Haviam se passado três dias depois que Alice começou a trabalhar na loja, estávamos ainda como bons amigos mesmo depois da declaração dela de que me queria de volta e o beijo.

Como havia dito antes algo dentro de mim me impedia de me entregar pra ela de novo, não conseguia acreditar que ela realmente estava arrependida.

Porém hoje era um dia ótimo, teríamos ensaio!

Ontem enquanto conversávamos pelo grupo da banda foi nos anunciado que teríamos que testar uma nova vocalista, a voz feminina que era a cereja do bolo.

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Martim e eu estávamos quebrando a cabeça tentando adivinhar quem era.

—Pode ser a Carla do segundo ano. – Falei enquanto esperávamos Lyah no portão. – Ou a Deborah da outra sala.

Continuei especulando.

—Talvez seja Alice. – Falou Martim me olhando. – Se for Alice o que vai fazer?

Perguntou ele me olhando.

Ponderei uns instantes para responder, não sei muito bem qual seria a minha reação mas, com certeza não ia desistir da banda.

—Agirei como um musico maduro. – Comecei dando um sorriso. –E então seremos realmente como nos velhos tempos.

Respondi enquanto avistei Lyah atravessando a rua.

—Bom dia meninos. – falou ela dando seus beijinhos. – Como estão?

—Curiosos. – respondi. – Sobre a garota que se candidatou a ser a nova vocalista da Our time.

Ela me olhou nos olhos me deixando desconcertado.

—Se for Alice? – Começou ela tentando me sondar. – Como vai ser?

Segurei seu queixo e me aproximei dela a fazendo corar.

—Só Deus sabe. – Sussurrei no seu ouvido. – Isso é o troco por me deixar encabulado.

A garota ficou bamba quando me afastei ela deu um sorriso.

—Agora entendo porque ela está caidinha por você.

Seguimos para nossas salas enquanto combinávamos de nos encontrar na sexta, fazer alguma coisa juntos.

Quando entrei na sala percebi Alice com o violão tocando uma música conhecida.

—Isso confirma nossas suspeitas. – Falou Martim parando ao meu lado. –Se você fugir, eu mesmo te mato.

Na verdade eu já havia suspeitado disso, na música que foi pedida e também o pedido de Filipe para que eu levasse um violão seria um acústico.

—Então é você?

Perguntei sentando-me de lado para poder falar com ela.

Ela me olhou de lado dando um sorriso malicioso. – E se for? – perguntou me olhando. – O que você vai fazer?

A ajudei a guardar o violão enquanto preparava minha resposta. – Você já é a terceira pessoa que pergunta isso hoje.

Comecei me virando para a frente, enquanto ela apoiava o violão para o lado da janela.

—As pessoas realmente acham que sou um viciado em você?

Perguntei sem me virar para ela.

—Eu não penso que você é dependente de mim. – respondeu ela. – você está demonstrando isso ultimamente.

Continuou ela em um tom desanimado.

—Talvez seja mais dependente de Lyah não é? – cutucou ela com uma pontada de ciúmes.

Aquilo me incomodou de uma forma que não pude evitar de dar uma resposta à altura.

—E se for? – perguntei olhando para ela. – seria um problema meu e dela.

Não conseguia entender porque estávamos nos alfinetando daquele jeito.

O professor de matemática entrou na sala naquela hora talvez, se ele demorasse mais tivéssemos uma briga feia.

As primeiras aulas passaram rápido e também nos foi avisado que sairíamos cedo pois haveria uma reunião de professores Martim e eu ficamos felizes afinal teríamos mais tempo para ensaiar.

Durante o intervalo nos reunimos com o pessoal da banda e ajustamos os instrumentos no auditório.

—Dia perfeito para um teste não acham?

Perguntou Felipe entusiasmado.

—Com certeza. – começou Helen. – Se tudo der certo será nosso último.

Eduardo estava entediado.

—Essa música da novata tem poucas batidas. – reclamou ele. - Mas é uma ótima música.

—É bom termos um repertorio romântico. –Falou Martim. – O João vai fazer o dueto?

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Perguntou ele enquanto eu afinava meu violão.

—Sim ele mesmo. – Respondeu Felipe. – como ele até então é nossa voz temos que ver como vai se comportar com a garota.

Enquanto voltávamos para a sala, Martim me fez uma pergunta.

—Será que ela vai ter problemas com o Inglês?

—Não, se realmente for a Alice, o que tenho quase certeza... ela já estuda inglês há um bom tempo.

Martim começou a rir.

—Vocês dois hein. – Começou ele. – Falam através da música o que não tem coragem de falar um na cara do outro.

Não respondi nada porque simplesmente aquilo era a verdade mas, havia algo que havia me incomodado durante o intervalo.

—Martim você viu a Lyah por ai? – Perguntei. – Não a vi durante o intervalo.

Ele deu de ombros. – Bom estivemos ocupados o intervalo inteiro, talvez ela esteja com as amigas sei lá.

As horas se passaram rápidas logo fomos liberados e seguimos direto para o auditório, Alice veio conosco afinal àquela altura todos já sabíamos que era ela.

As cadeiras estavam dispostas em círculo montando um belo cenário com a bateria ao fundo, o suporte do teclado estava bem baixo para que Helen pudesse tocar sentada.

—Sejam bem-vindos senhora e senhores. – Começou Felipe gesticulando para nos três.

Assim como no dia do meu teste eles fizeram as apresentações e Alice foi indicada a cadeira do meio bem de frente para a minha.

—Fique à vontade Alice, estaremos prontos quando você estiver.

Continuou Felipe enquanto ela afinava o violão e ajustava o tripé do seu microfone.

—Onde vocês conseguem o equipamento? – perguntei.

—A escola nos cedeu o teclado a bateria e os caixas de som, mesas e microfones. – Começou Helen explicando. – O restante é nosso.

—Estou pronta.

Falou Alice.

—Ótimo, você puxa, é só dar o sinal.

Falou Felipe se preparando com a guitarra. A base seria feita de violão e os solos na guitarra, Alice tocaria também.

—Um, dois, três e.

O teclado entrou primeiro seguido pelos dedilhados suaves de Alice e Felipe e ela então começou.

—The sun is filling up the room
And I can hear you dreaming
Do you feel the way I do right now?

wish we would just give up
'Cause the best part is falling
Call it anything but love

Ela me olhava seria enquanto eu a acompanhava no refrão.

—And I will make sure to keep my distance
Say "I love you" when you're not listening
How long can we keep this up, up, up

A música transcorria perfeitamente, aquelas palavras eram perfeitas para nossa situação

—And I will make sure to keep my distance
Say "I love you" when you're not listening
How long can we keep this up, up, up?

And I keep waiting
For you to take me
You keep waiting
To save what we have

Lagrimas corriam dos seus olhos enquanto ela cantava aquela música para mim, sim ela cantava para mim e eu simplesmente respondia da mesma forma.

A última estrofe era algo mais ou menos como isso:

Vou me certificar de manter a minha distância
Digo "eu te amo" quando você não está ouvindo
Quanto tempo até nós chamarmos isso de amor, amor, amor?

Quando terminamos todos se entreolharam como da última vez... E assim como aconteceu comigo Alice entrou naquele dia para a Our Time.

Havia algo que me incomodava e não era o fato de Alice ter entrado na banda, ou trabalhar na minha loja... Não, não era isso.

Dessa vez Lyah não estava ali, e isso me preocupou imensamente.