Um Amor no Palácio

Capítulo V


Capitulo V

A luz do sol projetava-se na parede branca, enquanto a brisa suave de uma bela tarde de verão fazia com que as cortinas cor pêssego dançassem em um ritmo lento, porém envolvente. O perfume das rosas posta na cabeceira da cama preenchia o silencioso recinto encantando ainda mais o lugar, no entanto a dona daquele imaculado santuário ignorava a beleza daquele entardecer.

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— Parece que algo está incomodando nossa Sakura.

— Ela esta assim desde que voltou do palácio. Ela não come nem bebe. – murmurou Sasame preocupada diante da porta fechada.

Sakura abraçou com mais força as pernas. Encolhida em um canto escuro do quarto deixou que os longos cabelos rosados cobrissem o rosto marcado pela tristeza. Sobre o efeito da cólera agira sem pensar, na ilusão de ser uma boa filha. Depois, mais tarde, no silencio de seu quarto com os ânimos mais calmos ela começou a refletir sobre tudo o que havia passado e chegou à conclusão de que não era uma boa idéia aquele casamento. Nunca deveria ter dito sim. Tudo aquilo era uma erro.

Levantou a cabeça e mirou o relógio. Os ponteiros marcavam nove e meia da noite. Perguntou-se quando a família real iria anunciar oficialmente o noivado? Amaldiçoou Uchiha Sasuke. Por que não fizera nada para acabar com aquela historia ridícula? Não estava preparada para se casar, ainda era só uma garota. Sakura fechou os olhos desejando desesperadamente que tudo aquilo não passasse de um terrível pesadelo.

— Você viu. Saiu em todos os sites de fofocas, noticias e blogs. Estão todos falando – murmurou uma garota para outra.

— Mas será que é verdade?!

— Claro. Não falam de outra coisa. Dizem que o príncipe herdeiro está noivo de uma garota que estuda no nosso colégio. E, é normal os membros da família real se casar jovem.

A garota de cabelos castanhos encostou-se na cadeira desanimada.

— Quem será a sortuda? – murmurou pesarosa.

— Será que é a Shion?! Já os viram conversando varias vezes e até mesmo saiu algum tempo a trás em um site de fofocas que eles teriam um relacionamento.

A outra espiou se alguém as ouvia e depois cochichou:

—Eu também pensei a mesma coisa…

Deixando a conversa suspensa no ar a bela garota de longos cabelos loiros se afastou da sala onde as colegas de classe fofocavam com um único pensamento. Seria ela a jovem noiva do príncipe? Mordeu o lábio inferior enquanto lutava com duas forças antagônicas; raiva por sentir ter a vida manipulada e em contrapartida certa euforia, ansiedade por um futuro ao lado de Sasuke.

— Shion! – chamou aquele que povoava o pensamento da jovem

— Uchiha-san – presenteou o rapaz moreno com um de seus sorrisos doces e acolhedores. – você por aqui?

— Posso falar com você?

Encostando-se na grade de proteção do prédio Shion fechou os olhos sentindo a brisa acariciar a pele macia e rosada. O silencio perdurou por vários minutos, Sasuke observando com um olhar apaixonado aquela figura delicada diante dele e a loira apenas apreciando aqueles momentos de silêncio ao lado do Uchiha que entanto gostava.

— Ouvi dizer que você está noivo Sasuke-kun - começou Shion, despreocupada, ainda de olhos fechado não percebeu a mudança nas linhas belas do jovem príncipe que endureceram consideravelmente. Indiferente a esse fato continuou – espero que não seja eu, pois eu disse..

— Não é você – interrompeu Sasuke seco.

A loira encarou o rapaz em uma mistura de surpresa e desapontamento.Após os primeiros instantes tentou falar num tom casual e despreocupado, sem muito sucesso.

— Quem é ela? Soube que era uma garota do colégio.

Uchiha deu de ombros enfiando as mãos nos bolso da calça enquanto desviava suas negras íris para a paisagem acinzentada de Tókio.

— Como havia dito antes. Minha noiva foi escolhida pelos anciões e por coincidência ela estuda nesse colégio – explicou sem nenhuma emoção.

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— Você vai mesmo se casa?

Sasuke encarou o rosto miúdo e frágil de Shion, por um tempo, que mais pareceu uma eternidade, ele contornou cada linha, cada traço, cada nuança da pele sob a luz criando um retrato em sua memória daquela que lhe iluminava a vida.

— Sim. – respondeu frio.

