Terra do Nunca

Wendy acordou se sentindo melhor. Ao seu lado, havia um prato com algumas frutas, as quais ela usou para fazer seu desjejum. Quando ia tomar um pouco de ar, notou que sua camisola ainda estava manchada.

Ah, ótimo. Tenho que lavar e não tenho outra roupa pra vestir.

Correndo seus olhos pelo quarto, ela notou alguns retalhos de tecido e , usando linha e agulha que ela não sabia de onde tinham aparecido, ela costurou um vestido simples.

Após vesti-lo , Wendy lavou sua camisola até desaparecer todo o sangue e saiu andando à procura de Peter.

–-------------------------------------------------------------------

Peter estava a espreita, procurando qualquer sinal do movimento de Gancho. Ele não poderia chegar perto da sua Wendy, já havia feito estragos demais pela Terra do Nunca.

Wendy chegou silenciosamente até onde Peter estava e acabou por surpreendê-lo.

– Ora Wendy, não pode ficar saindo da toca sem avisar. Gancho está por aí, sabia?

Ela se desculpou e soltou uma risada nasalizada. Peter preocupado parecia um homem crescido. E ela sabia que ele odiaria qualquer sinal de que estava crescendo. Por mais que ele tivesse aparência de um homenzinho, ele continuava infantil como uma criança.

– Vamos pra dentro então.

Peter seguiu Wendy, ele não esqueceu do incidente com a flecha.

–-------------------------------------------------------------------

–Então,garotos. Eu deveria matá-los por tentar matar a mãe de vocês.

Wendy estava meio confusa, mas começou a rir ao ver o pânico dos meninos.

–Mamãe, não deixe papai nos matar.

– Ora Wendy, eles merecem castigo, não merecem? - Peter tinha tomado a palavra.

– Então, papai. - Wendy se segurou para não rir. - Conheço um castigo muito pior: remédio.

Ela pegou uma flor das árvores subterrâneas, encheu de água e começou a falar:

– É horrível ! Com um gosto amargo, que desce pela garganta, incomodando os sentidos.

Ela cheirou o "remédio".

–Quem será o primeiro?

Neste momento, os meninos se viraram para Peter e imploraram pela morte.Foi uma cena engraçada para Wendy.

Após colocarem todos para dormir, ela o seguiu para fora da toca.

– Peter, acha mesmo que daria certo? Eu ser mãe dos meninos e todo o resto.

– Creio que sim, é só contar uma história toda noite e beijar os ferimentos deles que já será considerada mãe. São só garotos e eu também não tenho nenhuma experiência como pai.

–Você será um ótimo pai.

Ela lhe deu um beijo no rosto e voltou para a toca. Peter estava sempre nas histórias de Wendy, ela só não se lembrava. Ele era o herói que salvava a garota índia da maldade de James Gancho. E, afinal, quem era esse James que ela só conhecia de suas histórias. A curiosidade tomava conta dela.