Desço sorrateiramente pelas escadas, são quatro da tarde e acabei de combinar de ir tomar Milk shake com Luke. Minha mãe está no escritório. Estou quase lá, quando:

–Elizabethy Mandox, pare onde está! – ela diz do sofá, estou de costas com a mão na maçaneta, e congelo. – Onde você pensa que vai?

–Tomar Milk shake com o Luke. – falo virando com um sorriso esperançoso.

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–Serio? Estou surpresa como você pode ter achado qualquer peça de roupa naquele ninho que você chama de quarto.

– Ah mãe, não está tão ruim. É uma bagunça organizada.

– Bagunça organizada? – ela levanta a sobrancelha ao perguntar.

–É. Você pode achar que está bagunçado, mas na verdade eu sei exatamente onde estão as coisas. Elas têm liberdade.

– Chega Abby, não aguento mais você inventar desculpas. Suba agora e vá arrumar seu quarto.

–Mas mãe, o Luke está me esperando.

– Ligue pra ele e fala que você está arrumando o quarto. Agora vá!
Subo as escadas batendo os pés. Mando mensagem pro Luke e ele ri da minha cara e diz ok. Meu quarto não estava bagunçado, tudo estava no lugar a não ser pelas caixas de chocolate no chão, algumas roupas em cima da cadeira e da cama, e a cortina suja de refrigerante que estou antes de ontem. Mas nada que não pudesse de esperar.
Coloco minhas roupas pra lavar, jogo todas as latas de refri fora e tiro a cortina que estava com formigas, e as caixas de chocolate vão pro lixo também. Minha escrivaninha tinha chocolate grudado e meus livros cheiravam pizza. Tirem todas as coisas de cima pra limpar, aos poucos fui colocando no lugar os livros em ordem alfabética, canetas organizadas por cor, meus quadrinhos e por ultimo meu porta treco de três gavetas cai ao chão antes que eu consiga coloca-lo no lugar. De dentro saem varias piranhas, brincos, papeis e um pen drive. O pen drive preto que Rush me dera. Mil memórias se passaram em minha cabeça, desde seu jeito irritante, a seus olhos azuis sedutores. Tanto tempo tinha passado e eu não tinha, mas o visto e muito menos lembrado desse pen drive. A noite fatídica já não me assombra mais porque eu sei que foi armação, mas pensar nele e em como não acreditei no que disse como ele me olhava e em tudo o que ele fez desde então se afastando de tudo que escolho.

Dou play.


Em meia hora estou no carro, em frente à casa de Rush, sua Harley está parada na frenteda garagem e nem sina do carro de Travis. Sai do carro e paro na frente da porta, tomo fôlego e coragem pra bater. Toc!

–Abby? – ele me olha incrédulo com dilatação extrema de suas pupilas.

–Rush. –há uma pausa. – Posso entrar? Queria conversa com você? – ele não responde só sai da frente fazendo sinal com a mão pra eu entrar.

Eu entro e me sento no sofá e ele fecha a porta e senta ao meu lado com um bom espaço.

–Queria te pedir desculpas..- as palavras fogem, respiro e ele me encara. – Desculpas por não ter acreditado em você.

–E o que te faz acreditar agora?


Rush


Abby estava ali sentada no meu sofá, depois de quase dois meses sem vê-la diretamente, evitando ver ela e Luke junto, ela estava ali sentada me pedindo desculpa.

–Megan me contou. – ela faz uma pausa. – Ela disse que fez tudo armado pra eu ver, sabia que eu não acreditaria em você, e então armou o beijo pra eu terminar com você e deixar o caminho livre pra ela. Só que você não a quis, e então ela foi atrás de mim.
Eu não a respondo. Estou empolgado por ela estar aqui na minha frente, seu cheiro é penetrante e sua boca me provoca a cada palavra. Eu senti falta disso, do seu jeito de falar, da sua voz, da sua presença. Mas ao mesmo tempo estou perdido, decepcionada, magoado ela veio aqui depois de tanto tempo e por quê? Porque a Megan lhe disse tudo àquilo que eu cansei de dizer, tudo o que eu disse pra ela e ela não quis ouvir.
Quando eu a encontrei pela primeira vez sabia que ela não tinha confiança em mim, mas depois de tudo que fiz por ela e com ela, depois de tudo que ela me disse achei que ela fosse levar em consideração o seu sentimento. Mas ela não levou, não fez a mínima questão de pensar.

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–Engraçado Abby, por que quando eu te disse tudo isso você não acreditou. – me doía falar aquilo, mas não ia deixar ela sem saber o meu lado.

–Como você queria que eu acreditasse, ela era sua “garota” antes de tudo acontecer entre nós e de repente a vejo te beijando. Você pode me julgar o quanto quiser, mas a minha reação seria igual à de qualquer outra.

–Exato. Igual a de qualquer outra, eu te quis porque você era diferente que qualquer outra. Mas como as outras você pegou o meu amor deixou de lado, você foi a única que eu quis ter pra mim, foi a única que eu quis pra vida inteira. Você tinha que ser diferente! Você tinha que confiar em mim.

– Você sabe que eu não confiava em você no começo, e após tudo isso eu comecei a desenvolver e acontece isso. Tudo que eu sentia desmorona como um castelo de areia levado pelo mar. Me julgar é fácil, mas você não viu o que eu vi. – os olhos dela agora estão cheio de lágrimas, suas mãos estão tremendo apesar dela disfarçar segurando as chaves do carro. – Você sabia que todos tinham me enganado, que de onde eu vinha confiança era uma lenda.

– Tudo bem. Eu aceito suas desculpas. – chego mais perto dela, e enxugo suas lagrimas que escorrem. Ela me olha e meu coração acelera, aqueles olhos tristes era por minha causa, eu não admitia isso. Envolvi meus braços a sua volta, e ela desabou. Suas lagrimas inundaram minha camiseta, seus soluços me invadiam os ouvidos.- Calma, vai ficar tudo bem. – ela me olha novamente.

–Como?

–Eu também não sei, mas tudo vai ficar bem.