Capítulo 21

POV Blázio Zabini

– Não se preocupe, de agora em diante serei seu mais novo melhor amigo. Veja pelo lado bom. Mesmo que você não me queira por perto, acho que sou o único com quem você vai poder conversar sobre o Draco não é? Prometo ser um bom amigo.

– Não acredito muito nisso. Você é amigo dele, quem pode me garantir que não vai sair falando tudo?

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– Porque toda essa desconfiança? Ok, não fale então. Mas eu estarei aqui. A partir de hoje você pode contar comigo.

– Ok. Se você diz assim. Era só isso?

– Sim era só isso. Por enquanto. E bem, acho que passei a impressão errada sobre nossa conversa, mas você ainda vai me agradecer por isso.

Me despedi e deixei Hermione sozinha enquanto corria pra próxima aula.

Precisava achar o Draco antes de a aula começar.Aqueles olhares assassinos dele pro meu lado não eram nada bons. A próxima aula era História da Magia e essa aula nós tínhamos com o pessoal da Lufa-Lufa, desci as escadas com pressa e assim que cheguei no corredor da sala de aula vi Draco de mãos dadas com Pansy juntos com todo o nosso grupinho. Me olharam curiosos e Draco estava irado. Pansy logo começou a me zoar.

– Ora, ora. Quer dizer então que você tá correndo atrás de uma sangue-ruim Zabini?

– E se for? Continua não sendo da sua conta não é Pansy?

– Quer dizer então que você está mesmo? – perguntou Draco.

– Achei que você me conhecesse melhor.

– Acho que teremos que ter uma conversa séria.

– Sim. Concordo.

Assim que disse isso Binns chegou pra dar sua aula. Passei o dia inteiro sendo encarado e ouvindo as pessoas fuxicando a respeito da minha conversa com Hermione. Sabia que o jantar seria um inferno. Não poderia estar mais certo, assim que sentei a mesa na hora do jantar, fui rodeado por todos os terceiranistas que queriam me encher de perguntas.

– E então Zabini, quer dizer que você gosta das morenas? – Daphne foi a primeira a comentar.

– Na verdade não Daphne, prefiro as loiras como você.

– Então porque é que você tava de conversinha com a sangue-ruim da Granger? – ela continuou.

– Creio que isso diz respeito apenas a mim.

– Ora Blás, pra que todo esse mistério? Se você está afim da sangue-ruim basta dizer não é. Ninguém aqui vai julgar você.

– Não acredito muito nisso Pansy.

– Ora Zabini, não pode ser tão difícil dizer. Anda conta, o que é que tá rolando entre você e a Granger?

Nesse instante ouvimos o grito da própria Hermione.

– NADA!

O salão ficou em silêncio e todos encaram a morena. Olhei pra ela, acho que Potter e Weasley estavam dando a ela o mesmo interrogatório. Ela me viu, me encarou e depois virou-se de cabeça baixa pra mesa da Grifinória.

– Bem, acho que a Granger respondeu por mim.

Dito isso me levantei da mesa e fui pra comunal. Precisava me preparar pra conversa com Draco, ele havia passado o jantar todo prestando atenção ao interrogatório e me olhando com fúria assassina. Não precisei esperar muito, Draco devia ter saído da mesa logo atrás de mim porque mal me sentei em um dos sofás ele vinha chegando.

– Então é por isso que você queria que eu desistisse dela? Você está afim da MINHA HERMIONE? PENSEI QUE VOCÊ FOSSE MEU AMIGO! – disse me pegando pela camisa, pronto pra me enfiar um tremendo soco na cara.

– Draco quer parar de gritar? Eu sou seu amigo, não quero nada com ela cara, se acalma.

– Então que porra de bilhete foi aquele? – disse me empurrando de volta no sofá.

– Eu só tô tentando ficar amigo dela. Pra facilitar as coisas pra vocês dois. Ela nem tem com quem conversar sobre você e isso só piora a situação. Eu me ofereci pra ouvi-la quando ela precisar falar sobre você. Imagina se fosse contigo, afim dela e sem ninguém com quem você pudesse falar. Você explodiria cara, acho que é assim que ela se sente.

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– Ok tem razão. – disse se jogando no sofá ao lado. – Eu perdi a cabeça, é só que...

– Você gosta dela. Eu sei disso. Você tem direito de ter ciúmes.

– Não é tão simples Blás. Acho que você estava certo, acho que eu realmente a amo.

– Acha? Você ainda acha? Pelos deuses você não pode ser tão imbecil assim.– disse em tom de brincadeira.

– Hey quer parar? Eu tô falando sério.

– Eu sei. É só que, Draco você a ama. Sei que sente ciúmes e que quer ficar com ela, mas você sabe que ninguém deve desconfiar disso não sabe?

