POV Zoe

Que menina nojenta. Quando aquele protótipo de pessoa se jogou no chão e fez o favor de desmaiar, acabou chamando toda a atenção pra si. Humpf. Depois de tudo o que aconteceu, acabei largando Sally sozinha e vim para meu quarto. Naquela noite ouvi dizer que Sophie, a idiota que caíra no chão, estava no hospital. Pedi para minha criada pentear meus cabelos avermelhados por um tempo e assim que me cansei daquilo decidi dormir.

O dia fora meramente chato, nada além do normal acontecera. Como não tinha absolutamente nada para fazer, decidi escrever uma carta para casa. Contei à meu pai tudo o que ele gostaria de saber, o que não quer dizer necessariamente que seja realmente tudo. Quando estava terminando, ouvi uma gritaria do lado de fora do quarto. Parei de escrever e corri para a porta, querendo ver o que estava acontecendo. Ethan estava cruzando o corredor apressado com Sophie em seu encalço. Que garota chata, não para de ir atrás dele nunca! Ela estava chorando e ele parecia extremamente bravo. O que aconteceu? Ele parou por alguns instantes, o que foi o suficiente para que ela o alcançasse e o implorasse misericórdia.

–Senhorita, não é muito educado ouvir a conversa dos outros - disse minha criada.

–Fique quieta! Não tenho que obedecer ordens suas e muito menos ouvir seus conselhos. Agora fique quieta para que eu não seja descoberta.

Vi que ela se encolheu um pouco e se afastou de mim. Que seja! Voltei-me a discussão. Ethan estava segurando a braço dela com força e ela estava implorando por perdão. Por um momento, acho que os olhos deles vacilarem, quase como se estivessem caindo na lábia dela. Mas então, eles se tornaram escuros novamente e finalmente ele acabou com aquela cena.

–Vá para seu quarto, agora! Depois vou decidir o que vou fazer com você, mas até lá, nem olhe na minha direção, entendeu? - disse ele, curto, frio e grosso.

–Ethan, por favor, você não está entendendo.

–Não Sophie, você que não está entendendo. Se não fizer o que acabei de lhe pedir é melhor preparar as suas malas o mais rápido possível porque vai ser a próxima ação que vou fazer.

Então a garota se desprendeu do braço dele e correu para seu quarto, fechando a porta com força logo depois. Ethan se virou por um instante e aproveitei para sair de meu quarto.

–Ethan?

Ele se virou e passou a mão no cabelo, como se ele estivesse desarrumado. Seu rosto ainda estava um pouco avermelhado e ele estava levemente ofegante. Uma ideia passou por minha mente. Ele precisa relaxar...e eu darei isso à ele.

–O que faz aqui, Zoe?

–Bem, você e Sophie estavam gritando na frente do meu quarto então...

Ele me olhou fundo nos olhos, como se estivesse tentando me decifrar.

–Ahn, algum problema? Quer alguma coisa? - perguntou. Ah, Ethan, sempre um cavalheiro...vamos tirar um pouco isso de você...

–Eu? Ah, nenhum problema, só quero que entre no meu quarto e se sente comigo. Não vai demorar muito... - me virei e andei em direção à meu quarto, que estava com a porta aberta. Assim que ouvi os passos dele atrás de mim, completei minha frase - a não ser que você queira.

Assim que ele entrou, dispensei minha criada. Me sentei em uma poltrona e indiquei para que ele se sentasse à minha frente. Assim que ele ficou devidamente aconchegado e aparentou estar calmo, comecei a mesma conversa que eu já dissera várias vezes.

–Então, o que aconteceu? Por que você está tão...tenso? - perguntei com um pequeno sorriso no rosto.

–Aquilo lá fora? Nada de muito importante, só estava discutindo com Sophie.

–Discutindo? Aquilo pareceu bem mais que uma discussão. Não precisa me dizer sobre o que estavam falando - Levantei-me e ajoelhei-me à sua frente, ficando um pouco mais baixa. Toquei em seus joelhos, para deixá-lo mais confortável - só me diga como está se sentindo.

–Estou um pouco...eu me sinto...um tolo.

–Isso você não é, Vossa Alteza, de jeito nenhum - subi minhas mãos para suas coxas. Ele finalmente estava aparentando notar a minha aproximação.

–O que está fazendo, Zoe? - ele parecia um pouco nervoso...não por muito tempo.

–Eu? Ah, eu te vi tão tenso lá fora, parecia precisar - subi uma de minhas mãos por seu peitoral e parei em seu queixo, dirigindo seu olhar para mim - de um pouco de diversão.

