Um pouco antes de alguém como você

Por Myuky e ReH-San

Capítulo 4 - Inevitável

– Por onde começo? – indagou para si, enquanto levava um dedo ao queixo pensando.

– Do começo... Essa eu preciso saber, nem meu irmão me contou – comentou Temari com curiosidade.

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– Tudo o que sei é que eles estavam juntos um pouco antes de mim e Itachi – Hinata disse tentando achar algo que pudesse ligar Matsuri e Gaara.

– É verdade, foi quando armamos nosso plano, confesso que fiquei bem surpresa quando o Gaara perguntou se podia levar alguém – explicou Ino.

– A surpresa foi geral, vai por mim – com exceção de Matsuri, todas riram – Vamos lá Matsuri, comece logo... Onegai! – pediu.

– Hai... irei falar.

...

#FLASHBACK ON

Havia acordado com a maior animação, um sorriso radiante tomava sua face levemente rosada, abriu as cortinas do novo quarto deixando a luz dos primeiros raios solares entrar. Ouviu uma batida e um chamado na porta, sua prima deveria achar que ela estava dormindo.

– Matsuri, acorde... Temos aula! – informou a voz do outro lado.

– Já estou de pé – abriu a porta deparando-se com a garota – Sari que cara de desânimo é essa? – indagou para a menina de cabelos castanhos e olhos da mesma cor.

– Matsuri são seis da manhã, acha mesmo que estou feliz? – rebateu bocejando.

– É claro, pelo menos deveria, afinal temos aula – a outra bufou irritada.

– Essa animação vai acabar logo, assim que ver os trabalhos, provas, mais trabalhos e provas – disse sarcástica. Matsuri fez careta e bateu a porta, precisava se arrumar.

...

Olhava admirada para todos os lados, há três semanas não imaginava que estaria em Konoha, instalada na casa dos tios para estudar naquela faculdade, mas na última sexta recebera a noticia de que poderia ingressar, mesmo as aulas já tendo começado. Faria economia, seu maior sonho, seja loucura ou não.

Caminhando ao lado da prima, Sari contava onde estava tudo e advertia em alguns momentos para que a moça prestasse atenção, o que era bem difícil tudo parecia incrível aos olhos castanhos escuros.

– Certo, aqui é sua sala Matsuri – informou parando na porta – Qualquer coisa me liga, boa sorte! – disse jogando a garota aos “leões”.

Matsuri respirou fundo adentrando a sala, muitas pessoas conversavam, mas no instante em que a jovem colocou os pés para dentro um silêncio mortal se instalou. Sentia que estava sendo analisada de cima a baixo, por um momento quis ser invisível, seguiu e sentou-se em um lugar vago, fingindo que nada ocorria ao seu redor. Depois do pequeno susto da sala, todos voltaram ao falatório.

Um pouco tranquila a garota de cabelos castanhos de corte channel passeou os olhos pelo lugar. A sala ampla e bem arejada tinha em média cinquenta alunos com diversos estilos, deu um leve sorriso, voltou-se para frente deparando-se com um borrão vermelho que passara rápido pela porta e depois por si. Sentiu seu coração acelerar não podia ser quem imaginava podia? Voltou à cabeça outra vez, olhando para onde agora se sentava. Olhos verdes, cabelos vermelhos rebeldes, roupa despojada e aquela tatuagem um kanji entre o olho e a testa, escrito AMOR.

– Sabaku no Gaara... – sussurrou para si.

#FLASHBACK off

...

– Ainda estou tentando entender o que deu nele para fazer aquela tatuagem – disse Tenten.

– Nem eu sei Ten, só lembro quando ele chegou em casa com aquilo, acho que foi no último dia de aula do colegial, minha mãe surtou com ele comprando a primeira passagem só de ida para Suna, acho que ela pensava que meu pai resolveria alguma coisa – explicou Temari.

