outros não. E a ordem mental do ciborgue surtiu o efeito desejado imediatamente, com lasers surgindo da floresta e chovendo sobre os bruxos. Ele quase sorriu. A 501a não o decepcionaria.

A reviravolta foi quase inesperada, mas uma parte de si sabia que ele não viria sozinho. Voldemort girou a varinha nos dedos e observou enquanto os trouxas de branco surpreendiam seus lacaios. Uma pontada de fúria lhe veio. Como, como seres tão inferiores ousavam enfrentá-los? Não importava. Por mais incompetentes que alguns Comensais pudessem ser, o Lorde das Trevas acreditava em seu potencial. Afinal, eram trouxas. O que poderiam fazer?

Agora, Vader… Vader era deveras interessante. A falta de varinha era o que mais lhe surpreendia no homem de armadura negra. Algo poderoso se encontrava nele… e seus reflexos eram extraordinários. O bruxo sorria ao imaginar a queda de tal adversário. E que forma melhor de arrasar seus inimigos… senão brincar com sua mente?

Vejamos o que lhe dói, Vader… Revele seus segredos para mim.

Um ser alado o encarava. Voando a poucos metros do chão, olhando com raiva enquanto ele recolhia sucata do chão.

— E você não vai pra casa até terminar!

— Desculpa, Watto...

—Pro inferno com as desculpas! - berrou, enquanto puxava um chicote eletrificado de seu cinto.”

— Não.

O ataque à sua mente não passou despercebido. Uma força notável, que o deixou levemente desnorteado por alguns segundos. O fragmento de memória que deixara escapar o fragilizou por um momento – fraqueza. Tristeza. Raiva. Deveria ter matado aquele toydariano imundo em Tatooine. As lembranças o encharcavam – como ele ousava olhar sua mente? O bruxo pagaria. Ele iria...

Não. Vader se recompôs: agora, precisava de foco. Foco na batalha à frente. Foco na vitória eminente. E foco para encontrar e matar seu atrevido rival. Ele focou toda a energia que conseguia reunir, que sua privilegiada conexão com a Força lhe garantia, e a canalizou pela lâmina laser. Um estrondo se fez ouvir, enquanto os Feitiços de Proteção tentavam se fechar ao redor de uma área.

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Vader havia perfurado a barreira.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.