Um amor inesperado.

Um casal e uma vela.


– Bruno, melhor eu entrar. Está frio, eu estou na porta da rua de pijama e roupão, e ainda não tomei café. - Eu disse. Mas por mim, poderia morrer de fome, de vergonha e de frio ali mesmo. Eu não queria que ele fosse embora, só não queria que minha prima acordasse e visse aquela cena. Ela iria me encher o saco pelo resto da vida.

– Está me expulsando da sua casa então, é isso? - Bruno perguntou, e deu uma risadinha no fim.

– De jeito nenhum, nem se quisesse. É que estou morrendo de fome. - Mentira.

– Podemos tomar café em algum restaurante por aqui. Aqui perto tem vários. - Bruno me convidou.

– Não tenho dinheiro, e minha avó não vai querer pagar. - Lamentei. Eu queria mesmo ir com ele, seria uma oportunidade de ficar perto dele e longe da minha prima, que iria interrogar minha vida novamente.

– Eu pago tudo. Só troque de roupa e vamos. - Bruno também queria que eu fosse, pelo que pareceu.

– Não Bruno, não precisa mesmo! - Insisti.

– Precisa sim. Vá lá trocar de roupa e volte, vou te esperar aqui no carro.

– Tudo bem então né. Você já descobriu que sou fácil de ser convencida. - Disse. E era verdade.

– Estou começando a aprender, (risos). - Bruno falou.

Fui correndo até o quarto e até me esqueci de que minha prima estava dormindo lá. Abri a porta como um ogro, e acabei acordando ela.

– Onde você vai? Que horas são? - Milena perguntou. Ah, meu Deus. Não podia ser verdade.

– Vou sair rapidinho e já volto. – Respondi. - Ah, são quase nove horas.

– Onde você vai às nove horas da manhã, Ana? Com quem? - Milena mal tinha acordado e já estava fazendo mais perguntas do que uma criança.

– Milena, eu já volto, é rápido. - Eu disse, colocando as meias.

- Posso ir junto? Você não vai me deixar aqui sozinha, não é? - Milena perguntou. Era verdade, eu havia convidado ela para dormir em casa. Não poderia deixá-la sozinha. E agora?

– Tem três minutos pra se arrumar. Vai logo. - Respondi. - Vou te esperar na sala.

– Ok. - Milena respondeu, já se levantando e buscando uma calça minha, pois estava somente com as roupas da festa e meu pijama.

Cinco minutos depois, ela estava pronta.

– Está atrasada, dona Milena. - Ri em seguida.

– Não venha com isso, você também é super pontual né! - Milena disse, rindo.

– Vamos então. - Levantei do sofá e abri a porta.

– Vamos aonde? Você ainda não me contou. - Milena disse.

- Bruno me convidou pra tomar café com ele. Ele está esperando no carro. - Eu disse. - Só deixa eu avisar que você vai junto, espera aí.

Fui até o carro e avisei-o de que Milena estava vindo. Ele falou que tudo bem, e fez um sinal pra que ela viesse até o carro também, e ela o fez.