– Sei. É óbvio que eu sei por que diz isso?

– Porque você está deixando as pessoas perceberem. Quero dizer, não todas, mas a Pansy já notou que tem algo de estranho rolando entre vocês dois, você esbarrou na Hermi hoje de manhã e nem sequer a ofendeu, vocês trocam olhares cada vez que se encontram por aí e por Merlin essa sua atitude de hoje? Acha que todos são tão idiotas quanto a Pansy e não notaram seu ciúme?

– Eu não fiz nada disso. – Olhei pra ele com uma cara do tipo “Really?” – Ok, talvez a crise de ciúmes. – Continuei olhando com minha cara de incrédulo. – Tá eu sei, é só que, eu sempre fui um tremendo babaca com ela, não quero continuar sendo assim. Aliás, ter me apaixonado por ela me fez pensar em todas as coisas que fiz até hoje.

– Por isso você se afastou do Crabbe e do Goyle?

– Eles me lembram como eu era um mimado egoísta que se acha melhor que tudo e todos e pensa que manda no mundo.

– Você não era assim. – Foi a vez dele me olhar com a cara do “Really?”. Eu ri. – Ok cara, você era, mas tem que entender que você foi criado num mundo diferente do dela, e que seus pais tem uma visão diferente de certo e errado. Seus pais tem uma visão que muitos outros bruxos acham retrógrada e distorcida, mas pra eles é o certo. Você foi criado pra pensar assim, mas você tem uma escolha. Você não precisa ser como seus pais.

– Mas ainda não posso simplesmente dizer a eles que não concordo com isso.

– É. E é por isso que você precisa controlar suas emoções, caso contrário você coloca a Hermione em risco. Ou você realmente pensa que se seus pais descobrirem ela vai estar segura?

– Eu sei que não. Ok, eu vou me controlar.

– Relaxa cara. Eu vou ajudar vocês, eu juro.

Conversamos mais algum tempo sobre Hermione até que todos foram chegando do jantar e mudamos de assunto. Ficamos conversando com Marcos sobre o jogo de quadribol da Grifinória que seria no final de semana e depois fomos dormir.

***

Na manhã seguinte acabei acordando cedo, levantei da cama e saí do dormitório. Fui até a janela que dava pro lago negro e fiquei encarando a água, Draco e Hermione realmente se amavam e isso não era qualquer coisa. Nem eu entendia porque as coisas tinham que ser tão difíceis pra eles dois, num mundo ideal eles apenas, namorariam, depois se casariam e teriam filhos, e eu provavelmente seria o padrinho de casamento e o padrinho do filho deles. Quando subi pro café da manhã eu tinha apenas uma coisa em mente, eu faria isso acontecer.

Depois da primeira aula eu estava com sono por ter acordado tão cedo, então resolvi ir tirar um cochilo na biblioteca mas eu estava subindo as escadas quando vi Hermione vindo do primeiro andar, chorando. Desci e acabei esbarrando com ela.

Ela estava abalada porque finalmente havia se dado conta de que amava o Draco e não sentia mais nada pelo amiguinho Potter. Eu a consolei e fiz o que um amigo faria e logo depois que a deixei fui procurar o Draco, ele precisava saber que Hermione finalmente havia se rendido e precisávamos ver como resolver as coisas com Pansy.

Encontrei-o indo pra próxima aula, Pansy colada nele, fiz sinal de que precisávamos conversar e então entramos pra aula. Não consegui falar com ele o dia todo, Pansy realmente me queria longe e ficava sempre perto o que impossibilitava qualquer conversa séria com Draco.

Na hora do jantar assim que entrei percebi algo estranho. Hermione só estava com o cabeça de fósforo do Weasley ao seu lado e o ocludo parecia com raiva e estava sentado a metros de distância logo ao lado do Longbottom. Draco também percebeu e ficou curioso, olhou pra mim com uma cara de quem pergunta “O que aconteceu?” e eu apenas dei de ombros, afinal eu realmente não sabia o que estava acontecendo.

Depois do jantar Pansy não desgrudou do Draco até a hora em que foi dormir, como percebeu que não tinha como continuar nos impedindo de conversar ela se recolheu ao dormitório das meninas com o rosto vermelho de raiva. Como ainda tinha muita gente na comunal eu combinei com Draco de irmos nos preparar pra dormir e então voltar pra comunal pra podermos conversar em paz.

Tomei meu banho e o sono do dia todo quis me fazer cochilar, mas eu precisava dar as boas novas ao meu amigo então troquei de roupa e voltei ao salão comunal. Draco já me esperava sentado em uma das poltronas.

– E então. O que era que você tinha pra falar comigo? Parece que a Pansy está com ciúmes de você.

– Não exatamente - disse me sentando na poltrona ao lado - mas ela acha que quero separar vocês dois e por isso não me quer falando com você. Quem pode culpa-la né?

