Um Presente De Natal

Capítulo 4


Baro vinha correndo bem atrás de mim, patrolando a tudo e a todos, quando ele pisou no seu próprio cadarço e caiu. Me segurei para não rir e parei, mas antes que eu desse a mão para o meu amigo e o ajudasse a se levantar, ele esticou a mão esquerda e falou.

– Continuem sem mim.

Seu drama foi tanto que fitei Yesung séria esperando uma reação por parte dele. Yesung balançou a cabeça para o lado, indicando que continuássemos. Fiquei indecisa quanto a isso, mas então vi o trio se aproximando e voltei a correr. Só paramos no ponto de ônibus. Eu estava completamente sem fôlego, mas Yesung parecia bem. Imaginando que Baro também ficaria bem, fui para casa com o meu presente. Estava ficando tarde e nossos estômagos roncavam, então seguimos direto para a cozinha, mas assim que entrei no local, escutei o telefone tocar. Disse a Yesung que ele poderia pegar o que quisesse na geladeira enquanto eu atenderia ao telefone.

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– Alô? – falei fitando Yesung com o canto dos olhos.

– Até que enfim você atendeu. Estamos com o seu amigo, então se você ainda quiser vê-lo me encontre ainda hoje no centro da cidade às seis horas. Leve apenas o Yesung, se não nós vamos... – a voz feminina fez uma pausa enquanto pensava – vamos deixá-lo careca e pintar suas unhas de vermelho.

– Ahn... Quem está falando? – perguntei franzindo o cenho.

– Você não escutou? Estamos com seu amigo, aquele de nome ridículo, não acredito que uma mãe possa ter dado um nome desses para um filho. Baro não é o nome dele de verdade né?

– Não, não é – respondi calmamente – Mas espera, você sequestrou o Baro? E como assim no centro da cidade? O centro é meio grandinho sabia?

– Menos mal – respondeu ela também calmamente – E sim, nós sequestramos o seu ajudante, e não no centro da cidade inteira, é para você nos encontrar na praça do centro da cidade, às seis horas, sozinha e com o Yesung.

– Mas se eu vou estar com o Yesung, eu não vou estar sozinha – disse semicerrando os olhos.

– Você entendeu – disse ela bruscamente e desligou o telefone.

Fitei Yesung com uma careta pensativa enquanto colocava o telefone no gancho. Percebendo meu silêncio, ele perguntou se estava tudo bem.

– Sabe aquelas malucas do shopping? Então, elas sequestraram o Baro e quer que eu e você as encontremos no centro da cidade em duas horas e não podemos avisar a ninguém sobre isso.

– Então vamos até elas – disse prontamente enquanto tirava o pão integral da sacola.

– Mas você não entendeu, eu não posso ir com você até lá – disse caminhando suavemente até o balcão.

– Por que não? Você vai deixar o seu amigo na mão? – ele se moveu rapidamente até a geladeira e voltou da mesma com a geléia de morango na mão.

– Não Yesung, é que elas querem você como resgate – disse fitando o frio balcão de granito.

– Então vamos lá, eu serei o resgate – disse ele deixando a geléia sobre o balcão, pronto para se sacrificar por um menino que ele mal conhecia.

– Claro que não! – disse muito rapidamente.

– Por que não? Você prefere a mim a ao seu amigo?

– Não é óbvio? Eu prefiro um milhão de vezes você.

– Você é uma má amiga – disse bravo – Então eu vou ao centro da cidade sozinho.

– Nem pensar – disse barrando seu caminho.

– Você não pode deixar o Baro na mão daquelas garotas, afinal, que tipo de garotas sequestram um garoto e pede outro como resgate? Elas não são de Shisus.

– É, não posso mesmo, mas vamos pensar com... SHISUS? – berrei a última parte sentindo meu coração bater muito rápido.

Ele fitou minha face confuso.

– Olha, não sei se rezar agora vai funcionar, mas podemos... – o interrompi.

– Não, claro que não, eu quero saber da onde você tirou isso. Você se lembra de algo? – perguntei mais nervosa e ansiosa ainda, Shisus não era um termo muito comum.

