- Não...! – Foi a única coisa que Hinata conseguiu pronunciar naquele momento.

Ela não devia ter escutado direito. Ela devia estar enganada. Ela precisava estar enganada. Aquela frase ainda ecoava em sua mente “... Eu tive que matar a sua mãe!”. Aquilo era como uma faca, sendo enfiada cada vez mais em seu coração.

Era difícil de acredita que, minutos atrás, ela estava vivendo um lindo conto de fadas, com direito a um lindo príncipe encantado e a uma fiel escudeira que não sabe o melhor momento para calar a boca e de repente, mergulhara no pior de seus pesadelos, só que dessa vez, era real.

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- Não é possível, você me disse que ela não aguentou as consequências do parto da Hanabi. Disse que ela morrera horas depois! Como você pôde nos enganar dessa maneira?! - A lembrança da última vez que vira sua mãe veio à mente de Hinata.

Flash Back ON

-Vocês já estão liberados para entrar. – A enfermeira apareceu na sala de espera, fazendo uma garotinha de olhos perolados se levantar eufórica.

- Vamos papai! – Hinata já puxava Hiashi pelo braço.

Eles chegaram em frente ao quarto 713 (P.S. Se você gosta de Harry Potter, esse número lhe será familiar...). Hinata abriu a porta e deparou – se com uma linda mulher de olhos iguais aos dela e de cabelos compridos azuis, segurando uma menina recém - nascida, deitada na cama do quarto.

- Okaa – san! – Hinata chegou perto da cama. – Como está se sentindo?

- Melhor impossível. – Respondeu a mulher sorrindo.

- Então essa é a Hanabi? – Hinata perguntou olhando para a irmãzinha.

- Hanabi? – Hani perguntou para Hinata, olhando para Hiashi, que estava no canto do quarto, sorrindo. Ele apenas encolheu os ombros, mostrando não saber do que a filha estava falando. – Esse é o nome que você quer dar pra sua irmã?

- Sim! Pode ser?– Hinata respondeu.

- Hanabi... É um lindo nome minha princesa – Falou ela olhando para Hinata. – Então dê as boas vindas para sua irmã Hyuuga Hanabi!

Hinata estava com um sorriso de orelha a orelha.Olhava as irmãzinha com a admiração de uma guria que olha a nova boneca Barbie. Hiashi tirara o sorriso do rosto e estava com uma expressão indecifrável.

- Hiashi que posso falar em particular com a nossa filha?- Pediu a mulher do líder Hyuuga.

Ele apenas assentiu meio confuso e saiu da sala, olhando meio desconfiado para sua esposa. Foi então que Hani olhou séria para Hinata e falou já com lágrimas nos olhos:

- Minha princesinha, me escute. Quero que me prometa que será forte e que vai se cuidar, ok? Você e sua irmã são as coisas mais preciosas que eu tenho e as amo mais do que tudo nessa vida. Nunca se esqueça disso.

-Aconteceu alguma coisa okaa - san? – A pequena Hyuuga perguntou.

- Não meu amor, não aconteceu nada, só me prometa, por favor.

- Eu prometo... - A garota foi interrompida por um médico e dois enfermeiros que entraram no quarto.

- Desculpe senhora, mas precisamos fazer alguns exames. Preciso que suas filhas saiam.

Hani beijou Hanabi na testa e sussurou para o bebê, de maneira que só Hinata ouvisse “Eu te amo minha pequena estrela...”. Um dos enfermeiros, que também era um Hyuuga, pegou Hanabi e saiu em direção ao berçário, enquanto os outros dois se preparavam para mover a cama de Hani para outra sala.

A mãe de Hinata a chamou para um abraço e Hinata pôde sentir gotas molharem a fina camiseta que ela usava.

- Eu te amo minha princesa... – Foi a última coisa que ela ouviu de sua mãe.

O médico pediu que Hinata saísse da sala. Ela foi em direção à porta, e antes de sair olhou mais uma vez para sua mãe, que lhe mandou um beijo e sorriu. Mal sabia Hinata que essa seria a última vez que veria sua mãe, ou pelo menos a última vez que a veria viva.

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Flash Back OFF

Hanabi parecia capaz de pronunciar uma palavra. Hinata olhou para a irmã, que parecia petrificada. A Hyuuga mais velha finalmente se pronunciou:

- V-você é doente! Mentiu para nós. Nós temos o direito de saber a verdade!

