UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO

Capitulo 3º - Corra!


Encarei o apartamento com um grande ponto de interrogação, era bem chique, cores frias eram predominantes, bem ao estilo anos vinte, me virei para o Volturi com os braços cruzados.

— Você quer que eu more no apartamento da sua família. – Falei – Você sabe que nos conhecemos só tem um dia né, como você pode confiar em mim tão rapidamente? – Era realmente inacreditável.

Seu rosto era inexpressível, impossível de ler.

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— Não sei ao certo, sua condição me fascina – Respondeu Marcus.

Sua resposta me decepcionou por algum motivo.

— Tanto faz – Suspirei. – Se espera que eu viva aqui trate de arrumar comida, sou humana e humanos precisam se alimentar – O lembrei, se ele fosse um vampiro provavelmente não teria comida na geladeira, si tivesse uma!

— É claro.

— E calmantes, sofro de insônia e não consigo adormecer naturalmente, pelo menos não com facilidade, também vou precisar de chá de camomila, também sofro de ansiedade e esse chá me deixará calma sem me apagar. – Comecei a listar.

— Mais alguma coisa? – Me interrompeu.

— Como você sabe eu não trouxe roupas da minha dimensão, nem produtos de higiene, vou precisar delas também. E caderno e lápis, sou uma escritora amadora – Respondi dando um riso, eu tinha pedido muita coisa.

— Tudo o que um ser humano iria precisar, certo! – Assentiu o Volturi.

— Tome cuidado lá fora – Pedi.

— E você – Deu uma pequena pausa antes de continuar – Fique com isso. – Arqueei a sobrancelha quando ele tirou o cordão que usava e colocou em mim, tinha um pingente da letra V.

— V de Volturi – Sorri.

— Vai te proteger – Disse.

— Como um cordão pode me proteger? – Perguntei confusa, mas ele não me respondeu.

Passei uma boa parte do dia sem nenhuma informação do Marcus, como eu ficaria naquele apartamento por um tempo comecei a tirar os lençóis da mobília, tinha começado logo que pisei nele, então fui terminar o que comecei. Em uma boa parte do processo comecei a espirar sem parar.

— Quanta poeira, cruz credo! – Teria muito trabalho para deixar aquele lugar apresentável.

Minha barriga roncava, nunca senti tanta fome na vida. Como se respondesse o chamado do meu estomago a campainha tocou, não era o Marcus, ele não precisaria se anunciar, corri até a porta e olhei pelo olho mágico, tinha dois caras carregando duas caixas cada. Abri a porta com um sorriso no rosto.

— Minha comida finalmente chegou! – Os homens deram risos pela minha afobação – Por favor, entrem! – Dei passagem para os meus salvadores e os guiei até a cozinha e deixaram as caixas em cima do balcão da cozinha. – Obrigada senhores, salvaram a minha vida, lhes daria uma gorjeta, mas infelizmente não sou eu que tenho dinheiro nessa casa, mas depois peço para meu gentil companheiro passar no mercado que trabalham.

— Sem problemas senhorita.

Minha longa jornada começou, peguei algo fácil para se fazer, precisava matar aquela fome de qualquer jeito, depois eu comecei a guardar as compras nos armários. Em uma hora tudo estava em seu lugar, então fui para a parte difícil, arrumar a casa e no final estava esgotada, mais esgotada que Bruce Lee depois de uma luta, me esparramei no sofá e por lá fiquei.

Dois dias se passaram e a madame finalmente deu as caras depois do sol ter deixado o céu. Cruzei os braços e fiquei encarando aqueles olhos vermelhos.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Marcus intrigado com minha atitude hostil.

— Não sei, aconteceu? – Vampiros não deviam ter boa memória? Como ele pode esquecer algo tão importante.

— Não estou entendendo.

— É claro que não, a madame não precisa trocar de roupa com tanta frequência quanto essa reles mortal – Bufei irritada, se ele não tivesse entendido essa indireta direta era uma anta.

— Eu esqueci as roupas – Percebeu.

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— Estou há três dias com a mesma roupa! Isso é inadmissível Marcus – Reclamei – Para aliviar o cheiro de suor eu tive que lavar as roupas na pia e ficar andando pela casa só de calcinha e sutiã e caso não tenha reparado, não tem cortinas nas janelas.

— Esta bem, vamos comprar roupas para a madame.

— Deveria aproveitar para comprar algumas para você, estamos no século vinte um e você parece ter saído de um livro de história.

***

Aro e Caius observavam o Marcus com estranheza, em duas semanas ele havia mudado drasticamente, sua feição não estava apática como o de costume, usava vestes mais modernas, embora ainda usasse sua capa de sempre. E em pelo menos três dias da semana assim que o sol se punha ele deixava a residência e dava um jeito de se livrar da guarda e só reaparecia quando o sol estivesse preste a nascer, e não eram os únicos que tinham percebido isso, o clã inteiro praticamente já havia reparado.

— Se eu não conhecesse o Marcus, eu diria que ele esta saindo com alguém – Comentou Caius para o Aro, que lhe encarava como se ele tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. – Eu sei que com o histórico dele isso é impossível, mas não deixa de ser suspeito.

— Demetri tentou segui-lo uma vez, mas o perdeu de vista – Comentou Aro.

— Isso devia ser impossível – disse Caius desviando os olhos para o moreno que estava absorto em seu celular.

— Quando ele começou a usar o celular? – Perguntou Aro embasbacado.

— A pergunta certa seria com que ele aprendeu a usar um? Ele nunca ligou para isso. – Retrucou Caius – Você não viu nada Aro? – Perguntou Caius se referindo ao dom de Aro.

— Toda vez que chegou perto um pensamento aleatório entra na frente, ele esta escondendo algo de mim.

Caius sorriu para Aro e apareceu atrás do Marcus, Aro seguiu a deixa e fez o mesmo.

— Quem é a garota? – Perguntou Caius olhando por cima do ombro do Marcus.

O Volturi foi pego de surpresa dando um pulo da cadeira para se afastar dos irmãos.

— Não é educado espionar o que os outros estão fazendo, Caius – Reclamou Marcus em quanto guardava o celular no bolso.

— Então realmente tem uma garota envolvida – Espantou-se Aro – Humana ou vampira?

Percebendo que seria interrogado Marcus correu pela fortaleza fugindo dos irmãos.