Patch estacionou o carro na garagem exatamente quando o relógio me mostrou oito horas. Essa noite ele iria tomar conta de Nina porque eu iria sair com Vee. Eu tinha comprado uma casa menor que a dos meus pais, mas o suficiente para nós duas. Ela ficava perto da de Scott, mas não tão perto da praia. Eu estava colocando os brincos de brilhantes e abri a porta. Patch estava deslumbrante como sempre enquanto descia do seu Jeep e desligava o rádio que tocava Highway to hell no último volume. Como sempre, ele vestia preto da cabeça aos pés e fazia uma roupa aparentemente simples parecer extremamente sexy.

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Ele me cumprimentou e entrou na casa. Ele já tinha vindo aqui algumas vezes nesses últimos dois meses para tomar conta de Nina por mim, mas sempre que vinha reclamava de alguma coisa. Reclamava que a casa era aberta demais, ou que eu tinha mudado alguma coisa. Patch pegou Nina do carrinho e sentou no sofá.

- Aonde você vai essa noite? – perguntou enquanto ligava a televisão.

- Vou sair com Vee. Devo chegar por volta das onze, então ela já vai estar dormindo.

- Você não está arrumada demais? – ele perguntou se referindo ao meu vestido preto, saltos agulhas e batom vermelho. Ele me olhava como se estivesse gostando do que via, mas queria que eu vestisse algo mais simples.

- Não. Como estou? – perguntei dando um giro 360°

- Você está linda – ele foi sincero.

- Obrigada. Tenho que ir – dei um beijo na testa da Nina, peguei meu casaco que estava na porta e sai.

Patch não insistia no assunto sobre nós e eu preferia assim. Eu o via duas vezes por semana, quando ele pegava Nina e a levava para sair, ou quando ficava com ela aqui mesmo. Ele estava se esforçando para ser um bom pai e eu valorizava isso. Essa noite ia ser a primeira que eu saia com Vee sem Scott ou meus pais. Nós iríamos comemorar que Scott tinha reparado nela de um jeito diferente e que tudo estivesse bom conosco.

Estacionei meu carro no meio fio da sua casa e ela entrou rapidamente. Ela vestia uma mini saia preta e uma blusa rosa. Seu salto parecia algum tipo de arma mortífera pronta para atacar.

- Então, vamos? – ela perguntou passando rímel nos cílios postiços.

- Vamos – respondi dando ré.

Nós fomos ao mesmo restaurante que Scott tinha nos levado na noite em que Patch voltou e parecia que aquilo tinha sido há uma eternidade. Estacionei no outro lado da rua e fiquei na fila para entrar no restaurante. Enquanto esperávamos, um homem loiro que me lembrou muito de Lucas veio conversar com a gente. Ele vestia um casaco caqui e calças pretas, era muito bonito e jovem.

- Aquele homem fica encarando você, talvez ele esteja interessado. – Vee disse entusiasmada.

- Vamos entrar – eu apontei para a hotess que nos indicava uma mesa.

- O que foi Nora? Só porque Patch está fora da jogada não quer dizer que você também está.

- Eu não quero ninguém agora.

- Olha, eu sei que isso é contra meus princípios e contra tudo que eu acredito, mas Patch é caído por você. Eu não gosto dele, acho que ele te magoou, mas ele ama você. Se você o ama, corra atrás dele. Eu vejo que ele está se esforçando para fazer tudo direito e provar que ele pode ser um cara decente, por mais que não aparente ser.

- Eu não sei Vee. Eu o amo, mas

- Mas o que? O que você está esperando? Vocês tiveram uma filha e ele largaria tudo para ficar com você. Dê uma chance a ele.

Eu podia ver que ela estava sendo sincera, por mais que eu não quisesse. Não conversamos mais sobre Patch pelo resto da noite e eu fiquei grata por isso. Quando terminamos de comer, vi no relógio que já eram quase onze e meia e Patch estava me esperando. Pedimos a conta e fomos embora.

Quando cheguei em casa, fiquei surpresa que já estava tudo apagado. Fui até o quarto de Nina e vi que ela dormia tranquilamente no berço. Chamei por Patch, mas ele não respondeu. Fui até a sala e o vi dormindo no sofá. Ele não vestia camiseta e sua calça de moletom xadrez estava abaixo da linha da cintura. Desviei o olhar e peguei um cobertor para cobri lo. Fui até a cozinha para beber água, e quando eu me virei para subir até o quarto levei um susto com Patch atrás de mim. Ele estava apoiado na bancada e ando devagar até mim. Passou as mãos na minha cintura e me puxou para perto. Aquele perfume de terra e hortelã me deixava tonta e eu não consegui afastá lo.

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- Se divertiu essa noite? – ele perguntou enquanto passava a ponta do nariz no meu pescoço.

- Aham. Como foi sua noite? – minha voz não foi mais que um sussurro. Suas mãos apertaram a minha cintura e ele me puxou para mais perto.

- Foi boa, mas está prestes a melhorar. – Patch me levantou e me sentou na bancada da pia. Envolvi sua cintura com as minhas pernas e não o afastei. Ele olhou nos meus olhos me beijou. No começo ele foi lento e paciente, mas depois foi rápido como se estivesse tentando recuperar o tempo perdido. Puxei seus cabelos e não pensei em nada.

Alguns segundos depois o meu celular começou a tocar com o toque da Vee e eu voltei à realidade. Empurrei Patch e ele me olhou confuso.

- Você precisa ir embora – sussurrei.

- Anjo – ele começou.

- Vá Patch – o empurrei.

- Sai comigo – ele estava sorrindo de novo.

- Não. – minha voz não continha nenhum ponto negativo.

- Te pegou sábado as sete. – Ele vestiu a camisa e saiu dando uma risadinha.