Pela primeira vez, Hiashi hesitou e mais uma lágrima escapou de seus olhos, o que deixou Hinata intrigada por um instante, mas logo Hiashi retomou sua expressão séria e fria.

- Pois bem. Que assim seja! Sentem – se! – Hiashi ordenou.

- Eu to muito bem em pé! Com certeza o pior eu já ouvi. – Hinata se mantinha séria, apesar das lágrimas escorrendo por seu rosto.

Hiashi olhou – a irritado e começou seu relato.

- Bom, quando eu vi o rumo que a futura líder do clã, ou seja, você estava tomando, eu tive que tomar uma providência. Uma que fosse eficaz e rápida. E como se deve eliminar o mal pela raiz, a solução, como vocês acabaram de tomar consciência, foi assassinar sua mãe.

Hanabi ouvia cada palavra horrorizada e Hinata abraçou a pequena, que recomeçara a chorar.

-... Depois de conversar com os conselheiros, decidimos que o melhor momento para fazer tudo era após o parto de Hanabi. Esse foi o motivo de exigirmos médicos do clã para o procedimento. Assim que sua irmã nasceu, você foi ver sua mãe, lembra? – Hinata apenas o olhava, ignorando seu questionamento. – Você deve se lembrar também que logo depois ela teve que fazer uns exames...

- Desgraçados...! – Hinata começara a entender o rumo daquela história. – Exames coisa nenhuma não é? Vocês a levaram, como um porco para o abate!

- Realmente. Os exames não passaram de uma ridícula desculpa. Levamos sua mãe para uma outra sala. Ela estava bem confusa. Eu expliquei todos os motivos para o que estávamos prestes a fazer. A última coisa que ela falou foi: “Eu te amo Hiashi. Por favor, não faça isso!” Logo após ela dizer isso eu cravei uma katana em seu coração. Bom o resto não é surpresa pra você. E se serve de consolo, foi uma morte rápida. - Hiashi terminara seu relato.

Hinata sem dizer absolutamente nada, foi na direção do seu quarto. Deixando Hanabi na sala, completamente apavorada e confusa.

- O que pensa que está fazendo? – Hiashi retrucou para a filha.

- Eu cansei disso. Não vou viver no mesmo teto que um assassino como você. Vou embora desse lixo de clã! – Hinata não se deu ao trabalho de parar de caminhar. Hanabi foi de atrás da irmã.

Hinata chegou ao seu quarto e pegou sua mochila. Hanabi apareceu na porta.

- Nee – chan, eu quero ir com você! – A garota suplicava.

- Hanabi, me escuta, eu não tenho muito dinheiro, nem sei pra onde vou. Mas eu prometo, assim que tudo se ajeitar, eu volto pra te buscar! Você sabe que eu jamais te deixaria aqui, caso não quisesse. – Hinata estava com o coração em plena agonia por ver sua irmã naquele estado. A pequena que era sempre tão alegre e esperta, agora tinha uma expressão de pura dor.

- Como não tem dinheiro?! Você vinha guardando todo o dinheiro que ganhava com as missões! – Retrucou Hanabi.

- Eu sei Hanabi, mas eu gastei quase tudo quando eu reformei o seu quarto como seu presente de aniversário, lembra?

Hanabi não respondeu. Ela sabia que era verdade. Sua irmã reformara todo o seu quarto há algum tempo atrás. Vencida, preferiu apenas observar a irmã arrumar a mochila. Hinata abriu o guarda - roupa e pegou algumas roupas e suas coisas ninjas, foi ao banheiro e apanhou alguns produtos de higiene. Voltou ao guarda - roupa, abriu - o e retirou um fundo falso, revelando um pequeno cofre na parede com aquela "tranca" giratória de senha. Ela colocou a combinação certa e o cofre se abriu, revelando um maço de dinheiro e um álbum de fotografias. Ela pegou o dinheiro e contou - o.

"1000 Ryo (Aproximadamente 225 reais). Espero que dê..." Pensou, enquanto guardava o dinheiro em sua carteira.

Ela pegou o seu álbum de fotografias e abriu – o. Viu uma foto sua recém-formada como ninja, exibindo com orgulho sua bandana. Outra foto abraçada com sua irmã que estava fazendo guampinha em sua cabeça, fotos com seu pai e sua mãe e uma outra foto de Naruto logo após o término da guerra, todo machucado, mas ainda sim sorridente. Um pequeno sorriso se formou eu seus lábios.

Ela colocou o álbum na mochila, fechou – a e colocou nas costas. Ela sentou na cama como se estivesse se preparando para o que viria a seguir e Hanabi chegou mais perto da irmã, abraçando Hinata logo em seguida.

