Isabella Pov

- Melhoras para ele. - resmunguei ao telefone, saindo do banheiro.

Edward já estava deitado na cama, esperando que eu saísse do banho e me olhou surpreso por ver que eu estava no celular. Também notei outro tipo de olhar, esse mais furtivo enquanto mirava minhas pernas que a camisola não escondia.

- Talvez assim seja até melhor para que você se organize, não é mesmo querida? - minha mãe disse calma.

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- Com certeza. - bufei.

Subi na cama e fui engatinhando até onde ele estava, me deitando ao seu lado e apoiando o rosto em seu peito descoberto pela (quase) completa falta de roupas.

- Vou desligar. Depois nos falamos. Tchau! - desligou com pressa sem esperar resposta.

Desliguei o telefone e joguei na poltrona do quarto, onde tinha deixado também minha roupas. Foi inevitável o alivio, apesar de saber que o motivo não era lá dos melhores.

- Quem era? - Edward perguntou, passando um braço embaixo da minha cabeça e se deitando delicadamente sobre mim.

Ele se apoiou de tal forma que o peso não me afetava, mas o calor sim.

- Mi-nha mãe. - consegui sussurrar um tempo depois.

- É sobre o aeroporto amanhã? - perguntou.

Eu não estava com vontade de falar sobre esse assunto antes e muito menos agora com um de seus dedos escorregando pelo meu decote.

- Parece que o aerop-p-porto foi cancelado. Meu p-p-padrasto teve um pequeno problema e foi internado, mas ela não deu os detalhes. Estará bem em dois dias.

- Você não parece preocupada... - murmurou contra minha pele.

Porque será? - pensei. Talvez porque os lábios dele não saíam da minha pele, pondo em chamas cada mínimo pedaço do meu corpo, principalmente pelo colo, onde agora inspirava calmamente meu perfume.

- Bem... Phill tem uma saúde forte. Acho que isso foi mais uma forma de ganhar tempo para mim. Ele percebeu q-que eu não estava muito firme com essa história deles virem para cá.

Ele subiu seu rosto, até encostar sua testa com a minha.

- Já disse que não precisa se preocupar.

- Como consegue ter tanta certeza que não vai acontecer nada? Que dona Renne não vai tentar te matar ou... me matar?

Deu um sorriso torto e uniu seus lábios aos meus com calma. Deslizei minhas mãos preguiçosamente por seu peito nu, arranhando um pouco a barriga.

- Não tenho essa certeza. - sussurrou, quando nos sepramos - Nem quanto a sua, nem quanto a minha família, mas o importante é que estamos juntos, concorda?

Uma de suas mãos deslizou pela minha coxa e subiu, levantando junto a camisola até a minha cintura.

- Sim, concordo! - respondi num suspiro.

- Não consegui trabalhar hoje, sabia?

- P-p-porque? - me chutei mentalmente por estar gaguejando tanto, enquanto ele puxava uma das minhas pernas e a colacava em volta da sua cintura.

- Porque fiquei pensando o dia todo em você e... - ele apoiou meus braços no travesseiro acima da minha cabeça, facilitando a retirada completa da minha roupa.

- E em como você é linda. - acertou meus lábios com um beijo rápido e depois se distraiu com algumas mordidas no meu pescoço.

Choquei meu quadril várias vezes contra o seu quando seus dentes se encontravam com minha pele.

- O dia todo? - debochei.

Eu também tinha passado quase todo o dia envolta em pensamentos em que ele era o personagem principal, mas queria ouvir de sua boca de novo.

- Sim, o dia todo. - seus beijos desceram ainda mais, agora tomando meus seios em sua boca.

Repremi um gemido e relaxei, me deliciando ainda mais com as sensações que me causava.

- Fogo consumindo lentamente. Entende o que quero dizer?

- Pra falar a verdade... entendo... - ele prendeu suas mãos nas laterais da minha calcinha e começou a desce-la.

- Foi assim o dia todo para mim. Posso retribuir um pouco, meu amor?

Antes que eu pudesse formular qualquer resposta lógica, aquela peça já havia sumido e seus dedos pressionavam meu centro com força, porém com uma lentidão angustiante. Alguns movimentos mais foram o suficiente para me deixar completamente em chamas, como se já não fosse difícil o bastante respirar antes. Queria ordenar, pedir, suplicar que fosse mais rápido, mas era só o início de uma tortura particular. Uma vingança interna dele, onde os dois saíriam ganhando no final. Mas quando seria o final? Foram minutos que pareceram uma eternidade. Era justamente aquilo que ele queria causar. Edward me puxou para um beijo, sabendo que eu estava a ponto de falar. Ele colou todo seu corpo no meu e então percebi as gotas de suor que se formaram na minha pele. O afastei, precisando de ar urgentemente, então ele parou com todos seus movimentos e se ajoelhou na cama. Tentei protestar, mas sua risada me impediu.

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- Que tal se deitar de costas para mim?

- O...

- Shhi. - tocou os proprios lábios com os dedos - Sem perguntas, apenas se vire.

Rolei na cama até estar de costas para ele, me apoiando nos cotovelos. Seus dedos trilharam um caminho invisível na minha pele e eu sentia seus olhos quase me comerem viva.

Edward tirou suas mãos de mim e demorou um pouco até se deitar nas minhas costas. Notei então que estava sem a boxer preta e sua nova arma de tortura batia entre minhas coxas como quem pede licença.

Institivamente, minhas pernas se abriram e impinei o quadril. Ele soltou uma risada rouca.

- Parece uma gatinha se espreguiçando. - apoiou uma mão no meu quadril e o levantou ainda mais.

Suas pernas empurraram as minhas para o lado, abrindo espaço. Logo seu membro encostou na minha entrada, me fazendo gelar.

- Não sei se aguento. - gemeu no pé do meu ouvido - Sente esse fogo, Bella?

Nenhuma palavra saiu pela minha boca, apenas um gemido alto. Era praticamente um sim.

- Me quer dentro de você, meu amor? - ele rebolou, me fazendo agarrar o travesseiro com força.

Eu sacudi a cabeça afirmativamente com rapidez.

- Pede, Bella.

- Hum... eu quero. - ele mais uma vez apenas me provocou - Por favor...

Senti seu corpo se chocando com o meu em seguida e quase gritei com a sensação de tê-lo dentro de mim.

Os movimentos eram lentos e fortes como qualquer outra tortura. Não importava o quanto eu pedisse, obedecia a um ritmo seu e quando sentia que estávamos chegando ao ápice juntos, ele parava. Adiando o que eu tanto queria. Não aguentava mais tudo daquilo, o suor escorria por meu rosto e colo, sentia que o lençol poderia rasgar a qualquer momento entre os meus dedos. Então, na terceira vez, ele não parou, continuou estocando e com um pouco mais de rapidez até que atingimos o ápice juntos. Tombei meu rosto no travesseiro e abafei um grito, enquanto ele mordia meu pescoço, na tentativa de não urrar meu nome.

Os choques desceram minha espinha, minhas pernas não pararam de tremer por bastante tempo. Acabei caindo por estar sem forças e ele veio por cima.

Se deitou de costas, tentando lembrar como se respira, e eu rastejei até deitar meu rosto sobre sua barriga. Edward tremeu ao primeiro toque, então olhou para baixo e puxou meu queixo para cima.

- Talvez você me mate assim um dia desses.

Me livrei de seus dedos e distribui alguns beijos na sua barriga, descendo e descendo, já que na minha cabeça, agora eu só tinha idéias torturantes para ele também.

- Talvez hoje. - sussurrei - Espero que seja forte o suficiente para aguentar.

Seus corpo inteiro se contorceu, quando o tomei em meus lábios de surpresa. Era só o início da nossa noite.

Alice Pov

No dia seguinte...

- Pensei que a vovó chegaria hoje. - Nessie disse, balançando minhas mãos de um lado para o outro - Tio Phill vai ficar melhor, né?! - fez aquele olharzinho lindo.

- O Phill vai ficar melhor, querida, não precisa se preocupar. Espera um instante. - parei com ela na calçada e me abaixei para puxar seu gorro um pouco mais para baixar e tapar as orelhas.

- Está muito frio para que meu bebêzinho fique tão desprotegida. - expliquei, lhe dando um beijo na bochecha.

- Quero que você me busque todos os dias na escola, Tia Alice. Ah, porque mamãe não foi me buscar?

- Bem, seu pai teve que ir na casa da sua tia Rosalie e ia acabar demorando muito para te busar e sua mãe vai sair mais tarde do trabalho.

- E pra onde eu vou agora se não tem ninguém em casa, tia?

