Um Anjo em Minha Vida

Capítulo 16 POV Billy Black


- Com licença senhor. - Ângela adentrou a sala e acabou por me assustar. - Me desculpe não era a minha intenção. - como sempre ela ficou envergonhada.

- Imagina pode entrar. É que eu pensei que estava sozinho. - olhei no relógio já se passavam das dez da noite.

- Eu tinha alguns serviços para finalizar e sinceramente este é o melhor horário. Nada de telefonemas, pessoas chamando... - ela colocou mais documentos aos que já havia no canto esquerdo da minha mesa o que significava que eram para eu assinar.

- Precisa que eu olhe agora esses documentos? Ou posso levar para casa.

- Não precisa esses são documentos de rotina, na segunda o senhor o faz. Agora este eu creio que o senhor vá querer levar. Os advogados me entregaram no final do dia e eu já fiz revisão basta apenas sua aprovação. - na pasta de fora havia uma identificação que era a separação definitiva do Steve dos meus negócios.

- Obrigado vou levar. Poderia colocar na minha pasta. - apontei para o canto da sala onde havia uma mesa. Minha pasta estava lá.

Ângela assentiu e andou em direção a pasta e por um breve momento eu a fiquei observado. Sempre discreta, elegante, muito bem apresentável e mais que isso verdadeiramente leal a mim.

Sarah era amiga da mãe da Ângela, cresceram juntas e eu me lembro de vê-la em La Push quando eu estava por lá. Sarah é algo como madrinha dela embora nunca se tenha tido uma cerimônia oficial, mas sempre que pode a ajudou a estudar embora ela tenha utilizado a cota ao seu favor.

- Pronto senhor. - quando ela pensou em sair da sala ela lembrou-se de algo e voltou. - Senhor, Jacob me pediu que o ajudasse a organizar o aniversário da Renesmee, bem na verdade Rachel me ligou dizendo que não o poderá fazer por que está se formando enfim e me pediu que o fizesse. Julga que eu o poderia fazer ou teria algum problema?

Que estranho por que Rachel e Jacob nunca solicitaram nada desse tipo para a Ângela, embora seja ela quem havia organizado o jantar do aniversário do meu filho que eu fiz questão de estragar com seu dia que deveria ter sido especial.

- Não tem problema se você tiver tempo é claro. - dei um sorriso torto.

- Imagina, tempo é o que mais tenho. Posso fazer isso à noite ou no final de semana e estará tudo certo na semana que vem.

- Mas você deveria se divertir, afinal suponho que uma mulher como você deva ter um namorado ou noivo que deve simplesmente me odiar por tomar tanto do seu tempo.

- Acredite não tenho ninguém. - havia um ar de tristeza em sua frase embora sua aparência de executiva não deixasse transparecer.

Ângela é formada em relações exteriores e depois do Paul ela também é meu braço direito aqui na empresa. Conhece todos os meus negócios, atenta ao mercado financeiro, ágil em tomar decisões, inteligente. A verdadeira mulher que nasceu para o mundo dos negócios e que coloca muitos homens, inclusive sócios meus ao verdadeiro patamar dos sem talentos e para escanteio.

- Isso é um problema Ângela uma mulher adorável como você não deveria dar atenção somente aos negócios. - ela parecia nervosa e desconfortável. - Me desculpe se estou sendo indiscreto não era a minha intenção. - me levantei colocando o terno e ela me observava atentamente e vou ser sincero que desde que Sarah se foi é a primeira vez que eu fico lisonjeado por ser observado por uma mulher.

- Não está sendo senhor e vou ser bem sincera não encontramos muitos homens ao estilo dos Black por ai. O senhor e o Jacob são exceções posso afirmar com todas as letras. - ela corou ao dizer isso, mas acho que a postura de mulher de negócio a fazia se manter firme em cima do salto.

- Por essa eu não esperava. - sorri e saímos da sala. - Vou lhe esperar para que possamos descer juntos.

- Não quero lhe atrasar. - ela caminhou até sua sala que ficava em frente a minha e que poucas vezes eu entrava.

A acompanhei e me deparei com um perfume de flores que saia da sua sala que era decorada de maneira muito feminina.

- Posso lhe assegurar que não tenho ninguém a minha espera então me atrasar seria a última coisa que me aconteceria. - ela desligou o computador e pegou sua bolsa.

- Pronto. - ela sorriu e quando ela saiu eu puxei a porta tentando ser cavalheiro.

Por um momento me perguntei se isso era errado. Se minha Sarah me condenaria por eu ser cavalheiro com outra mulher que não fosse ela, se seria errado eu sorrir para outra mulher que não fosse ela, mas por outro lado eu não agüentava mais a solidão de chegar em casa todas as noites e não ter ninguém, de fazer minhas refeições sozinhos, freqüentar restaurantes sozinhos, enfim de ser sozinho.

Entramos no elevador claro a deixei entrar primeiro.

- Obrigada. Eu vou para o térreo. - achei estranho.

- Seu carro? - perguntei curioso.

- Revisão de quilometragem, somente poderão me entregar amanhã pela manhã. Eu espero.

- E vai embora como? - sei que isso não era da minha conta tanto que ela me olhou surpresa.

- Vou passar primeiro em um restaurante aqui perto mesmo comprar meu jantar e depois vou de taxi para casa. Não se preocupe estou acostumada a essa rotina.

Pelo que pude entender ela também era uma pessoa sozinha. Será que seria inconveniente da minha parte a convidar para sair? Digo para jantar? Nossa mais que coisa é essa que está acontecendo comigo hoje?

Sarah ficaria muito triste comigo eu tinha certeza...

- Gostaria de jantar comigo? - ela abriu a boca e a fechou novamente e sorriu mais não consegui identificar qual era aquele sorriso.

- Com o Senhor? - se ela pudesse parar de me chamar de senhor pelo menos aqui fora do escritório seria algo realmente muito bom, afinal eu não sou tão velho assim.

- Pela surpresa vejo que não.

- Não podemos ir jantar... Claro se o Senhor acha que não haveria problema. - ela parecia feliz com esse simples convite ao mesmo tempo em que sua resposta era totalmente confusa.

O elevador parou no térreo.

- Então aceita? - perguntei segurando a porta do elevador.

- Sim eu aceito. - sorri satisfeito e descemos em direção a garagem.

Hoje estava sem motorista, ele havia ido para La Push para buscar o Seth que ficaria em nossa casa por uns dias de férias. Ele sem dúvida era um rapaz muito especial e muito parecido com o Jacob, inclusive desde pequenos é natural as pessoas acharem que eles são irmãos de sangue embora o que os une é o amor daquele irmão que simplesmente escolhemos de coração.

No passado eu havia escolhido o Steve, eu verdadeiramente o tinha na mais alta cota dos meus sentimentos e como era filho único ele era aquilo que eu não tinha. Mas ele amou a mesma mulher que eu e infelizmente a cobiça e a inveja falou mais alto e ele simplesmente preferiu se tornar meu quase inimigo embora eu ainda o tenha como amigo, ou pelo menos tinha.

- Sem motorista? - Ângela perguntou quando parei para lhe abrir a porta do carro.

- Sim. James está em La Push. Foi buscar o Seth, amigo do Jacob. - ela assentiu e entrou no carro.

Contornei o carro me sentindo um completo adolescente que nunca saiu com mulher alguma, embora eu não sei se desejava algo da Ângela ou apenas companhia e mais que isso não acho que ela desejaria ter alguma coisa comigo, ela era jovem e tão cheia de vida!

- Filho dos Clearwater estou certa?

- Sim ele mesmo. - querendo ou não Ângela me lembrava a Sarah em muitos aspectos devido sua origem nativa. - Alguma preferência de restaurante?

- Não por mim onde o senhor escolher.

- Posso lhe pedir um favor?

- Claro.

- Não me chame de senhor fora do escritório. A impressão que eu tenho é que sou seu pai e isso é realmente estranho. Fora do escritório pode me chamar de Billy não me importo na verdade prefiro.

- Sabe que isso é estranho, me acostumei tanto com senhor, mas vou me esforçar Billy. - ela olhou pra mim ao dizer meu nome e me deu um sorriso encantador.

Durante boa parte do trajeto fomos falando sobre os negócios e sinceramente não me importava até por que quem puxava o assunto era eu já que não sabia o que falar ou o que eu poderia dizer que interessaria a essa mulher que estava sentada ao meu lado.

Me dei conta que depois que a Sarah se foi eu me fechei para o mundo. Não sei que filme está em cartaz muito menos as músicas que estão fazendo sucesso. Não sei de nada contemporâneo que me faça ter assunto para conversar.

Estacionei o carro em frente ao restaurante entregando as chaves para o manobrista.

- Boa noite Sr. Black. - o metri falou assim que eu entrei. - Mesa pra dois. Tem alguma preferência?

- Boa noite Kevin. Sim mesa pra dois e se tiver aquela em que costumo me sentar sempre que venho aqui.

- Sim ela acabou de ser desocupada pelo seu filho não o encontrou?

- Jacob esteve aqui? - sorri feliz por saber então que ele e a Nessie estavam juntos.