Ele ficou parado pensando por alguns segundos até que ele balançou a cabeça negativamente dizendo que simplesmente sabia da existência da palavra Shisus, mas que não vinha nada em mente, para ele a palavra não tinha nada de especial. Um pouco mais calma, mas ainda assim nervosa, disse para ele que primeiro faríamos nosso lanchinho e depois pensaríamos no fazer. O tempo estava do nosso lado.

Seis e ponto da tarde ou da noite, não entendo muito bem disso, nós dois chegamos à praça. Embora fosse Natal, havia algumas pessoas ali e nos arredores, já que havia bastantes bares e restaurantes próximos. O sol começava a se pôr e os postes eram aos poucos acessos. Bem no centro da praça, notei a garota cheia de fofura ao lado de Baro. Meu amigo parecia bem, a não ser pelo fato de estar com as duas mãos para trás e estar com os pés amarrados. Fiquei me perguntando se eu era a única que via aquilo, pois ninguém parecia se importar com o garoto amarrado. Sentadas em um banco próximo, estava as duas amigas da garota. Pedi que Yesung ficasse me esperando.

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– Solte meu amigo – disse para a garota parando a um metro dela.

– Eu quero o Yesung – falou ela o fitando por cima dos meus ombros.

Dei uma leve virada para trás, analisando muito rapidamente Yesung e voltei a fitá-la.

– Nada feito - disse bem séria.

– Será que dá para alguém me desamarrar de uma vez? – disse Baro levemente bravo.

– Fique quieto ai Baro – falei muito rapidamente e voltei a encarar a garota – Peça qualquer outra coisa, mas o Yesung fica comigo.

– Nada feito - disse ela me imitando.

– Nada feito é? – perguntei me sentindo a chefe de uma quadrilha – Então veja isso.

– Ahn... Duda, eu não posso correr – disse Baro passando os olhos pela corda que amarrava seus pés.

– Verdade – disse pensativa – Então vamos para o plano B, eu só tenho que me lembrar qual é o sinal. Será que é Mr. Simple? – perguntei fazendo o início da coreografia do refrão – Ou será que é A-Cha? – percebi que os dois me encaravam com as sobrancelhas arqueadas – O que? Esperem mais um pouquinho eu já vo... Lembrei! - disse vibrante - É No Other – falei toda feliz comecei a coreografia do refrão.

Nesse instante o sinal estava dado. Jonghyun e Key surgiram do nada e agarraram as duas garotas que estavam sentadas no banco, dando-lhes uma chave de braço e tampando a boca delas com a mão livre, enquanto Amber surgia de onde se menos esperava, ela pulou de cima da árvore caindo por cima da garota fofa.

– Há! Isso que é um plano B com estilo – disse me achando o gênio dos planos.

– Corte as cortas de uma vez – disse Amber me jogando um canivete.

Quase o deixei cair, mas o segurando com firmeza, comecei a cortar as cordas dos pés, isso porque as mãos de Baro também estavam amarradas para trás. Foi então que ouvi o grito agudo de Key e em seguida uma ordem da garota fofa.

– Vá pegar o Yesung! – berrou ela, sendo em seguida calada pela mão de Amber.

Key ainda choramingava de dor pela garota ter mordido sua mão e ela corria na direção de Yesung, que obediente havia ficado no início da praça o tempo inteiro. Bufando de raiva, berrei para Key que ele viesse ajudar o Baro e sai correndo em direção a garota. Ela estava assustada e até um pouco descabelada. Enquanto corria ela olhava para trás e a visão da minha pessoa correndo atrás dela deve ter sido muito assustadora, porque ela fez uma careta de pavor e correu mais rápido ainda. Percebendo que não daria tempo de alcançá-la, já que ela estava bem perto de Yesung, fiz a coisa mais louca que veio na minha cabeça. Eu saltei. Agarrei a cintura da garota no ar e a puxei para o chão comigo. Caímos aos pés de Yesung, que apenas recuou assustado. Agarrando a garota pelos cabelos, a arrastei até suas outras amigas e a joguei para Amber, que rapidamente amarrou suas mãos para trás e a jogou no chão, onde a fofa e a outra estavam sentadas.