— Mas Sasuke…

—EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZISSO COMIGO – a voz estridenteecoou pelo prédio do Gakushin.

— Mas o que é isso? – perguntou Shion surpresa.

O pátio logo a baixo encontrava se um aglomerado de estudantes que cochichavam e por vezes apontavam para uma garota de cabelos rosa. Em frente a garota cabisbaixa uma outra jovem praguejava furiosa, sacudindo em uma das mãos uma revista amassada e outra menina mais discreta, porém igualmente ofendida sacudia a rosada.

— Como você teve coragem de fazer isso comigo Sakura? – perguntou Ino em cólera – nunca imaginei quão baixa era você.

— Diz alguma coisa Sakura-chan?! – implorou Karin sacudindo os ombros de Sakura – diz que isso é mentira.

A Haruno tremendo encolheu ainda mais os ombros, incapaz de proferir uma única palavra. Sentia que merecia cada palavra dura dita contra ela, pois se fosse uma mulher mais forte e digna teria dito não a família real.

— Po-por favor, meninas se acalme. – implorou Hinata em sussurro tímido.

— Fique quieta Hinata. Essa vaca não vai dizer nada sobre isso. Mas é claro que não tem nada a dizer por que é verdade, não é Sakura? – indagou Ino com um sorriso desdenhoso. – então me diz como você conseguiu. Foi para cama com ele?

Sakura olhou a amiga sem ter coragem de desmenti-la. Se sentia a pior mulher do mundo.

— Então é verdade Sakura? É verdade que você vai se casa com o príncipe herdeiro? – indagou Karin desolada.

— Isso não e da sua conta.– a voz seria e grave silenciou o local. Todos os olharem se voltaram para o recém chegado enquanto Sakura se encolheu, negado-se a olhar para trás. Já não bastava toda a humilhação que passa ele ainda tinha que aparecer para piorar a situação, pensou Sakura com um misto de raiva e medo.

— Mas… - tentou protestar Ino.

— Isso não é da conta de ninguém – continuou Sasuke muito irritado – ninguém tem o direito de discordar de nenhuma decisão da família real…

— Mas Sasuke-kun, você não pode…

— Quem você pensa que é para dizer o que eu posso fazer ou não – interrompeu o príncipe deixando Ino vermelha como um pimentão. Calmamente Sasuke se aproximou de Ino ignorando Sakura e tomando das mãos da loira a revista suspirou apos olhar a noticia. Passando a mão esquerda nos cabelos negros como ébano ele sorriu – vejo que a noticia vazou. Foi você?

Sakura mirou o jovem príncipe, furiosa, sentindo as faces arder de tanta raiva.

— Eu nunca faria uma coisa dessas. Quem você pena que eu sou? – bufou furiosa assustando os espectadores pela atitude áspera contra o príncipe.

Ignorando as palavras da rosada o rapaz jogou a revista no chão e voltou-se para noiva

— Bem, de qualquer forma essa era uma noticia muito interessante para manterem segredo – suspirou.

— Sasuke que historia e essa? – indagou Naruto se aproximando da confusão visivelmente desentendido.

— O que? – perguntou o moreno despreocupado.

— Você está noivo…

— Sim – interrompeu o moreno. – Eu vou me casa com a senhoria Haruno Sakura. Essa garota de cabelos rosa que você esta vendo.

Todos os olhares se voltaram para a Haruno menos um, as íris negras como a noite focavam uma jovem escondida atrás de uma pilastra, mas que não conseguia esconder seu desapontamento.

….

— Eu estou tão contente – sorriu genuinamente a velha anciã - meu querido, você não sabe como sua velha avó sentiu saudades suas.

O rapaz de cabelos tingidos sorriu em troca, contagiado pela alegria da velha senhora. Apertando carinhosamente a mãos delicadas da mulher respondeu:

— Também senti muita a sua falta oba-chan.

— Você veio para ficar uma longa temporada, não é? - perguntou apreensiva – não aceitarei outra coisa inferior a isso.

O jovem riu e quando notou o rosto contrariado da senhora levou aos lábios as mãos delicadas da mulher.

— Não se preocupe vovó. Eu ficarei um bom tempo aqui no Japão. Talvez até volte a ficar definitivamente.

Aquela noticia encheu de alegria o coração da Imperatriz mãe. Só Kami sabia a dor que passara quando perdera seu filho mais velho e depois a partida de sua família. Lutara contra o conselho tentado que lhe concedesse misericórdia para a família de seu falecido filho, mas foi em vão, as leis eram rígidas apenas a família do imperador e seu herdeiro poderia morar no palácio. E depois viu seu doce netinho e sua pela nora partir para o exterior.