- Sim saiu ainda há pouco. Fiquem à-vontade. - ele se afastou.

- O que gostaria de comer Ângela? - olhei o cardápio me perguntando como poderia agradar a essa mulher que estava a minha frente.

- Fique à-vontade para pedir o que achar conveniente. - ela sorriu em minha direção.

- Vinho?

- Sim.

- Então massa que acompanha o vinho?

- Perfeito.

Fiz o pedido e continuava com a sensação de que a Ângela ficava a todo instante me observando e eu gostava disso, fazia eu me sentir vivo como há muito tempo eu não me sentia.

- Jacob parece estar feliz, hoje me pediu para encomendar várias surpresas para Renesmee.

- Jacob... - a imagem dele me veio a cabeça. O meu menino que virou um homem e eu nem percebi. Jamais me perdoaria por toda a dor que causei a ele.

- Me desculpe não queria lhe trazer lembranças ou... - ela percebeu meus olhos ficarem perdidos e marejados.

- Não tem problema. Na verdade Jacob se tornou um homem sem que eu me desse conta e a Nessie é realmente a mulher que ele precisava ao seu lado. Ela o faz feliz e o tirou daquele estado depressivo enquanto eu apenas o rejeitei. - abaixei a cabeça. - Fiz muito mal a ele Ângela e jamais vou me perdoar por isso.

- Mas eu posso lhe entender. A dor da perda da mulher da sua vida deve ter sido, ou melhor, deve ser complicado conviver com isso.

- Sim muito. Sarah era tudo pra mim. Meu porto seguro e quando ela se foi eu simplesmente fiquei a deriva, na verdade ainda estou.

- Seu amor por ela é a coisa mais linda que eu já vi na minha vida e ouso dizer que Jacob ama a Nessie exatamente como o senh... Digo você ama a Sarah.

- Eu vivi para amar a Sarah não me envergonho de dizer isso, ela era especial e me salvou de muitas coisas... - lembrei de várias coisas que ela fez pra mim. - Mas eu não consegui a salvar, na verdade nem estava ao seu lado para tentar isso e inconscientemente culpei ao Jacob por isso.

- Mas Jacob parece estar mais próximo de você.

- Sim estamos nos entendendo desde que Rachel e a Nessie me confrontaram no dia do aniversário dele. - Ângela não foi ela estava em La Push nesse dia. - Nessie me disse algo como “ Você o odeia por ele ser tão parecido com a Sarah?”

- E ela tinha razão? Digo seus sentimentos negativos em relação a ele eram motivados pelo fato dele te lembrar a Sarah?

- A presença da Sarah nele é muito forte e sim eu odiava ter que conviver com semelhanças quando tudo que eu mais queria era ela.

O garçom serviu o vinho a mim e depois de degustar assenti para eu ele servisse a Ângela.

- Eu sinto muito mesmo por tudo que aconteceu e sempre serei grata a Sarah por que embora eu tivesse cota na universidade, eu não tinha como me manter aqui em Seattle e vocês dois é quem mudaram a minha vida. - havia uma distância enorme de idade entre nós dois não sei como me deixei envaidecer pelos olhares dela.

- Quantos anos você tem hoje Sarah? - perguntei curioso. - Sei que mulher não gosta de revelar a idade então se não quiser dizer não tem problema.

- Eu estou com 30 e não me envergonho em dizer minha idade. Sou uma mulher madura, bem resolvida profissionalmente. Tenho meu carro, meu apartamento enfim viajo ainda que sozinha para muitos lugares diferentes sempre que tenho oportunidade.

- O homem por quem você se apaixonar terá sorte.

- Ou não. Eles me vêem como uma ameaça por que sou independente. Não são todos os homens que admiram isso na verdade não conheço nenhum que me admire por isso.

- Eu admiro você. Tinha tudo para se fazer de vitima alegando que não teve oportunidade. Mas não, você fez a sua vida e o fato de você estar ao meu lado é mérito todo seu.

- Obrigado é bom saber que alguém me admira, vou me permitir sempre me lembrar disso quando a solidão aparecer. - ela sorriu novamente.

- Homens são cegos e na maior parte do tempo burros não entendem o que as mulheres são. Acham que são apenas para satisfazer o prazer deles e mais nada e por isso mesmo as mulheres estão cada vez mais dominando o mundo.

- Neste ponto eu concordo, mas eu não aceito certas coisas que as mulheres fazem.

- Como o que por exemplo. - o jantar foi servido.

- Bem eu concordo na coisa dos direitos iguais, porém eu não concordo quando as mulheres tomam decisões tão idiotas quanto as dos homens. Tem amigas minhas que acham que o que vale é a quantidade e não a qualidade dos homens com que se está.

- Ou seja, elas estão apenas satisfazendo prazeres.

- Exato e os homens estão começando a ficar assustados com isso. Confesso tem muitos que são uns idiotas, mas tem verdadeiros príncipes por ai. Minha amiga mesmo foi nessa onda de quantidade, quando se deu conta do que havia feito o cara simplesmente já havia ido embora.

- Ah então agora são as mulheres que não ligam no dia seguinte? - arqueei a sobrancelha.

- Sim. Acredite os homens até dão o numero, mas elas não ligam. E não aceitam que homem paguem a conta do restaurante por que acham que diminuem elas como mulher, não querem depender de homem pra nada.

- E você concorda com isso?

- Bem na verdade existem realmente dois tipos de homens. Primeiro que será realmente usado para reconfortar uma solidão de uma noite ou um dia enfim de um momento e existem aqueles que serão para vida toda por que vale a pena se ter um relacionamento.

- E você prefere qual? - perguntei esperando sinceridade.

- Bom... Como eu ando um pouco carente ultimamente se eu tivesse um homem por pelos menos uma noite já seria vantagem diante da situação, mas sinceramente?

- Sim quero que seja sincera.

- Sonho com meu príncipe que eu sei que não será perfeito assim como eu não sou, mas que será meu, que irá me olhar e me desejar, me amar, me fará sentir a mulher mais importante do mundo. Que será meu amigo, meu companheiro como dizem na reserva. Na verdade toda mulher sonha com isso mesmo as que negam isso a todo instante.

- O bom é que você é realista entende que o homem perfeito certamente não existe.

- Não existem eu sei a realidade é dura. - com essa eu tive que gargalhar diante da cara que ela fez. - Mas ainda bem que eu convivo com homens que me fazem manter o sonho. Paul venera sua filha, Jacob venera a Nessie, você venera a sua Sarah. Vocês me estimulam a continuar procurando ou esperando de qualquer modo.

- Sarah... - a imagem dela me veio a cabeça por um breve momento, mas depois a imagem da Ângela que estava a minha frente parece que ocupou mais espaço, não sei explicar.

- E você não pensa em procurar uma nova esposa? Não quero ser indelicada e respeito e muito seu amor pela Sarah.

- Eu entendi sua pergunta. Na verdade eu nunca parei para pensar sobre isso, Sarah é tão presente na minha vida ainda que eu jamais olhei pro lado. - Ângela nitidamente me lançou um olhar triste, mas escondido por trás da Ângela bem resolvida.

- Entendo. Mas o dia que isso acontecer a mulher que receber seu olhar terá muita sorte. - ela olhou para o prato.

- Acho que ninguém vai olhar pra mim, não dessa maneira e sabe que no meu caso tudo complica.

- Como assim você é um homem muito bem apresentável. Faria sucesso entre minhas amigas.

- Faria é? - perguntei duvidando.

- Tem várias mulheres que gostam de homens mais novos, mas existe uma grande parte que prefere homens maduros que sabem amar, tocar enfim tratar uma mulher como se deve.

- Eu na verdade tenho medo se tais mulheres olhariam realmente pra mim ou para a minha conta bancaria. Sei que isso é rude da minha parte, mas já tive experiências sobre isso. Quando Sarah morreu meu celular não parava de tocar.

- Eu me lembro. Elas iam até o escritório para lhe ver não era? - ambos gargalhamos.

- Sim cada uma queria me consolar de um jeito. - virei os olhos.

- Elas queriam descobrir seus segredos e ficavam me ligando ou entravam na minha sala. - me dei conta nesse momento do quanto Ângela me conhecia.

- Você conhece muito de mim não é?

- Bom tenho que conhecer. - ela ficou sem graça.

- Sabe tudo de mim não sabe? Cor de gravatas e meias, camisas, senha da conta do banco, se meu cartão de crédito tem saldo ou se precisa pagar a fatura, se eu almocei ou não...

- Sei tudo, mas não se preocupe as informações estão bem guardadas. - ela fez sinal de quem passa a chave na boca e joga fora.

- Eu confio em você assim como confio no Paul. Alias são as únicas pessoas que confio cegamente naquele escritório. Você jamais me trairia não é?

- NUNCA. - ela praticamente gritou. - Eu o respeito e o admiro demais para fazer qualquer coisa que não seja correta. Hoje ainda disse isso ao Jacob.

- Você me elogiou para o Jacob? - ela ficou com um tom rosado no rosto.

- Ele é maluco vou contar mais entenda que ele é quem tocou nesse assunto. - ela ria ao se lembrar.

- Agora fiquei curioso.