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– Sempre achei aquilo bonito – todas fitaram Hinata que se encolheu com os olhares – A tatuagem é bonita, claro que ele poderia ter escolhido um lugar diferente para fazê-la.

– Concordo com a Hina, mas sempre tive certo receio de saber o que deu nele para fazer aquilo, ouvi boatos de que foi uma decepção...

– E pensou que tivesse algo haver com você não é Ino? – indagou Matsuri que até então ouvia as observações. A loira assentiu e a morena sorriu – Não foi você, segundo Gaara o “amor” é algo que não existia, as pessoas se relacionam criam laços para depois deixa-los por motivos supérfluos.

– Imagino que seja por causa dos nossos pais – comentou Temari.

– Também pensei o mesmo – explicou Matsuri – Mas se perguntar ele vai negar.

– Mas e a família? Ele sempre pareceu gostar de vocês – disse Hinata tentando entender.

– E ele gosta, na verdade os ama muito. No entanto, naquela época ele estava em uma fase complicada – a moça deu uma leve risada.

– Tá, mas como vocês se conheceram? Pois até onde percebi você já sabia quem era ele – perguntou Tenten.

– Ah, sim! Já nos conhecíamos e, aliás, também gosto da tatuagem dele Hina, foi exatamente ela que me chamou atenção.

...

#FLASHBACK ON

– Então? Vai dizer o que aconteceu? Ou melhor, o que deu em você? – indagou Kankuro, para o irmão mais novo enquanto sentavam-se em um restaurante local de Suna, gostava de ir ali, discreto e com comida boa.

– Só achei que deveria fazer algo radical antes de ir para faculdade – o ruivo disse com certa indiferença e aversão nas palavras.

– Certo, e enfartar a okaa-san é “algo radical”? – inquiriu o mais velho.

– Não queria enfartar ela, mas okaa-san exagerou um pouco – Kankuro riu do que o rapaz falara.

– Tudo bem, só não faça mais besteiras, por favor! – pediu.

– O que vão querer? – indagou uma voz familiar aos ouvidos do Sabaku mais velho que sorriu ao ver a garota de cabelos channel. Até o momento a menina observava aqueles dois sentados em uma das mesas do restaurante, gravando em sua memória os detalhes daquele belo ruivo, que julgou ser o homem mais bonito que já vira.

– Yo Matsuri, vou querer o de sempre... – nem precisou anotar em seu bloquinho o pedido sabia exatamente o que ele queria – Ah, esse aqui é meu irmão mais novo o Gaara – o Sabaku a fitou sem muito interesse, ignorando o sorriso que a moça lhe dirigia.

– Vou querer o mesmo que ele – falou sem emoção e Matsuri deu um leve suspiro.

– Ignora, ele não está em um bom dia, TPM sabe? – brincou o mais velho fazendo a morena rir e Gaara lançar um olhar fulminante ao irmão.

Os irmãos Sabaku passaram a ir pelo menos três vezes na semana ao restaurante durante aquelas férias. Às vezes eram atendidos pela garota e outras pelos pais da mesma, donos do local. Quando o serviço pesado do almoço acabava e sobravam apenas algumas pessoas Matsuri se permitia sentar e observar, de longe interpretava as expressões faciais do ruivo e quanto mais olhava, ficava admirada, ele era realmente lindo. Mas ele não parecia nota-la, era sempre Kankuro quem falava com ela perguntando um milhão de coisas. No entanto, certo dia no final da tarde o ruivo chegou sozinho, parecia um tanto aborrecido com algo.

– O que vai querer?

– Preciso comer algo para ficar aqui? – indagou o ruivo inexpressivo.

– Não, se estivesse cheio sim – respondeu docemente.

– Então não quero nada – disse o rapaz finalmente fitando a moça que lhe sorria, como na primeira vez em que a vira.

– Gaara-san... Como é Konoha? – perguntou com a voz curiosa. Ele arqueou a sobrancelha, tentando assimilar a questão.

