Aline narrando:

Fiquei na piscina por um tempo, tentando tirar aquela cena da minha cabeça, mas na verdade eu só pensava mais e mais naquilo. E tudo aquilo de "eu te amo" era mentira, afinal. Como eu tinha me permitido ficar tão idiota? No primeiro dia que eu o vi eu já sabia que ele era um canalha e mesmo assim eu me envolvi. Comecei a sentir as lágrimas, mas me recusei a chorar. Mergulhei novamente, com esperanças de tudo que eu estava sentindo passasse.

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Saí da piscina, me embrulhei numa toalha, prendi os cabelos e respirei fundo. Eu conseguiria ficar bem. Andei até o elevador e parei por um momento, lembrando novamente da cena. Até que eu estava feliz com a reação que eu tive: não fiz escândalo, não chorei... Agi normalmente. Tentei sorrir com esse pensamento, mas não deu certo. Desisti da minha encenação e entrei logo no elevador.

Cheguei até meu apartamento, chamei pela Laís, mas ela não estava. Melhor assim, não ia querer ninguém me encarando agora. Entrei no banho, e mesmo lá, não me permite chorar. Tinha feito uma promessa a mim mesma que não iria derramar lágrimas por quem não merecesse, e Harry definitivamente estava nessa lista.

Passei os olhos no calendário do meu lado: amanhã teria meu curso de francês. Me perguntei se conseguiria ir sem ter crises no meio do caminho e presumi que não. Eu iria faltar. Aproveitar o dia com as meninas pra comprar roupas, ou quem sabe até dormir o dia inteiro.

Senti meu celular vibrar, era uma mensagem de Zayn: “confirmo minha presença na festa, só não garanto que vou cantar” e pela primeira vez desde que vi aquela cena, eu sorri. Respondi a mensagem “se você não cantar eu falo pra todo mundo que desde pequeno você era obcecado por seu reflexo” e fui deitar.

Por hoje não queria mais saber de homem nenhum.

Harry narrando:

O que eu estava fazendo no apartamento daquela menina? Depois que Laís entrou, ela acabou com o clima e me fez cair na real. Eu estava a ponto de ir pra cama com uma garota que eu nem sabia direito o nome. Eu a conhecia da minha escola e sabia que ela morava aqui, mas era só isso. Nunca nem tinha falado com ela. Só sabia que era apaixonada por mim.

Eu até acreditava nela, ela sempre me perseguia na escola e era dois anos mais nova... Eu devia ser tipo um príncipe na cabeça dela. Provavelmente ela era virgem e estava esperando por mim. E eu quase fiz essa besteira, sem nem pensar nas consequências.

Agora estávamos os dois na cama, ela com a cabeça no meu peito, me abraçando como se eu fosse algo muito precioso, como se estivesse realizando o sonho dela. Enquanto tudo o que eu conseguia pensar era o quanto aquilo era desconfortável: ela não tinha o cheiro que Aline tinha, ela não me abraçava do jeito doce que Aline fazia e em vez de falar alguma besteira pra me fazer rir, ela simplesmente ficava em silêncio, esperando por mim. Que merda que eu tava fazendo ali?

- Vou embora. - avisei, me levantando e me vestindo.

- Por que? - ela perguntou triste - só porque a gente não...

- Não! Não é por isso... Eu só quero ir - respondi, mais irritado do que o normal.

- Mas fica aqui vai, ta tão bom.

- Bom pra quem? - perguntei grosso, mas me arrependi no mesmo momento que eu a vi com lágrimas escapando - desculpa... Mas não sei nem seu nome.

- É Camila...

- Então ta Camila, eu to indo.

- Então nós terminamos? - ela perguntou, quase num sussurro.

- Terminamos o que? Não temos nada!

- Mas...

- Escuta, não temos nada. Eu amo a Aline.

- Ama e quer transar comigo? Boa maneira de demonstrar - ela respondeu gritando e eu corri pra tapar a boca dela, ciente que os vizinhos do prédio ouviriam se ela gritasse mais.

- Não grita. Você vai na festa comigo sexta ok? Isso já ta ótimo pra você. Agora vai lá e conta pra todas as suas amiguinhas. - falei me levantando e indo embora.

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No caminho pra minha casa pensei no que ela tinha dito. Eu realmente tinha dado mancada com Aline, mas mesmo assim, ela nem pareceu ligar. Vai até dar uma festa! Será que eu que estava me iludindo, pensando que tinha chance com ela? De todo jeito, eu resolveria as coisas na festa.