- Bem ele me ligou pedindo alguns favores e eu comentei que me encantava ver a maneira de ser dos Black, verdadeiros homens apaixonados que fazem de tudo pela mulher que amam. Isso é vergonhoso não consigo dizer... - ela parecia realmente envergonhada.

- Se não me disser vou perguntar a ele? - falei sorrindo torto e me sentindo relaxado a ponto de me encostar-se à cadeira e esperar pelo que ela iria falar.

- Isso é chantagem não vale.

- Vou perguntar a ele...

- Tudo bem. - ela se encostou também. - Ele disse em agradecimento a tudo que eu havia feito “ o que seria nossa vida sem você.”

- Ele está certo não vejo minha vida sem você ao meu lado. - ela me olhou e sorriu lindamente. - E tem mais?

- Agora vem a parte fantasiosa disso tudo.

- Estou realmente muito curioso.

- Lá vai está preparado para imaginação fértil de um jovem?

- Preparadíssimo.

- Ele disse “ alias você e meu pai deveriam ficar juntos” - ela me olhou timidamente.

- E o que você respondeu. - confesso estava entusiasmado com isso tudo.

- “Ficou maluco“. Foi a resposta.

- Nossa é uma idéia tão ruim assim imaginar-se ao meu lado? - por essa eu realmente não esperava, ou melhor, acho que esperava por que é obvio que ela vai preferir a um garotão a mim.

- Não terminou ainda. Ai ele disse “ gosto disso me deixa feliz.” - essa parte eu gostei quero dizer meu filho não se importaria se eu resolvesse seguir a minha vida.

- E você o que disse? - confesso estava interessado nas respostas dela.

- Espera mesmo que eu conte a você exatamente o que eu disse a seu respeito? E se eu o fizer ainda terei o meu emprego na segunda feira?

- Espero que me diga e sim nesse momento você está longe de ser a minha funcionária. - esperava que isso lhe desse coragem.

- Certo lá vai. - Ângela estava longe de ser a mulher de negócios nesse momento ela era apenas uma mulher. “- Não vou sonhar com isso, acredite seu pai jamais me olharia como alguém que mereça ser amada por ele e respeito e admiro muito seu pai para não continuar ao lado dele.”

Fiquei completamente paralisado diante do que ela acabava de me dizer.

- Viu eu não deveria ter dito nada. - ela parecia frustrada diante da minha total falta de reação. Ela pegou a sua taça de vinho e a tomou e achei seu movimento extremamente sensual.

- Estou tentando entender tudo. Você acredita mesmo que eu jamais olharia para você como alguém que mereça ser amada?

- Acredito. Eu sou sua funcionaria não me parece ter muita lógica além de ser mais nova que você também.

- E você me respeita e me admira muito para ficar longe de mim? - jamais pensei que essa conversa entraria em algo tão intimo assim.

- Sim tudo que disse é verdade. Pergunta. Ainda tenho meu emprego mesmo diante dessa total e absoluta falta de ética da minha parte?

- Não vejo como falta de ética e já lhe disse você não está aqui como funcionária fazendo hora extra, bom espero que você não veja nosso jantar como um favor ao seu chefe por que se assim o viu sinceramente isso me deixaria entristecido.

- Não se preocupe eu ainda estou tentando entender o motivo do seu convite e formar uma opinião sobre isso.

- Na verdade Ângela eu não tenho nada. Sabe o que eu faço toda noite desde que Sarah se foi?

- Trabalha até de madrugada, bom pelo menos é o que eu vejo.

- Sim e quando chego em casa eu tomo banho, janto, volto para o meu quarto... Abro o armário com todas as coisas da Sarah que continuam exatamente no mesmo lugar que ela as deixou. Me pergunto por que ela me deixou... Pego seus diários e leio até que finalmente fico cansado e eu acabo dormindo ou então eu choro e minha filha ouve e ela entra no quarto literalmente me deita no colo dela e diz que tudo ficará bem. - Ângela literalmente chorava na minha frente e eu próprio engolia o meu. - Esse é o homem de negócios que todos vêem e admiram durante o dia.

- Billy. - ela pegou na minha mão que estava sobre a mesa. - Eu sinto muito por tudo isso e se eu puder fazer alguma coisa por você...

- E pode me dizendo que não aceitou sair comigo por que eu sou seu chefe ou por que sou dono de tudo aquilo. Que você saiu comigo por que sentiu vontade de ficar ao meu lado. Por que ninguém Ângela parece sentir vontade de fazer isso e as poucas pessoas que fazem o interesse grita pra mim. Ah e detalhe quando a solidão é gritante demais e a dor é tão grande que eu penso que vou sucumbir a ela eu vou pra La Push. Me sento na praia que a Sarah mais amava e culpo a vida por te-la tirado de mim.

- Eu estou aqui por que eu quero Billy, por que eu gosto da sua companhia. Eu amo trabalhar ao seu lado o dia todo, meu trabalho não é um peso muito pelo contrário eu acordo todo dia feliz por saber que vou estar com você o dia todo, que vou poder te ajudar. Eu sei que você sofre, comentei isso com o Jacob hoje. Eu tenho acompanhado ainda que de longe a sua tristeza dia após dia e você pode dizer que não, mas nas últimas semanas você tem estado mais depressivo.

- Você realmente me conhece. - ela sorriu. - A proximidade do casamento da Rachel, mas o noivado eminente do Jacob... Eu vou ficar realmente sozinho. Eles não vão me querer ao lado deles principalmente o Jacob depois de tudo que eu fiz e eu tenho medo Ângela. O grande e todo poderoso Billy Black tem medo do futuro.

- Eu vou estar com você acredite em mim.

- Obrigado é muito gentil da sua parte. - ela pareceu não gostar do que eu disse.

- Não acredita que eu vá realmente estar ao seu lado? - ela ameaçou tirar a mão de cima da minha mais eu a impedi seu toque era acolhedor, e fazia muito tempo que eu não sabia o que era ser tocado por uma mulher.

- Me desculpe eu acredito.

- Não tem problema eu posso entender sua descrença, mas gostaria que pudesse confiar em mim. Quem sabe se um dia eu tiver uma oportunidade que seja. - ela deu de ombros e sorriu discretamente. - Mas acho melhor eu ir embora, está ficando tarde e eu preciso achar um taxi. - na verdade era como seu o que eu disse a tivesse ferido de algum modo, era como ter desprezado seus sentimentos por mim.

- Eu levo você até sua casa se esse for realmente o problema. Conversar com você está me fazendo bem. - eu sinceramente se pudesse também ficaria a noite toda conversando com essa Ângela que estava na minha frente. - Você quer ir a outro lugar? - imaginei se ela me convidaria a ir até o seu apartamento mesmo que fosse apenas para conversar, mas se ela me deixasse beijá-la eu sinceramente gostaria disso, eu queria, eu precisava me sentir vivo e acho que Sarah poderia entender isso.

- Não sei... Bom podemos ir ao meu apartamento se você quiser claro. - ela parecia sem graça.

- Não teria problema pra você?

- Não de maneira alguma. Podemos ir a hora que você quiser. - ela realmente confiava em mim.

XXXXXX

- Sinta-se à-vontade. - Ângela morava em um belo apartamento em uma área nobre de Seattle, bem na verdade ela ganha como executiva e sem dúvida ela pode manter um padrão de vida legal.

- Obrigado. - entrei me sentindo intimidado, mas era aconchegante estar aqui. Ela conseguiu mesclar tudo na decoração o que tornava o ambiente prazeroso.

Caminhei até a varanda onde ela mantinha alguns cadeiras bem aconchegantes misturada a algumas plantas.

- Quer me dar seu terno? - sua voz soou atrás de mim.

O tirei entregando a ela e sorri ao olhar pra ela. Era isso Ângela tinha sinônimo de vida, de nenhuma lembrança dolorosa.

- Não quer tirar a gravata também? Eu tenho a impressão que isso deve incomodar no final do dia assim como salto alto no final do expediente.

- Tem razão é a primeira coisa que eu tiro depois do terno assim que chego em casa e por fim o sapato e as meias que literalmente queimam o pé da gente. - ela sorriu.

- Então tire seus sapatos e fique descalço. Quero que você se sinta bem. - ela foi até a sala e eu a acompanhei.

Ângela não se intimidou tirando seu sapato e o blazer que acompanhava a saia que ela usava. Amarrou o cabelo em um coque solto e devo confessar ela era uma mulher deslumbrante e sinceramente me admirava o fato de nenhum homem ainda ter se encantado por ela.

Dobrei a maga da minha camisa e abri os primeiros botões desafogando assim meu pescoço.

- Quer beber alguma coisa? Tenho vinho, água, refrigerante, suco, cerveja... - ela falou da cozinha.

- Vinho seria bom, não gosto de misturar bebidas. - ela me entregou uma garrafa da mesma que estávamos tomando no restaurante e enquanto ela pegava as taças eu abri a garrafa.

Fomos em direção a sala e como ela sentou-se no sofá eu a acompanhei.

- Você parece temeroso com alguma coisa. - ela me fitava.