– Legal - falou vagamente sem vontade de continuar naquele papo.

– Sério? – sua voz saiu visivelmente empolgada – Eu estou tentando uma bolsa na faculdade de Konoha, a melhor na área de economia – Gaara pareceu surpreso com as palavras da morena que se sentava de frente para ele. Tentou dizer que ela deveria sair dali e deixa-lo sozinho, mas não conseguiu e aquele papo o fez esquecer a pequena discussão com o pai sobre a faculdade. Aquela foi a última vez que Matsuri viu Gaara, na semana seguinte ele voltou para casa relutante, teria de fazer o curso escolhido pelos pais.

#FLASHBACK off

...

– Ai que linda, ela se apaixonou por ele assim que o viu – falava Hinata com os olhos brilhando, tirando risadas das outras.

– Tá, mas então o que rolou depois? Afinal ele virou praticamente seu sensei – indagou Tenten.

– Ah, agora voltamos ao meu primeiro dia na faculdade, foi a partir dai que tudo aconteceu...

...

#FLASHBACK ON

Todo o encanto que tivera fora sumindo no decorrer da primeira aula. Matsuri se sentia perdida, não entendia quase nada do que o professor falava, enquanto seus colegas respondiam as perguntas feitas pelo sensei, sem contar às atividades que deveria entregar na semana seguinte, o trabalho para dali duas semanas e a primeira prova que logo viria. Além de perdida um sentimento de medo lhe veio, medo de não conseguir se manter, medo de não entender o que pediam, medo de se sair mal nas provas, levando ao trágico fim: perder sua amada bolsa.

A aula acabou dando lugar ao intervalo, levantou-se da mesa onde estava seguindo até o professor, queria esclarecer as coisas, aquela altura já tinha se esquecido de Gaara.

– Com licença sensei – pediu a morena gentilmente tendo a atenção prontamente para si.

– Hai... Srta?

– Matsuri, Nakagawa Matsuri.

– A aluna nova, desculpe não apresenta-la para a sala antes, mas sinta-se bem vinda – Matsuri sorriu em resposta – Acredito que sei o motivo de ter vindo até aqui, está confusa não é? – indagou.

– Hai – respondeu.

– Bom, infelizmente não posso adiar a prova, mas posso fazer isso com a entrega dos trabalhos te dar uma semana a mais. No entanto, quanto à matéria será necessário conversar com seus colegas, ainda não tenho ninguém que possa indicar para ajuda-la...

– Eu ajudo... – Matsuri parou de respirar por um breve momento, virando-se para encarar os olhos verdes que se aproximava lentamente.

– Ótimo! – disse o professor fazendo a morena sair de seu transe para fita-lo – Sabaku-san te ajuda, e as dúvidas que forem surgindo eu vou tirando, tudo bem Nakagawa-san?

– Hai sensei, arigatou – agradeceu com um sorriso.

– Vamos, temos muito o que fazer – Gaara já estava na porta esperando pela moça, que se despediu do professor seguindo na direção do rapaz.

– Obrigada Gaara-san – disse a moça, o ruivo ignorou o agradecimento enquanto mexia em uma pasta.

– Seja bem vinda à faculdade Matsuri-san, aqui estão as datas, anotações e outras coisas pertinentes às aulas – passou a pasta para a garota que parou de andar surpresa, fazendo o ruivo a fitar.

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– Nã-o, n-ã-o vai precisar? – sua voz vacilou por um breve instante.

– Não – ele respondeu – Podemos começar a passar a matéria hoje se você quiser. – Matsuri sorriu meneando a cabeça com animação evidente.

– Arigatou – agradeceu outra vez, Gaara deu de ombros, pedindo que ela o esperasse na saída e continuou seu caminho para almoçar.