— Meu querido, você tem idéia de quão feliz me faz agora? – sorriu

— Imagino vovó. Eu também estou muito feliz.

— Mas veja bem, como você cresceu - perscrutou o jovem dos pés a cabeça.Sai havia crescido e se tornado um belo rapaz, os olhos negros típicos do Uchihas transbordava bondade, o sorriso era idêntico o de sua mãe. Mas os cabelos – vejo que os cabelos estão bem diferentes – brincou a velha mulher.

Sai coçou os cabelos tingidos meio sem jeito.

— Achei que ia ficar legal – sorriu constrangido.

— Você está lindo. Como é parecido com o seu pai.

— Mamãe também diz isso.

— E como está a sua mãe. Ela não veio com você?

— Não vovó, ela tinha alguns assuntos pendentes em casa, mas logo virá para cá. E ela esta muito bem e com muitas saudades suas.

Ayako Sorriu satisfeita.

— Ela chegará a tempo para o casamento. Que felicidade.

— Então é verdade que o Sasuke-kun vai se casar.– exclamou Sai surpreso - eu pensei que fosse só fofoca.

— Não meu filho, não é. Você não deve estar a par dos acontecimentos, mas seu tio Fugaku não está muito bem de saúde e o conselho começou a pressioná-lo, assim para apazigua a situação tensa achamos melhor que houvesse o casamento, Sasuke logo irá completar dezoito anos então será maior de idade, de modo que não achamos problema algum no enlace.

— E ele concordou com isso sem reclamar? – a expressão de Sai denunciava sua contrariedade e surpresa.

— Bem – começou a mulher maneando a cabeça – de inicio e ele não concordou, mas depois acatou a decisão sem mais nenhuma palavra.

— Que estranho – murmurou Sai coçando o queixo pensativo.

— Acho que ele deve ter gostado da noiva, pois depois que soube quem era concordou na hora. – comentou a Imperatriz mãe também pensativa.

Erguendo uma sobrancelha, surpreso, Sai encarou a anciã.

— Quem é a noiva?

— Ela foi escolhida pelo seu falecido avô. Na realidade foi uma promessa que ele fez para seu amigo há muito tempo. Ele prometeu que seu neto o príncipe herdeiro se casaria com a neta de seu amigo. Bem naquela época a mão da moça era para você Sai, mas com a morte do seu pai. – a mulher calou-se por um minuto apertando um pouco mais forte as mãos do neto. O jovem sorriu encorajador demonstrando nos lindos olhos negros que estava tudo bem.– então esse papel foi passado para o Sasuke.

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— Ela é filha de algum aristocrata.

— Oh não, Himoru era um homem muito simples e humilde que salvou a vida de seu avô. Ele foi um bom amigo que o Imperador estimava muito. Sua neta se chama Haruno Sakura. Um belo nome não acha. Tem a beleza de uma verdadeira Sakura. Olha tenho uma foto dela.

De uma caixa de madeira nobre e ornada com folhas e desenhos em ouro a Imperatriz mãe retirou uma pequena foto um pouco gasta e entregou ao neto. Sai observou a pequena foto de uma garota de oito anos sorridente de longos cabelos rosados e olhos verdes como duas esmeraldas.

— Ela é linda. – murmurou entregando a foto para avó – como à senhora disse, uma verdadeira Sakura.

— Da para você me soltar, seu imbecil – gritou Sakura – me solta.

Sasuke voltou seu olhar frio para a jovem que segurava pelo pulso com uma imensa vontade de enforcá-la.

— Cala a sua boca sua idiota – rosnou entre os dentes, furioso – você só sabe dar escândalos. Já não bastou o de mais cedo ainda quer mais. Não vê que estão chegando os repórteres.

— Isso não é da minha conta – enfrentou Sakura empinado o pequeno nariz.

— É claro que é da sua conta – sussurrou Sasuke puxando a jovem para mais perto – afinal em pouco tempo você será também, com todo o meu pesar, um membro da família real.

Sakura estremeceu com o hálito quente do rapaz tocando sua pele, mas se recuou a demonstrar qualquer sinal de fraqueza. Fechando a cara encarou com toda a determinação que tinha.

— Isso por que você não quis fazer nada.

— Tsc... Entra.– resmungou Sasuke jogando a rosada no carro bruscamente.