- Na verdade estou mais para aqueles adolescentes que não sabem bem o que fazer. - tinha medo de ser direto demais ou pouco direto. As mulheres mudaram, o mundo mudou e eu fiquei parado em meio a tudo.

- Sei como é isso.

- O pior é que faz um ano que estou completamente desligado do mundo. Nunca mais fui ao cinema, teatro, jogos, boate... - eu costumava fazer tudo isso com a Sarah.

Na verdade toda sexta feira saímos para jantar, dançar e depois passávamos a noite em algum hotel da cidade. Era um tempo bom em que eu não via a hora de ir pra casa por que eu sabia que estaria nos braços dela.

- Se quiser posso lhe fazer companhia. Eu costumo ir ao cinema e ao teatro aos sábados e boate vez ou outra quando tenho companhia. Não gosto de chegar desacompanhada nesses lugares, não me sinto bem.

- Vou me atualizar da programação e prometo lhe convidar. - ela cruzou as pernas colocando uma almofada de modo que eu não pudesse ver nada.

- Quer ver algum filme? Eu sinceramente não sei o que fazer. - ela parecia tão envergonhada quanto eu.

- Você está incomodada com a minha presença? Por que eu posso... - ela me interrompeu.

- Não eu quero que você fique. Acredite é o que eu mais desejo. - será que eu poderia acreditar que ela sente alguma coisa por mim.

- Ângela... Você acha que a diferença de idade entre nós dois pode ser um problema? - resolvi que qualquer dúvida somente seria tirada mediante as respostas que ela me desse.

- Para se ter amizade? - não era isso que eu tive em mente quando perguntei.

- Para se ter amizade e para se ter alguma coisa intima também. Tenha em mente que eu tenho 45 anos, ou seja, quando você nasceu eu já tinha 14 anos a mais que. - eu ri nessa parte tentando deixar as coisas mais leve entre nós.

Vou confessar eu acho que a carência afetiva que eu sentia, mais a total e completa falta de sexo por um ano, mais essa mulher linda na minha frente e mais a sensação de que ela gostava de mim, mexeu comigo de alguma maneira.

- Eu acho que quando se gosta da pessoa, quando se respeita não existe essa coisa de idade, isso tudo é subjetivo embora se fossemos usar a nós dois como exemplo haveria o problema de você ser meu chefe e todos confirmariam aquilo que sempre julgaram pelas nossas costas.

- Como assim? - perguntei curioso.

- Muitos no escritório acham que temos um caso e alguns sugerem que isso vem desde que eu entrei no escritório. Já chegaram a dizer certa vez que “ Billy deu a amante o cargo de assessora da presidência”.

- Quem foi o imbecil que disse isso? - perguntei nitidamente furioso.

- Steve. Lembra daquelas reuniões que você pediu a mim e ao Paul que dirigíssemos logo que a Sarah faleceu?

- Sim eu me lembro e eu pedi isso por que confio em vocês. Mas esse idiota se aproximou de mim dizendo que estava compadecido da minha dor, que a morte prematura da Sarah o havia feito ver os erros que havia cometido e eu idiota acreditei! - bufei.

- Hei está tudo bem. Eu não ligo deixa ele pensar o que quiser. O que me importa é que você sabe que isso não é verdade. Eu nunca Billy olhei pra você enquanto Sarah estava viva, jamais desejei algo com você e sempre procurei deixar isso muito claro dentro do escritório. Respeitava e continuo respeitando a Sarah demais para se quer ter tido uma fantasia com você enquanto você era casado.

- Mas depois que eu fiquei viúvo?

- Depois que você ficou viúvo passou a ser um homem interessante e eu passei a vê-lo de outras maneiras, mas nunca deixei e jamais deixaria que isso interferisse na nossa relação profissional tanto que disse ao Jacob que...

- Que você me respeita e me admira muito para ficar longe de mim...

- Exatamente. - ela se levantou e ligou a televisão em um canal de filme, mas me entregou o controle para caso eu sentisse vontade de mudar de canal.

Mas tudo que me importava agora era entender tudo isso. Entender o quanto tudo parecia novo e confuso e entender o porquê nesse momento eu não conseguia pensar na Sarah.

É a primeira vez em pouco mais de um ano que eu não sinto desejo de voltar correndo pra casa e me perder em meio a suas coisas, pelo contrário eu desejo ficar aqui exatamente onde eu estou e mais que isso eu desejo de todo meu coração puxar a Ângela para perto de mim e lhe beijar e se ela me permitir a acariciar e quem sabe fazer amor com ela.

Mas como desejar e realizar tudo isso sem que pareça que eu estou impondo isso a ela, ou que ela sinta-se obrigada por eu ser seu chefe. Confesso meus sentimentos estão confusos.

- Você sabe que eu ainda amo a Sarah, não sabe? - tive coragem suficiente para pegar na sua mão que estava apoiando sua cabeça já que ela mantinha o braço apoiado na parte de cima do sofá.

- Sei e jamais lutaria para você deixar de amá-la. Sarah é uma parte importante na sua vida e sempre será e muito provavelmente você jamais amara outra mulher como ama a ela. Mas eu sei também que você precisa guardar esse amor dentro da sua alma e deixar ele lá e seguir sua vida em frente. Se permitir amar alguém de novo. - ela tinha razão.

- Você é realmente uma mulher madura.

- Acha mesmo? É por que não me conhece direito. Eu sou uma criança grande como Helen costuma dizer.

- Você é jovem e é nítida essa juventude em você. A maneira como enfrenta a vida e tudo mais, mas ainda assim é bem madura.

- Bom eu não sei quem é meu pai até hoje, minha mãe apenas me disse que foi um caso de verão, que ele nunca quis saber dela ou de mim. Minha mãe ficou grávida com 15 anos, morreu amando o homem que não quis a nós duas então acho que a vida me fez ser madura.

- Eu me lembro da sua mãe grávida foi no mesmo ano que eu conheci a Sarah. Na verdade eu acho que ela ficou grávida no primeiro verão que eu passei com a Sarah em La Push. Estava eu, Steve e Victoria naquele verão.

- Ela me disse isso mesmo. Sarah era mais velha que minha mãe três anos mais ainda assim elas eram amigas tanto que Sarah sabe quem é meu pai.

- Sabe?? - perguntei admirado.

- Sabe mais também nunca me disse quem era e quer saber nem faz diferença pra mim hoje. Um homem que rejeitou o amor da minha mãe por que ela era uma nativa sem cultura como ele mesmo a definiu, que nunca quis saber de mim.

- Mal sabe o infeliz a filha que tem. - toquei seu rosto levemente e a senti estremecer ante meu toque. - Viu mais uma diferença por que seu pai hoje deve ter algo perto da minha idade e se Sarah sabia o nome dele pode ser que esteja nos diários dela.

- Não faz diferença, se um dia você descobrir e achar que vale a pena você me conta se não guarda pra você também.

Ela deitou a cabeça no encosto do sofá.

- Está com sono se quiser dormir.

- Não quero que você vá embora, eu estou gostando de ficar com você, sua presença me faz bem. Imagina que você sonha com algo todas as noites, até que um dia ele se realiza. Pois bem quando ele se realiza você iria acordar para que ele fosse embora? - havia ternura em cada palavra que ela disse e seu olhar pra mim era verdadeiro.

- O que eu estou entendo é que você já sonhou comigo ao seu lado? - sorri pra ela.

- Muitas vezes, tudo bem eu confesso todas as noites eu sonho com isso. Não sei por que mais acho que na segunda feira serei comunicada que devo passar no departamento pessoal. - ela fechou os olhos como se não tivesse que ter dito nada do que me disse até agora.

Um desejo adormecido gritava dentro de mim, essa mulher estava me deixando maluco e pior eu estava gostando.

- Já disse que não estou aqui como seu chefe. - ela me olhou enquanto eu acariciava seu rosto que ela havia encostado no sofá.

- Eu sei estou brincando é uma maneira de tentar camuflar tudo que eu já disse até agora, mas você é terrível me faz falar e falar e quando vejo já confessei meus segredos mais secretos. Isso tem alguma coisa haver com o poder dos Black? Sim por que Jacob é exatamente uma cópia sua. - com essa eu tive que gargalhar.

- Poder dos Black. Isso é engraçado. - ela pegou na minha mão e a levou até os lábios me dando um beijo e depois roçando ela no seu rosto.

- Desculpa é que você tão perto de mim... - ela falou quando eu puxei minha mão. Mas eu fiz isso para pegar a dela e fazer a mesma coisa.

- Então eu terei que me desculpar também. - levei sua mão até meus lábios e a beijei e percebi que ela fechou os olhos como se quisesse prolongar o que sentia.

- Ângela você gosta realmente de mim ou eu estou ficando maluco de vez? - perguntei beijando seu braço subindo em direção ao ombro e resolvendo que agora queria uma resposta definitiva.

- Pensei que já estivesse claro. Mas sim Billy eu na verdade não gosto eu amo você. - paralisei totalmente. - Mas não espero nada em troca não se preocupe. - ela puxou o braço o cruzando na frente dela.

Ela não tem idéia do quanto isso me fez bem. Ouvir que alguém me ama que alguém olha pra mim do modo como ela me olhou sem interesse algum apenas me amando assim como a Sarah fazia comigo.

