Uchiha, Com Orgulho.
Uchiha Itachi.
Já estava cansado. Porquê que este homem também desaparecera de repente?
Quando ele lhe falou tão próximo ao ouvido, foi invadido pela sensação de que flutuava, as suas palavras ainda a ecoarem na sua mente.
“O seu pai era empenhado e forte. Lute pelos seus sonhos, assim, como ele um dia lutou pelos seus.”
Como é que aquelas pessoas conheciam o seu pai? Como podiam conhecê-lo tão bem? Sentia-se cada vez mais perdido. Não sabia onde estava. Não sabia quem eram aquelas pessoas. Apesar de a intimidade não o abandonar. A sensação de quando estamos ligados a alguém por um laço.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mas que laço podia ser esse?
Começou a andar novamente, e desta vez, arriscou-se em entrar no bosque. Olhava para todo o lado em busca de alguma presença, mas, só ouvia o piar solitário de um mocho, o refolhar de algum animal no meio das ervas. Parou. Olhou para um grupo de árvores e viu aquelas tabelas que tinha na escola, as mesmas que usavam para praticarem a pontaria. Tirou do seu pequeno bolso uma kunai, e os escassos segundos em que voltou o rosto, foi o suficiente para quando o voltou, ver um homem que pairava no ar, enquanto disparava uma série de kunais nas tabelas com a precisão de um mestre. Deu um passo atrás impressionado com a perícia daquele jovem.
Quando este pousou no chão, ficou uns segundos de costas, para depois, os seus olhos repousarem nele. Ouvia a sua própria saliva descer pela garganta. Sentira o à-vontade como com o outro homem e mulher, mas, este jovem com o cabelo um pouco comprido era diferente. Sentia uma ligação firme.
- Desculpe, eu não queria importuná-lo…
- Quer aprender a atirar? Aposto que ainda não ganhou o jeito.
A cara do pequeno Sasuke foi consumida por uma carranca infantil. Cruzou os braços diante do corpo. Aquele sorriso no rosto do jovem estava a irritá-lo.
- Olhe que eu treino todos os dias, mesmo depois de aulas acabarem!
- Sozinho?
- A mamãe às vezes ajuda… mas o meu pai, ele sim, devia ser bom… mas ele não me pode ajudar.
A criança espantou-se consigo mesma. Pela primeira vez, estava a ponderar que o seu pai, realmente poderia ser admirável em alguma coisa. O homem baixou-se á altura da criança e com os dois primeiros dedos tocou-os na testa. Agora o sorriso que o moreno tinha não era de escárnio. Era verdadeiro, genuíno, e tão brilhante, que lhe chegava aos olhos. O orgulho misturado com a felicidade.
-Ele não era assim tão bom com a sua idade.
- O que disse?!
-Nada nada, e então, moleque, quer ou não aprender a atirar?
- Vamos a isso!
Ele fez uma cara séria. O jovem deixava escorrer um pequeno sorriso nos lábios.
- Faça assim. – colocou-se da altura da criança a seu lado. – Concentre-se no seu alvo, nem que tenha que demorar, mas não perca o raciocínio.
- Se fico tanto tempo para lançar o inimigo já me eliminou. – ele falara como se fosse estúpido, e Itachi não conseguiu deixar de se rir um pouco.
- Você tem razão. – olhou em frente. – Mas primeiro vem a aprendizagem. E então depois a experiência. Não queira saber tudo sem antes ter aprendido o básico. É assim que existem os ignorantes da vida. Não sabem apreciar o que é verdadeiramente importante e depois... – voltou a olhar para ele. – vivem miseravelmente.
Sasuke não conseguiu compreender devidamente o que ele lhe quis dizer, mas ficara com uma ideia. Era o mesmo o que lhe acontecia. Ninguém lhe dava uma oportunidade sem antes conhecê-lo. Bastava ouvirem o nome Uchiha para o colocarem na lama. Foi tão cego que talvez começasse a acreditar neles. Só que este homem tinha razão. Tinha de ser uma larva primeiro para depois ser uma borboleta.
Ele ficou uns minutos a olhar o centro da tabela até se decidir a lançar. Jogou-a mas ela não ficara presa. O moreno iria falar, até ver o garoto a se dirigir uma vez mais á kunai sobre o chão e voltar ao seu lugar. Tal como o pai, que nunca desistiu, e muito menos se desapontava por não ter acertado o alvo. E lançou uma vez. E outra. E mais uma. Apesar de tudo, o desapontamento começava a chegar aos olhos negros do menino.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Sabe. – olhou para o jovem. – Eu gostava que o meu papai tivesse me ensinando a atirar. Gostava que ele tivesse ensinado tudo. Acho que nunca vou saber como foi a sua infância, de como ele viveu, como ele se dava com o Naruto-kun, nem como conheceu a mamãe. Nunca ninguém quer me contar nada.
- Isso lhe faz confusão?
- Hum. – deu um pontapé numa pedrinha. – Fico a pensar que talvez as pessoas tenham razão. O papai devia ser alguém realmente muito mau e ninguém quer que me magoe.
- Talvez você seja demasiado novo para saber certas coisas. – pousou a mão sobre a sua cabeça. – Mas o seu pai era… encantador e justo. Foi uma pessoa que tentou lutar pelo que era certo, mas acabou por se perder. Mas no final, ele ficou ao lado dos bons. As pessoas têm o direito a errar, mas, os outros acabam por se recordar do que foi mal feito e não das coisas positivas.
- Acho que você, uma mulher e um homem, que conheci antes, foram os únicos a falar bem do meu papai. Quem é você? Que ligação teve com o meu papai?
- A ligação mais forte que pode existir.
- Qual?
- A relação entre irmãos.
O menino deu um passo atrás. Irmão?! Mas como?! O seu clã não tinha sido exterminado? Como poderia ele estar vivo?
- Como é que você está vivo?! A mamãe disse que eu sou o único sobrevivente do clã Uchiha!
- Nem sempre estar vivo significa um corpo presente. – tocou com um dedo no lado esquerdo da criança. – Vivo no seu coração. Assim como ele.
- Ele?
- O seu pai foi uma criança trabalhadora que me deu muitos momentos de alegria. Sem ele, não teria consigo superar muitas coisas. Ele foi a minha força, a minha coragem. Amo-o mais que tudo na vida.
E quando deu por si estava só.
Outra vez.
Continua…
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