- Você é muito forte nee – chan, de todas as maneiras possíveis. Jamais deixem dizer o contrário. – Hanabi falou, arrancando lágrimas de sua irmã mais velha.

- Seja forte pequena! - Foi a única coisa que Hinata conseguiu dizer naquele momento.

As duas ficaram assim por um tempo, apenas aproveitando aquele momento. Quando se soltaram, Hinata falou:

- Bom, eu acho que vou indo. – Hinata se levando e saiu do quarto, seguida por Hanabi

Elas desceram as escadas e voltaram à sala. Seu pai continuava lá, e quando notou as filhas descerem e irem na direção da porta, ele se pôs na frente de Hinata, impedindo sua passagem.

- Você não vai a lugar nenhum. – Ele falou irritado.

- Sai da frente. - Hinata falou firme, olhando nos olhos de Hiashi.

- Chega dessa rebeldia inútil. Largue essa mochila e vá para o seu quarto, ou você...

Hinata ativou o Byakugan e antes que Hiashi pudesse terminar a frase ou pensar em se defender, dois leões de chakra se formaram nas mãos enfaixadas de Hinata, o que fez suas mãos doerem um pouco, e ela atacou seu pai no tórax.

- Juhho Soshiken! – Hinata gritou em plenos pulmões.

O pai de Hinata, com a potência do ataque, foi jogado contra a porta da frente que se quebrou, fazendo - o cair no pátio da frente.

- Eu disse pra sair da minha frente! - Hinata apareceu na porta.

- Hiashi - sama!!! - Neji surgiu do nada, correndo para ajudar o líder Hyuuga. Logo atrás do rapaz, estava um antigo amigo de Neji, Matsunaga Egarashi, um jounin de mais ou menos 35 anos, com os cabelos pretos e arrepiados e olhos cor – de - mel. - Hinata - sama, o que aconteceu? Por que fez isso?

A essa altura, algumas pessoas que passavam na rua já paravam para assistir a ceninha que se desenrolava no clã Hyuuga (que estava com o portão aberto, sabe – se lá porque) e alguns membros do clã saíam de suas casas curiosos para ver o que estava acontecendo e por que o líder de um clã tão respeitado estava caído no chão como um qualquer.

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- Neji –nii- san, pergunte ao seu querido líder Hyuuga, como foi que a esposa dele morreu, ou melhor, como ele matou sua esposa. Talvez isso te explique alguma coisa. - Ela disse relativamente alto, para que todos que estavam por perto pudessem ouvir e se virou para Egarashi. - Boa noite Egarashi - san.

Hiashi continuava caído no chão, gemendo e Neji arregalara os olhos.

- B-boa noite Hinata - san. – O homem a olhava assustado.

Hinata deu um beijo na irmã e foi na direção do portão do clã, passando por muitos Hyuugas confusos e deixando Hiashi atirado no chão com as mãos na parte atingida pelo golpe da filha e Hanabi chorando na porta.

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Hinata estava caminhando fazia 15 minutos. Ela caminhava calmamente, sem saber exatamente para onde ir. Sua mão ainda ardia um pouco e sua cabeça não a estava ajudando a pensar direito. Quando se deu por conta, estava já no centro de Konoha, bastante cheio e iluminado. Olhou para um relógio que estava em uma barraca de dango: 22h40min. Apesar de ser tarde, ainda havia muitas pessoas nas ruas. Jovens ninjas aproveitavam suas folgas, famílias se divertiam juntas e casais apaixonados trocavam juras de amor (Nossa que frase mais clichê!). Ela suspirou.

“Droga! Faço o que agora?”

Ela decidiu parar em algum lugar para pensar em que rumo tomar. Viu uma lanchonete logo à frente. Foi até lá. O lugar estava bem cheio para aquela hora do noite, com muitas famílias e poucos ninjas. Ela entrou e achou uma mesa vaga perto da porta. Sentou – se ali e pediu um café preto para a garçonete.

“Eu preciso achar um lugar para dormir. Espero que dê pra pagar um hotel com esse dinheiro.”

O café chegou e Hinata tomou um gole.

“Amanhã vou falar com a Hokage. Explico o que aconteceu e peço para ser enviada em algumas missões. Talvez dê pra me sustentar e alugar um lugar pra ficar.”

