Capítulo 13

– Namorar a Pansy é de longe a coisa mais estúpida que você vai fazer em toda sua vida desde que nos conhecemos.

Blás tentava me convencer a continuar tentando alguma coisa com minha pequena sabe-tudo, mas eu já havia decidido que o melhor era tirá-la da cabeça. Eu andava apressado voltando pro interior de Hogwarts tomando o rumo das masmorras com Blás em meus calcanhares, sempre insistindo no quão errado era aquilo até a hora em que eu não consegui mais me conter.

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– Pro inferno com suas advertências Blázio Zabini! Eu já me cansei dessa sua história de tentar me ajudar com isso. Já lhe disse, está resolvido. Eu não preciso de você. – minha intenção não era magoá-lo, mas foi exatamente o que fiz.

– Ótimo Malfoy. Se não quer dar ouvidos ao seu melhor amigo então acho melhor se eu apenas o deixar em paz.

Blás virou-se para fazer o caminho de volta pra sair das masmorras, eu me arrependi do que disse no mesmo instante, mas meu orgulho dizia que eu não devia pedir desculpas. E pra falar a verdade eu sabia que logo resolveria as coisas com ele, eu disse aquilo apenas pra que ele parasse de falar sobre Hermione. Continuei meu caminho até entrar na sala comunal e ao entrar avistei Pansy sozinha, sentada em um dos sofás, tinha uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores na mão e parecia chateada. Me aproximei.

– Hey Pansy. Posso me sentar?

– Cai fora Draco.

– Ui, quanta frieza. Não vai me chamar de Draquinho. – senti um certo nojo, odiava aquele maldito apelido.

– Você não merece, por acaso se esqueceu como tem me tratado? Ultimamente você só tem me maltratado e ignorado. Agora quer que eu lhe receba de braços abertos? Não mesmo Malfoy. – meu sobrenome saiu de sua boca como um insulto.

– Olha Pansy, sei que você está magoada. Mas não foi essa minha intenção. Na verdade, eu estive pensando, e já tem algum tempo que penso nisso. O fato é que, bem... Pansy... quer ser minha namorada?

A reação dela não podia ter sido mais hilária, primeiro ela olhou pra mim com os olhos arregalados de surpresa, depois fez uma careta de desconfiança, então se levantou e fez menção de sair, voltou olhou bem em meus olhos, sentou-se novamente e ficou de boca aberta.

– Você... você... você... Draco você está realmente falando sério?

– Claro que sim, acha mesmo que eu iria brincar com isso? – Não, eu só quero que você me faça esquecer aquela maldita garota com sua juba castanha.

– Ah Draco. – disse pulando em cima de mim e me enchendo de beijos melosos – Draquinho, sim, sim. É claro que sim. Ah, não imagina o quanto esperei que você me pedisse isso. E agora você está realizando meus sonhos.

– Calma Pansy. Não é pra tanto. – disse afastando ela e fazendo com que se sentasse ao meu lado.

– Então seremos mesmo namorados?

– Já que você aceitou, sim. Somos.

– Draquinho – pulou em meu pescoço e me beijou.

Não era a mesma coisa, eu correspondi ao beijo dela, mas, era estranho. Não era como beijar Hermione. Pansy tinha, bem, não sei descrever o que tinha, na verdade é mais o que não tinha. Os lábios de Pansy não eram doces e macios como os de Hermione. Sua boca era mais fina e faltava a Pansy a inocência do beijo de Hermione. Pansy não apenas me beijava, ela passeava a mão pelo meu corpo, ela era cheia de uma malícia que Hermione não tinha. Hermione era pura demais, nas duas vezes em que nos beijamos ela parecia ter medo de encostar em mim e aquilo era uma das coisas que eu gostava nela, a inocência, a pureza.

Me afastei, Pansy estava sentada ao meu lado e parecia querer mais e mais beijos. Merlin isso não estava ajudando. Ao invés de esquecer a Granger eu ficava lembrando e comparando o beijo dela com o da Pansy. Maldição.

Pansy me olhava confusa. Peguei-a pelo braço e saí das masmorras. Ao chegarmos no lado de fora do castelo eu peguei a mão dela na minha e começamos a passear de mãos dadas. Eu queria que todos soubessem, queria que Hermione soubesse que eu não precisava dela.