- Ué, a sua casa não é só a casa do seu pai, tem também o apartamento da sua mãe, onde agora eu estou folgadamente instalada.

- Você sente nossa falta que eu seeeeeei. - cantarolou.

- É, pode até ser. - fiz pouco caso, mas ela sabia a verdade.

Nessie cobriu a boca, rindo lindamente.

Continuamos caminhando pela calçada até que chegou a hora de atravessar para irmos até o final da outra rua. Já estávamos perto do apartamento, então Nessie começou a ficar mais agitada.

- Faz chocolate quente pra mim quando chegarmos em casa, tia?

Olhei para o sinal que estava vermelho e atravessei, a puxando comigo.

- Faço sim, querida.

A buzina me acordou do nada. Olhei para o outro lado e carro preto vinha na nossa direção. Ele estava freando, eu podia ver pela fumaça que saía dos pneus, mas não daria tempo.

Foi instantâneo, empurrei Nessie para a outra pista, antes que o carro batesse em mim. O choque doeu demais e fui jogada por cima do capô, me chocando com o párabrisa. Não vi a hora que sai do capô e cai no chão, mas quando seguraram meu rosto e meus olhos se abriram eu já estava lá.

- Tia Alice? - Nessie gritou em pé ao meu lado.

Meu corpo inteiro estava doendo. Senti gosto de sangue na minha boca e minha vista estava ficando turva.

- Moça, moça, você tá bem? - percebi que as mãos que seguravam meu rosto eram masculinas.

Seu cabelos loiros caíram sobre meu rosto antes que eu não enchergasse mais nada.

- Alguém chama uma ambulência, pelo amor Deus. - ele gritou.

Minha perna estava doendo de uma forma que nunca tinha sentido na minha vida. Era como se meu osso estivesse inteiro se estilhaçando.

- Tia Alice, abre o olho, tia. - a voz dela me fez fazer alguma força.

Algumas pessoas se aglomeravam ao redor de nós.

- Cuida dela. - consegui dizer.

Eu o reconhecia, mas não me lembrava de onde e nem queria me lembrar.

- A ambulância já tá vindo. - alguém gritou atrás de mim.

Fechei os olhos de novo e esperei, tentando suportar a dor.

Isabella Pov

Abri a porta. Edward me olhou confuso e me joguei em seus braços.

- Nenhuma notícia?

- Não até agora. Edward, pelo amor de Deus, o que está acontecendo?

Entrou no meu apartamento e fechou a porta.

- Me conta de novo o que aconteceu, meu amor.

Tentei me acalmar, mas não consegui.

- Bem, eu já tinha chegado, já estava aqui há quase uma hora, então eu liguei pro celular dela. Um estranho atendeu, um homem e disse alguma coisa sobre o carro que pegou uma moça, mas ele desligou em seguida. E agora o telefone só dá desligado. Eu tô ficando desesperada. Liguei pra escola da Nessie e disseram que a Alice foi buscá-la. E se a Alice foi atropelada com a nossa filha? Ai, meu Deus. - caí sentada no sofá.

- Bella, olha pra mim. - ele ordenou, se sentando ao meu lado - Tente se acalmar, meu amor. Esse desespero todo não vai ajudar.

- Mas é minha filha, Edward. Minha amiga.

- Shiii... calma. Eu vou fazer algumas ligações, me empresta o telefone?

Dei o telefone na mão e o vi se afastando para ligar para a polícia. As duas vezes que eu já tinha ligado, tinha dado ocupado. Olhei no relógio de novo e vi que já eram nove da noite. Era para elas estarem lá às cinco. Ai, meu Deus!

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- Sim, Alice Brandon e Rennesme Swan. Dois "enes". - continuou falando - Er... só um segundo, por favor?

Colocou a mão no bolso e pegou o celular.

- Alô? Eu não posso falar agora, Jasper. - parou um pouco para ouvir - O que? - ele arregalou os olhos - Como assim? - quase gritou.

Edward se sentou ao meu lado e me agarrei ao seu braço completamente desorientada.

- Que freio, Jasper? Eu não quero saber do freio. Eu quero saber da minha filha. - então tinha a ver com Nessie.

Meu peito apertou ainda mais.

- Onde vocês estão? - Edward perguntou desesperado.

Esperei ansiosa do outro lado pela resposta, mas em seguida ele desligou o celular.

- Sei qual hospital eles estão. Vamos logo.

- E o que aconteceu com Nessie? - perguntei desesperada.

- Parece que ela está bem. O carro pegou mesmo foi Alice.

- Então elas foram atropeladas? - quase gritei.

Edward me pegou pelo braço e me arrastou até fora do apartamento.

- Era o Jasper, não entendi muito bem, mas ele está no hospital com elas.

- Como assim?

Ele trancou a porta e segurou minha mão, me puxando até o elevador do prédio.

- Não estão muito longe daqui, meu amor. Pode ficar mais calma. - entramos no elevador.

- O que ele disse sobre Alice?

- Disse que ela está com o médico e ele com Nessie. - respirei fundo, tentando me acalmar, mas eu só ficaria melhor na hora que visse as duas.

- Não fica assim, Bells.

- Só vou me sentir melhor quando ver as duas. - murmurei.

Ele deu um beijo no alto da minha cabeça e saímos do elevador quando chegou no andar. O caminho até o hospital foi rápido, pareceu demorar mais quando já estávamos lá dentro as procurando. De repente, Edward deu um solavanco na minha mão e me puxou para o outro lado.

- O que... - tentei perguntar, mas em seguida vi um homem loiro, sentado num banco.

- Jasper? - Edward quase gritou.

Ele levantou a cabeça com a cara mais angustiada que já tinha visto e suspirou de alívio.

- Ainda bem que vocês chegaram. - há sete anos não via Jasper.

Ele tinha mudado muito. Parecia mais forte e com aquele terno não lembrava nem um pouco o amigo atrapalhado de Edward.

- Cadê minha filha? - perguntei antes que um dos dois começasse a falar.

Ele olhou para o lado e fez cara de confuso.

- Ué, a criança tava aqui. - se assustou.

- Você perdeu minha filha? - eu e Edward gritamos juntos.

- Não, peraí, calma! Ela estava agorinha mesmo aqui do meu lado.

- Jasper, você tem cinco minutos para achar minha filha, me explicar quem atropelou a Alice e, principalmente, me dizer que diabos está fazendo aqui ou eu te mato.

- Er... er... - por um segundo pareceu o Jasper de antigamente.

- Mamãe?! - ouvi sua voz cansada atrás de mim.

- Nessie? - me abaixei e a peguei no meu colo.

Saber que ela estava ali inteira, nos meus braços, me aliviou um pouco de todo aquele medo que eu tinha de perdê-la. Edward passou a mão pelo seu rosto confuso e assustado.

- Vocês vieram buscar a gente? - perguntou.

- Ai, querida, você tá bem? - ela assentiu - Mesmo?

- Nem me arranhei, mãe. Tia Alice é que não sai de lá de dentro.

- Onde é que você tava, filha?

- Só fui no banheiro, mamãe. Eu também tô com fome. - segurou a bariga por cima do uniforme.

Consegui até esboçar um sorriso com sua carinha inocente.

Edward deu um beijo na nossa filha e olhou feio para Jasper assim como eu.

- Pode começar a explicar.

- Er... er... Calma, amigo. Er... Oi, Bella. Quantos anos, né?!

- Jasper, fala logo. - rosnei.

- Ela continua um doce. - riu sem-graça.

- Foi assim: a gente foi atravessar, ele não parou o carro no farol vermelho, aí Tia Alice me empurrou no chão e ela acabou ficando na frente. Foi isso. - Nessie explicou.

Edward olhou dela para Jasper e dele para Nessie.

- Jasper, você atropelou ela? - rosnou - Eu vou te matar.

Deu dois passos na direção dele, mas segurei seu braço.

- Calma, Edward. - pedi - Jasper será que você nunca ouviu falar de freio?

- Mas a pista estava escorregadia, eu estava parando só que não deu tempo.

- Já pensou andar em baixa velocidade, seu demente.

Nessie riu e sussurrou no meu ouvido:

- O papai já tá ficando roxo.

- Cadê a Alice? - Edward rosnou.

- Eles estão colocando... o gesso.

- Gesso? - perguntei assustada.

- A Tia Alice quebrou a perna. Mamãe, eu andei de ambulância, sabia?

- Quebrou a perna? Mas... - olhei para Jasper - Agora sou eu que quero te matar. Você não tem responsabilidade? A que velocidade você pensa que pode andar em perímetro urbano? Você quebrou a perna dela. Sabe lá o que mais poderia ter feito também com a minha filha?

