Capitulo 2

Minha mão tremia, e quando o major terminou de falar e se despediu eu desabei das minhas próprias pernas, abraçando meus joelhos e chorando. Frederick havia morrido. Imagens nossas passavam em minha cabeça, agora eu não tinha nem pai e nem mãe. Ambos foram levados de mim, eu não podia contar com mais ninguém. Meu deus, por que minha vida se tornou isso? Tudo o que eu mais queria era estar na nossa casa de veraneio com meus pais e Matt, minha mãe preparando uma de suas receitas de família e meu pai assistindo o canal de esportes enquanto eu deitava minha cabeça no seu colo. Minha família tinha ido embora sem dizer adeus. Só me deixando com mais lágrimas...Um sentimento de raiva me dominou, furiosamente levantei do chão gelado do banheiro e fui até a sala de estar, eu queria quebrar tudo. Por que eu? Por que meus pais?

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Durante meu acesso de raiva (5min de puro quebra-quebra), tenho certeza que um vazo carro de Atena e parte dos aviões de 2° guerra mundial de Frederick haviam sidos jogados no chão por uma “eu” com muita raiva misturada a lágrimas.

Sentei-me ao sofá olhando o cenário de destruição que eu causei, tamanha destruição que se comparava ao carro que em minhas mãos matou minha mãe. Talvez se eu não tivesse a matado, ela estaria aqui me consolando e eu consolando ela.

- Annabeth? – Perguntou Luke ao lado de Piper me observando ainda com as devidas roupas de dormir observando toda a bagunça agora espalhada na sala.

- Meu deus Annie, o que aconteceu? – Piper perguntou se sentando ao meu lado no sofá.

- Meu...pai.. – Dizia numa voz embargada de choro e falando bem devagar como se eu mesma quisesse me convencer – Ele morreu também, ele também...

Piper pôs um braço no meu ombro, não se tinha nada para falar, afinal, como se consola alguém que perdeu os pais em anos consecutivos?

Luke agachou se na minha frente e ponderou como se quisesse afirmar tudo para ele mesmo.

- Anne, você irá superar isso – Parecia que ele queria se convencer disso primeiro do que eu – Frederick era um ótimo pai, apesar de tudo, ele não gostaria de te ver chorando - Eu o interrompi:

- Você não sabe como doí Luke, todos que você ama, perder assim. Eu acordo um dia numa cama de hospital e recebo a noticia que minha mãe morreu – Eu passei a mão pelas minhas têmporas, minha cabeça doía tanto que parecia que carregava o peso dos céus – Eu aguentei todos perguntando se eu estava bem, aguentei o olhar de reprovação do meu pai, e na melhor oportunidade ele se ausentou, meu irmão foi para a faculdade e até agora as coisas estavam entrando no eixo – Eu desviei olhar para a porta, Frederick voltaria na próxima semana para o passeio em família, Matt deveria chegar hoje , será que ele já sabia que éramos órfãos?

- Nós íamos viajar e tudo ia ficar bem, Atena seria uma lembrança agradável, e não mais tão dolorosa quanto vem sendo desde sempre...Parece que perder minha mãe, agora, doí mais que antes...e..- Eu não consegui mais terminar, a frase se perdia no meu consciente dando lugar as lágrimas nos meus olhos. Annabeth Chase estava chorando em meio a duas pessoas, parece que não, mas isso era tão raro quando achar um trevo de quatro folhas no deserto, totalmente impossível.

- Piper, avise para Frida o que está acontecendo, ligue para os parentes mais próximos, Annabeth ainda é de menor com 16 anos, não pode morar sozinha – Ordenou Luke. Piper concordou com a cabeça e saiu deixando seu lugar para Luke sentar.

- Annabeth, você é minha melhor amiga, e você sabe disso, eu sei que você vai tentar se convencer que consegue enfrentar tudo isso sozinha, mas eu sempre vou estar aqui para te ajudar – Falou ele segurando minha mão e me olhando com carinho.

Eu olhava para estante quebrada enquanto ele olhava para o mim. Nada foi falado depois do acontecimento, Luke continuava a segurar a minha mão, agora a acariciando levemente por cima. A algum tempo atrás, quando eu tinha lá minha quedinhas por Luke, aquilo teria sido a coisa mais perfeita que teria me acontecido, mas nesse exato momento, tudo que eu queria era arrumar a bagunça que eu tinha feito com as coisas dos meus pais, e deixar tudo arrumado e bonitinho esperando eles voltarem. Antes, esperava Atena voltar a 1 anos, agora, também esperaria Frederick voltar, mesmo sabendo que isso nunca aconteceria, com nenhum dos dois, ainda me restava a esperança.

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Me levantei e fui catar a bagunça.

- Quer ajuda? – Luke perguntou levantando-se do sofá e se acomodou atrás de mim colocando uma mão no meu ombro.

- Não, você sabe que eu ainda consigo fazer isso sozinha – Disse não virando para trás e ajeitando o lugar correto do um avião que errei de posição, do jeito que meu pai gostava.

Eu o ouvi saindo enquanto arrumava a maior lembrança que tinha de Frederick no momento, umas pequenas peças de plástico que nunca simbolizaram quanto agora.

III

Annabeth observava o irmão pelo olho mágico da porta, Matt parecia feliz e despreocupado, afinal, ele ainda pensava que iram todos viajar para a França e tirar várias fotos como se tudo fosse normal. Annabeth não queria contar nada. Ela não sabia como contar ou o que dizer e muito menos quais palavras de consolo usar na hora que o irmão chorar. Ela era uma péssima mensageira, principalmente de tragédias então ela simplesmente fez o que qualquer escritor de livros de auto-ajuda recomendaria, criou um lema mental “- Somente conte a ele, Annabeth, e seja uma irmã de verdade” – E criou também o mais difícil, coragem.