— Ai.. seu idiota.

— Já disse para calar a boca. – mandou irritado. Aquela garota tinha o poder de tirá-lo do serio.

— Não me calo. Para onde você está me levando? Você está me seqüestrando – gritou apavorada Sakura – socorro … socorro.

Com força Sasuke prendeu os pulsos da garota encurralando-a contra o banco de couro do carro. Sakura tentou em vão se soltar, chutava, se debatia, mas sua condição física era visivelmente inferior da do Uchiha que não demonstrava sinal algum de esforço. Aos poucos suas forças foram se esvaindo e cansada ela se entregou a seu algoz. Com um sorriso sarcástico nos lábios o moreno se aproximou mais da indefesa Haruno que gradativamente teve as faces coradas na intenção de deixar claro quem mandava, no entanto seu sorriso se perdeu no verde daquelas íris assustadas enquanto a respiração de Sakura se tornava mais pesada na mediada que se perdia no mar escuro que eram os olhos do Uchiha, que a envolvia em uma turbulenta viagem de sensações e sentimentos.

O automóvel freou despertando os ocupantes do banco de trás de seu transe.

— Para onde você está me levando? – indagou Sakura num sussurro tímido.

O moreno balançou a cabeça ao som da voz de Sakura se dando conta que ainda a mantinha presa sob seu corpo. Soltando-a ele se afastou sentando na outra extremidade do banco.

— Estou te levando para o palácio.

— Por quê? – alarmou-se Sakura.

— Você irá morar lá até o dia da cerimônia de casamento. – explicou Sasuke – tivemos que adiantar a casamento por ter vazado a noticia na mídia. E como você não foi criada para ser uma Imperatriz precisa de aulas.

— Mas por que tenho que morar lá? Eu posso muito bem ter as aulas em casa. – contestou Sakura.

— Isso é uma regra do palácio. Toda a princesa herdeira deve ter lições antes do casamento no palácio e como você não tem o mínimo de conhecimento vai ter que ficar um tempo maior tendo lições intensivas

— Mas… - sussurrou Sakura baixando a cabeça – e minha família? Eu não vou poder vê-la?

— Não.

A Haruno mirou o jovem sentado ao seu lado. As lagrimas que começavam a se formar deixavam ainda maiores os lindos olhos verdes da jovem.

— Quer dizer… que não vou vê-los mais?

Evitando olhar a garota que há minutos atrás o havia deixado consternado, o Uchiha limitou-se a dizer.

— Isso faz parte das regras.

— E o que mais faz parte dessas regras ridículas. Eu tenho que ficar calada quando tiver visitas?! Tenho que baixar a cabeça submissa na frente dos homens?! – gritou Sakura, sarcástica.

— Sim, tudo isso. – respondeu Sasuke friamente.

Sakura bateu no banco, furiosa. Aquilo era o cumulo do absurdo, não viviam mais na escravidão, as mulheres não eram mais objetos, elas haviam conseguido seus direitos.Amaldiçoou seu avô, como ele havia permitido que sua neta fosse submetia aquele tipo de tratamento. Respirou fundo tentando se acalmar ela perguntou:

— Não vou poder ver mesmo minha família?

— Não, só se houver permissão dos anciões.

— Mas eles não podem controlar a minha vida assim. Não podem me dizer quando posso ver meus pais – vociferou Sakura indignada.

Sasuke encarou a jovem por um momento e do seu modo habitual respondeu frio e sem emoção.

— A família real não é como as famílias plebéias. Há regras e normas, em outras palavras você não manda mais em sua vida. São eles que mandam.

Sakura afundou-se no banco, pálida, sobre a menção daquelas palavras que lhe pareceram seu carrasco. Havia vendido sua alma para aquela família e agora estava fadada a ter uma vida infeliz ao lado daquele homem e de sua família monstruosa.Desesperada cobriu o rosto com as mãos na tentativa de abafar os soluços que insistiam em escapar de seus lábios.

— Eu sei que é horrível – começou Sasuke olhando o a paisagem além evitando aquela figura delicada e desesperada – mas lhe peço que agüente só um pouco. Apenas um pouco. Agora eu não posso fazer nada. Não tenho poder, mas quando eu for Imperador eles farão o que eu mandar, então… - ele apertou os dentes, tenso. Sakura engoliu o choro e olhou o rapaz notando que este estava tão revoltado por sua impotência diante de tudo quanto ela – nos poderemos nos divorciar…