Uma Nova Lenda

Capítulo 05



Uma nova lenda

Kaline Bogard


Capítulo 05



O jovem bruxo capitão do Basilisco Alado foi até a área de comando onde encontrou Seamus e Dean sentados no chão, exaustos. Ajudou ambos a ir para as cabines individuais onde poderiam descansar e recuperar toda a magia usada na chave de portal.


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Encontrou com Fred na proa, terminando de recolher as tralhas que usara para explodir parte do navio da Ordem da Fênix.


– Aquilo foi incrível! – Harry elogiou.


– Eu sei. Idéia de George.


– Vocês podem ajudar na cozinha? Os rapazes estão precisando de um descanso.


Fred bateu continência.


– Claro, Capitão.


O moreno riu apesar de saber que metade da pequena tripulação sofreria com indigestão depois de comer uma refeição dos gêmeos.


Ainda sorrindo seguiu de volta para as cabines. Bateu de leve em uma antes de entrar. Ron estava sentado numa cama, observando a face da única garota entre eles.


– Como ela está?


– Bem – Ron respondeu – Apenas dormindo. Mione está cada vez melhor nesse tipo de feitiço. Dessa vez ela nem desmaiou.


Harry acenou com a cabeça. Todos os seus companheiros estavam cada vez mais fortes. Tinham que ser, para escapar sempre ilesos dos cães do Ministério e dos caçadores de Voldemort.


– Essa foi por pouco.


–Fomos pegos totalmente de surpresa, Ron.


– Talvez seja um sinal. Pra você esquecer essa vingança.


A expressão de Potter ficou sombria.


– Não vou voltar atrás.


– Eu sei. Não custava tentar – o ruivo sorriu fraco – Você está aqui enrolando, não é? Ta com medinho de enfrentar a doninha desbotada.


– Ei... – Harry passou as mãos pelo cabelo – Não to com medinho!


– Medão! – o sorriso aumentou na face pontilhada de sardas – O grande Harry Potter com medo de um filhinho de papai mimado. Ele é só um babaca que não consegue amadurecer, Harry. Se você pegar leve com Malfoy ele nunca vai mudar.


– Mas não posso aceitar...


– Você é diferente dos outros. Sabe disso. E enquanto negar a si mesmo vai apenas super valorizar uma coisa que foi ruim no passado. Você está sofrendo. Não ligo se Malfoy sofre junto, mas ver você assim é ruim, amigão. Tem que superar o que ficou pra trás.


O moreno não respondeu. Saiu da cabine fechando a porta com suavidade para não acordar Hermione Granger. Permaneceu por alguns segundos parado no corredor reunindo coragem para enfrentar o loiro.


Não sabia se Ronald estava certo ou não, mas de uma coisa tinha certeza: precisava encarar o loiro e se desculpar.


Seguiu para a cabine principal. Era a que dividia com Draco Malfoy, seu namorado e amante. O loiro estava sentado sobre a cama, recostado à cabeceira e abraçando os joelhos. Não parecia chateado, mas irritado.


– O que foi, Testa Partida? Vai ficar aí parado olhando a aberração?


Harry respirou fundo.


– Você não é uma aberração, Draco – caminhou até a cama e sentou-se sobre o colchão.


– Pois é assim que eu me sinto sempre que me rejeita.


Malfoy abaixou os olhos para o ombro de Harry, o ferimento parara de sangrar, mas ele não tivera tempo de se cuidar, tão preocupado que estava com os outros bruxos. Ergueu a mão de forma hesitante querendo tocar o machucado. Mas os dedos de Potter se entrelaçaram nos seus e ele puxou a mão pálida para tocá-la com os lábios:


– Não faça. Por favor...


– Porque me rejeita?


– Não te rejeito. Só... não sei explicar.


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– Você não é como o Dark Lord, Potter. Dividem algumas coisas, mas ele é um monstro sem coração. Você e ele são muito diferentes – Draco tentou soltar a mão, mas Harry não permitiu. Ao invés disso puxou o loiro para um abraço.


Malfoy relutou no começo. Depois se rendeu e se deixou abraçar com força.


– Sinto muito, Draco. Não quero que se sinta uma aberração, você não é nada disso. Apenas...


– Shiiii – Malfoy cortou a frase – Potter, você não pode aceitar apenas uma parte de mim e tentar ignorar o resto. Nunca me obrigou a nada, eu sou livre pra fazer isso. Eu quero fazer isso.


O capitão do Basilisco Alado fechou os olhos. Lentamente moveu a mão permitindo que os dedos de Draco Malfoy tocassem seu ferimento, para surpresa do loiro que não esperava tal gesto.


– Eu te amo, Draco. Não tento ignorar nada que tenha relação com você. E se te deixa feliz, então faça.


Malfoy sondou a face de Harry por breves segundos. Tentou descobrir se era um pedido sincero, e era. Havia uma sombra de sofrimento nos olhos verdes, não físico evidenciando a dificuldade de ceder a tal capricho.


Potter fechou os olhos tentando evitar que as lágrimas escapassem, mas o efeito foi o contrário, fazendo-as deslizar pelo rosto contrariado.


O loiro se comoveu, porque sabia que era um sentimento profundo e real. Porém não queria que fosse assim. Ele nascera com um dom raro, um incrível poder. Seu desejo era compartilhar com Harry, que não fazia questão disso, ao contrário de Lord Voldemort, que o obrigara a agir sempre contra sua vontade.


Os dedos esguios tocaram de leve no ferimento que parara de sangrar. Calor começou a emanar no local, junto com uma leve aura prateada. Pouco a pouco, sofrendo efeito da mais elemental magia, o corte se fechou.


Em segundos não restara nem mesmo uma pálida cicatriz.



Continua...