- Jasper, vou fazer questão de te processar, eu acabo com seus dias de motorista.

- Aiin, Edward, não. Calma! Foi sem querer, gente. Eu já estou me sentindo culpado o suficiente por ter batido nela e por ter atropelado a filha de vocês, desculpa, tá? Eu já estou bem encrencado com os policiais que me escoltaram até aqui, pelo amor de Deus, não faz isso comigo.

- Boa noite. - um médico disse atrás dele - Parentes da Srtª Brandon? - perguntou, olhando numa prancheta em suas mãos.

- Irmã, pode falar. - tomei a frente.

- Bem, ela vai precisar passar a noite no hospital em observação por causa da pancada na cabeça, mas fizemos os exames e além da perna não houve nada demais. Alguns cortes, arranhões, mas amanhã ela está inteira e foi posta num quarto. Vocês querem vê-la?

- Claro! - eu e Nessie falamos juntas.

O médico indicou o caminho e Edward nos acompanhou.

- Ela estava um pouco nervosa quando acordou, por causa da pequena aqui. - passou as mãos no cabelos de Nessie, que sorriu.

- Eu nem me arranhei, mamãe. Sabe porque?

- Porque, querida?

- Porque a Tia Alice me agasalhou tanto que eu acabei quicando quando caí. - fez uma careta.

Edward deu uma risada e pegou Nessie do meu colo quando paramos em frente ao quarto de Alice.

- Eu vou poder entrar também? - Jasper perguntou de algum lugar atrás de nós.

- O que você faz aqui? - rosnei.

- Eu posso vê-la?

- Não. - resolvi ponderar - Quero dizer, só se ela quiser.

- Um de cada vez, tudo bem? Ela pode estar um pouco lenta por causa dos analgésicos, mas está consciente.

Fui a primeira a entrar. Alice estava com um arranhado na bochecha, um pequeno corte na boca e a perna estava levantada sobre um suporte.

- Hey, vocês finalmente chegaram. - murmurou quando me viu.

- Alice, que susto você nos deu. Quer me matar desse jeito. - me aproximei da maca.

- Como está Nessie?

- Sem nenhum arranhão. - tirei o cabelo de seu rosto - Você salvou minha vida mais uma vez. - ri sem humor.

- Desculpa, se me distraí, foi tudo muito rápido... o carro veio na minha direção e nem tive tempo de raciocinar. Eu tinha que ter cuidado de Nessie.

- Você salvou ela, é muito mais do que eu pediria. - ela deu um sorriso e relaxou sobre o travesseiro - Como está se sentindo?

- Dolorida. Espera. Drogada!

- Nessie e Edward vão entrar para te ver. Quer que eu passe a noite com você? - negou com os olhos turvos.

- Só quero ir embora daqui o mais rápido possível.

- Os remédios vão te fazer dormir bem e de manhã estarei aqui para te buscar, tudo bem? Você precisa ficar em observação durante toda a noite. - ela assentiu.

- O que isso vai adiantar? Eu sempre fui louca mesmo, nem vão perceber se tiver alguma diferença.

- Tem razão. Bem, não queria te importunar com isso, mas tem uma pessoa lá fora que quer falar com você.

- Quem? - praticamente cantarolou.

- Não vai acreditar. O idiota que atropelou você é o melhor amigo do Edward. Esse mundo é muito pequeno mesmo. Já são amigos há muito tempo desde antes de ficarmos juntos pela primeira vez. Acho que ele está arrependido e quer te pedir desculpa pelo que fez... - ela agarrou minha blusa e me puxou para baixo.

- Não, Bella. Não mesmo. Você não pode deixar ele entrar.

- Alice, deixe-o só pedir desculpas, sei que você ainda deve estar com muita dor, mas...

- Não é isso. Eu nem tô com dor, aliás vou pedir para o médico transcrever mais desses pra mim, mas o problema não é esse. - viajou um pouco, mas voltou ao assunto.

- Então, o que houve?

- Lembra o idiota que eu falei ontem que me beijou na boate? - revirei minha memória.

- Acho que sim...

- Então, Bella, ele é o idiota. Chuta ele daqui na base de vassouradas, mas ele não pode entrar nesse quarto, ouviu?

- Como? - só consegui dizer isso.

Seus olhos começaram a piscar e piscar mais lentamente.

- Alice, você ainda tá me ouvindo?

- Não, deixa ele entrar, Bella.

- Você nem me contou o que aconteceu na boate.

- Eu estava lá dançando, quando percebi que ele queria dançar comigo e deixei. Sabe, Bella, tipo... tunz tunz tunz, mas do nada ele me beijou, Bella. E eu deixei ele me beijaaaaar. Isso foi o pior de tudo. Tira esse cara daqui mimi. Acho que ele não me reconheceu... ainda. Ou nem deve se lembrar daquela noite, que bom! Manda essa peste embora.

- Tá, se você quer assim. A Nessie e o Edward vem aqui te dar um beijo de noite noite, tudo bem?

- Boa... - acho que as drogas estavam fazendo efeito.

Saí do quarto e Edward conversava alguma com coisa com Jasper.

- Amor, dá um pulinho aqui dentro. - sussurrei.

Jasper deu um passo para frente.

- O senhor nem pense em entrar nesse quarto. Alice não quer te ver. - ele fez cara de desolado.

- Eu disse. - Edward deu de ombros.

Em seguida eu o puxei para dentro do quarto com Nessie que se despediu de Alice com um abraço improvisado. Percebi que minha amiga estava nervosa pelo fato de Jasper ainda estar do lado de fora, mas assim que saímos, fiz questão de levar o amigo de Edward até o carro dele para me certificar de que não voltaria para importunar Alice. Voltamos para casa, com Nessie dormindo no meu colo. Num pedaço do caminho, Edward pegou na minha mão e fez com que eu a apoiasse em seu rosto.

- Está mais calma, meu amor?

- Muito mais. Ainda preocupada com Alice, mas bem melhor agora. Obrigado por ter me ajudado, está bem?

Ele parou em um sinal e já estávamos a uma quadra do apartamento dele.

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- Porque está agradecendo? Eu te amo e não vou sair do seu lado.

Sorri com aquilo.

- Nem do lado da nossa pequena. - passou a mãos nos cachos dela.

Em seguida o sinal abriu e ele teve que arrancar. Continuei ninando Nessie até que chegamos em casa.

Alguns dias depois

- Estou te incomodando, né?! - Alice fez um bico enquanto eu lhe entregava a roupa.

- Alice, já perdi as contas das vezes que você ficou com Nessie quando ela era pequena para que eu estudasse para a faculdade.

Ela terminou de vestir o short com dificuldade.

- Não gosto de babás.

- Você precisa de uma babá.

- Estou com o pé quebrado, não com o cérebro congelado.

- Aindz assim precisa de ajuda e não discuta comigo. - rosnei.

Ela me olhou de cara feia e me deu uma careta.

- Você deveria estar com o Edward. Os dois na cama de conchinha, fazendo algo que nem quero imaginar, mas definitivamente seria bom. Porque não vai para casa dele?

- Porque estou cuidando de você e porque... hoje a mãe dele o visitaria.

- Então, como vai ser esse natal, hein?!

Faltavam apenas dois dias para as festas e eu não sabia o que fazer.

- Mamãe chega amanhã e os pais dele chegaram ontem e Edward não tira a maldita idéia de ceiarmos todos juntos. Que inferno! Ele quer me enlouquecer com essa história.

- Talvez ele só queira acabar logo com tudo isso. - se levantou com a ajuda das muleta.

- Você estará nesse Natal, se lembra? Espero que esteja disposta a separar qualquer briga que acontecer.

- Pode deixar. Eu jogo o meu gesso no meio.

A campainha tocou, interrompendo a conversa e fui atender.

Alice veio pulando atrás de mim para ver quem era, mas pelo cansaço logo se sentou no sofá. Levei um susto enorme. Assim que abri a porta, os buquês de flores pareciam pular na frente dos meus olhos. Contei seis, mas não entendia o que estava acontecendo.

Um entregador olhou para uma prancheta na sua mão livre.

- Um dia eu arrumo um homem como esse, hein?! - Alice gritou de dentro do apartamento.

- Er... Srtª Brandon? - o rapaz perguntou.

Tive que segurar uma risada, mas não fui muito bem sucedida.

- Acho que você já arrumou, amiga. - gritei de volta.

Ela fez cara de confusa e tentou se levantar, mas as muletas não a ajudaram muito.

- Arrumei, é? Como assim?

