Unapologetic
The Plague
Francis se olhava no espelho enquanto ajeita a gravata branca. Hoje é o dia do seu casamento. Grandes coisas.
– E então? - Alison entra no quarto dele. - Está tudo certo?
– O que poderia não estar? - ele pergunta. - Pelo menos ela é bonita.
– Beleza não é tudo, Francis.
– Ela é bonita, gostosa, rica e é a herdeira do trono inglês. Para mim isso está de bom tamanho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Alison se aproxima do irmão e toca o seu ombro.
– Katerina não vem.
– Ótimo. Não preciso de nenhuma ex-namorada me pedindo para desistir.
A verdade era que ele estava um pouco aliviado. Tudo o que ele não desejava para Katerina era que ela tivesse que ver a consumação do casamento dele. Ele nunca iria querer que ela passasse pelo que Joffrey o fez passar no dia do casamento dela.
– Eu não sou nenhum ex-namorada, mas estou pedindo para você desistir.
Francis se surpreende.
– Como é?
– Você não precisa fazer isso, Francis. Você ama Katerina e sabe que ela também o ama. Você não precisa pedir para o perdoar e ela nem precisa fazer isso, tudo o que você precisa fazer é provar que o que você sentia por ela era real.
– E como você espera que eu faça isso?
– Se você não consegue provar que o seu amor é real, como é que eu posso dizer como você deve fazer isso? Simplesmente prove.
Francis pensa rapidamente no assunto, mas sabe que não pode fazer isso e que não vai fazer. Ele desapontaria o seu pai e além disso, se ele não se casasse com a herdeira da Inglaterra, com quem casaria? Katerina já está casada e a única maneira dela se casar de novo é se Erik morrer. Francis não sujaria as suas mãos de sangue com alguém como aquele mauricinho de merda.
– Para Hector ficar com o trono? - ele rosna. - Não, obrigado.
Alison balança a cabeça.
– Para você ser feliz - ela diz. - Hec não se importa com o trono e nem eu. Nós só queremos ser feliz e desejamos o mesmo para você.
Francis vira-se para a irmã e lhe dá um beijo na bochecha.
– Eu sou feliz pelo simples fato de existir - ele diz. - Com os Apátridas em Frömming é óbvio que uma revolução vai eclodir. Só o fato de estar longe de lá e vivo me satisfaz.
Só que isso não é verdade.
+++
– Você desistiu mesmo.
– O que eu poderia fazer? Sua irmã não quer me ver nem como Fabrizio e muito menos como Francis.
– É tão estranho ver você como loiro - Hana fala. - Você é mais bonito moreno.
– É porque você não se acostumou comigo assim.
– Tenho certeza que no seu tempo de solteiro chovia muito no seu terreno.
Francis dá risada.
– Ainda chove.
Ele lhe beija as costas da mão e se retira para o altar. Sua noiva está a caminho.
Para Francis tudo passou bem rápido. Teve toda aquela falação do padre, o sim, a troca de alianças e o beijo. Fim. Francis não via a hora de chegar a consumação não só pelo fato do sexo, mas porque ele estava louco para se jogar na cama e dormir.
– Está feliz agora? - Alison pergunta ao irmão.
– Estou bem - ele murmura. - É suficiente.
Mas é claro que não é.
+++
Joffrey está esperando o monitor piscar. Quando isso finalmente acontece, a imagem de Vincent aparece.
– Como está o nosso cientista?
– O mandamos de volta para o laboratório. A praga voltou a circular pelo norte.
– Eu preciso de alguns frascos daquela injeção para a memória.
– Problemas com a sobrinha de novo?
Joffrey balança a cabeça.
– É só uma precaução. Também preciso de alguns frascos daquela nova invenção dele...
– Os testes ainda não terminaram, Joffrey. Não é seguro.
– Desde quando você liga para o que é seguro?
– Eu não confio em Erik, Hana e nem na sua filha Rebekah - Joffrey fala. - Katerina ainda sente alguma coisa por você, caso contrário teria o mandado para Hülle.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ela não está muito longe disso.
– Erik é um cara mimado e paga pau de Heinz. Provavelmente o pai o fará se casar com alguma herdeira e a fará engravidar se algo acontecer a Katerina. Hana o odeia, Joffrey. Já Rebekah é tão manipulada pela mãe quanto Erik é pelo pai. Não podemos confiar nesses jovens.
– Sua filha foi para Las Mees com o filho de Robert - Joffrey fala. - Eles partiram há alguns dias.
Vincent fica sem reação por algum tempo, depois dá de ombros.
– Hillary vai perceber que o que está fazendo é uma grande loucura. Um dia ela voltará para casa e implorará o meu perdão. Eu a perdoarei, é claro. Hillary é minha filha. Minha herdeira.
– Christopher é uma criança ainda - Joffrey concorda. - A guerra está próxima, Vincent. Os Apátridas se espalharam pelo continente Manske em busca de apoio.
– Eles não conseguirão chegar ao norte, Joffrey. Para de agir como uma adolescente burra e apavorada - Vincent o repreende. - Eu não o disse que a praga está nas ruas? Quem quer que venha para o norte será infectado. Só as pessoas de minha confiança tem a cura. Mandarei um frasco para Frömming destinado a você caso precise me visitar.