- Eu realmente não posso dizer que amo você por que não seria verdadeiro... - ela me interrompeu.

- Hei não se preocupe eu não estou pedindo nada nem exigindo, como eu disse só de estar ao seu lado já me basta. - havia sinceridade em suas palavras.

- Eu não sei explicar mais desde que eu te vi na minha sala antes de sairmos do trabalho que eu necessito urgentemente ficar ao seu lado e ouvir você dizer que me ama me fez bem...

Ela se virou pra mim aproximando seu corpo do meu. Coloquei a mão na sua cintura enquanto olhava em seus olhos.

- Sabe por que te faz bem? - neguei com a cabeça. - Por que você está vivendo um momento em que você precisa ser amado só isso e qualquer mulher que pense ou delire com a idéia de você a amando pelo menos por enquanto vai se dar mal. Você precisa de alguém que cuide de você, que se preocupe em fechar sua ferida, que entenda que vai ter dias em que você vai falar a noite toda da Sarah. Que você tem dois filhos maravilhosos que são a extensão do seu grande amor e que certamente eles não ficarão felizes de ver uma mulher tentando ocupar o lugar da mãe deles, mas que eles ficarão felizes em ver uma mulher que vai cuidar do pai deles da melhor maneira possível.

- Sim você está certa. Você cuidaria de mim? - acariciei sua nuca. - Saberia entender tudo. Que ao entrar no meu quarto vai se deparar com as coisas da Sarah por lá, que eu não sou tão forte quanto aparento ser, que tem noites que eu literalmente preciso de colo como a Rachel diz, mas que eu sou capaz de amar e me entregar e ser o melhor homem que eu puder ser?

- Cuidaria Billy e sim, eu saberia apenas cuidar e te amar como você merece.

Jamais imaginaria que minha vida pudesse mudar a essa altura do campeonato, eu agora estava diante de uma decisão complicada. De um lado era deixar o passado e seguir em frente do outro continuar vivendo preso em uma solidão.

- Olha só não precisa ficar pensativo e duelando com seus sentimentos. Eu vou estar ao seu lado e agora você tem certeza, quando achar que pode seguir em frente você me fala ou se não der também nada entre nós vai mudar eu te prometo.

O bom da maturidade era isso, a sensatez com que uma mulher bem resolvida consegue ter diante das situações, mas eu já tinha a minha decisão.

- Mas e se eu já tiver a minha decisão?

- Então não tenha medo de me dizer qual é. Não se preocupe eu continuarei sendo seu braço direito na segunda feira com a mesma postura profissional que eu tenho tido esse tempo todo.

- Eu não quero sair desse apartamento, eu quero beijar você e ficar aqui ao seu lado. Eu preciso disso, eu não agüento mais sofrer, eu preciso viver e você está me oferecendo isso sem me cobrar nada e eu quero aceitar por que eu sei que eu posso amar você.

- Então não sai daqui, fique e eu vou cuidar de você. - Ângela uniu seus lábios aos meus.

Ela me deu um selinho demorado com a boca entreaberta e eu gostei disso, gostei do que senti, gostei de sentir meu corpo reagindo novamente a vida. Seu hálito tocando a minha boca era bom e seu gosto pelo pouco que percebi era maravilhoso.

A puxei para mim e ela sem pudor sentou em meu colo e eu aprofundei o beijo. Eu queria, eu precisava sentir a língua dela ocupando espaço na minha boca, mas de repente eu pirei e a sensação de que eu estava traindo a Sarah me dominou, mas por outro lado parecia a Sarah quem eu estava prestes a aprofundar o beijo, mas não era. Comecei a ficar desesperado e me separei dela antes mesmo que minha língua chegasse a conhecer sua boca.

- Desculpa. - me levantei e fui até a varanda depois de a ter colocada de lado. - Sarah, por favor, me diga que eu posso seguir em frente... Me ajuda. - coloquei a cabeça entre as minhas mãos.

- Eu te amo Billy e sempre vou te amar e você não está me traindo meu amor. Não com a Ângela... - sua voz ecoou dentro da minha cabeça.

- Hei está tudo bem. - Ângela se aproximou de mim me apertando em seus braços e se ajoelhando na minha frente já que eu havia me sentado em uma cadeira que havia por lá. - Billy eu não espero que você se entregue a mim tão cedo se é que vai se entregar algum dia!

Mas eu queria me entregar a ela, eu precisava disso e a sensação da Sarah falando comigo me deu a certeza que eu deveria seguir em frente.

Segurei o rosto da Ângela entre minhas mãos com delicadeza e lhe ofereci o melhor beijo que eu poderia lhe dar. Minha língua adentrou por sua boca e se perdeu em meio a um território desconhecido e que mexia comigo.

Sua língua duelava com a minha trazendo de volta o homem adormecido que havia dentro de mim e eu gostei de saber que ainda sou capaz de fazer uma mulher gemer diante do meu beijo.

Ângela se levantou sem, contudo separar nossos lábios e como a cadeira que eu estava era tipo espreguiçadeira eu me afastei de modo a ficar encostado e ela sentou-se em meu colo colocando uma perna de cada lado.

Ela era uma mulher experiente e isso era realmente excitante. Não hesitei em passar minha mão pela parte externa da sua coxa esperaria mais para tocá-la de maneira intima e depois de tanto tempo era realmente muito bom tocar em uma mulher.

Desci meus lábios pelo seu pescoço e ela tombou a cabeça me dando um convite ao desfrute. Sua blusa era uma básica colada ao corpo já que ela ficava o tempo todo de blazer e era elegante ver uma peça colada discretamente em seu corpo durante o trabalho.

- Se quiser que eu pare é só me dizer. - falei com os lábios contra sua pele do pescoço.

- Só se você quiser parar por que eu estou adorando e você é realmente bom nisso como eu imaginava. - pensar nessa mulher linda, jovem tendo sonhos comigo era algo que estava me levando a loucura.

- Você tem sonhos mesmo comigo tocando seu corpo? - toquei seu seio por sobre a blusa admirando o formato que eles tinham.

- Sim é constrangedor revelar, mas sim, já sonhei por diversas vezes como deve ser bom fazer amor com você.

- Você está me deixando louco e olha que faz um bom tempo que eu não faço amor com ninguém.

- Isso é excitante. - sua boca começou a devorar meu pescoço. - Saber que eu posso te dar prazer depois de tanto tempo. - ela me beijou novamente enquanto suas mãos passeavam pelo meu tórax e costas.

Ângela começou a abrir minha camisa e me dei conta de que estávamos na varanda e alguém poderia ver dos prédios em torno.

- Ângela os visinhos. - não disse tinha dois vizinhos nos olhando de um prédio que ficava bem em frente.

- Visinhos... Certo vou me controlar. - ela respirou fundo deixando minha camisa semi aberta e ameaçou se levantar.

- Você não quer mais? - o desejo gritava dentro de mim.

- Quero mais não quero compartilhar você com ninguém então que tal a gente entrar? - ela piscou de maneira sugestiva.

Ela se levantou e pegou na minha mão, eu sorri e a acompanhei até seu quarto. Olhei a cama enorme que havia ali bem no meio do quarto com um edredom em tons de vermelho mesclado com rosa. Mas ela continuou andando até que entramos no banheiro.

- Vou cuidar de você primeiro. Sabe você me parece meio tenso. - ela realmente era maravilhosa.

Enquanto a banheira enchia ela foi até o armário e pegou toalhas e roupão pra mim e pra ela.

- Você é maravilhosa. - beijei seus lábios novamente.

- Vou deixar você se despir e quando estiver dentro da água e se sentindo à-vontade me chama que eu venho fazer massagem em você. - ela estava nitidamente fazendo de tudo para que eu me sentisse bem ao seu lado.

Ela saiu em direção ao quarto levando o outro roupão consigo.

Me olhei no espelho enorme que havia em seu banheiro e o homem que estava ali não era o mesmo que saiu de casa pela manhã.

Ouvi meu celular tocando, mas sabia que ela mesmo atenderia já que isso era normal de acontecer.

- É a Rachel. - ela me entregou e percebi que ela estava apenas de roupão.

- Oi filha.

- Pai você está trabalhando até essa hora? Já comeu?

- Calma eu estou bem e sim eu jantei com a Ângela e não vou voltar pra casa tão cedo, tenho alguns trabalhos para adiantar.

- Espera ai você e a Ângela. - ela ria do outro lado da linha. - Pai você deveria aproveitar seu tempo de outra maneira. - Ângela tinha me dito a verdade meus filhos de algum modo me viam ao lado dela.

- E o que você tem em mente sobre isso? - falei com um meio sorriso.

- Somente aproveite um pouco da vida. Eu te amo pai.

- Também amo você.

Ela desligou o telefone e poderia apostar que ela estaria pulando igual uma maluca dentro de casa e mais que isso uma futura aceitação por parte dela me fez bem, me fez ter certeza que eu deveria seguir adiante.

Tirei minha roupa, mas antes de entrar na água eu fui até o quarto da Ângela e me deparei com ela arrumando todo o quarto para me receber ali na sua cama.