- Podem entrar. - falei aos entregadores.

Eles vieram pela sala e deixaram os seis buquês em cima da mesa de centro na frente de Alice.

- Isso é pra mim? - perguntou - Tá de brincadeira, né?!

Peguei minha bolsa pendurada ao lado dos casacos e procurei alguns dólares para dar a eles quando saíram. Minha amiga ficou com as feições completamente embasbacada enquanto admirava as rosas e as flores do campo que perfumavam a sala. Os rapazes saíram em seguida e voltei para a mesa para que pudesse achar um cartão.

No segundo buquê, achei um que segurei entre os dedos e balancei no ar.

- Deixa eu ver, deixa eu ver, deixa eu ver. - ela gritou.

- Acho que alguém vai ficar deitada de conchinha logo logo... - murmurei, balançando o papel de um lado para o outro.

- Você é cruel. Sabe que estou debilitada. Lê logo esse troço, Isabella. - gritou.

Abri o envelopinho bem devagar e tive que segurar o queixo quando li o nome do "admirador" que tinha acabado de ganhar alguns pontos no meu conceito.

- Espero que um dia possa me perdoar pelo atropelamento e pelo beijo roubado. Sei que é um pedido muito ousado, mas quero te ver em breve. Um abraço, Jasper.

- Jasper? - ela rosnou.

- Alice, você me contou tudo mesmo que aconteceu naquela boate? - dei uma risada involuntária.

Ela se apoiou na mesa de centro e conseguiu puxar o papel da minha mãeo.

- Não acredito nisso. - rosnou de novo - Porque esse cara tá no meu pé, hein?!

- Ele deve ter gostado mesmo daquele beijo. - me abaixei e senti o perfume das flores - Isso aqui está parecendo um jardim.

- E daqui há dois dias parecerá um cemitério com cheiro de flor podre.

- Cruzes, Alice. Deixe de ser mal-humorada.

- Como esse cara descobriu meu nome e meu endereço?

- Acho que sei... - falei para mim mesma.

Ela levantou uma sobrancelha e depois fez um biquinho cheio de manha.

- Posso matar seu marido? - perguntou.

Dei uma risada alta, mas em seguida parei de rir e a olhei confusa.

- O que disse?

- Se posso te deixar viúva... Que cara é essa, Bella?

- É que você disse marido e isso foi estranho. - dei de ombros.

Olhei no relógio e vi que já era tarde e essa noite eu dormiria na casa de Edward, graças a insistência da minha amiga que achava que podia fazer tudo sozinha.

- Acho que preciso ir. Já está tarde. Vai conseguir colocar seu jantar no microondas sozinha ou quer que eu faça. - perguntei sincera, mas recebi uma almofadada na cara em resposta - Aiin, Alice, poxa!

- Vai embora, Nanny

- Okay, vou te deixar sozinha com seu mar de rosas. - fui até o quarto de Nessie onde ela assistia a desenhos animados com fofo no colo - Querida, vamos embora?

- Mas o desenho... - apontou para a tv.

- Papai está esperando a gente. - foram as palavras mágicas para que ela levantasse num pulo e fosse correndo até a sala para se despedir de Alice.

- Tchay, tia. - subiu desajeitada no sofá e deu um beijo na bochecha de Alice.

- Tchau, querida. Nos vemos amanhã.

- Não esqueça meus presentes, tia Alice.

- Rennesme? - chamei sua atenção.

Ela fez uma careta como se tivesse dito algo de muito errado e correu até a porta, se esgueirando de mim. Alice deu uma risada e pediu que eu esquecesse com uma gesto simples. Voltei com Nessie de táxi para o apartamento de Edward. Quando entrei com a chave reserva que ele havia me emprestado, foi inevitável o susto. Pensei que Edward e Esme iriam se encontrar na parte da manhã, mas lá estava ela sentada no sofá da sala ao lado dele. Seus olhos castanhos me olharam assustados como se visse um fantasma na sua frente. E então, abaixou seus olhos para Nessie que ainda não soltara sua mão da minha. Edward não sabia muito bem o que dizer, então apenas levantou e veio até nós duas.

- Oi, amor. - Esme pareceu reagir a nossa aproximação.

Me ajudou com minha bolsa e a mochila de Nessie.

- Eu não queria mesmo te pedir isso, mas você pode subir e descer daqui a cinco minutinhos? - fez uma cara estranha e quase implorou com os olhos para que eu o fizesse.

- Claro! - sussurrei.

Olhei para o outro lado da sala onde Esme ainda me encarava.

- Boa noite. - desejei.

- Boa noite. - praticamente rosnou.

- Oi vó. - Nessie se intrometeu com um sorriso gigantesco.

A avó olhou para ela não com as melhores das caras, mas um pouco mais suave.

- Er... oi.

Edward deu um sorriso torto lindo que me fez ficar mais calma, então se aproximou de mim e selou nossos lábios com carinho, passando sua mão pelo meu rosto. Em seguida se abaixou e deu um beijo estalado na bochecha de Nessie.

- Então, filhota, porque não sobe com a mamãe para lavar as mãos. O papai fez o jantar hoje.

- Hum... você pediu pizza? - Nessie brincou.

Ele se fingiu de ofendido e fez cócegas na barriga dela que para fugir do pai saiu correndo pela sala até chegar na escada que subia para o segundo andar da cobertura e me arrastou junto.

Subimos correndo como duas crianças e fomos até o quarto dela. A pus em pé na cama e ela levantou os braços ainda rindo. Comecei a tirar seu sueter e sua camisa.

- O que a vovó faz aqui? - perguntou.

- Ué, ela veio... conversar com seu pai. - respondi.

Tentei não transparecer meu nervosismo. Ela se apoiou no meu ombro enquanto tirava a calça para ir tomar banho.

- Não sei porque a vovó não gosta de mim. - deu de ombros e pulou da cama.

Ela entrou no chuveiro da suíte e começou a tomar seu banho sozinha.

- Quem disse que ela não gosta de você, Nessie? - se aquela mulher colocasse trauma na minha filha, eu a matava.

- Ninguém. - resmungou, debaixo d'água.

- Então, pode tirando essa idéia louca da sua cabeça, tudo bem? Eu e seu pai te amamos e não queremos te ver dizendo uma coisa como essa, está bem?

Ela passou a mão no vidro do box, tirando o embaçado e me mostrando seu rostinho confuso. Ela assentiu envergonhada e voltou a tomar banho.

Saí do banheiro e a esperei do lado de fora. Minha cabeça martelava enquanto eu pensava sobre que diabos eles estariam conversando lá embaixo e sobre como teria sido a reação de Esme ao ficar sozinha com ele. Eu sempre criei muito atrito entre Edward e ela, essa era a última coisa que eu queria agora nas vésperas do Natal.

Um tempo depois, Nessie saiu do banheiro, já seca e enrolada numa toalha que ia até seus pés. Seu queixo batia com força.

- Posso escolher minha roupa, mamãe?

- Claro, querida. - respondi ainda com a cabeça no passado, me lembrei então de um episódio que nunca queria que tivesse acontecido.

Flash back on

Carlisle me abraçou como se me conhecesse há anos e depois me soltou com um sorriso enorme estampado no rosto.

- É bom conhecer você, Isabella.

- Er... Também é um prazer conhecer o senhor. - sussurrei.

A voz mal saía da minha boca. Ele me soltou, então Edward passou seus braços ao redor dos meus ombros de novo. Eu sabia que se não ficasse segura naquela redoma de seu abraço, provavelmente cairía aos pés dos pais dele.

Para mim tudo aquilo era uma besteira imensa. Sim, eu nunca tinha sentido algo tão forte por ninguém como estava sentindo por ele, mas era a primeira vez que eu era apresentada a alguém como namorada. Então, Edward me girou para o outro lado e apontou sua mãe.

- Bem, mãe, essa é a Bella de quem falei. - olhei para cima e o encarei confusa.

Aquele meu olhar siginificava: "Falou mas era melhor ficar calado." A mulher na minha frente me olhou de cima a baixo e entao descruzou os braços com má vontade e esticou a mão na minha direção.

- É um prazer conhecê-la.

Sentindo que ainda estava tremendo, estiquei minha mão também e a cumprimentei. Seus olhos escaparam por um instante dos meus e se abaixaram até nossas mãos.

Ela pareceu tomar um susto, quando viu o anel com um brilhante em cima que Edward havia me dado quando me pediu em namoro. Não tinha como ela saber que ele o tinha me dado, mas não era dificil deduzir olhando para meu jeito tão simples e humilde. A família dele era muito rica e aquilo me incomodava. Eu me sentia uma estranha, uma invasora. Pior de tudo: invasora e perigosa.