Levantei-me e o puxei para minha cama. Ele parecia um pouco desnorteado, mas nenhum músculo de seu corpo queria resistir. Nos sentamos em minha cama e olhei profundamente para ele. Ele pareceu entender o recado e concordar comigo. Ele se soltou mais e colocou suas mãos em minha cintura. Não aguentando mais, parti logo para sua boca. Nossas línguas travavam uma incessante batalha. Suas mãos estavam explorando meu corpo e eu já senti o familiar formigamento em minha pele. Nos separamos por faltar de ar e aproveitei para desabotoar sua camiseta e tirá-la, deixando seu tanquinho perfeito à mostra. Passei minhas mãos em seu tanquinho, eu nunca vira algo como aquilo. Seus lábios se voltaram aos meus e eles pareciam mais apressados desta vez. Seu tronco foi me empurrando até eu estar deitada na cama e ele em cima de mim.

Nos separávamos por curtos segundos, apenas para voltarmos à nos beijar logo depois. Suas mãos foram para as minhas costas e senti quando ele desabotoou meu vestido e assim que nos separamos daquela vez, eu puxei meu vestido pela cabeça, sentindo um arrepio assim que minha pele desnuda se chocou com o ar gelado. Ele continuou me beijando, parecia que nunca estava satisfeito, e pela primeira vez em anos, eu também me sentia assim. Um gemido escapou de minha boca e o senti sorrir sob meus lábios. Minha mão correu por seu corpo e parou no fecho de sua calça. Assim que fui abrir o fecho, o som da porta sendo aberta nos assustou e nos afastamos. Ethan saiu da cama e ficou em pé, enquanto eu escondi meu corpo com as cobertas.

–Não me diga que... - uma menina loira entrou bufando no quarto.

–Katrina?!? - disse Ethan. Merda! O que ela está fazendo aqui?

–E...Ethan? - ela olhou para nós, um pouco suados, com os rostos avermelhados e seminus - Me desculpe, eu pensei que...

–Pensou o que? Esse é o quarto de uma das MINHAS selecionadas! Quem poderia ser? - disse Ethan, enraivecido.

–Desculpe - ela olhou para Ethan - Precisamos conversar depois.

–É, precisamos conversar depois - disse ele, debochado.

Ela olhou uma última vez para mim e saiu do quarto. Ethan colocou as mãos no rosto e depois arrumou o cabelo.

–Desculpe por isso Zoe. Acho que minha irmã está...sei lá, alguma coisa está acontecendo com ela.

–Você não precisa resolver os problemas dela, afinal, você tem os seus próprios problemas. - disse levantando-me da cama e parando na frente dele. Toquei em seu rosto e dei um beijo rápido em sua boca.

–Desculpe Zoe, não estou mais no clima - disse virando o rosto.

–Tudo bem, podemos continuar isso - puxei seu rosto pelo queixo para que ele olhasse para mim - depois... - o lancei um sorriso sensual e ele retribuiu da mesma maneira.

Ele se afastou de mim e pegou sua camiseta, colocando-a e se ajeitando logo depois. Eu fiquei observando-o sentada na cama, ele continua gostoso mesmo quando está fazendo o contrário do que eu realmente quero. Assim que terminou, ele beijou minha mão castamente e deixou um beijo rápido em meus lábios. Ele saiu de meu quarto e finalmente soltei o ar que estava prendendo. Por que fiquei assim com ele? Já fiz isso várias vezes, por que estou me sentindo assim? Acredite, a vida em Waverly era boa para a maioria dos moradores, mas não para mim. Minha mãe morreu quando eu era criança e as únicas pessoas que ficaram comigo ao longo da vida foi meu pai e meu irmão mais velho. Meu pai é professor e sempre me incentivou a seguir a mesma carreira, mas eu sempre quis mais. Quando eu tinha 16 anos, meu irmão se envolveu com drogas e com o tempo, ele foi ficando sem dinheiro e as dívidas começaram a surgir. Meu pai sugeriu para que eu entrasse em um trabalho digno, e eu menti para ele dizendo que tinha feito isso. Mas não. Eu me tornei uma pessoa fria, tive que emagrecer para me destacar entre tantas as outras, quase todo o dinheiro que eu conseguia eu entregava ao meu irmão para ele resolver seus problemas com a droga e o pouco me que sobrava eu utilizava para comprar roupas e bijuterias que me favoreceriam no trabalho. Não, eu não era um prostituta. Era algo muito parecido. Com o tempo, me tornei valiosa entre as demais e meu programas chegavam a custar o dobro do salário do meu pai. Me envergonho e por isso vim para o palácio. Quem sabe os dons que desenvolvi durante a pior época da minha vida não me favoreçam? Talvez eu ganhe a coroa, e de quebra, ganhe um príncipe muito gostoso para mim também.