Hinata suspirou. Foi o melhor plano em que conseguira pensar, o que era um grande avanço, levando em consideração que há algum tempo atrás ela descobrira que seu pai era um assassino, e pior, o assassino de sua mãe. Após alguns minutos ela decidiu sair à procura de um hotel e foi na direção do caixa. Estava tirando dinheiro da carteira para pagar, quando...

- Ninguém se mexe. Isso é um assalto!

Três homens entraram na lanchonete com armas ninjas em mãos (katanas, kunais, etc.). As pessoas que estavam ali olharam assustadas para os homens que, aparentemente eram ninjas, apesar de não carregarem nenhuma bandana e estarem encapuzados.

“Ótimo! Era tudo que eu precisava para desgraçar minha noite de vez!” Pensava Hinata.

Um deles chegou perto de Hinata, que estava meio de costas para a porta e apontou uma kunai para seu pescoço.

- Ei boneca, é só passar a grana, que ninguém sai machucado. – Ele parecia não ter vista a bandana de Hinata e olhava a Hyuuga de cima abaixo.

- Quem vai sair machucado nessa é você. – Hinata respondeu, surpreendendo os três ladrões.

Numa velocidade fora do normal, Hinata se virou e aplicou um Juuken no bandido, que não teve tempo para se defender e caiu no chão, gemendo de dor. As pessoas olhavam assustadas para Hinata. Os outros dois correram para atacar Hinata. O segundo, empunhando a katana, tentou acertá – la, conseguindo um corte no braço de Hinata, mas não adiantou muita coisa.

- Juukenhou - Hakke Sanjuuni Shou (Arte do Punho Suave - 8 Trigramas, 32 Golpes)!

Hinata acertou o segundo bandido, deixando – o desacordado no chão. O terceiro, agora um pouco amedrontado, tentou dar um soco em seu rosto, mas ela desviou, aplicando uma joelhada no estômago do bandido e chutando sua cara em seguida.

- Para agora ou eu enfio essa kunai no pescoço da menina!

Hinata parou de atacar e viu o primeiro bandido que ela acertara segurando um menina de 9 anos, com uma kunai contra o delicado pescoço da criança. Hinata não se moveu. Não seria estúpida o bastante para arriscar a vida da garota. O bandido que ela acabara de socar se levantara.

- Sua vadia!

Ele chutou o estômago de Hinata, fazendo ela gritar e ficar sem ar por um instante, caindo de joelhos. Logo em seguida ele aplicou um soco em Hinata, fazendo - a cair de vez no chão, com o nariz ensanguentado. Ele parecia querer repetir os golpes que ela dera nele, só que dessa vez, ela não podia revidar. As pessoas estavam simplesmente apavoradas.

- Ei Mamui! – Gritou o bandido que estava com a garota para o que batia em Hinata. – Vá pegar o dinheiro, seu idiota!

O tal Mamui parara de chutar Hinata e com uma sacola recolheu o dinheiro de quem estava no local, um por um. Finalmente chegou no caixa, pegou o dinheiro da registradora e pegou a carteira de Hinata que estava no balcão, retirando todo o dinheiro.

- Espero que não se importe! – Ele falou em tom zombeteiro para a Hyuuga que estava caída.

- Capaz, aproveita e leva minha dignidade junto com você – Ela respondeu.

- Desgraçada! – Ele respondeu correndo para Hinata e chutando suas costelas. A garota urrou de dor.

- Vamos duma vez! Pegue esse outro idiota e vamos sair daqui. – O primeiro bandido ordenou apontando para o homem desacordado.

Logo eles soltaram a garota e saíram da lanchonete. As pessoas ainda assustadas ajudaram Hinata a se levantar. Ela agradeceu, pegou sua carteira, agora só com documentos e sua mochila e mesmo machucada saiu de lá. Caminhou rápido para fugir do movimento, apesar da dor incômoda nas costelas. Chegou a uma praça de e sentiu – se embaixo de uma árvore.

“Deixa eu ver: Meu pai matou minha mãe. Eu acabei de ser assaltada. Eu não tenho 1 Ryo no bolso. Não tenho lugar para fica e estou toda machucada e dolorida” Pensou Hinata em total desânimo. “Não tem como piorar!”

Começara a chuviscar.

“Ótimo. Simplesmente espetacular.” Hinata não conseguia acreditar. Era muito azar para uma pessoa só. Pelo menos os pingos da água disfarçavam as lágrimas que ela voltara a derramar. Seus olhos começaram a pesar e ignorando todo o resto a sua volto, ela se agarrou à mochila e adormeceu.

Pois é, nada está tão ruim, que não possa piorar.