Until Your Last Breath

Reconsiderando


Eles entram na casa com Coringa sob no ombro da Harleen, que estava ajudando ele a caminhar. Ela chegou a tocar sua pele gélida algumas vezes e ficou surpresa em como aquilo mexeu com ela.

— Tragam ele para o sofá. — Um dos homens chama a atenção deles

— Não, quero ir pro meu quarto. — Coringa ordena

Os homens se entreolham, nenhum deles jamais entraram naquele quarto.

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— Aonde ele é? — Harleen pergunta olhando para o Coringa

Ela insistia em falar com ele e não com seus homens.

— Por ali. — Ele indica e ela começa a andar

Seus homens abrem a porta e Harleen olha surpresa para o escritório dele, por mais bonito e elegante que seja, estava uma bagunça.

— É... Aqui? — Ela pergunta olhando ao redor

Ele indica com a cabeça a outra porta, ele estava suando frio e por incrível que pareça estava pálido, mais pálido. Precisava cuidar daquele ferimento, e logo.

Eles caminham até a porta e Coringa vê três homens se aproximando atrás deles.

— Não! Só ela! — Ele responde irritado

Os três se desanimam e dão as costas, saindo do escritório. Harleen se esforça para abrir uma das portas, apenas o bastante para passarem. Ela arregala os olhos frente ao quarto "normal" do assassino.

— O que esperava? — Ele diz observando sua surpresa

— Um pouco mais de correntes e foices, talvez um pouco sangue ou uns corpos. — Ela diz colocando ele na cama, ele sorri com o comentário

Ela olha ao redor mais uma vez, era tudo cinza e organizado, definitivamente não era um quarto que ela esperava ver. Ela tenta desatar o nó e Coringa rosna de dor, fazendo ela se afastar

— Eu cuido disso! Você não é nada delicada com as mãos, o que é muito decepcionante. — Ele diz afastando os panos

Ela ergue a sobrancelha com seu comentário, ele ignora.

— Vai precisar de pontos. — Ela avisa quando o sangue começa a escorrer pela ferida

— Acho que eu consigo me virar. — Ele diz convidando ela a sair

— Não, eu posso fazer isso, só preciso de algumas coisas.

— Não vou abaixar a guarda para você, se tentar alguma coisa...

— Não vou. Eu poderia ter ido embora mas não fui.

— Era mais que a sua obrigação matar aquele verme, foi tudo culpa sua. — Ele cospe as palavras para ela, que fica chateada com suas palavras

— Eu não...

— Fez sim, poderia ter buzinando mas não fez.

— Você poderia ter me deixando em casa e não deixou.

— Você poderia calar a boca antes que eu me irrite.

— Você poderia deixar eu costurar isso logo.

— Você poderia ir pegar as coisas logo e tirar essa cara da minha frente. — Ele diz se irritando

Ela se levanta imediatamente e sai do quarto, passa pelo escritório e pede a seus homens álcool, agulha, toalhas e curativos. Eles ficam um pouco receosos mas entregam tudo.

— Tem certeza que ele não precisa da gente? — O homem diz lhe entregando as toalhas

— Ele teria te avisado, não acha? — Harleen diz pegando as coisas

— Acho melhor você tomar cuidado com o que diz.

— É, você também.

Ela fecha a porta e caminha até o quarto do Coringa.

(...)

— Apenas pare de se mexer tanto! — Harleen pede

— Eu vou matar você! — Ele rosna com dor e raiva no olhar

— Eu estou tentando te ajudar! — Ela também aumenta a voz

— Parece que quer encontrar meu órgãos.

— Você não fica quieto!

— Você já fez isso antes?

— É claro que sim! — Ela assegura, ele se alivia um pouco — Em um cachorro...

— Agora chega! Dê o fora daqui agora! - Ele grita e ela se assusta

— Ninguém manda ser teimoso! — Ela grita de volta

Coringa acerta um tapa em seu rosto que produz um som alto, ela solta a agulha e o álcool e segura o rosto dolorido com a mão, ela sente o rosto queimando e os olhos se enchendo de água, Coringa a olha irritado.

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— Ninguém manda ser uma vadia!

Suas palavras doem mais do que o tapa, e as lágrimas começam a dar sinal de que iam sair. Ela se levanta da cama segurando o rosto prestes a chorar, ela só estava tentando ajudar! Um sentimento horrível a consome completamente.

— Harley — Ele a chama quando ela começa a andar, ela para na hora — Olha pra mim.

Ela se vira segurando o rosto, os olhos brilhando pelas lágrimas. Ele ergue o braço em sua direção, indicando para voltar.