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POV Hermione Granger

Ron e eu acabamos por ficar com uma das últimas carruagens, eu havia resolvido esperar Luna e Neville pra que pudéssemos ter uma companhia agradável ao invés de ter que dividir espaço com alguns sonserinos que também aguardavam lugares.

Nos acomodamos e viemos durante todo o caminho conversando sobre a visita ao povoado, Neville estava encantado com a Dedos de Mel tanto quanto Rony e Luna estava avoada como sempre, lendo seu exemplar d’O Pasquim com a revista de cabeça para baixo. Ron e Neville estavam tão empolgados que a maior parte do tempo eu apenas fiquei calada, observando as árvores que cercavam nosso caminho de volta e pensando, tentando decifrar meus sentimentos.

Assim que chegamos ao castelo vimos Harry nos esperando ele parecia feliz e aquilo também me deixou feliz. O que eu mais queria era a felicidade daqueles que eu amava, principalmente de Harry. Ainda não tinha entendido tudo o que eu estava sentindo, mas sabia que ainda amava Harry assim que o vi sorrir pra mim. Ele se aproximou e nos abraçou.

– E então, se divertiram?

– Sim. – disse Rony – Trouxemos alguns doces da Dedos de Mel pra você. Tem feijõezinhos de todos os sabores, sapos de chocolate e varinhas de alcaçuz.

– Preciso contar algumas coisas pra vocês. Vamos pra comunal?

– Claro Harry, Ron e eu vamos apenas nos despedir de Luna.

Nos despedimos de Luna e chamamos Neville pra voltarmos a comunal. Estávamos subindo as escadas quase chegando ao sétimo andar quando percebemos uma movimentação estranha. Percy, o monitor irmão de Rony tentava afastar os alunos. Abrimos caminho mais pra frente e vimos o que ele tentava esconder. O quadro da Mulher Gorda estava rasgado, quase como se garras gigantes tivessem arranhado a pintura tentando arrancá-la da parede. Alguns alunos começaram a nos empurrar para dar passagem ao diretor.

Dumbledore olhou o quadro com atenção e então virou-se para olhar em volta. Dirigiu-se ao zelador, Sr. Filch que havia chegado juntamente com ele.

– Sr. Filch, reúna todos os fantasmas. Faça com que procurem em todos os quadros do castelo até encontrarem a nossa adorável Dama Gorda.

– Não precisaremos dos fantasmas diretor. A Mulher Gorda está ali.

Filch tinha olhado atentamente todos os quadros próximos e parecia ter achado a Mulher Gorda escondida em um quadro que ficava no corredor do outro lado. Mal ele terminara de formular a frase todos os alunos correram na direção do quadro que ele apontava onde um imenso hipopótamo pastava, ignorando completamente as ordens dadas por Percy.

O diretor e o zelador acompanharam e abriram caminho até parar em frente ao quadro. Era possível ver a ponta das vestes da Mulher Gorda aparecendo por baixo da grande barriga do hipopótamo, a pobrezinha tremia como vara verde.

– Senhora. Senhora, quem lhe fez isso.

– Ah diretor. – disse em tom lamuriento – Foi ele, aquele maldito demônio. Ele apareceu aqui. Eu não o reconheci e ele insistia que precisava entrar no salão comunal. Eu disse que ele não entraria sem a senha e ele começou a ficar irritado. Quando finalmente o reconheci e ameacei soar um alarme ele veio pra cima de mim. Quase não tive tempo para fugir do quadro. Eu corri para cá e o vi cortar minha linda pintura. Eu fiquei com tanto medo. Depois ele correu, não vi para onde foi. Eu apenas queria que ele não me encontrasse.

– De quem a senhora está falando Dama Gorda? – o diretor parecia já saber ou suspeitar da resposta.

– Era ele diretor. Aquele de quem todos estão falando. Sirius Black.

Ao ouvir aquilo eu entrei em choque. Sirius Black, ele estava no castelo. E era mais do que óbvio que procurava por Harry, não havia outro motivo pra que ele quisesse entrar no salão. Ele planejava entrar e se esconder e matar Harry assim que ele aparecesse. Olhei pra Harry e Ron que estavam ao meu lado. Ron estava completamente apavorado, e o rosto feliz de Harry havia virado uma máscara sem emoções, eu não sabia o que se passava em sua mente. Ouvi o diretor dar algumas ordens.

– Sr. Filch, tranque todas as entradas do castelo, chame Minerva, Severo, Pomona e Fílio e mande que venham ter comigo. Vocês crianças, todos para o Grande Salão, providenciaremos tudo para que vocês sejam acomodados lá.