– Como se eu fosse terminar com ela por algo que você possa me dizer. – disse Draco rindo.

– Na verdade meu amigo. Acho que eu posso.

– Pode é? E o que em nome de Merlin você teria a me dizer que me faria largar a Pansy? Já tentou tantas vezes sem sucesso.

– É tem razão. Mas bem, devo ir devagar. Afinal o assunto lhe interessa.

– A única coisa que me interessa é a Hermione.

– Mas é dela que eu estou falando.

– Como assim? O que aconteceu com ela? Você por acaso sabe o porquê do Potter estar bravo?

– Não. Mas suspeito. Acho que é por minha causa. Ele não ficou nada feliz em saber que eu queria conversar com a Hermi. Talvez ele também esteja com ciúmes.

– E no que isso é bom? Se ele sente ciúmes isso é péssimo pra mim. Ela ainda sente algo por ele, ou foi o que ela disse. Se souber que ele está interessado eu vou perdê-la.

– Só que não meu amigo.

– O que?

– Eu falei com Hermi hoje de manhã. Lembra que fui matar aula na biblioteca?

– Sim. Encontrou ela lá?

– Não exatamente. Eu estava indo pra biblioteca quando a vi subindo as escadas chorando. Desci pra conversar com ela e descobri que ela estava assustada porque finalmente botou juízo na cabeça.

– O que quer dizer?

– Hermione percebeu que não sente nada pelo ocludo.

– Não?

– Não. Ela percebeu que te ama. E estava triste porque não sabia o que fazer.

– E o que é que você disse pra ela?

– Que eu iria fazer vocês ficarem juntos. Ela ficou falando da Pansy, mas convenhamos, você termina com ela em dois tempos.

Draco me olhava incrédulo, acho que em choque é o termo correto. Quase comecei a rir, mas me contive, afinal de contas depois de toda a luta dele pra fazer ela notar o que sente creio que até eu ficaria surpreso depois de descobrir que a ficha dela havia finalmente caído. Desviei o olhar pra janela que dava vista pro lago.

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– E então Draco, quando é que você vai terminar com a Pansy?

– Não vou.

– O que?

Me ajeitei na poltrona e olhei novamente pra ele, Draco estava agora com os cotovelos apoiados no joelho, as mãos cruzadas apoiando o queixo e olhava concentrado pro fogo na lareira a nossa frente.

– Exatamente o que você ouviu. Não vou terminar com a Pansy.

– Draco pelo amor de todos os deuses você ficou maluco?

– Não.

– Então porque é que você não vai largar ela? Por acaso pensa que a Hermione vai ficar com você e deixar você usar a Pansy como fachada pro namoro de vocês?

– Não.

– Então o que é que você pensa fazer?

– Eu só vou largar a Pansy quando eu tiver certeza que é a mim que a Hermione quer.

– O que? Draco, ela te ama. Ela me disse isso. Ela quer ficar com você cara.

– Que ela prove isso então.

– Como?

– Quero ela longe do Potter.

– Você só pode estar de brincadeira.

– Não, eu não estou. Nunca falei tão sério.

– Cara, ele é o melhor amigo dela.

– Um melhor amigo pelo qual ela era apaixonada e que pelo que você me disse pode estar afim dela.

– Draco isso é ciúmes, ela não pode simplesmente se afastar do Potter.

– Porque não?

– Eles são amigos. – disse dando ênfase a cada palavra.

– E o que importa? – ele disse virando pra olhar pra mim - Se ele estiver mesmo gostando dela ele vai tentar ficar com ela, e ela sentia algo por ele até pouco tempo atrás. Então quem me garante que a Hermione não vai voltar correndo pra ele assim que ele resolver tomar coragem e se declarar?

– Eu garanto.

– Como pode ter tanta certeza Blás?

– Como pode duvidar?

– Ela me deu um fora algumas semanas atrás e praticamente me deu outro essa semana também. Ou você esqueceu da conversa na torre?

– Ela não te deu um fora naquele dia.

– Não, só disse novamente que não ficava comigo porque ainda gostava dele. Se isso não é um fora não sei mais o que é.

– Ela estava confusa cara. Não está mais. Ela me disse que te ama. Você por acaso não confia mais no seu amigo aqui?

– Eu confio em você Blás. Não confio é nela.

– Para de ser teimoso cara.

– Ok. Que seja, ela pode ficar com o amiguinho cicatriz, mas eu ainda quero que ela prove que me ama antes de eu terminar com a Pansy.

– De que maneira?

– Não sei. Apenas quero ter certeza de que se eu entrar nessa eu não vou sair magoado de novo.

– Tá, eu contarei isso a ela. Não sei por que, mas eu tinha impressão de que não seria fácil fazer vocês ficarem juntos mesmo.