— Eu exagerei, continua o curativo. — Ele diz firme mas sorridente, ela sabe que seria o máximo de um "pedido de desculpas" que ele iria dizer

Ela se alivia um pouco.

— Eu só queria ajudar. — Ela diz enxugando as lágrimas antes que elas caíssem

— Está doendo, seja rápida. — Ele a apressa a continuar

Ela corre para a cama de novo, se abaixando e pegando as coisas. O rosto de Coringa se contrai de dor e ela se sente mal por fazê-lo passar por isso, claro que esse tiro era culpa dela.

— Me desculpe, eu sei que foi minha culpa. — Ela diz se sentindo chateada

Coringa não responde, então ela apenas continua costurando. Ele não me desculpou— ela pensa em silêncio.

— Terminei — Ela diz colocando as coisas no pote com álcool

— Fique ciente que eu nunca mais tomarei um tiro por você de novo. — Ele diz e ela sorri por dentro quase demonstrando por fora

Ela se afasta e começa a recolher as coisas.

— Até amanhã. — Ela diz se levantando

Ele observa ela se afastar. Antes de sair, ainda de costas, Harleen dá um grande sorriso.

(...)

— Mmmmmm.

Harleen se espreguiça na cama, o quarto estava muito bem iluminado, parecia ser uma linda manhã hoje. Ela acorda com um sorriso ao se lembrar do que aconteceu ontem a noite, o modo como o Coringa ficou lá por ela. Ela abraça o travesseiro relembrando esses momentos.

Ela ignora o fato de que matou uma pessoa e levou um tapa no rosto e foi chamada de vadia, o que importava é que ele estava ferido por sua causa e ela sabia disso. Ela vai tomar um banho e vestir aquele vestido dos dias anteriores, ela até se permite cantar uma música enquanto se lavava.

Por mais que quisesse fugir, ela não tem nada lá fora lhe esperando, seu corpo lhe pedia para ficar, mesmo sendo completamente irracional, mesmo que tenha apenas um quarto e um banheiro, mesmo que ela tenha... Matado uma pessoa. Ela se lembra dos tiros e se lembra do corpo do homem no asfalto frio, talvez ele tivesse uma família, uma lágrima logo ameaça cair e um sentimento de culpa preenche todo o seu corpo e mente. Mas ela também se lembra que ele atirou no Coringa, que ela por um momento sentiu que o perdeu, que ela poderia ter encontrado seu corpo sem vida, uma lágrima de raiva desde e um sentimento de fúria preenche todo o seu corpo. Eu o mataria de novo.

Ela se troca e refaz seus curativos, sua pele estava começando a cicatrizar novamente. Ela bate na porta do quarto.

— Prisioneira faminta! — Ela anuncia batendo na porta

Em poucos minutos o homem avisa ela para se afastar e abre a porta, ele lhe entrega uma bandeja prateada com torradas e frutas, ela sorri e pela primeira vez, agradece.

Ela come metade e deixa o resto em cima da cama, ela caminha até a porta e bate novamente.

— Sim?

— Como ele está? — Ela diz encostando a mão na porta

— Bem.

— Ele não pediu para me ver? — Ela diz um pouco chateada

— Por que ele pediria? — Os olhos de Harleen se arregalam com a resposta

— Porque eu ajudei!

— Você causou

— VOCÊ É UM CRETINO!

— Mas eu estou desse lado da porta.

Os olhos da Harleen se enchem de lágrimas e ela dá um chute na porta. Não contente, ela chuta novamente morrendo de raiva e tristeza pelas palavras que ouviu.

— Fica quieta! Daqui a pouco o chefe vem aqui.

— ESTOU CONTANDO COM ISSO.

— Você não vai querer que ele levante da cama machucado e venha até aqui, acredite em mim.

Ela repensa o que estava fazendo e se afasta da porta. Mas que droga! Ela se joga na cama e começa a chorar baixo.

Nos andares abaixo, Coringa recebia uma mensagem interessante.

(...)

— Doida? — O homem que guarda seu quarto a chama batendo na porta

— Vai embora, eu não quero saber. — Harleen diz de barriga para cima na cama

— Parabéns, o chefe quer vê-la.

Ela arregala os olhos e se senta.

— O que?

— Então agora se interessa?

— Me leva. — Ela diz já de pé em direção da porta

Ele abre a porta e ela sai do cômodo sendo guiada pelo homem, pelo caminho ela estava indo ao escritório, ou seu quarto.
O homem para ao lado do escritório dele e ela faz questão de entrar, ele espera do lado de fora. Coringa está em uma grande cadeira atrás da mesa de madeira, agora Harleen observa o lugar com mais cuidado - e mais curiosidade.

