Utilidade para Máscaras

Capítulo I - Quando heróis não existem


“Então você pode me jogar aos lobos. Amanhã eu vou voltar líder de toda a alcatéia”

— Bring Me The Horizon, Thorne

Éramos como um gato e uma joaninha perseguindo borboletas. Por momentos em nossa caçada tivemos a chance de nos separar mas jamais o fizemos, exceto que agora não há mais o que procurar. Talvez soe melancólico o que digo, mas o gato e a joaninha nesses últimos quatro anos não se reuniram para nenhuma aventura nesse imenso jardim que Paris sempre foi.

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Me jogo no sofá do meu pequeno apartamento perto da faculdade, eu amava aquele lugar mesmo que sentisse falta do cheiro dos pães feitos todas as manhãs na padaria dos meus pais e da vista do meu antigo quarto :

— Que dia! — Tikki diz com doçura mesmo estando cansada.

— Concordo Tikki, ter que cruzar Paris em busca de tecido é uma coisa que está me traumatizando — dou risada enquanto procuro o controle para ligar a televisão.

— Não vai se arrumar para encontrar Alya? Hoje é dia de pizza na Ferdinando’s — a kwami cor de rosa rodopiou e me empurrou o controle.

— Mas estou tão cansada Tikki, — choraminguei ligando o aparelho — acho que Alya entenderá caso eu não vá.

E sem prestar atenção tentei enxergar a tevê através da pequena.

— Nada disso moça, é diferente dos outros dias, ou esqueceu que Nino voltou hoje dos Estados Unidos?

Bati a mão na testa e levantei suspirando, era inegável que ela estava certa e que se eu não aparecesse para comemorar Alya ficaria brava :

— Vou tomar um banho, fique de olho no jornal.

Ouvi a risada de Tikki enquanto entrava no banheiro, fazia tempo que Ladybug não atendia emergências pelo simples fato que elas não existiam mais.

***

O ônibus estava atrasado, e eu ficando com frio. Estava empacotada dentro de meu sobretudo mais grosso tentando escapar do vento gélido daquela noite.

[“Onde você está? — 19:43, Alya”.]

— Alya já está mandando mensagem, socorro Tikki, eu ainda tenho que pegar um metrô — converso olhando a rua procurando o ônibus.

— Nunca conte com transporte público Mari, principalmente alguém com fama de atrasada que nem você — recebo a resposta acompanhada de um riso vindo sonoramente abafada por minha bolsa.

Estava pronta para contestar a kwami que pela primeira vez na vida não era exatamente eu que estava atrasada quando um carro negro parou de frente para mim. Apertei meus lábios com força e quando o condutor desceu o vidro do carro senti uma mistura de nervosismo com espanto :

— Marinette?

— Adrien?

Incrivelmente lindo como sempre, de barba bem feita e cabelo bagunçado o Agreste não havia perdido o charme que tinha aos dezessete. Estava chocada.

— Está frio aí fora, quer uma carona?

— Não precisa se preocupar, um ônibus já deve estar vindo — droga por que estou negando carona?

— Os ônibus pararam mais cedo hoje em protesto Mari, e não me importo de te levar aonde você quer — seu sorriso foi como um sopro de nostalgia.

— Certo, eu aceito a carona — sussurrei em meio ao vento e ele destravou a porta do passageiro, minha tendência a negar a experiência de andar no carro de Adrien era nula.

— Para onde vamos então? — perguntou gentil saindo de volta ao trânsito de Paris.

— Bem, eu vou pegar um metrô para ir encontrar Alya — respondi desconfortável, não sabia se devia convidar o loiro para ir comigo.

— Alya também vai parar o Ferdinando’s, não é? Nino me convidou mas eu disse que não ia pois não sabia se teria tempo — queria dizer que não estava ficando hipnotizada, mas a Marinette do ensino médio que era apaixonada por o rapaz ao meu lado estava aflorando naquele momento.

— Sim, é pra lá que estou indo… — segurei a respiração — tem certeza que não vai ter tempo de ir? Quer dizer, eu posso mandar uma mensagem pra eles pegarem uma mesa com mais um lugar.

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O carro parou em um sinal vermelho, e ele olhou travesso para mim :

— Acha que eu não iria incomodar?

— Claro que não Adrien, somos todos amigos — dedico esse momento a todos que me zoaram por gaguejar na frente de Adrien, muito obrigada, eu sei que estou maravilhosa nesse momento.

— Então mande mensagem, vou para o Ferdinando’s comer a melhor pizza de Paris com meus amigos.