Três palavras que descrevem Adam (insira sobrenome que eu não lembro aqui):

-Você é um canalha.

Ele ri, e eu dou um tapa nele, de novo. Palavras não descrevem o quanto eu odeio ele agora. Acho que se eu pudesse, eu mataria ele, e depois iria feliz da vida pra cadeia, se isso significasse que eu e o resto do mundo nunca mais precisássemos ver a cara desse garoto novamente. Eu tenho clara consciência que eu estou falando como uma psicopata, mas é só para você entender, que eu odeio ele. Desprezo totalmente. Desperdício de espaço. De dinheiro. Do ar que respiramos. Ele ficaria tão mais legal morto.

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-Axl, Adam, entrem agora. -O diretor diz, terminando de fazer algumas ligações do escritório dele. Eu entro e bato a porta, claramente irritada, agindo como uma criança de cinco anos. Depois de alguns segundos, Adam entra.

-Desnecessário da sua parte, senhorita Kinsley. -O diretor comenta. Mas eu estou tão cheia de raiva que não tenho tempo de ficar sem graça pelo que eu fiz. Adam senta e afunda na cadeira, claramente entendiado. Tenho que admitir que eu estou um pouco nervosa. Eu não sei o que vou dizer para meu pai entender que eu bati nele por vingança. Obviamente, vão ligar para o meu pai para avisar sobre isso. E eu nem quero imaginar o que ele vai falar. Pensando bem, é melhor eu inventar outra coisa. Meu pai sempre foi uma daquelas pessoas chatas que veem as coisas boas no mundo e são meio "paz e amor". Não que ele seja um hippie, graças a Deus, não. Mas ele é sempre... feliz. E se eu disser que eu soquei Adam por vingança, ele provavelmente vai ligar para Adam e pedir desculpas por mim. E ISSO seria constrangedor e humilhante. -Agora, os dois vão me contar que diabos aconteceu. -Adam tira a bolsinha de gelo da bochecha, para mostrar a marca roxa que minha mão deixou ali. Me sinto orgulhosa.

-Kinsley bateu em mim.

-Você bateu em Luke, babaca! -Eu explodo. Ele só sorri um sorriso secreto e o diretor nos interrompe.

-Isso é verdade? Adam?

-Não.

-Mas é CLARO que é. Precisa de evidências? Chame meu amigo Luke. -Disparo, grossa.

-O.K. Eu bati nele uma vez, sim. -Ele. Não. Parece. Arrependido.

-Mais de uma vez.

-Não estou falando com você, capeta. -Adam diz para mim. Fico vermelha de raiva, mas não faço nada. -Enfim, foi uma brincadeira. Luke nunca revidou, nem reclamou. Não vejo mal nisso.

-VOCÊ QUASE O MATOU. -Eu grito.

-Axl. Já chega! Vamos ouvir todos os lados da história. Mas agora, Adam, continue.

-E foi isso. Nós estávamos fazendo uma brincadeira com Luke e ela me bateu.

O diretor não demonstra reação, e tudo que me falta agora é que ele acredite em Adam.

-Hm. -Ele murmura. Depois olha para mim. -Axl?

-Ele bate em Luke há séculos. Porque ele sabe que meu amigo não vai revidar. Ele bate em Luke porque Luke é nerd e inteligente e Adam é só a porra de um babaca sem cérebro nem coração.

-Controle sua linguagem.

-Eu não vou controlar porra nenhuma. Que tipo de sistema é esse em que uma pessoa que defende a outra, que está sofrendo nas mãos de monstros como esse -Aponto para Adam. -Tem menos direitos que todas as outras? Você é cego? Que tipo de justiça é essa? Adam é um canalha, filho da mãe, que merece sofrer tudo que ele fez os outros sofrerem há anos. E é isso que você vai fazer, quando eu tento trazer um pouco de justiça pra essa porra de escola? Mandar eu controlar a minha linguagem? Eu vou é GRITAR. GRITAR QUE ESTAMOS VIVENDO EM UMA DITADURA NA ESCOLA.

Nessa hora, eu já estou de pé, andando pelo escritório dele como uma louca e gritando para fazer jus ao "louca". E eu não ligo a mínima para as outras pessoas lá de fora que possam estar ouvindo a gente.

-Então é melhor você fazer algo sobre isso. Se não eu juro por Deus que eu vou matar ele. -Eu aponto um dedo para o diretor. E então eu percebo que ele está vermelho de raiva.

Merda.

Eu estou morta.

-Senhorita Kinsley, sente-se agora mesmo.

O.K. Com medo, eu sento no meu lugar, e ele, vermelho ainda, se levanta e sai da sala, batendo a porta do mesmo jeito que eu fiz. Depois de um tempo, a secretária abre a porta e diz:

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-Fiquem aí. -E então sai. Me pergunto quanto tempo eu vou te olhar para a cara de Adam ainda. Fuzilo-o com o olhar.

-Eu te odeio.

-Me chupe. -Acho que vou vomitar.

-Eu espero que você morra.

-Igualmente. -Ele não parece afetado. Eu levanto e ele também. Fico o encarando com tanta raiva que chego a acreditar que a cabeça dele vai explodir de tanto que eu estou desejando isso.

-Vai pra merda, seu MONSTRO.

-Ah, fale isso para alguém que ligue para sua opinião. Você é só uma das garotas que estão loucas pra me levar pra cama, e se pagam de difícil.

-Você acha que eu quero dormir com você? O mundo não gira em torno de você.

-Nem de você, Axl. -Ele diz meu nome como se fosse um xingamento. -Eu sei que por trás dessa fachada de durona, tem alguém que está morrendo de vontade de ser popular. Mas você é esquisita, que nem seu amiguinho Luke.

-O que te faz pensar que eu gostaria de ter amigos falsos, sanguessugas, namorados que só me querem pelo meu corpo e atenção a tudo que eu faço vinte e quatro horas por dia?

-Você deve gostar de não ter amigos, obviamente. O seu único amigo é um gay que não sabe nem bater em alguém.

-Luke não é gay. -Eu grito. -HOMOFÓBICO.

-Nah. Não tenho problemas com gays, só aqueles que são fracotes. Eu só queria ensinar uma lição ao seu amigo, considere como isso.

-Você é doente.

-Já ouvi piores.

-Você me dá nojo.

-Me chupe. -Ele repete. E eu reprimo a vontade de dar um soco nele, de novo. Eu odeio ele. Eu odeio ele. Eu. Odeio. Adam. O diretor entra na sala, e eu dou um pulo pra trás, de susto. Ele não está mais vermelho. E parece mais calmo. Mas fala como se quisesse me matar.

-Suspensão. Os dois. -E então adiciona: -E detenção. Por três meses.

A próxima coisa que eu faço é desferir outro soco no rostinho de galã de Adam.