Minha cabeça não parava, eu pensava em todas as possibilidades. Como o Black havia entrado no castelo? Como ele havia passado por todos aqueles dementadores que guardavam as entradas? Será que ele havia conseguido sair ou estava ainda se escondendo em algum lugar esperando o melhor momento de atacar Harry?

Com a cabeça ocupada por esses pensamentos mal notei que já havíamos chegado até o Grande Salão. Sentamos na mesa da Grifinória e ficamos ali calados, todos os outros grifinórios estavam a nossa volta cochichando sobre o que havia acontecido e se fazendo algumas das mesmas perguntas que haviam passado pela minha cabeça.

Não demorou muito até vermos os alunos das outras casas chegando com seus monitores e ocupando suas mesas, os primeiros a chegar foram os corvinos, seu salão comunal era em uma torre no andar logo abaixo do nosso e a entrada era no quinto andar. Olhavam para nós sem entender nada e se iam sentando-se à mesa ao nosso lado. Os lufanos foram os próximos a entrar no salão vindo de seu salão comunal que ficava nos porões, próximo à cozinha. Estavam com a mesma cara confusa dos corvinos se perguntando o que havia acontecido, mas logo todos saberiam.

Faltavam apenas os sonserinos chegarem. De repente me vi preocupada com Draco. Sabia que Black provavelmente não o machucaria mas ainda assim me senti apreensiva. Quando os sonserinos começaram a entrar no salão eu vi Blázio Zabini passar de cara emburrada, ele deve ter sentido meu olhar sobre ele porque virou-se exatamente para o lugar onde eu estava. Me encarou e balançou a cabeça, depois foi sentar-se em algum lugar a mesa da Sonserina. Continuei procurando Draco no meio dos sonserinos que entravam quando o vi. Mas ele não estava sozinho, vinha de mãos dadas com Pansy Parkinson.

POV Draco Malfoy

Eu estava sentado no pátio de entrada aos beijos com Pansy. Céus, ainda não tinha uma hora desde que éramos namorados e eu já queria me livrar dela. Talvez não tivesse sido uma ideia tão boa afinal de contas. De repente notei que a professora McGonagall estava na porta chamando para dentro todos os alunos. Peguei a mão de Pansy e ela me disse para me juntar aos outros em nosso salão comunal. Eu não havia entendido nada, mas Minerva parecia preocupada e assim que entramos ela e o aborto que era nosso zelador fecharam as portas.

Quando chegamos a comunal estava completamente abarrotada com todos os alunos por ali. Nosso monitor dizia que tinha ordens do diretor para que após todos estivessem juntos seguirmos para o Grande Salão. Procurei por Blás no meio dos alunos e o vi encostado na lareira. Assim que me viu ele virou o rosto e se afastou até ficar fora da minha vista.

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Passados alguns minutos fomos levados para cima. Pansy não soltava minha mão para nada, não por medo ou por estar assustada, ela queria mesmo era mostrar pra todos que nós estávamos juntos. Fazia isso por orgulho. Muitas das meninas da escola caçoavam dela pelo fato de eu nunca ter lhe dado alguma atenção quanto aos seus sentimentos por mim. E era por isso que ela estava de cabeça erguida, ao meu lado e com a mão praticamente atada a minha.

Assim que entramos no Grande Salão senti que alguém me olhava, olhei em volta até perceber que era Hermione quem me encarava. Ela tinha no rosto uma máscara impassível, não demonstrava nenhuma emoção. Potter e Weasley estavam ao seu lado, ambos olhavam pras mãos e pareciam pensativos, mas ela continuava me encarando. Me esforcei e dei a ela o meu sorriso mais canalha e fui para meu lugar. Pansy sentou-se ao meu lado e agarrou meu braço, possessiva. Hermione não ficou indiferente a isso, ela baixou o rosto e começou a brincar com os dedos das mãos que estavam sobre a mesa. Será mesmo que ela estava com ciúmes? Pela reação parecia estar, mas, porque ela estaria com ciúmes? Ela havia escolhido ficar sofrendo calada com sua paixãozinha pelo ocludo não havia? Porque agora ela agia como se me ver com Pansy fosse tão ruim? Quer dizer, eu podia estar enganado e eu queria me convencer de que não estava, mas algo em mim não deixava. Maldita Hermione Granger, porque fui me apaixonar por você?