— Sim? Você está bem? — Harleen diz se aproximando da mesa

Ele nada responde, apenas lhe estende um celular. Ela o pega em suas mãos e se trata de uma reportagem:

" ASSALTO A BANCO NACIONAL DE GOTHAM: DRA. QUINZEL AJUDA CORINGA MAIS UMA VEZ?
Na noite de ontem (19) O Banco Nacional de Gotham sofreu mais um assalto, dessa vez o responsável foi Coringa e sua gangue, mas o que surpreendeu os policiais foi entrarem a Dra. Harleen Quinzel ao lado do bando durante o assalto. A suspeita fuga de Coringa do Arkham Asylum contou com ajuda interna e agora temos uma confirmação de que a doutora participou da volta do Palhaço do Crime. Ao todo, 15 policiais civis foram mortos durante operação. Conforme a polícia, quase todos os envolvidos, ao todo dezenove pessoas, continuam foragidas. O policial que relatou os acontecimentos levou um tiro na perna e não corre risco de morte. Quinzel e Coringa continuam foragidos, eles atacarão de novo?"

— Isso é absurdo! — Harleen diz pasma

— Isso é maravilhoso! — Coringa diz rindo

— Eu não tive nada a ver com o que aconteceu.

— Não venha bancar a santa, querida. Você matou um homem. — Ele diz se levantando e recolhendo seu copo de whisky

— Mas... Eu não te ajudei a fugir do Arkham, nem sou sua cúmplice. — Ela diz colocando o celular na mesa

— Lógico que é, só te mostrei para você começar a encarar essa doce e distorcida realidade, love.

Harleen pensa no quanto aquilo era absurdo, por que logo desconfiariam dela? E por que assim que a viram, queriam prende-la? Algo não estava se encaixando.

— Sabe o que é estranho? Me reconhecerem e tentarem me prender, eles achavam que eu tinha te ajudado a fugir, você sabe alguma coisa sobre isso? — Ela diz se levantando

Ele está de costas para ela tomando seu whisky.

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— Se você está insinuando que eu deixei a sua bolsa em cima do corpo do diretor com minha ficha e um bilhete escrito "Eu e meu amor vamos nos divertir, desculpe pela bagunça" E uma marca de batom — Ele se vira — Você está certa.

— Você fez o que?! Por que?

— Se você fugisse seria pega pela polícia e eu te pegaria de volta, isso se chama estrategia do criminoso, meu amor.

— Ah claro, agora sou uma criminosa então?

— Exatamente isso. — Ele enche seu copo novamente

— Me deixe falar com eles, essa histór...

— Você matou uma pessoa, Harley! Você vai negar isso também?

— Mas eu fiz isso por sua causa!

— É, mas fez. Irá ser presa do mesmo jeito.

— Você... Não deixou o policial atirar em você para que eu atirasse nele... Não é?

— Isso é brilhante — Ele diz com certa surpresa — Mas não, infelizmente aconteceu por que você me distraiu. O que me lembra de perguntar, seu pulso já melhorou?

Ele sorri para ela.

— Não, as algemas me machucaram

— Droga. — Ele rosna e bate o copo na mesa

— Por que está me perguntando isso?

— Preciso descontar a raiva em alguma coisa, mas não posso arriscar que você morra.

— Você quer... Me bater?

— Até quase a morte, sim — Ele diz tomando do seu copo

— Mas não vai me matar...

— Está considerando? — Ele diz visualmente surpreso — Para alguém tão esperta você é bem burra.

— Vou considerar isso um elogio.

Harleen não está com medo, ela sabe que uma hora ele iria machucá-la mas não esperava que ele não queria que ela morresse. Por um momento ela quase se permitiu ser espancada por ele, o que fugia da maior racionalidade possível, mas absurda ainda do que ter matado aquele homem. Ela sente que está com sérios problemas.

— Acho que estou ficando louca. — Ela diz olhando para um ponto vazio

Coringa se aproxima dela, colocando as mãos dos dois lados de sua cabeça, o coração de Harleen acelera.

— Todos estamos, minha querida — Ele diz calmamente — Eu só queria dizer que não há mais para onde você fugir, seja o lado branco ou preto, você já está condenada. E eu te aconselho a sair desse cômodo, pois estou com muita vontade de atirar em você sendo que a culpa disso é sua. Só espero que esse maldito pulso sensível cicatrize rápido, não aguento mais te ver andando por ai inteira.

Ela estremece com suas palavras, mas não era de medo. Ela se sentia como se quisesse realmente se entregar a ele, como se estivesse disposta a ter sua pele, carne e ossos machucados sabendo que ele ia continuar cuidando dela.

— Você me machucaria? — Ela pergunta com a voz baixa

Ele aproxima o rosto de sua cabeça e sussurra em seu ouvido:

— Eu mataria você.