Joffrey respira fundo e concorda.
– Tudo bem então. Conversaremos mais tarde.
Vincent desfaz a ligação sem se despedir, como sempre. Joffrey fica preocupado. Katerina pretende ir para o norte. Se essa praga estiver mesmo a solta... Katerina não vai sobreviver.
+++
Katerina beija Erik quando acorda. Ela tenta enrolar o lençol ao redor do corpo, mas Erik está enrolado demais nele para ela conseguir roubá-lo. Sendo assim, ela caminha nua até o banheiro.
Antes que possa abrir o chuveiro, ela sente braços a envolvendo. Braços fortes e masculinos. Ela fecha os olhos e encosta a cabeça no ombro de Erik.
– Que bom que você está aqui.
Erik passa a mão pela barriga de Katerina.
– Está crescendo - ele murmura no ouvido dela. - Não vejo a hora de ver o rostinho dessa criança. Ela será linda só pelo fato de ser sua.
Katerina não consegue deixar de sorrir, vira-se para ele e o beija.
– Eu não sei o que eu estou sentindo por você nesse momento, Erik - ela diz -, mas eu acho que algum dia isso poderá ser amor.
O loiro não consegue esconder o seu sorriso. O seu furinho no queixo o deixa mais fofo ainda. Katerina sente borboletas no estômago e não consegue desfazer o seu sorriso grande. Suas pernas bambeiam quando os dedos de Erik descem até a sua clavícula e todo o seu corpo treme quando ele deposita ali um beijo.
– Pois saiba que eu já amo você - ele se agacha e beija a barriga dela, pois a pega no colo e a leva até o chuveiro.
Katerina liga a água quente enquanto Erik não para de beijá-la nem por um segundo.
– Eu vou protegê-la junto com a minha vida - ele murmura. - Você e o nosso bebê.
Seu coração se enche de alegria ou ouvi-lo falar nosso. Erik ama tanto esse filho que Katerina chega a desejar que realmente seja dele.
Os dois tomam um banho demorado e juntos.
+++
– Dois meses foi o máximo que eu consegui adiantar - Ivna fala. - Rebekah se casará com Alek daqui dois meses. Esse tempo é ótimo.
– Está acontecendo muitos casamentos - Melanie repara. - Francis se casou ontem. Hoje é a coroação dele.
– Sim - Rebekah fala. - Em breve será a minha.
A confiança dela faz a morena sorrir.
– A convicção é algo bom, mas o mais importante agora é mantermos os nossos planos oculto dos outros. Ninguém deve saber até a hora certa. No dia do casamento de Rebekah e Alek revelaremos a verdade - Melanie fala. - Tudo certo?
– Não vejo a hora desse dia chegar - a filha de Joffrey fala.
– Será maravilhoso, querida - Ivna beija a testa da filha.
Depois de acertarem os últimos detalhes, eles se retiram da sala. Ivna pede para falar com Melanie.
– Ouvi Joffrey falando com Vincent. A praga está nas ruas.
Melanie quase cai para trás.
– Então é verdade...
– A situação está complicada em Haase, principalmente. Os setores pobres são os mais atingidos.
– Não deveria ser surpresa. Vincent não vale o caviar que come.
Melanie passa os dedos pelos cabelos.
– Eu tenho que ir para o norte.
– Melanie, nós precisamos de você aqui - Ivna fala. - Precisamos planejar como será depois da coroação de Rebekah. Precisamos nos comunicar.
– Eu tenho uma mãe lá, Ivna. Eu tenho um irmão doente, uma madrinha e... - ela olha para a mulher. - Eu tenho uma filha. Tenho certeza que você faria a mesma coisa por Rebekah.
Melanie vê os olhos de Ivna encherem de lágrimas. Ela assente com a cabeça. Duas. Três vezes.
– Eu entendo. Sim, sim. Eu entendo.
Ela olha para a adolescente na sua frente.
– Eu vejo muito de mim em você - ela sorri. - Talvez, quando tudo isso acabar, nós possamos ser amigas.
A diferença de idade é notável. Melanie poderia ser filha de Ivna, mas concordou com aquilo. Desde que chegou em Frömming, Ivna havia sido a pessoa mais hospitaleira do país com ela e com os Apátridas.
– Com certeza.
– Espere alguns dias. Vincent vai enviar um frasco da cura para Joffrey. Eu pego para você - Ivna fala tudo muito rápido. - Assim você pode ir para o norte em segurança.
Melanie concorda com a cabeça.
– Obrigada.
– E o seu namorado?
– Não é seguro para Josh. Eu conheço esses frascos. Há cura suficiente para apenas uma pessoa - Melanie sente as lágrimas escorrerem dos olhos. - Eu vou, mas eu volto. Será rápido, eu prometo.
Ivna lhe dá um rápido abraço.
– Me avise antes de partir. Por favor, não vá sem a cura. Você é a minha esperança de uma vida de reconhecimento para a minha filha.
Melanie concorda. Seu coração se aperta só de pensar no que está prestes a fazer. Ela terá que mentir para Josh, abandoná-lo.
Mais uma vez.
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