- Bonito anel, Isabella. - concluiu soltando minha mão.

- Dei a ela, mamãe. Quando a pedi em namoro. - Edward explicou.

Esme olhou para ele como se não acreditasse no que estava dizendo. Então, em seguida ele disse para que se sentassem no sofá da sala de estar de seu apartamento. Tentei ser educada e me ofereci a buscar algo para eles. Carlisle disse que estava bem, assim como Esme, mas a diferença era que ele me olhava com um sorriso e ela como se não estivesse gostando daquele meu gesto. "Será que ela pensou que eu me sinto a dona da casa?"

Sentei ao lado de Edward numa poltrona perto do sofá e ele fez questão de me aninhar em seus braços. Os dois começaram a conversar sobre várias coisas, sempre me incluindo no assunto e tentando me deixar confortável. Se fosse só pelos dois, eu até me sentiria, mas não conseguia relaxar com os olhos de Esme que me queimavam viva.

- Er... com licença. - me levantei.

- O que houve? - Edward perguntou alarmado.

- Só vou ali um instante, tudo bem?

- Claro, Bells.

Fui cambaleando até o banheiro que ficava no final do corredor e entrei ofegante. Lavei o rosto ainda nervosa e contei até dez. Molhei também o pescoço e saí do banheiro sem fazer barulho. Do corredor ainda pude ouvir o resto da conversa que Esme tinha com o filho sem a participação de Carlisle.

- Um brilhante, Edward? Onde está com a cabeça?

- Mamãe, fale baixo. - ele rosnou.

Ele não parecia nada feliz com o rumo da conversa por causa de seu tom de voz.

- Você agora dá um anel de brilhantes para qualquer garota... praticamente uma...

- Mãe?! - ele rosnou a interrompendo - Cale a boca!

- Veja isso Carlisle. Olha o que seu filho está dizendo para mim.

- Você não tem direito de falar assim da garota que eu amo, okay?

- E lá você sabe o que é o amor, meu filho. Algumas noites de prazer, alguns cafés-da-manhã divertidos e você me diz que está amando? Você enlouqueceu.

Eu precisava parar de ouvir aquilo, então abri a porta do banheiro de novo e a fechei com força para que fizesse barulho. Em seguida a conversa na sala cessou e eu pude voltar para lá, tentando engolir as lágrimas.

Flash back off

Nessie pulou no meu colo e descemos as escadas devagar. Eu não queria ouvir nada que me surpreendesse como da última vez há sete anos. Para minha surpresa, Edward se despedia de Esme na porta e logo que me viu ela partiu.

Coloquei minha filha no chão que rodopiou com sua linda camisola e depois correu até a cozinha.

- Posso comer um biscoito, mãe?

- Não, querida. Nós já vamos jantar. E não chegue perto do fogão, ouviu?

Ela entrou no cômodo, então me aproximei de Edward e acariciei suas costas.

- Ainda acha boa idéia juntarmos todos para esse jantar amanhã?

- É Natal, Bella. Quero ficar com minha família completa.

- O que sua mãe disse? - perguntei ansiosa.

- Nada de importante. Não se preocupe com isso. Minha mãe mudará de opinião. - ele se virou de frente para mim - Quando ela passar um tempo com nós três e ver o quanto nos amamos, vai entender a minha necessidade de estar ao seu lado e ao lado de Nessie. - me abraçou delicadamente e encaixou seu rosto no meu pescoço.

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- Me promete que não vai ficar preocupada com isso?

- É um pouco difícil, mas vou tentar. - sussurrei.

O senti sorrindo, ainda com o rosto afundado nos meus cabelos.

- Tenho uma boa notícia.

- Qual?

- Convidei Jasper para passar o Natal com a gente. Com ele somos doze. Será o Natal mais animado que já tive.

- Pena que não posso dizer o mesmo. - desabafei - Bem, acho que Alice não vai ficar muito feliz com isso. Falando nisso, ela ficou chateada por você ter dado o endereço dela para Jasper. Ele encheu o apartamento dela de flores hoje, sabia?

- É claro que sabia. Parte da idéia foi minha. E mande Alice se aquietar pois eu dei o antigo endereço da minha mulher. Consequentemente é o mesmo. - deu de ombros.

- Explique-se para ela amanhã, está bem?

Passei minha mão por seus fios acobreados da nuca, sentindo a maciez. Suspirei inevitavelmente e Edward riu de mim.

- Quer dizer que a idéia romântica das flores foi sua? - tentei fugir.

Ele levantou o rosto e colou sua testa na minha.

- Teremos mais oportunidade para demonstrar o quanto sou romântico, não precisa ter ciúmes, meu amor.

Abri a boca para dizer alguma coisa, mas fomos interrompidos.

- Hey?! Vocês tem que alimentar uma boca faminta, sabia? - Nessie cruzou os braços e fez bico.

- Preciso afastar essa criança de Alice. - murmurei me soltando.

[...]

Nessie continuava batendo o pé no chão, completamente ansiosa.

- Querida, se acalme. - ordenei.

Ela olhou para cima e assentiu, tentando se manter quieta. Em seguida, olhei para o lado e vi que Alice fazia o mesmo gesto com a perna que estava boa, enquanto jogava todo seu peso sobre as muletas na frente.

- Você por um acaso passou seus genes para minha filha? - perguntei.

- Que? - disse sonolenta.

- Esquece.

Olhei no relógio e vi que eram sete da manhã. O vôo de minha mãe e Phil já tinha pousado, mas eles ainda não tinha saído pelo portão de desembarque.

- Ali eles. - Nessie gritou de repente - Vovó e Tio Phill. - puxou minha mão.

Voltei a olhar para cima e vi os dois vindo na nossa direção com um grande carrinho onde estavam as malas. Senti minhas pernas amolecerem e meu corpo inteiro gelar.

- Meus presentes das Bahamas, meu biscoitos de chocolate da Tia Renne, as batalhas navais com Tio Phill. Aiin, que saudade. - Alice sussurrou para si mesma e depois foi correndo o quanto pode sobre as muletas até eles.

Nessie já se balançava no colo da minha mãe e Phill abraçava Alice com força, quando me aproximei.

- Oi... - sussurrei.

Minha mãe deu um sorriso fraco e me olhou de cima a baixo.

- Você está linda, minha garota. - abriu o outro braço e me pegou num abraço apertado ainda com Nessie no meio de nós duas.

- Senti sua falta, mãe.

- Que ótimo, amorzinho. Tambem senti a falta de vocês três. - de repente naquele abraço infinito Alice se infiltrou.

- Eu sabia que era importante na vida dessa mulher. - disse com os olhos fechados e agarrando minha mãe.

- Vixi, perdi os biscoitos de chocolate da vovó. - Nessie fez uma careta e fechou a cara.

Phill deu uma risada alta ao nosso lado e pegou Nessie no colo.

- Não fique assim, querida. Se esqueceu que eu também faço biscoitos de chocolate deliciosos? - os olhos da minha filha brilharam intensamente, me fazendo rir.

Me soltei de minha mãe e o abracei.

- Como está sua saúde, meu velho? - perguntei de brincadeira.

- Bem, né?! Depois que sua mãe me mandou para o hospital sem necessidade, agora estou me entupindo de remédios graças a ela.

- E lembre-se: sem vinho no Natal. - minha mãe completou, olhando para ele - Não podemos vacilar com esse antibióticos.

Ele revirou os olhos e pôs Nessie sentada em cima das malas.

- Vamos dar um passeio, garotona. Onde está o carro Bella?

- Setor b15.

Assim que respondi, ele começou a brincar no carrinho com Nessie que dava altas risadas.

- Mas que diabo aconteceu com meu bebê? - minha mãe perguntou caminhando ao meu lado e ao lado de Alice.

- Nada, mãe. - pensei que ela estivesse falando sobre meu claro nervosismo.

- Estou falando da Alice. Mas o que houve com sua perna, querida? - perguntou preocupada.

- Fui atropelada. - minha mãe tomou um susto e quase caiu para trás.

- Conte-me direito. Quem foi o idiota que fez isso?

O mesmo que tinha inundado o apartamento de flores e perdido minha filha no hospital. - pensei. Parando para pensar direito, Jasper era mesmo bem idiota, mas nada que eu fosse ficar discutindo agora. Alice foi dramatizando e contando toda a história até que saímos do aeroporto e andamos até o setor b15 onde o táxi esperava por nós. Fomos direto para o meu apartamento, ouvindo história sobre a viagem que eles haviam feito as Bahamas e tudo que havia no cruzeiro. Assim que chegamos ao prédio, Phill levou todas as malas para a sala e entramos já cansados da viagem.