– Isso é para vocês nunca mais se meterem no nosso caminho – disse Amber de forma mais firme do que todos os garotos ali reunidos, exceto meu lindo Yesung.

– Vamos – disse dando as costas.

– Espere! – berrou a garota fofa – Vocês vão nos deixar aqui amarradas?

– Se virem – disse Amber e também deu as costas.

Perguntei a Baro se estava tudo bem e ele respondeu que sim. Caminhamos até Yesung e assim que Amber o viu, ela me deu um soco no estômago. Gemi de dor enquanto me encolhia.

– Por que você fez isso? – perguntei quase morrendo.

– Você não me disse que era o Yesung de verdade.

– E quem disse que ele é?

Nesse instante, ele surgiu ao meu lado e me abraçou, arrumando minha postura. Amber quase teve um ataque.

– É você mesmo Yesung? – perguntou ela emocionada.

– Não sei, talvez eu seja, de qualquer forma, oi – disse ele acenando para ela.

Fiz uma careta ainda sentindo o soco na minha barriga.

– O que vamos fazer agora? – perguntou Jonghyun.

– Vamos cada um para a sua casa e amanhã de manhã nos reunimos tudo bem?

– Tem que ser de manhã? – perguntou Key fazendo uma careta – Dormir pouco da olheiras.

O fuzilei com o olhar, o fazendo se calar, uma coisa que eu não suportava em Key era essa preocupação com a aparência que ele tinha.

– Então até amanhã gente – disse calmamente e sai em direção à rua de mãos dadas com Yesung.

– Me espere! – berrou Baro irritado e correu até nós.

Depois de uma longa discussão com Baro, acabou que Yesung iria dormir na minha casa, pois como era Natal, a família de Baro estava reunida, então seria meio complicado para ele levar um desconhecido para passar a noite. Já era sete e pouco da noite quando chegamos. Em partes eu estava preocupada com o acordo que eu havia perfeito com o meu pai, mas em partes estava preocupada com Yesung. Antes de ir para a casa da minha tia, fiz macarrão com salsicha para Yesung e fiquei o vendo comer, na casa da minha tia eu comeria.

– Eu vou ficar sozinho mesmo? – perguntou o meu presente parecendo criança enquanto pegava mais macarrão com o garfo.

– É só por hoje, amanhã você dorme na casa do Baro – disse de forma calma, tentando passar confiança a ele.

– Você fica até eu dormir? – perguntou ele de modo ultrahipermega fofo.

– Se você não demorar muito para dormir.

Yesung tomou um banho quente e vestiu as roupas do meu pai, que ficaram um pouco grandinhas para ele, mas era melhor do que nada, quer dizer, para ele era melhor que nada, porque para mim se ele não tivesse usando nada... Focando. Depois que liguei o ar-condicionado, deixei meu travesseiro no chão e sentei no lugar dele. Yesung deitou em meu colo e se embrulhou até o peito.

– Conte uma história para eu dormir – pediu ele calmamente.

Após pensar um pouco, decidi contar uma história bem bonita para ele.

– Era uma vez um garotinho chamado Yesung, ele adorava tartarugas... – ele me interrompeu.

– Eu adoro tartarugas?

– Adora, agora fica ai quietinho.

Notando seu sorriso de animação, tomei fôlego e continuei a história enquanto mexia nos cabelos de Yesung. Assim que ele dormiu, coloquei o travesseiro onde eu estava e fui pegar minha mochila. Coloquei meu pijama, minha toalha rosa, minhas pantufas de coelhinho, um pente roxo, minha escova de dente e o creme dental, tudo dentro da mochila e dei um beijo na testa de Yesung antes de sair. Tranquei a porta e fui para a casa da minha tia. A primeira coisa que ela fez ao abrir a porta, foi perguntar o porquê de eu ter demorado tanto.

– Fiquei jogando vídeo game e perdi o horário – menti descaradamente com um sorriso e assentindo com a cabeça.

– Oi Duda – disse duas vozes irritantes do sofá.

Muito lentamente me virei na direção das duas únicas pessoas com sérios problemas que gostavam de mim, os gêmeos Min.