Matsuri aprendia tão rápido quanto era possível imaginar. Em duas semanas já estava entregando os trabalhos e todos na data certa, sem atrasar nenhum, respondia as perguntas dos professores com tanta propriedade que nem parecia ter entrado depois. Mesmo com todas as pendências atrasadas resolvidas no inicio da terceira semana o ruivo e a morena continuavam a se encontrar, com menos frequência, mas por tempo suficiente para tirar dúvidas e tudo mais que fosse necessário.

O que frustrava Matsuri era sempre ficar nervosa, pois como toda menina apaixonada, ela tinha uma forma de demonstrar isso, algumas se afastam, outras ficam envergonhadas ao ponto de não emitir um som perto de seu amor, reagem brigando e negando a Deus e o mundo o que sente. Mas, a morena não negava, nem brigava, desmaiava, ou se afastou, muito pelo contrário, passou a tagarelar sobre um milhão de coisas sem sentido, ou como gostava de falar “coisas idiotas”, fazendo papel de “pateta”.

No final da tarde de uma quarta-feira, Gaara estava com cara de poucos amigos, como podia ter ido tão mal na prova? Seus pais o matariam, achariam no mínimo que aquilo era uma provocação, quando na verdade estava gostando do curso e por uma fatalidade tinha se saído mal. Mas, eles não o ouviriam, ou ouviriam? Aquela fora a única matéria em que não se saíra bem. Enquanto divagava sobre o que viria a seguir, Matsuri o seguia tagarelando algo qualquer, estava muito feliz e nem prestava atenção na feição do ruivo. Se tivesse parado por um momento perceberia o que se passava.

– Matsuri chega, que saco! – explodiu o ruivo assustando a moça – Não te ajudei com a bolsa para que ficasse 24h atrás de mim, e muito menos dizendo indiretamente O QUE SENTE POR MIM! – gritou a ultima parte deixando a morena perplexa e confusa, ela tinha entendido certo?

– A bolsa... – sussurrou, um nó tinha se formado em sua garganta, olhou para Gaara e virou-se tomando um caminho oposto, passando por Neji que lhe dera “oi”, mas o ignorando por completo.

– Ei Gaara, o que deu nela? –indagou se aproximando.

– Eu falei demais – respondeu – Eu falei de mais... – repetiu, ele não acreditava que tinha dito aquilo.

– Tá o que você fez? – inquiriu o Hyuuga tentando entender.

– Falei sobre a bolsa – dessa vez foi Neji que ficou surpreso com a atitude e até mesmo sem reação. Gaara tinha feito a faculdade assinar um termo de sigilo sobre o assunto e ele mesmo tinha dado com a “língua entre os dentes”.

#FLASHBACK off

...

– E meu irmão fez besteira... Se não fizesse, não seria o Gaara – Temari riu do próprio comentário.

– Fez besteira dupla, como ele pode? Não sei quem é pior, Neji ou Gaara – disse Ino, fazendo as amigas rirem.

– Bom, independente de quem é o pior, agora quero saber o que aconteceu depois disso? Ele se desculpou? – indagou Hinata para Matsuri.

– Sim, pouquíssimo tempo depois.

...

#FLASHBACK ON

Matsuri não acreditava no que tinha ouvido, por isso quis averiguar e acabou conseguindo. Realmente havia outra garota bolsista na sala, que tinha entrado no inicio da turma, aquela era a que realmente tinha ganhado a bolsa. Então tudo pareceu ganhar sentido, ele já esperava a chegada dela, por isso tinha as anotações prontas e todo o resto.

Quando chegou a casa naquele dia quis desistir de tudo, mas pensou em seus pais, aqueles que sonharam o mesmo que ela, almejaram com tanta vontade como se fosse eles. Não podia desistir e depois de tanto chorar tinha tomado uma decisão e a primeira parte estava prestes a ser executada, só pedia aos céus que não desistisse.

– Matsuri? – a voz urgente e apressada soou do outro lado.