- Meu Deus, quantas flores. Quando você disse que ele havia mandado buquês de rosas, pensei que fosse apenas um. Esse cara é louco?

- Ele tá é cheio de remorso. - Alice respondeu fazendo bico.

- Ele tá é apaixonado. - Phill observou, tirando as palavras da minha boca.

- Então, querida, onde vamos ficar? - minha mãe perguntou - Sabe que se não houver espaço suficiente podemos muito bem ficar em um hotel.

- Até parece que deixaria vocês num hotel, até porque não há mais vagas na véspera de Natal, mamãe. Bem, vocês vão ficar no quarto de casal que fica no final do corredor e Alice vai voltar a dormir no quarto de Nessie.

- Melhor que antes quando eu dormia no sofá. - resmungou.

A olhei de cara feia.

- O sofá é super confortável, amiga. Que isso! - me mandou um beijo e se sentou nele.

- Mas e você e a Nessie? Vão ficar onde?

Agora tinha chegado a parte difícil da conversa. Como eu contaria para minha mãe sobre tudo aquilo?

- Mãe, eu preciso contar uma coisa antes para você. - sussurrei.

Cruzou os braços e olhou interessada na minha direção. Me desencostei da parede da sala e pigarreei.

- Acho que seria mais fácil mostrar do que falar. - tremi na base - Será que você e Alice podiam vir comigo e Nessie a um lugar, enquanto Phill desarruma as malas?

- Papo de mulher, eu tô fora. - ele anunciou.

- É mais ou menos isso mesmo. - sussurrei.

Ela pensou por algum tempo até que pareceu considerar a idéia.

- Bem, então é melhor descermos e chamarmos um táxi.

Fiz o que ela disse e peguei Nessie no colo, enquanto destrancava a porta, as duas passaram na frente e eu voltei para buscar a chave do apartamento de Edward na minha bolsa.

- Sinta-se a vontade, tudo bem Phill?

- Tudo bem, querida. Só me diga onde é o quarto.

- O último do corredor. Sem erro.

- Está bem. Obrigado e ... boa sorte.

- Vou precisar, cara. Vou precisar.

As duas me esperavam na porta do elevador e assim que ele apareceu, nós entramos e fomos até a entrada do prédio. Pedi um táxi e ajudei Alice a se sentar no banco da frente, voltei ao banco de trás e indiquei o endereço ao motorista.

- Posso fazer uma pergunta? - minha mãe sussurrou.

- Claro.

- Onde estamos indo? E porque esse silêncio fúnebre no carro?

- São duas perguntas. - Alice observou, mas depois se encolheu no banco e percebeu que tinha dito besteira.

- Você já vai ver onde estamos indo e o silêncio é inevitável. Não tenho nada a dizer.

- Nada agora. - Alice disse de novo.

Olhei no retrovisor de cara feia para ela que se encolheu de novo.

- Desculpa?! - pediu.

O apartamento de Edward ficava a dez minutos do meu e milagrosamente pegamos quase todas as ruas vazia em comparação a um Natal normal. Foi quando a frase "esse Natal nunca será normal" veio na minha cabeça.

Minha olhou para o alto, admirando o prédio de luxo de Edward e me acompanhou até estarmos dentro do elevador.

- Quem mora aqui?

- Mãe, você já vai ver.

Descemos na cobertura, mas não me atrevi a abrir a porta com minha chave. Talvez pegaria Edward desprevenido demais e um desastre era o que deveria ser evitado durante todo o dia. Toquei a campainha e esperei que ele abrisse.

Um tempo depois, ele apareceu vestindo um sueter vermelho e seus velhos jeans.

- Oi. - respondeu animado, então olhou para trás de mim e viu minha mãe.

Os olhos dele cresceram num verde profundo em apreensão. Não ousei olhar para trás e ver as feições que ela fazia, então entrei com Nessie e o abracei pela cintura.

Agora sim eu podia ver seus olhos assustados.

- Mãe, eu quero te apresentar alguém que você só conhece de nome. Esse é o Edward. - as palavras saíram arranhando da minha garganta.

Nessie abraçou minhas pernas e ficamos os três a vendo catatônica.

- Mãe, você tá bem? - fiquei preocupada depois de alguns minutos.

A resposta foi clara quando ela começou a cair e cair para trás, entortando cada vez mais. Alice tentou por suas muletas para frente e segurá-la, mas já era tarde, Edward avançou sobre minha mãe e a segurou pelo tronco a centímetros do chão.

- Mamãe?! - gritei desesperada.

- Vovó?! - Nessie imitou o gesto e foi para seu lado.

Ela continuou desacordada nos braços de Edward que deu de ombros.

- Desculpa?! - pediu envergonhado.

E agora? Quem ia me ajudar a fazer a ceia?

[...]

- Vou dar licença para vocês duas. - Edward disse se levantando da cama.

- Obrigada, querido. - sussurrei.

Ele beijou o alto da minha cabeça e deu um sorriso para minha mãe. Ela o olhou por detrás do copo d'água e sorriu também.

Edward saiu do quarto, nos deixando livres para conversar, e acho que esse foi o maior problema.

- Está se sentindo melhor, mãe? - perguntei preocupada.

Renne assentiu ainda assustada e olhou para nossa cama e nosso quarto. Quero dizer, não sabia se era nosso, a idéia ainda me assustava.

- Onde eu estou?

- No... nosso quarto. - tentei não fazer uma careta.

- Ah, tá. Er... você está morando aqui agora? O que aconteceu com seu apartamento? Quem me trouxe aqui para cima? Er... ele é mesmo o... Edward? - quase engasgou ao dizer o nome dele.

- Muitas perguntas, mãe. Muitas respostas, que eu juro dar, mas preciso que você me prometa que vai me ouvir até o fim. Que vai tentar me entender, okay?

- Você está me assustando. - pôs o copo em cima da cabeceira e jogou as pernas para fora da cama.

- O Edward te trouxe aqui para cima, sabia que você precisava de conforto quando acordasse. Meu apartamento continua lá, Alice tem que ter um lugar para morar, certo?. Não, eu não estou morando com ele, apesar de passar muitas noites aqui com Nessie. E sim. É aquele Edward.

Seu rosto ficou mais branco que o normal.

- Pode me explicar o que está acontecendo ou vou ter que desmaiar de novo? - ela ainda não parecia muito bem.

- Bem, tudo começa quando eu ganhei a bolsa de mestrado na Alemanha.

- Está mentindo para mim desde aquele tempo? - se assutou.

- Mas, eu não estava metindo. - estava sim - Me deixe terminar, por favor? Não vou conseguir desse jeito.

Tentou se acalmar e assentiu impaciente.

- Promete que vai ficar de boca calada até eu terminar de contar a história toda? - assentiu - Promete pela sua filha?

Ela arregalou os olhos.

- Isso é injusto.

- Injusto é ser interrompida quando preciso contar algo tão importante.

- Tudo bem, juro por você. - rosnou, cruzando os braços.

- Mãe, depois que voltei da Alemanha, tive que vir para Nova Iorque por causa do meu meu emprego como editora chefe, entende isso também, não é? - assentiu - Sabe que era inevitável para mim vir para essa cidade e eu precisava desse emprego. - assentiu impaciente - Não estava nos meus planos, mãe. Você mais do que ninguém sabe que não sou o tipo de pessoa que perdoa qualquer coisa fácil, mas foi inevitável depois que voltei de Washington daquela visita que fiz por causa do acidente de Jacob. Eu descobri que o amava ainda e sempre amei. Menti constantemente todos esses anos para mim mesma, mas a verdade é que nunca esqueci Edward, em parte por causa de Nessie. Foi quando eu tentei fugir disso, que descobri toda a verdade.

- Verdade?

- Escute bem atentamente, porque essa será a primeira vez que vou dizer isso. - apontei um dedo no seu rosto a assustando - É a primeira vez que vou admitir isso: Mãe, você estava certa o tempo todo.

Fez a mais linda e convincente cara de confusa que só minha mãe conseguia fazer.

- Nunca houve motivos para que nós nos separássemos, mãe. Você tinha razão quando me dizia para vir procurá-lo. Talvez se eu o tivesse feito, tinha descobrido a mentira que nos contaram para que eu me separasse dele. Eu nunca te contei isso, alias nunca contei para ninguém o motivo real da minha decisão de voltar para Washington há sete anos. Falei que era porque ele tinha me traído e tinha descoberto, mas não disse as condições em que descobri. Chegou a hora de falar.

