Um pedido, um tempo e um casamento
Missão impedir um surto do Jackson modo on
Eram oito horas quando o tal Breno chegou. Já tinha ligado para Charlie e ele iria mesmo dormir fora. Breno tocou a campainha e Percy foi em direção a porta para abri-la, mas eu me coloquei em seu caminho.
– Você não vai assustar o rapaz, ok? Eu atendo a porta.
– Annie, como pode pensar numa coisa dessas?
– Percy, e se fosse você indo na casa de meu pai me buscar pela primeira vez?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele pareceu pensar um pouco.
– Tem razão, como sempre. Foi assustador, mesmo ele já me conhecendo.
– Então vai pra sala que eu abro a porta.
Ele fez o que eu mandei e eu fiz o que havia dito que faria. Quando abri a porta, vi a perfeita descrição do que Zoe dissera. Breno era mesmo alto, da minha altura mais ou menos, e tinha olhos azuis e cabelos castanhos como ela dissera. Estava vestido com uma calça jeans, blusa e uma jaqueta preta de couro.
– Oi, você deve ser o Breno.
– Sou eu mesmo. E a senhora é a senhora Jackson, eu suponho.
– Você supôs certo – educado. – Entre, por favor. Eu já vou chamar a Zoe.
Ele passou por mim e eu o levei até a sala, onde Percy estava fingindo ver TV. Ele não sabe fazer cara de surpresa quando é necessário. Gritei o nome de Zoe e ela gritou de volta um “já vou”.
– A Zoe não estava mentindo quando disse que era muito parecida com a senhora.
– Obrigada, Breno. Você é muito gentil – deuses, que fofo.
– Pode me chamar de Be, senhora Jackson.
– E você pode me chamar de Annabeth, querido. Sente-se.
Ele o fez e Percy ficou encarando-o. Cutuquei suas costelas e ele parou e pigarreou.
– Então, você é o Breno, certo? – a esse ponto ele devia estar pensando que nós tínhamos Alzheimer de tanto que nós ficávamos repetindo seu nome.
– Sim.
– Quem são os seus pais?
– Não creio que o senhor vá conhecer, senhor Jackson. Nós nos mudamos pra cá a pouco tempo.
– Não tem parentes na cidade? – Percy parecera relaxar.
– Não senhor, viemos por causa do emprego de meu pai.
– Hum – o clima teria ficado tenso se Zoe não tivesse descido as escadas.
– Tô pronta. Vamos, Be? – olhamos para as escadas os três e eu quase dei um gritinho, mas me contive. Zoe nunca me perdoaria se eu a fizesse passar vergonha na frente de um garoto, ainda mais Breno. Mas ela estava tão linda. Ela estava usando um vestido azul escuro e sapatilhas brancas. Havia feito uma maquiagem bem simples, mas tão fofa. Nos levantamos e fomos até a porta. Peguei a mão de Percy e beijei a bochecha de Zoe. Percy fez o mesmo.
– Me liga quando chegar lá, ok? – disse a ela. Ela concordou e os dois saíram. – Foi um prazer conhece-lo, Be.
– Igualmente, senho ... Annabeth.
Sorri para ele e Zoe fechou a porta. Me virei para Percy.
– E então? Tá doendo em algum lugar?
– Não, por que? – ele ergueu as mãos. – Não vai me bater, né? Fui um bom menino.
– Foi mesmo, Cabeça de Alga. Por isso deixarei você escolher uma sobremesa hoje, ok? – disse me aproximando e passando os braços por sua cintura.
– Eu poderia pedir cookies azuis – fiz uma careta. – Mas tenho uma ideia melhor – então ele finalmente me beijou.
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Depois de comer um lanche cada um e vários biscoitos azuis (sim, eu fizera biscoitos azuis, fora outras “coisinhas”), Percy e eu estávamos deitados no sofá vendo qualquer coisa na TV.
– A que horas eles disseram que iriam voltar?
– Eles não disseram, Percy. Ainda são dez horas, eles devem estar saindo do shopping pra ir comer.
– Não quer ligar pra ela? – ele perguntou baixinho. Estava deitada em cima dele, então levantei a cabeça de seu peito e o encarei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Percy, deixa ela. Nós demos a ela educação suficiente para ela saber o que é certo e errado.
– Tá, mas e aquele garoto?
– Ele era adorável, Percy. Admita.
Ele não respondeu e eu me sentei, começando a fazer cosquinha em sua barriga. Ele tentou resistir, mas não conseguiu.
– Admita, Cabeça de Alga! Ele é um garoto adorável.
– Não! – fiz mais cosquinha, então ele disse. – Ok, ok. Você venceu. Ele era adorável.
Parei e ele se sentou.
– Viu? Percy, Zoe já tem quinze anos e você sabia que isso ia acontecer algum dia. Ela é um amor.
– Tem razão, e ela é linda como a mãe – ele sorriu para mim e eu retribui.
– É, tem isso também. Fazer o que, né.
Ele me puxou para junto de si e selou nossas bocas. Ficamos vendo filmes a noite toda. Era onze e meia quando Percy dormiu. Fiquei acordada esperando Zoe chegar e, dez pra meia noite, a porta foi destrancada.
– Acho que meus pais já estão dormindo – escutei a voz de Zoe e Breno concordando. – Acho melhor devolver sua jaqueta.
– Pode ficar com você. Me devolve no nosso próximo encontro.
– Isso foi um convite pra uma próxima vez?
– Exatamente, senhorita Jackson. Boa noite, Zoe. Até.
– Até – demorou algum tempo até que Zoe trancasse a porta novamente. Ela passou pela sala e, ao ver a TV ligada eu suponho, veio desliga-la. Chamei-a baixinho.
– Mãe? Por que ainda está acordada?
– Não conseguia dormir sem saber se você tinha chegado. E então? Como foi?
– Foi ótimo, mamãe. Mas amanhã eu dou mais detalhes, ok?
– Ok, pode ir dormir, Zoe – disse me levantando e puxando Percy. – Eu tenho que tentar levar esse bebezão aqui pra cima.
Consegui faze-lo acordar um pouco e ele subiu as escadas sozinho, com Zoe e eu indo atrás (mais para garantir que ele não fosse cair). Percy entrou no quarto e eu já ia indo atrás.
– Boa noite, Zoe.
– Boa noite, mãe.
– Só uma coisa, Zoe – eu precisava perguntar. – Por um acaso ele ...
– É, mãe. Ele me beijou sim – ela corou e entrou no quarto, puxando a jaqueta de seus ombros ao fazer isso. Sorri e entrei em meu próprio quarto, onde Percy estava deitado em toda a cama.
– Cabeça de Alga, eu preciso me deitar também – disse em seu ouvido.
– Isso não é problema – ele me puxou e me fez cair em cima dele. – Pronto. Boa noite, Annie.
– Boa noite, Percy – adormeci instantaneamente, ignorando o fato de estarmos desarrumados. Estava pensando na conversa que teria com Zoe amanhã e depois, deuses nos protejam, com Percy.
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