- Aconteceu alguma coisa?

- Rachel sabe que eu estou com você e espera que eu faça mais do que trabalhar.

- Bom pelo menos parece que você não vai precisar sair correndo daqui como um fugitivo.

- Não. - rimos. - Vem eu já estou pronto e como você tinha roupão masculino aqui na sua casa? - perguntei curioso pedindo mentalmente que não fosse de nenhum ex-namorado dela.

- Na verdade eu sempre imaginei que um dia teria alguém que eu amasse muito no meu apartamento e eu comprei roupão, toalha e deixei aqui para que um dia eu pudesse usar... Tudo bem imaginei que um dia meu sonho pudesse se tornar realidade e eu precisaria estar preparada.

Chegamos no banheiro ela parecia um pouco constrangida então resolvi que o melhor seria eu entrar na água primeiro e foi o que eu fiz. Tirei o roupão entregando a ela e agradecendo mentalmente por ela mesma me forçar a ir a malhar com personal todo dia pela manhã antes de começar o expediente.

- Ainda bem que você me obriga a malhar com aquele personal. - falei envergonhado.

- Não se preocupe você é perfeito. - ela tirou o roupão na minha frente e confesso que a reação física diante da visão foi automática não tem como ela é perfeita demais.

Ela caminhou até mim e entrou na banheira só que sentou pedindo que eu me sentasse na frente dela com as costas apoiado nela. Ângela pegou uma esponja e começou a deslizar pelo meu corpo enquanto sua boca beijava minha nuca.

- Sabe qual a melhor coisa de ser uma mulher mais velha e ter um homem maduro ao seu lado?

- Qual?

- Por mais vontade que se tenha de fazer amor com a pessoa a gente sabe aproveitar cada momento e quando se é jovem tudo é atropelado.

- Isso é verdade. - suas mãos percorriam agora todas as minhas costas desfazendo os músculos que estavam tensos e fazia realmente muito tempo que eu não relaxava assim.

Ela desceu a mão pelo meu peito e pelo meu abdômen até chegar no meu membro onde ela fechou sua mão o massageando sugestivamente.

- É bom estar vivo novamente. - falei com a voz entrecortada.

- É bom sentir você aqui comigo. - ela sussurrou em meu ouvido.

- Mas tenha em mente que faz muito tempo que eu não faço nada disso então se você continuar me estimulando assim eu não vou agüentar muito tempo.

- Isso é sério mesmo? Você não teve mulher nenhuma nesse tempo todo?

- É serio. Por que parece ser tão absurdo assim?

- Não pra mim, mas sei lá você é um homem que a gente olha e já imagina sexo. Bom pelo menos eu tive que me controlar várias vezes naquele escritório. - gargalhei.

- Eu nunca notei nada, bom eu peguei alguns olhares seus em direção a mim, mas nada que eu pudesse imaginar que fizesse parte dos seus sonhos mais secretos. - encostei-me na banheira a puxando para o meu colo e ela sentou exatamente como havia feito na varanda, mas agora não havia nada entre nós.

Olhei em seus olhos e olhei para o seus seios como que pedindo autorização e ela sorriu.

Os acariciei para logo em seguida os tomar em minha boca e perceber nitidamente que eu ainda era capaz de dar prazer a uma mulher. Quando toquei sua intimidade ela arfou e me dei conta também de como eu sentia falta de um corpo feminino encaixado ao meu.

Eu queria a deixar em uma posição confortável.

- Podemos ir para sua cama? - ela sorriu.

- Podemos. - ela se levantou sem pudor algum e pegou na minha mão nos conduzindo até a sua cama depois de tirarmos o excesso de água do corpo.

E foi então que depois de pouco mais de um ano eu finalmente tive uma mulher que foi capaz de me conduzir ao prazer que eu e meu corpo tanto precisavam. A cada movimento nosso era como se eu jogasse para fora toda tensão que estava acumulado em mim.

- Billy... - ouvir uma voz feminina me chamado, desejando a mim e sem qualquer interesse por trás me deixou ainda mais excitado e claro ela perceberia.

- Ângela... - devo confessar que tive que me esforçar um pouco para não trocar os nomes até por que isso já seria além do suportável. Ela sabia que eu não a amava, mas daí a confundir tudo era menosprezar o amor dela por mim. - Você me ama mesmo? - sussurrei em seu ouvido.

- Sim eu te amo e você é o melhor amante que eu já tive na vida. - ela sabia exatamente como mexer com meu libido, como me fazer sentir o homem na cama. Seus braços se fechavam em torno de mim me pressionando mais contra seu corpo.

- Você também é muito boa. - tomei seus lábios pra mim novamente.

E o prazer veio, jorrou em sua direção e foi exatamente nesse momento que ela mais arfou e gemeu meu nome. Olhei seu rosto que assumia um tom rosado e seus olhos estavam fechados e apertados enquanto um sorriso ocupava-lhe o rosto.

Não havíamos usando preservativo e confesso que somente agora me dei conta disso.

- Você toma remédio? - beijei-lhe o pescoço.

- Não se preocupe não lhe darei o golpe da barriga. - ela alisou meu rosto e eu ainda estava sobre ela.

- Ser pai a essa altura da vida? No mínimo estranho. - tombei de lado a puxando pra mim. - Espero que tenha sido o que você imaginava, faz tanto tempo...

- Não se preocupe foi maravilhoso e, se levar em consideração o quanto venho sonhando com isso nós últimos meses. - seu toque em meu peitoral era aconchegante.

- Você está realmente sozinha Ângela?

- Sim. Eu estava praticamente noiva, mas o cara não queria saber de nada, ele achava que como eu ganho bem que ele poderia viver de boa. Sabe como? - assenti. - Mas por que a pergunta?

- Por que eu quero realmente ficar ao seu lado, ainda que a gente não revele nada a ninguém por enquanto. Eu quero aprender a te amar, claro que se você tiver paciência e for realmente isso que você queira. Mas se você achar que sou muito velho pra você eu vou entender.

- Billy você tem que parar com essa coisa de se achar velho pra mim, alias na minha opinião isso é que o torna sedutor. - ela beijava meu peitoral de maneira provocativa. - A experiência que sai de você é o que me seduz. Agora tenho que saber também se você me considera nova demais para estar ao seu lado.

- Isso é realmente interessante, ficar ao lado de uma jovem que sente atração por mim, me deixa realmente excitado. É diferente não sei explicar.

- Vai dormir aqui? - ela perguntou carinhosamente.

- Posso? - alisei seu rosto.

- Definitivamente estava tentando encontrar uma maneira de proibir você de sair daqui. - gargalhei.

- Está tão louca assim por mim?

- Ainda tem dúvida? - neguei. - Billy e seus filhos, eu não sei por que uma coisa é Jacob imaginar nós dois juntos outra é eu realmente estar ao seu lado. Eu não quero separar seus filhos de você.

- Eu acho que pelo menos para eles eu vou falar que estamos nos conhecendo e ficando junto, tenho certeza que eles irão entender e guardar esse segredo com eles sabe que conseqüentemente Paul e Nessie irão saber.

- Isso me assusta. Mas você está certo até por que se eles não concordarem eu me afasto de você... Não quero prejudicar sua vida, não quero nada do que você tem, não quero tomar lugar de ninguém na sua vida. Mas eu quero você e isso não posso e não vou negar e eu realmente amo você e acredite jamais disso isso com tanta verdade a homem algum e se minhas amigas me ouvirem dizer isso pra você vão me chamar de maluca.

- Por que é tão errado dizer que se ama? - realmente eu estava parado no mundo. Ela sugestivamente começou a me estimular novamente.

- Dizem que os caras tendem a não ligar no dia seguinte se a mulher disser que os ama, é como declarar abertamente que se quer ter um relacionamento.

- Então fique tranqüila por que tudo que eu mais gostei de ouvir essa noite foi exatamente isso, me sentir amado novamente mexeu comigo de uma maneira que você se quer pode imaginar.

Nos beijamos novamente e Ângela sussurrou no meu ouvido que queria que eu a fizesse minha novamente.

Jamais imaginei a essa altura da vida que uma mulher me pediria para amá-la, para a fazer minha e as reações que ela tinha eram naturais e espontâneas.

XXXXXX

- Ângela? - a chamei assim que despertei pela manhã. Mas como ela não respondeu eu decidi me levantar.

Coloquei o roupão que estava ao lado da cama em uma poltrona de leitura e sai a sua procura. Não vou negar que me sentia um pouco envergonhado afinal depois de tanto tempo acordar na casa de uma mulher era completamente diferente para mim.

Não me surpreendeu que ela estivesse sentada com uma perna em cima da cadeira enquanto a outra ficava balançando no ar lendo o jornal enquanto tomava sua caneca de café ou chã fumegante. Observação ela estava na varanda usando apenas uma camisola sensual mais não vulgar de cetim branco.

- Bom dia. - a abracei por trás carinhosamente enquanto beijava o alto da sua cabeça.

- Bom dia. Dormiu bem?

- Muito bem, na verdade fazia tempo que eu não dormia tão bem.