- Estou disposta a ouvir. - segurou na minha mão, me dando força.

- Na verdade, mãe, ouvi da boca de uma "amiga" dele que no fundo eu sabia que sentia alguam coisa pelo Edward. Eu a encontrei no antigo apartamento dele, vestindo a roupa dele e ela me contou uma mentira gigantesca. Disse que ele já ficava com ela muito antes de me conhecer, que ele dizia coisas sobre mim pelas minhas costas e o que me deixou mais amendrontada foi que ela disse que estava grávida. - ela arregalou os olhos - A mentira foi muito bem armada. Um plano quase impecável. Eu ainda era muito jovem para entender que poderia ser uma mentira. Eu só quis sair de lá o mais rápido possível, correndo e ao menos pensei na Nessie.

- Quem é essa mulher? - ela rosnou.

- Ninguém de importante agora, mãe.

- Ah, é importante sim para mim. Eu quero acabar com a raça dessa desgraçada. - a segurei em seu lugar e pedi calma com as mãos.

- Não se preocupe que faz pouco tempo desde que a encontrei e a pus em seu lugar, está bem?

- Não consigo acreditar nisso.

- Também não acreditei quando ele me contou. Eu precisei ouvir de Edward, de Alice e de Rosalie.

- Rosalie?! - perguntou confusa.

- A irmã dele. As duas se juntaram para investigar esse situação toda e tentar nos juntar de novo. De alguma forma as duas sabiam melhor até do que nós mesmo aonde eram nossos lugares.

Ela pensou em dizer alguma coisa, e chegou a abrir a boca para dizer, mas a fechou, ficando pensativa. Esperei alguns segundos para que ela racionalizasse tudo.

- Posso prosseguir? - perguntei.

- Não, espere. Vocês estão juntos desde então?

- Sim. Pouco menos de três semanas.

- Ah, sim. - pousou as mãos no colo - E minha neta? Como reagiu quando conheceu o pai?

Abaixei o rosto pois não queria ver sua reação.

- Essa é a única parte que menti mesmo para você por todo esse tempo. - a senti se mexendo para ficar de frente para mim.

- Quando você e Phill foram fazer sua segunda lua-de-mel e eu precisei ir para a Alemanha... er... eu não deixei Nessie com Alice em Washington.

- Não? - neguei com a cabeça.

- Não, eu... a trouxe para Nova Iorque e deixei com Edward. - o silêncio me preocupou.

Minha mãe não era mulher de ficar em silêncio, ou teria outro desmaio como agora pouco, ou começaria um escândalo. Meu coração palpitou com força, quando ela se levantou da cama e pude ver pela minha visão periférica que não estava nem um pouco satisfeita.

- Espero que esteja de brincadeira comigo Isabella Marie Swan. Você não largou mesmo sua filha com um estranho, largou?

Eu sabia que aquele tom de voz era o anúncio de uma tempestade. Ouvia aquilo desde que nasci, era inconfundível. Eu não queria contar, mas não queria mentir para ela e agora que já tinha chegado ao assunto, não fugiria mais.

- Mãe, eu...

- Não, você não fez isso. Eu não acredito que você mentiu assim, Bella. Porque não deixou sua filha com Alice?

- Alice não é a mãe de Nessie.

- Porque não comigo e Phill? Nós cancelaríamos a viagem.

- Jamais faria isso, mãe.

- Porque não deixou com Sue? A mãe de Jacob sempre amou tanto Nessie quanto eu.

- Mãe, eu e Jacob tínhamos terminado nosso noivado e você sabe muito bem disso. Ele disse que não aceitaria que eu fosse para a Alemanha, e eu terminei tudo, você sabe que ele sempre foi um grande companheiro para mim, mas que nunca mas o amei da mesma forma depois de Edward.

- Ainda assim, Isabella. Ela não o conhecia. Ela estava sozinha e se ficasse com medo? E se precisasse de você?

- Calma, mãe. Abaixe o tom de voz, por favor?

- Não, Bella. Quem tem que se controlar aqui é você. Como faz algo como isso? E se ele não cuidasse dela, não acreditasse quando você disse que era filha dele e se ele a largasse? Você voltaria da Alemanha?

- Mãe, deixei uma carta explicando tudo a ele e Rosalie me garantiu que...

- Você deixou uma carta? - gritou - Você largou sua filha na porta de um estranho como se fosse um jornal? Você é louca, Isabella? Você não o via há sete anos. Sabe-se lá se ele tinha se tornado um louco, psicopáta, você expôs sua filha desse jeito?

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- Mãe, pelo amor de Deus, a Nessie vai ouvir. O Edward, a Alice, estão todos lá embaixo.

- E é bom que ouçam. Alice é outra também que não bate bem das bolas. - sobrou até para a queridinha dela - É bom que Rennesme escute para saber o quanto a mãe dela é estúpida. E esse garoto.... - apontou para a porta do quarto com raiva - Esse garoto vai ouvir daqui a pouco.

- Mãe?! - a repreendi.

- Filha! - rosnou me ameaçando.

- Você está agindo irracionalmente, okay? Alice ficou ainda dois dias em Nova Iorque, se precisasse ela tiraria Nessie daqui. Antes que eu aceitasse essa idéia louca que Alice teve de deixar Nessie aqui, eu entrei em contato com Rosalie e perguntei tudo quanto era tipo de coisa. O que ele fazia, onde morava, se era alguém em quem eu podia confiar. Ela me prometeu que o ajudaria a cudiar de Nessie. Além do mais, mãe, um dia chegaria a hora que eu teria que dizer para minha filha quem era o pai dela. Eles precisavam se conhecer de uma forma ou de outra.

- De outra seria bem melhor, concorda? - rosnou me olhando de maneira fria.

Alguém deu duas batidinhas na porta.

- Como eu pude criar uma filha tão ingrata? - ela gritou.

- Mãe, sem escândalos.

- Você é impossível, Isabella. A cara do seu pai. Você não puxou nada meu. Nada... Ai, meu Deus! Essa garota vai me fazer ter um infarte.

- Mãe, guarde os chiliques para mais tarde. - esperniei, batendo o pé no chão - Agora não, pelo amor de Deus, mamãe!

- Bella?! - Alice chamou da porta com uma cara péssima - Sua sogrinha chegou.

Era o que me faltava agora. O que ela estava fazendo aqui essa hora?

- Quem? - minha mãe perguntou por mim.

- Er... er... - Alice estava com medo de responder a ela.

- Sabe que também vai levar bronca, né?! Fala logo quem, Alice.

- A mãe do Edward. Ela está lá embaixo faz um tempo e quer subir para conversar com a Bella.

- Comigo? - agora sim era a minha morte.

- Ah, que ótimo, espero que ela venha aqui e dê um bom fora em você, enquanto eu desço e faço o mesmo com filho dela. Vamos trocar de posições, olha que legal. - disse com deboche.

- Não, mãe. Fica aqui. - pedi sem poder me controlar.

Eu preferia mil vezes ela gritando no meu ouvido do que um olhar de Esme que sempre me cortava em vários pedaços.

- Gente, posso dizer uma coisa? Vocês estão assustando a Nessie. - Alice sussurrou.

Me levantei com dificuldade pois minhas pernas não me obedeciam.

- Vou descer para falar com minha neta. - minha rosnou, saindo pela porta do quarto.

Alice me olhou assustada como se não tivesse entendendo nada.

- Meu Deus, eu sabia que ela ficaria chateada, mas eu pensei por um momento que vocês se matariam aqui. - sussurrou.

- Com licença? - Alice deu um pulo e olhou para trás onde Esme esperava para entrar no quarto.

Ela fitou minha amiga com uma sobrancelha erguida e Alice logo saiu do quarto - acho que com medo - nos deixando a sós.

- Bom dia. - sussurrou.

- Bom dia.

Um nó se formou na minha garganta me impossibilitando de respirar silenciosamente.

- Aquela era sua mãe? - apontou para a porta, indicando o corredor.

- Sim.

- Não parecia muito satisfeita.

- E acho que vai descontar tudo em Edward. - soltei sem pensar, mas ela só deu de ombros como se realmente não se importasse, mas eu sabia que não era verdade.

- Ele já é grandinho. Bem, Isabella, deve estar se perguntando o que vim fazer aqui tão cedo. - deu um passo para frente.

- Na verdade, eu estava mais interessada no fato de você querer conversar comigo.

- Naturalmente. Bem, trouxe algumas coisas da casa de Rosalie para a ceia. Edward está arrumando tudo lá embaixo. Eu e ela soubemos que teria muitas pessoas hoje a noite e resolvemos ajudar.