Ela respirou a maior quantidade de ar que tinha ao seu redor e abriu a porta pesada de madeira. Ela deu um sorriso forçado à Matt que não fez cerimonias, simplesmente abraçou Annabeth como se não se vissem a muito tempo – O que era um fato- E ficou rodopiando a irmã caçula no ar demonstrando tanta felicidade que Annabeth se questionou se a faculdade era mesmo um lugar sério para estudos. E também mais força que da ultima vez que foi num parque e jogou num daqueles jogos de bater com o objetivo de soar o sino, detalher, o premio máximo era um urso, o que Matt ganhou foram miseras caixinhas de estalinho.

- Bebeth – Dizia ele só para provocar- Quanta saudade, minha chatinha- Ele disse finalmente pondo a irmã no chão e em sequencia empurrando a mala de rodinhas para dentro deixando para a irmã trazer.

- É ótimo estar em casa – Ele disse deixando um casaco marrom cáqui no cavalete e jogando a mochila que carregava em um só ombro – Num jeito que só ele achava que era descolado- No canto do chão do hall de entrada. Annabeth iria protestar, um fato era, dona Atena reclamaria muito se um dos filhos dela, ou se o marido, espalhasse qualquer coisa pela casa, de um sapato à uma mochila, do jeito que Matt estava fazendo, mas Annabeth preferiu não falar nada. Nesses tempos ela também não estava respeitando todas as regras da mãe. As notas abaixaram e o verbo dormir só era posto em pratica além das 2hrs da manhã.

- O velho já chegou? – Ele perguntou olhando para quase todos os cantos da casa como se quisesse confirmar se os bens da família estavam sendo bem cuidados – Cadê o vaso caro que mamãe tinha aqui? – Ele perguntou procurando a peça, Annabeth não disse nada – Passou pela cabeça falar que vendeu no Ebay- Até que Luke apareceu de supetão com um sorriso pacifico tentando ser amigável e com a mão estendida esperando por um aperto.

- Sinto muito cara- Disse Luke tentando prestar condolências – Que merda! – Annabeth pensava, Luke acabará de estragar toda preparação psicológica ( Que ela fazia nela mesma) para contar toda a bomba para Matt. “- Merda, Merda, Merda” Ela poderia fazer uma sinfonia de Vivaldi só falando a palavra merda, estava até entrando no ritmo.

Matt observou cada detalhe do loiro – Que ele basicamente considerava afeminado e pretensioso- Antes de apertar as mãos. E ele não apertou, deixando Luke num incrível vácuo com a mão estendida todo sem graça, que para disfarçar colocou a mão na cabeça.

- Também sinto- Ele disse revirando os olhos como se soubesse o que ele queria dizer com o “Sinto muito cara” – O que faz já cedo na minha casa, Castellan? – Começo Matt, já querendo implicar com Luke. Esses dois não se davam bem. Annabeth nunca soube o porquê, talvez alguma rixa de crianças, mas eles nunca foram amigos. Se Matt enchia Annabeth, a Luke ele infernizava tanto que fazia o diabo se sentir amador.

Após essa pergunta ninguém disse nada, e ninguém falava nada, Matt percebeu. Algo estava errado.

Assim que Annabeth lançou um olhar furioso para Luke quando ele deu as condolências à Matt ele percebeu que ela ainda não havia contado e ele se tocou que tinha feita merda.

- Que diabos está acontecendo? – Perguntou Matt bem objetivo e impaciente se sentando no sofá depois de longos minutos em silêncio, se preparando para ouvir uma longa história. Afinal, aquele clima de tensão tinha que ter um motivo!

Matt tentou estudar a expressão de Annabeth, ela tinha cara de quem esteve chorando à poucos minutos, e com Luke já cedo na casa dos Chase? Isso não cheirava coisa boa...principalmente quando Frederick estava longe... Uma ideia remota passou pela cabeça de Matt “-Meu deus” ele pensou logo em seguida.

- Luke, o que você fez para minha irmã? – Ele disse já alterando a voz – Não me diga que durante esse tempo com papai fora vocês...fizeram, aí meu deus – Disse Matt com a mão na boca – Eu sou novo demais para ser tio Annabeth! Deveriam ter usado proteção – Matt andava de um lado para o outro, ele havia notado o saliente volume na barriga de Annabeth quando chegou, mas nunca chegaria a uma conclusão que sua irmã estaria grávida, muito menos que ela já não era mais “pura”. Uma repulsa passava em sua mente imaginando Annabeth fazendo tudo que ele fazia com a namorada, Reyna, em quatro paredes. Principalmente quando esse alguém era Luke Castellan. Uma vontade enorme de matar um certo Castellan brotou no peito do mais velho Chase.

- Não é isso Matt- Disse rapidamente Annabeth entendendo aonde o irmão quis chegar. Certo pensamento estranhamente pervertido passou por sua cabeça, mas tão logo quanto veio Annabeth fez o máximo de esforço para sair.

Ela já sabia por onde começar, e como contar ao irmão que o pai morreu. Ela deu um olhar no melhor estilo de “meta o pé” para Luke que bateu em retirada para a cozinha, lugar onde Piper também estava. Ela tinha falado em dar uma ligação muito importante, e então, até agora era isso que Piper estava fazendo na cozinha, Annabeth só torcia que ela não ficasse muito no telefone para que a conta não venha cara.

A Chase mais nova se sentou e fez um singelo movimento para que o irmão também se sentasse.

- Temos muito que conversar – Annabeth hesitou passando a mão nas têmporas, ela tinha que fazer isso. Não só por ela, mas por Frederick Chase.