- Que bom. Senta que eu vou lhe servir o café da manhã. - eu não queria atrapalhar mais ela parecia tão feliz em fazer isso e era tão natural que não me importei.

Antes de sair ela me deu um beijo apaixonado e me surpreendeu ao fazer isso. Sorri em resposta enquanto ela se afastava eu a acompanhei com o olhar.

- Espero que goste. Não sou uma cozinheira como a Helen, mas enfim. Fiz tudo que eu sei que você gosta. Ovos mexidos, bacon, salsichas, suco de laranja, café e torrada.

- Nossa realmente você sabe tudo de mim. Preciso correr atrás para ficar quite com você.

- Espero que queira mesmo ficar ao meu lado e conhecer um pouco de mim. Humm ou foi apenas uma noite? Olha eu não estou te cobrando.... Droga deveria ter ficado quieta, mas desde que acordei confesso que estou apreensiva em relação a isso.

- Não precisa ficar assim. Vem aqui. - peguei na sua mão e a coloquei no meu colo. - Eu quero e vou ficar ao seu lado. Você sabe de todas as condições e na verdade está mais nas suas mãos do que na minha.

- Ah Billy... - ela me abraçou deitando a cabeça no meu ombro e enquanto eu comia ela beijava meu rosto e meu pescoço.

- Gosto da sua juventude. - coloquei um pouco de ovos na torrada e dei a ela.

- Você é mais que um sonho. Vamos nos ver hoje?

- Vamos. Eu vou pra casa agora e vou conversar com meus filhos e gostaria de almoçar conosco em nossa casa?

- Acha que eles vão aceitar? Vamos fazer assim estão vindo trazer meu carro e vou ficar por aqui mesmo. Se tudo estiver bem e eles aceitarem numa boa você me liga, se você não ligar eu vou entender.

- Se você sentir melhor assim. - ela assentiu. - Mas eles vão aceitar você vai ver.

Depois de comer e tomar banho eu liguei para Rachel.

- Rachel?

- Oi pai bom dia.

- Bom dia filha. Poderia fazer uma favor pra mim.

- Claro, mas aconteceu alguma coisa?

- Sim aconteceu algo que eu gostaria de compartilhar com você e com o Jacob então poderia me esperar chegar em casa? Daqui uma hora estarei ai.

- Tudo bem estou aqui com o Paul vamos ficar na piscina.

Desliguei e liguei para o Jacob, esse foi mais difícil de acordar.

- Pai? - sua voz estava sonolenta.

- Oi filho. Me desculpe se estiver atrapalhando.

- Não está tudo bem. Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade eu quero compartilhar algo que me aconteceu com você e com sua irmã, já falei com ela e queria saber se você pode estar em casa daqui uma hora.

- Claro vou estar em casa... Estou preocupado.

- Não precisa e me desculpe por atrapalhar você e a Nessie eu sei que estão juntos. Ontem quando entrei no restaurante o Metri me disse que você havia acabado de sair minutos antes.

- Foi jantar sozinho? Por que não convidou a Ângela? Garanto que ela teria gostado.

- Depois falamos sobre isso.
Nos despedimos e eu desliguei o celular com um sorriso no rosto por que pela primeira vez me dei conta de que posso ser feliz novamente e meus filhos desejam isso pra mim.

- Tudo bem? - Ângela entrou no quarto.

- Sim. Na verdade Jacob me perguntou por que eu não convidei você para jantar comigo ontem. - ela sorriu.

- Imaginação fértil dos jovens. - eu também sorri.

Nos despedimos como duas pessoas que estão se conhecendo e que nitidamente passaram uma noite maravilhosa juntos.

- Não esqueça que eu te amo. - ela deitou a cabeça no meu peito.

- Eu gosto muito de você. - beijei seus lábios novamente.

XXXXXX

Cheguei em casa e fui direto procurar pelos meus filhos. Eu estava animado com tudo que havia me acontecido e queria compartilhar com eles. Paul estava na piscina com a Rachel e quando ela me viu, veio correndo ao meu encontro.

- Pai estou preocupada.

- Não precisa está tudo bem. - beijei o alto da sua cabeça. - Seu irmão?

- Acabou de chegar. - ela apontou para o carro que se aproximava da garagem.

- Bom dia pessoal. - Jacob e Nessie falaram juntos assim que se aproximaram.

- Paul, Nessie vocês se importam de me deixar sozinhos com os meus filhos?

- Não vou ficar com a Helen. - Nessie beijou meu filho com ternura.

- Vou com você Nessie. - ambos saíram.

Caminhamos até uma das mesas que ficam em torno da piscina e nos sentamos. Os dois ficaram um do lado do outro e eu na frente deles.

- Pai estou ficando preocupado o senhor parece nervoso! - Jacob falou e Rachel concordou.

- Por que eu estou. - dei um sorriso nervoso. - Jacob eu quero te pedir desculpa por tudo que eu fiz a você nesses longos meses. Por todas as palavras grosseiras, por todas as acusações, pela imposição de não o querer por perto e por mais que eu tenha sofrido nada pode justificar o que eu fiz... Você meu filho é o que tenho de mais próximo da Sarah na minha vida, você é exatamente uma copia dela e isso me fazia mal e eu não sabia lidar com isso. Eu jamais odiei a você, eu odiei a mim mesmo por não ter podido salvar a ela quando ela precisou...

- Pai que isso olha eu nem me lembro de nada disso e sinceramente eu também tenho que pedir desculpa...

- Sua reação foi baseada nas minhas ações. Você sempre tentava se aproximar de mim eu via no seu olhar as tentativas.... - ele pegou na minha mão. - E você Rachel eu sinto muito por você ter sido obrigada a amadurecer antes e por ter assumido coisas que ninguém te perguntou se você queria ou não...

- Eu gosto de cuidar de vocês dois, eu os amo e sei que a mamãe esperava isso de mim.

- Vocês sabem que eu amo a Sarah, ela é a mulher da minha vida não sabem?

- Sabemos, não existe dúvida em relação a isso. - Rachel falou e Jacob confirmou.

- Mas eu realmente não ando nada feliz e Jacob percebeu e até comentou com a Ângela não foi?

- Foi eu comentei e ela percebeu isso também e eu comentei com a Rachel.

- Vou confessar que eu estou com medo. - olhei pra as mãos dos meus filhos que seguravam as minhas. - Você vai se casar filha daqui menos de três semanas e você Jacob pode não ter dito nada mais eu sei que o aniversário da Nessie será seu noivado, bom eu estou vendo seu empenho em relação a isso e Ângela também me disse que vocês pediram ajuda a ela para organizar tudo.

- Mas não vamos abandonar o senhor. - Jacob falou de maneira firme.

- Eu sei... Mas de qualquer modo eu me sinto sozinho, sua mãe não vai voltar e eu sei disso e não aceito ou não aceitava...

- Pai você precisa seguir adiante na vida... - interrompi a Rachel.

- Mas isso não seria como trair sua mãe?

- Não. - Jacob falou.

- Bom vou contar de uma vez... Ontem eu passei a noite com uma pessoa... - eles se entreolharam. - E por isso estou voltando agora. - eles sorriram. - Eu passei a noite na casa da Ângela.

- Ah eu sabia!!!! - Jacob falou entusiasmado.

- Sabia? - arqueei a sobrancelha.

- Ela ama o senhor não ama?

- Sim, ela me ama. - um sorriso bobo apareceu em meu rosto. - Mas ela deixou claro que isso foi depois que sua mãe faleceu que ela nunca havia me olhado de maneira diferente, mas que de uns meses pra cá tudo mudou e foi bom me sentir amado novamente, foi bom ficar com uma mulher que sabe que eu não a amo ainda e que Sarah é uma parte importante da minha vida e ela deixou claro que se vocês não a quiserem ao meu lado que ela saberá entender. Ela Me disse que não exige nada e não quer nada a não ser cuidar de mim. - dei um sorriso tímido.

- Ontem eu e o Jacob conversamos sobre isso e estávamos armando uma maneira de vocês ficarem próximos fora do escritório e quando pedi a ajuda dela para organizar o aniversário da Nessie foi por que isso a obrigaria estar em La Push no final de semana do aniversário e queríamos que o senhor a visse de maneira diferente.

- Ah então vocês estavam armando pra cima de mim?

- Pai, a Ângela é perfeita e sabemos que ela jamais irá ocupar o lugar da mamãe ela sabe que isso seria impossível. E eu disse a ela que logo teríamos um Black aos pés dela... Então poderia não me decepcionar?

- Vejo que tenho uma grande responsabilidade a minha frente. - eles riram.

- Mas de boa pai seja feliz, se permita ser feliz assim como eu permiti ser feliz ao lado da Nessie e a Rachel ao lado do Paul. E então a noite foi boa?

- Jacob??? - Rachel falou enciumada.

- Não se preocupe você será minha princesa sempre. - ela beijou meu rosto.

- Vou deixar vocês terem um papo masculino. E pai seu rosto mudou o senhor está mais feliz.

- Antes que você vá, eu posso convidar a ela para vir almoçar conosco? - perguntei apreensivo.

- Só se o senhor aproveitar a piscina conosco. Sinto sua falta por aqui.