– Yo Gaara-san, estou ligando para avisar que não poderei estudar amanhã, tenho uns trabalhos extracurriculares para fazer, então precisamos cancelar. Era só isso, sayonara!

– Matsuri des... – antes que pudesse completar a frase a ligação fora cortada deixando o ruivo frustrado do outro lado, sem saber o que fazer outra vez, já que aquela era a oportunidade perfeita para reparar o erro que cometera, um erro duplo e até mesmo imperdoável no ponto de vista dele.

Não muito longe dali Matsuri comemorava sua coragem, riscando a primeira parte do plano mentalmente, agora para a segunda.

...

Uma semana se passara, Gaara pouco vira Matsuri, já que a mesma sentava-se nas cadeiras da frente, estava chegando depois dele e saindo sem o esperar como era de costume. Agora no intervalo tentava acha-la, por sua lógica se visse Sari encontraria a moça, mas não foi exatamente o que aconteceu.

– Sari!? – a chamou.

– Gaara-san – a voz da garota soou fria e irritadiça.

– Cadê a Matsuri? Preciso falar com ela – indagou e a garota fechou a cara para ele.

– Deve estar na biblioteca – respondeu secamente, Gaara podia ser um gato e sua prima apaixonada por ele, mas o que fez não mexia apenas com Matsuri e sim com a família, por isso deixou sua admiração pelo belo Sabaku de lado, tornando-a uma carranca.

– Biblioteca? – ele arqueou a sobrancelha.

– Sim biblioteca, está estudando e acho que não vai querer vê-lo, deixe-a em paz Sabaku – foi o que disse enquanto se retirava. Se era lá que estava, era para lá que iria.

...

Fitou o visor do celular moderno que ganhara dos tios, a hora já avançava e o almoço terminava, sendo que não comera nada. Deu um leve suspiro juntando o material espalhado pela mesa colocando-o na bolsa, levantou-se em seguida, sentiu o mundo girar e um vulto vermelho passou diante de seus olhos, depois tudo apagou.

Abriu os olhos subitamente como se tivesse acabado de lembrar algo, mas não se lembrava de nada, na verdade o lugar onde se encontrava nem mesmo era familiar, estava deitada fitando o teto branco, correu os olhos fitando perifericamente as paredes também brancas, onde estava? Levantou, sentando na cama, que constatou ser uma maca, observando mais atentamente o lugar descobriu o que seria a enfermaria. Mas como parara ali?

– Matsuri, é melhor que fique deitada – avisou uma voz atrás de si, nesse instante a moça virou a cabeça fitando os orbes verdes. – A enfermeira disse que deveria comer quando acordasse – ele se aproximou ficando de frente para ela – Que ideia maluca é essa de ficar sem comer? – indagou visivelmente bravo pela atitude um tanto irresponsável. Uma risada fraca saiu dos lábios da morena.

– Você está bravo comigo? Que irônico – disse secamente – Eu estou ótima Gaara, e não preciso de você me dando sermões. Se estou sem comer é por que tenho meus motivos – alcançou os tênis no chão.

– Tsc... Matsuri pare de ser teimosa – falou tentando manter a postura inabalável, apesar de afetada pelas palavras dela, sabia que a mesma estava irritada.

– Não sou teimosa e sim determinada Gaara, mas isso você não notaria nem de longe, já que sou objeto da sua caridade. Se fez o que tinha para fazer sai daqui e me deixa. – rebateu.

– Ainda não fiz o que queria, quero conversar com você, acho que a faculdade está abusando desses trabalhos extraclasses, para que esteja estudando na hora do almoço, quando deveria estar se alimentando. – sua voz saiu com tom de preocupação visível.

– Para de fingir que se importa Gaara, aliás, esses “trabalhos” não existem... Só queria uma desculpa plausível para parar com os nossos estudos. A verdade é que estou estudando para tentar uma vaga no Instituto de Suna, eles não são especialistas, mas pelo menos vou ter feito por merecer... – Gaara estava perplexo com as palavras ditas por ela – Sem falar que talvez, eu... – hesitou um pouco - Eu consiga finalmente te esquecer – deu um sorriso triste, pegou a bolsa e o lanche que ele lhe oferecera quando chegara, saindo do quarto.

