Capítulo 26

Bruno se levantou por volta das sete da manha, fez umas ligações que precisava, foi até a cozinha, pegou uma maça e sentou-se no sofá para ver um jornal qualquer. Não demorou muito e Fatinha e Clara acordaram com o barulho da Tv.

Fatinha: não acredito que você nos acordou a essa hora. -sentou do lado de Bruno e pôs Clara em seu colo-

Bruno: Já estava na hora. Vocês são muito dorminhocas, não sei como conseguem.

Clara: É porque nós somos princesas, e princesas tem que dormir muito pra ficarem lindas.

Bruno: A é? E quem disse isso?

Clara: Clarice Lispector -Os dois riram de Clara e começaram a fazer cosquinhas na filha. Pelo visto ela já tinha aprendido a "recitar" Clarice Lispector com a mãe. Tomaram um café reforçado e logo Ju, Lia e Gil chegaram lá pra ver Clara. Ficaram um tempo conversando e depois Lia e Gil levaram Clara ao parque, pois a menina insistiu muito. Bruno insistiu para que Fatinha e Ju fosse até sua casa. Ju não queria ir, por que já sabia o que iria acontecer e não queria ver sua mãe naquelas condições; mas acabou cedendo e foi. Já Fatinha não queria ver Martha, mas estava muito curiosa para saber o que Bruno iria fazer.

Martha: Meu filho, onde você estava? Não dormiu em casa essa noite.

Bruno: Eu dormi na Fatinha mãe

Martha: A sim, entendi. E como esta a Clara? Ela chegou bem? -Ju percebeu a cara feia que Bruno tinha feito e respondeu por ele-

Ju: Ela ta bem mãe.

Martha: Ah que bom. Estou doidinha pra ver-la

Fatinha: Dona Martha, a senhora não precisa ser falsa e fingir nada.Vamos acabar logo com isso, nós já sabemos que foi você que armou isso tudo.. Eu nem sei o que falar pra você, acho que a unica coisa que eu sinto agora é pena.

Martha: Eu não sei do que você esta falando Maria de Fatima

Olavo: Martha, não piore as coisas; eles tem provas.

Bruno: Mãe, olha só.. eu conversei com o papai e a Ju e cheguei a uma conclusão. Eu acho que você não esta bem e precisa urgente de ajuda.

Martha: É isso meu filho, isso mesmo. Eu preciso de ajuda, preciso da sua ajuda. Você vai cuidar de mim não é?

Bruno ficou calado por uns minutos com o olhar voltado para baixo, Martha olhava aflita para ele. Fatinha estava parada atras de Bruno e Ju e Olavo em pé perto de uma mesa que tinha ali na sala. A campainha tocou e Bruno foi atender. Entraram três homens, todos vestidos de branco. Um segurava uma "coisa" parecida com uma maca com cintos, parecido com cintos de segurança, para prender a pessoa ali.

Martha: O que é isso Bruno? Você vai me internar? Juliana, faz alguma coisa.

Ju: Desculpa mãe. Isso me parte o coração, mas é pro seu bem.

Martha: Eu não acredito nisso, meus proprios filhos armando contra mim? Olavo... -ele não respondeu- Você também? Eu não estou louca, vocês ouviram? Eu não estou louca.

Os caras amarraram Martha na tal "maca" e levaram ela. Ju estava agarrada ao pai aos prantos, mas sabia que isso era o melhor a ser feito. No resto do dia reinou um clima pesado. Logo a noite chegou e Bruno foi até a casa de Fatinha dar um beijo de boa noite em Clara, não conseguia mais dormir sem falar com ela. Chegando lá encontrou Fatinha sentada no tapete da sala fazendo uma trança nos cabelos de Clara.

Clara: Papai, eu sabia que você ia vim.

Bruno: Você acha que eu ia deixar de dar um beijo na minha princesa?

Clara: Não -riu-

Fatinha: Filha, conta pro papai quem vai fazer aniversario no mes que vem.

Clara: Eu papai, eu vou fazer 4 anos.

Bruno: Isso tudo? Ta ficando grande.... A gente vai fazer uma festona pra você.

Fatinha: "Ona" não Bruno, uma festa normal. Não tenho tanto "money" assim.

Bruno: Mas eu vou te ajudar nas despesas, é o primeiro aniversario que vou passar com a minha filha.

Fatinha: Sabe o que eu estava pensando? Agente podia ir lá em São Paulo, dizem que lá tem muita coisa e tudo barato.

Bruno: Pode ser..

Clara: Eu vou também?

Fatinha: Não, você vai ficar com a tia Ju, a mamãe vai andar muito e entrar em muita loja, você não gosta disso.

Clara: Nem o papai...

Bruno: Hahaha, isso é verdade.

Fatinha: Não da corda Bruno. Mas o papai vai carregar as bolsas. Você pode ir se quiser ajudar.

Clara: A não -riu sapeca-