- A-judar? - gaguejei.

- Pelo visto você não tem muita prática em ser anfitriã, então facilitamos as coisas para você. - será que facilitaria tudo mesmo?

Suspirei pesado, me sentindo como uma experiência de laboratório. Era como se cada movimento meu fosse estudado por ela.

- Obrigada. Será mesmo uma grande ajuda.

- Também trouxe os presentes que eu e Carlisle compramos para todos e Edward disse que colocaria embaixo da árvore. Espero que não se incomode. - enrugou o cenho.

- Claro que não.

- Que bom. Pois bem, Bella, eu estava lá embaixo quando ouvi... a sua discussão com sua mãe. - abaixei a cabeça, me preparando para uma facada - Me desculpe se ouvi as coisas que vocês estavam dizendo.

- Não te culpo, foi meio inevitável.

- Bem, é mais ou menos sobre a mesma coisa que vim conversar com você. Essa volta desse relacionamento - disse a última palavra com deboche - e a existência dessa criança

- Minha filha. - corrigi.

- Minha neta. - respondeu com um sorriso cínico.

- Onde quer chegar, por favor? Tenho outras coisas para fazer.

Ela sorriu satisfeita por ver que eu estava perdendo a paciência e aquilo era ponto para ela.

- Você se defende tanto, Isabella. É uma característica de fraqueza.

- Veio aqui para dizer isso?

- Não. Vim aqui para falar que, por incrível que pareça, estou feliz por você ter voltado. - não entendi nada - Só que preciso deixar claro também que não te suporto.

Fiquei chocada com a clareza de suas palavras. Pelo menos, ela tinha aprimorado com todos esses anos.

- Isso é irônico. - rosnei.

- Mais do que você pode imaginar. Só estou dizendo isso para que não pense que é porque você trouxe de volta a vida do meu filho que vou cair de paixão aos seus pés. Não confio em você e nem sei se posso confiar.

- Somos duas.

- É bom mesmo. O sentimento quando não é recíproco perde totalmente a graça.

- Olha Esme, porque está dizendo tudo isso para mim logo hoje?

- Não pense que o espírito de Natal vai me amolecer. Era preciso te dizer isso hoje. Aliás, devia ter dito há sete anos.

- Seu trabalho foi bem feito quando encorajou Tanya a ficar com Edward.

- Ah sim. Tanya! - pareceu ter uma idéia - Você tem boa memória.

- As vezes gostaria de ter menos.

- Não me culpe pelo que ela fez com vocês. Rosalie me contou sem muitos detalhes da armação dela e não imagino como uma pessoa possa ser tão cruel.

- É claro que não imagina.

- Eu pensava que ela era mesmo alguém melhor para ele na época.´

- Alguém mais parecido com você, é isso que quer dizer?

Ergueu uma das sobrancelhas em desaprovação.

- Apesar de querer muito que essa discussão perdure o tempo que for até morrermos velhas e secas nesse chão, não estou com paciência para isso. Terminei o meu recado, Isabella. Não tenho nada contra sua filha, nem contra você apesar de não simpatizar muito com seu jeito. Estou feliz que tenha voltado para o meu Edward, apesar do jeito infantil que tenha feito isso, largando a criança na porta dele e peço que não repita o que fez no passado, tudo bem?

- O que fiz?

- Sim, acabar com a razão dele. - rosnou.

- Não precisa se preocupar, Esme. Eu não vou mais sair de perto do Edward.

- A menos que ele queira.

Mal pude acreditar que ouvia aquela frase com um certo tom de esperança ao fundo de sua voz. Ela queria mesmo que eu saísse da vida de seu filho. Mas será porque, santo Deus, que essa mulher não conseguia enxergar que nos amávamos? Porque tinha tanto que implicar comigo e com minha felicidade? Como se minha presença a incomodasse. Me lembrei da tarde que passei conersando com Edward logo depois que fizemos amor pela primeira vez depois de tantos anos, a mesma tarde em que contamos tudo um para o outro, como tinha sido nossas vidas nos últimos tempos. Se eu buscasse na minha memória cada palavra que ele disse, talvez entenderia o rancor dela, afinal ele tinha ficado mal por muito tempo até compreender que eu tinha partido mesmo.

Mas será que por ter visto o filho naquela situação ela guardava todo esse rancor de mim? E antes mesmo de eu ir embora grávida? Cansei de tentar entender Esme. Não que eu a odeie, nem mesmo sabendo que ela sempre gostou mais de Tanya do que de mim e ficava a jogando para cima dele, mas também não a amava. E seria assim. Uma suportando a outra para felicidade de todos. Um verdadeiro inferno.

- Vou descer agora. Nos vemos na ceia.

- Claro. Agradeço de novo por sua ajuda.

- Não há de quê.

- Nossa noite será perfeita. - saiu do quarto.

Mas antes que ficasse longe o suficiente para que ela não me ouvisse, eu respondi:

- E será ainda mais o dia que a senhora abrir seus olhos.

Parou no corredor e me espiou por trás do ombro.

- Até mais. - rosnou, antes de descer.

Edward Pov

Ela desceu as escadas com os braços cruzados e as feições irritadas e tristes. Menos de um segundo depois, Alice também apareceu descendo a escada com dificuldade por causa da muletas.

- Quer ajuda, Alice? - perguntei, me aproximando do último degrau.

Renne pareceu acordar de algum pensamento e descruzou os braços, me olhando com um outro sentimento que não pude reconhecer.

- Não, Edward, não preciso de outra babá. Já basta a Bella. - Alice respondeu sem paciência.

- Deixa de ser manhosa, Alice. - Renne chamou atençao, mas logo as duas já estavam no andar de baixo.

- Deixaram minha mãe e Bella sozinha? - aquilo não era boa idéia.

Eu sabia o quanto Esme detestava Isabella e estava no máximo da sua paciência para suportá-la ao meu lado.

- Deixamos, porque? - Alice enrugou o cenho.

- Nada demais. - menti, dando de ombros.

- Alice, vá para cozinha com Nessie, quero conversar com Edward. - senti um ligeiro desconforto com aquela frase.

Alice obedeceu no mesmo instante e pegou Nessie no sofá antes de ir para a cozinha.

- Desculpe dar ordens assim dentro da sua casa, está bem? - ela disse um pouco envergonhada.

- Tudo bem, Renne. Não há problema algum.

- Olha, eu não sei mais como agir com essa situação toda, mas acho que acabei de ser muito dura com minha filha. Não devia ter gritado com ela daquele jeito. - eu concordava, ainda mais agora com a conversa entre ela e minha mãe lá em cima que estava me deixando preocupado - Com ela eu converso mais tarde, mas com você...

Tive medo de que ela começasse a gritar comigo também, mas Renne parecia mais calma agora e um pouco menos confusa.

- Não sabia se um dia isso ia acontecer de novo, mas esperava que acontecesse. E só quero dizer que estou feliz por vocês dois estarem bem de novo. - me senti mais aliviado e o nó da minha garagante se desfez - Pena que não aconteceu mais cedo. Ela sempre foi muito cabeça-dura.

- Eu também. - esclareci.

- Espero que isso nunca mais atrapalhe vocês dois, crianças. Quero que vocês sejam felizes, tudo bem?

- Não precisa se preocupar com isso, Renne. Elas são minha felicidade e não vou deixar de dar nada a elas.

- Muito bom.

- Posso pedir um favor?

- Diz.

- Mais tarde diga essas mesmas coisas para Bella. Ela estava e ainda está muito preocupada sobre o que a senhora acharia disso.

- Sério?

- Sim. É muito importante que ela saiba isso. Bella está muito...

- Estressada. É, eu percebi. - cruzou os braços de novo e suspirou alto - Espero que o senhor tenha cuidado bem da minha neta enquanto esteve aqui sozinha, ouviu bem? Vocês dois são dois loucos.

Tentei segurar um sorriso mas não consegui.

- Cuidei dela, não se preocupe.

- Imagino. - disse com um certo deboche e humor nas palavras. - Eu posso ir lá dentro chamar Alice?

- A casa é sua. - saí da frente para que passasse na direção da cozinha.

Renne e Alice foram embora a pedido da mãe de Bella dizendo que voltariam mais tarde. Assim que fechei as portas para ela, Esme apareceu no alto da escada com a cara fechada.

- Já vou embora, filho. Eu e seu pai chegamos perto da ceia com sua irmã. - buscou o casaco que tinha deixado perto da porta e saiu disparada.

- Mãe?! - chamei, parando sua mão na maçaneta - O que aconteceu lá em cima?

- Pergunte para sua garota. Até mais, querido.