O ruivo não sabia o que fazer, aquelas palavras... Realmente a tinha deixado magoada e com razão. Mas precisava agir, deixar suas dúvidas de lado e finalmente se jogar naquilo que em pouco tempo se tornara mais forte que ele, a passos rápidos deixou a enfermaria a tempo de vê-la no final do corredor.

– MATSURI! – chamou em voz alta, a moça parou e ele correu ao seu encontro – Olha eu tenho uma boa explicação para tudo – começou falando o mais rápido que as palavras permitiam. – Você perdeu a bolsa por um misero ponto, tudo por que a outra garota respondeu uma questão corretamente que dava um ponto a mais, se não fosse isso a vaga era sua. Eu... Eu esperava que estivesse aqui, mas para minha surpresa não te vi. Foi na secretaria que descobri o ocorrido, conversei com o diretor, falei com meu pai e concederam outra vaga destinada a você. Sabia o quanto isso era importante, bem mais importante do que era para mim, às vezes sinto raiva por ter o que quero, quando quero, enquanto os outros que merecem não conseguem... Então você chegou, precisava te ajudar por causa das condições impostas para a bolsa e quando passamos a estudar juntos foi inevitável... – ela o fitava surpresa, com os olhos levemente marejados – Foi inevitável, eu fingir que não gostava de você, quando na verdade me apaixonei no instante em que te vi com esse sorriso encantador – Matsuri sorriu em meio às lágrimas que derramava – Eu sinto muito e vou entender se não quiser me perdoar. - deu as costas para ela dando o primeiro passo.

– É inevitável não te perdoar Gaara-kun, afinal eu continuo a gostar de você... – foi o que disse impedindo que o ruivo continuasse a andar, virando-se para fitar o sorriso arrebatador que a morena lhe dava. Não precisou de mais nenhuma palavra, aproximou-se dela enlaçando a fina cintura colando os corpos, os olhos verdes e castanhos se encontraram cumplices, para depois se fecharem lentamente enquanto os lábios se tocavam carinhosamente e um leve sorriso dado por Gaara podia ser visto por quem assistisse aquela cena protagonizada pelo belo e promissor casal, mas a verdade é que ninguém via, era apenas eles, o momento deles, o primeiro beijo que tanto almejaram.

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#FLASHBACK off

...

– Ahhh Matsuri, você me fez chorar – reclamou Tenten.

– Corrigindo ela fez todas nós chorar – constatou Ino.

– Vocês dois são lindos – comentou Hinata limpando as lágrimas.

– Obrigada – disse gentilmente Matsuri.

– Bom, chega de chororô, vamos guardar lágrimas para amanhã meninas – falou Temari rindo. – Que horas são? – indagou.

– Ai meu Kami! É 1h da manhã, Hina-chan você precisa dormir, tem que estar linda, sem olheiras para seu grande dia... – disse histericamente a Yamanaka.

– Isso mesmo, vamos meninas, vamos sair e deixar a Hina dormir – todas se levantaram obedecendo Tenten.

– Oyasumi Hina-chan – disseram todas em uníssono enquanto saiam no quarto.

– Oyasumi... – disse arrumando-se na cama, será que conseguiria dormir? Aquele não seria qualquer dia e sim o grande dia. Borboletas voaram pelo estomago da Hyuuga, que não conteve um sorriso ao imaginar que em questão de horas seria uma Uchiha, quer dizer isso se Itachi não desistisse, ele desistiria? Meneou a cabeça tentando afastar os pensamentos, como Ino disse ela precisava dormir e aquilo era o tipo de coisa que tiraria seu sono por completo. “Apenas relaxe” foi o que falou mentalmente.