- Se eu te pedisse que ligasse pra ela você faria isso? Acho que ela ficaria mais confiante sabendo que vocês a aceitam em nossa casa.

- Vou ligar. - e lá se vai minha filha maluquinha dançando e gritando pelo Paul.

- E então quer dizer que o senhor andou dormindo fora de casa. - Jacob semicerrou os olhos.

- Sim, e parecia uma adolescente que não sabia o que tinha que fazer. - balancei a cabeça.

- Mas você gostou de ficar ao lado dela? Por que tipo a Nessie me amava fazia um ano e quando a gente ficou junto pela primeira vez a maneira como ela olhava pra mim, me venerava enfim.

- Ângela ficou exatamente assim, era como se ela não pudesse acreditar que eu estava ali ao lado dela.

- Olha pai aproveite a vida, vai ser feliz e sinceramente conhecendo a Ângela como conhecemos eu tenho certeza que ela será a melhor para o senhor. Ah quem diria o senhor pegando uma mulher mais nova. - tive que gargalhar.

- Isso é estranho não é?

- Eu e o Justin achamos que ela tem o que 35 anos?

- 31 para ser mais exato. 14 anos de diferença.

- Pensa que o senhor é apenas mais experiente que ela. - ele deu de ombros. - E pai fala sério o Justin mesmo disse ontem e eu concordo a Ângela é linda e nem aparenta ter a idade que tem, coloca muitas garotinhas pra escanteio.

- Você virou um homem maravilhoso. - toquei no seu ombro. - Então vai mesmo ficar noivo?

- Vou eu amo a Nessie e ela é tudo pra mim. Acha que teria problema se nos casássemos e ficássemos morando aqui mesmo eu ainda estudando e ela também? Na verdade ela deu a idéia de estudar a noite e trabalhar para que eu continuasse a faculdade e poderíamos morar no apartamento dela. Mas não acho justo ela mudar a vida assim, ela se esforça tanto...

- Também não acho por isso mesmo vocês podem vir morar aqui e você tem sua mesada que é mais que suficiente para viverem até que você termine sua faculdade. Não farei com vocês a mesma coisa que meu pai fez comigo e com sua mãe.

- Obrigado pai. - nos abraçamos e começamos a caminhar em direção a cozinha.

- Então a Helen pode ser algo como minha avó é isso?

- Acho que sim. Será que ela vai gostar disso? Digo da sobrinha dela comigo...

- Mas estamos pior que eu com crise de insegurança.

Subi para meu quarto e vou dizer que pela primeira vez não quis olhar as coisas da Sarah, pelo contrario tudo que eu mais desejava era ligar pra Ângela e ouvir a voz dela. Eu amava Sarah, sempre amaria, mas Ângela tinha razão eu deveria guardar esses amor dentro da minha alma.

- Oi. - falei timidamente quando ela atendeu o celular.

- Oi. Rachel me ligou convidando para ir a sua casa e me exigiu que leve biquíni, disse que vamos passar o dia na piscina. Posso mesmo ficar ao seu lado na sua casa?

- Tudo que eu mais quero é você aqui. Acredita que estou sentindo a sua falta?

- Gostei de saber disso. Meu carro chegou agora vou me arrumar e logo estarei ai. Rachel comentou que você também irá usar a piscina e...

- E... - sorri naturalmente.

- Você de sunga me parece ser uma visão interessante.

- Sabe que chega a ser absurdo a maneira como você me vê. - eu sinceramente achava estranho por que eu realmente não era mais nenhum garotão.

- Vai ter que aceitar que eu te amo e conseqüentemente eu desejo você como uma mulher deseja um homem e pra mim você é perfeito.

- É bom ouvir isso. Poderia não demorar muito? Ou melhor, posso ir buscar você? Sabe eu não sou muito moderno para certas coisas.

- Mas você vai sair daí só pra vir me buscar? Isso seria incomodo.

- Por favor, você tem que entender que isso faz parte do poder dos Black entendeu? - ela gargalhou.

- Vou ficar esperando por você no hall do prédio. Eu te amo muito e vou fazer você feliz.

- Eu sei que vai e um dia eu sei que vou passar a amar você também.

Coloquei uma calça de moletom da adidas e uma camiseta e desci para ir buscá-la.

- Olha lá Jacob....

- Fugindo de mansinho e todo esportivo. - eles viram quando eu fui em direção a garagem.

- Vou buscar a Ângela. Jacob me comprometeu agora eu tenho que ser o melhor.

- Isso mesmo mantenha a tradição. - sentia os olhares sobre mim.

Fazia realmente muito tempo que sorrir não era tão fácil. E o caminho todo eu me sentia eufórico por saber que iria encontrar com a Ângela. Por saber que ela estaria ao meu lado e quando cheguei na portaria do prédio dela e a encontrei me esperando eu realmente me senti feliz.

Parei o carro e ela veio correndo em minha direção e eu mais que depressa sai do carro e contornei de modo a receber.

- Nossa você versão esportiva também é bem interessante.

- Acho que você é realmente meio maluquinha como a Helen diz. - a beijei de maneira lenta e até meio apaixonada.

Eu sentia desejo por tocar seus lábios, por sentir seu abraço por sentir ela próxima a mim.

- Preparada para agüentar as brincadeiras principalmente do Jacob? - ela riu.

- Nervosa seria a palavra correta.

- Olha eu te adoro. Muito mesmo e você não tem idéia do quanto está mudando meu dia desde ontem então confie em si mesma.

- Vou confiar.

XXXXXX

Conforme andávamos em direção a piscina ela soltou da minha mão como se estivesse envergonhada ou temerosa em relação como seria recebida.
- Eles já sabem. - falei diante da sua recusa em pegar na minha mão.

- Eu sei é que tudo me parece estranho... - ela parou e respirou fundo. - Sabe quando se é adolescente e se vai a primeira vez na casa da namorada? Pois é me sinto assim.

- Ah você tentando esconder as coisas de mim não foi? - Jacob acho que percebendo o constrangimento da Ângela se aproximou e a beijou no rosto.

- Como você sabia? - ela perguntou curiosa.

- Ah você se derretia toda ao falar do meu pai e já fazia dias que eu estava sacando isso. - ele a beijou no rosto. - Olha de boa eu e a Rachel estamos felizes.

- E você é a famosa Nessie.

- Prazer. - elas se cumprimentaram timidamente.

- O prazer é meu. Olá Rachel. - elas se abraçaram.

- Oi Ângela. Seja bem vinda a família.

- Paul... - ela pareceu sem graça.

- Finalmente não serei apenas eu a levar fama de querer me unir a um Black, ainda que ninguém vá saber por enquanto eu sei então. - ele deu de ombros.

- Você Paul e a Ângela são as únicas duas pessoas naquele escritório em quem eu confio e você sabia dos boatos e nunca me disse nada?

- Ângela me proibiu de dizer. Eu disse certa vez que ela deveria comentar com o senhor mais ela me mataria se eu fizesse isso.

- Que boatos? - Rachel perguntou.

- Que Ângela era minha amante e que por isso eu a teria dado o cargo na empresa. Antes que perguntem Steve foi o responsável por divulgar isso.

- Idiota. - Jacob bufou.

- Olha de qualquer maneira não vamos contar a ninguém que estamos juntos até por que ninguém tem nada com isso. Se as pessoas nos verem juntos tudo bem mais daí a fazer uma declaração como se tivéssemos que dar satisfação a alguém isso realmente não faremos.

- Ah mais tem uma pessoa que quer detalhes e que o senhor terá que enfrentar. - Jacob ria e a Nessie o acompanhava.

- Quem?

- Billy jamais imaginaria meu sogro tendo que pedir a mão de alguma mulher em namoro. - Nessie se divertia com tudo isso.

- Helen. - Ângela encostou a cabeça no meu peitoral e eu a abracei.

- Boa sorte a vocês dois. - Paul falou e todos saíram rindo em direção a piscina e se jogaram nela.

- Bom sobrevivemos ao primeiro desafio, vamos ao segundo.

- Billy não precisa falar com a Helen eu mesmo falou com ela e estamos apenas nos conhecendo ainda eu nem sou sua...

- Sinto lhe informar mais venho de um tempo onde acompanhante significa namorada e não sou moderno em se tratando de relacionamentos, ou seja, a partir de agora você é minha e não divido você com ninguém.

- Quando eu falo do poder dos Black você dúvida de mim. - beijei seus lábios levemente e meus filhos ficaram assoviando.

- Viramos motivo de deboches dos meus filhos...

Quando não se pode mudar o que aconteceu simplesmente se convive com a culpa por não ter feito algo quando pode e eu vivi assim por muito tempo. Me culpando pela morte da Sarah e desejando estar ao seu lado cada novo dia em que acordava e me deparava com a cama vazia ao meu lado.

Agora depois de ter sofrido tudo que eu poderia sofrer tudo que era humanamente possível eu seguiria em frente, eu tentaria amar uma nova pessoa e Ângela me parecia ser a pessoa certa. Sarah me disse isso no sonho que tive com ela essa noite! Sim, ela me quer feliz mesmo que não possamos ficar juntos...

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