Two Kinds Of Hope

Capítulo 17


Escola.

Onde eu tenho que confraternizar com o inimigo.

Ou posso declarar Guerra.

Escolho fazer como a Alemanha depois da guerra, e divido essa escola, e a população dela em duas. Eu e Luke em um lado, Adam e o resto em outro.Funciona melhor do que deixar Luke começar uma Terceira Guerra Mundial na escola e acabar com a raça de Adam, então estou fazendo o máximo pra que tudo corra bem.

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Pensando bem, porque eu deveria impedir Luke de bater em Adam até a morte? Ele a palavra com F. Pra mim. Só de pensar isso o sangue sobe de raiva, porque foi a coisa mais nojenta que eu já ouvi na minha toda. Pior do que os comentários do meu pai e tudo mais. Eu deveria estar FURIOSA. E tecnicamente eu estou. Mas... minha cabeça gira (não estou bêbada, mas confusa) toda vez que eu penso nisso. Pra falar a verdade, tem muita coisa na minha cabeça. Não parecem coisas muito grandes, mas quando eu penso nelas é como se alguém enfiasse um daqueles sprays que não te deixam ver nada no meu cérebro e ele simplesmente não funciona como eu quero que ele funcione. Tem minha mãe (eu ainda não sei o que fazer quanto a isso e ela ainda não me procurou então até eu achar algo inteligente pra fazer quanto a isso eu vou continuar ignorando e mentindo para o meu pai como se nada tivesse acontecido. Ele também ainda não perguntou nada sobre um pedaço de papel da mesa dele então: silêncio.), o que é um problema grande o suficiente pra que meu cérebro entre no estado inútil dele. É como se eu não soubesse pensar. Ugh. Eu deveria parar de existir que faria algo melhor.

Como pode ver, estou tendo uma dia de merda. Não achei a menina até agora nessa escola, estou perdendo as forças pra impedir Luke de fazer coisas que ele vai se arrepender e Adam me encara todo momento em que eu apareço em seu campo de visão, o que me faz querer correr/sumir/vomitar/vomitar na cara dele toda hora.

Estou um pouco mais aliviada agora porque Luke não tem aula comigo (ele tem inglês avançado) e eu tenho uma aula livre, então vou apenas passar uma miserável hora aguentando a mim mesma me sentindo deplorável, mas pelo menos, vou poder ter um minuto de sossego, sem ter que lidar com ninguém. Vou caminhando pelos corredores, comendo uma maça que sobrou do almoço e arrastando os pés. Como eu disse: miserável. Não sei aonde vou ainda, então meio sem destino.

Passo por Adam, que está segurando a porta para uma menina entrar e sorrindo flertando com ela. Reviro os olhos e tento não olhar para os olhos dele. Estou quase saindo do corredor, e terminando de passar por eles quando eu vejo quem é a menina e os meus olhos ABREM ENORMEMENTE.

A MENINA QUE GOSTA DO LUKE. É ELA. Adam está falando com ela. Meu. Deus. Ela quem deixou as folhas no café, a garota que tem a mesma escrita que a garota que escreveu aquela coisa no banheiro! (E ela é fofinha). Meio contra a minha vontade, viro imediatamente, e vou correndo até onde Adam está. A menina já entrou na sala. Droga. Ele me olha, esperando que eu fale alguma coisa e ergue a sobrancelha. Penso em algo inteligente pra falar.

-Preciso falar com você.

Maravilhoso, Axl.

-Sério? -Ele diz, irônico, lentamente. O dia todo, quando eu cheguei a menos de cinco metros dele, Luke me arrastava para o outro lado. Essa é a única hora que eu posso falar com ele. (Pausa para pensar porque eu estou violando as regras do meu amigo sobre não falar com Adam para FALAR COM ADAM.)

-Ótimo. Banque o babaca. -Digo, bufando de raiva. Não dá pra socializar com Adam. Os níveis de babaquice dele jogam as pessoas pra bem longe. Idiota.

-Só diga o que você quer.

-Que aula é essa?

-Biologia. E eu preciso entrar.

Eu juro que eu tento meu melhor pra não abrir a boca para falar merda. Eu realmente tento, mas não consigo, porque o que sai é:

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-O que acha de não ir pra aula? -Ele ri de descrença.

-E ir pra algum lugar com você?

-TUDO BEM. BANQUE O BABACA. -Luke vai ter que esperar até que eu consiga arrancar informações de outra pessoa. Eu desisto de Adam. Saio do caminho dele, e não olho para trás. Não deveria ter chamado ele em primeiro lugar. Filhos da puta como ele nunca vão mudar, nem vão ter coração algum dia. Eu só tenho que aprender isso. Não posso confiar nem ao menos pedir ajuda para alguém assim. Uma causa perdida. Escuto alguém bufar.

-Espera. -Não paro. -Você vai parar de andar agora mesmo, porra. Se quer falar comigo, não me ignore. -Adam diz, totalmente irritado.

Bem vindo ao clube.

Mas, eu paro. E viro para encará-lo. Ele não diz nada, só chega aonde eu estou. E quando está do meu lado, segurando a mochila nos ombros, pergunta, com raiva contida nos olhos.

-Pra. Onde.

-Lá fora, as mesas. -Voltamos a andar e chegamos até a parte de fora da lanchonete, onde tem umas mesas no meio das árvores espalhadas e do lado a quadra de basquete. Ele senta na mesa, com o pé nas cadeiras e apoiando o cotovelo na perna, olhando impaciente, e eu fico em pé, para ficarmos da mesma altura. Me preparo para a bomba que eu vou dizer: -Preciso da sua ajuda. -Adam revira os olhos. A vadiazinha está irritada hoje.

-O que você quer?

-Preciso de informações sobre aquela menina, que você falou no café. -Ele ri como se fosse uma piada.

-Você está com ciúmes porque eu convidei ela pra festa primeiro? -Faço uma careta.

-Ew, não. Eu... só preciso saber.

-Por que?

-Não posso falar.

-Então não vou falar nada. -Bufo irritada.

-Ela gosta de Luke. Preciso saber como ela é, informações, alguma coisa.

-Ele não é gay?

-Vai pra merda. -Ele ri de novo.

-O nome dela é Alison. Só sei disso. -Não ajuda.

-Preciso de mais. -Por favor, por favor, por favor.

-Por que eu te ajudaria?

-Porque você é um babaca com todo mundo e podia pelo menos uma vez na sua vida fazer algo bom pra sociedade.

-Você não é a melhor pessoa do mundo também.

-Você disse que nós íamos foder. Isso prova que você é mais babaca que eu, mesmo que eu faça coisas erradas. -Replico, meio triste por motivos desconhecidos. Essa conversa está me deprimindo.

-É a verdade. Você queria tanto quanto eu. -Ele levanta a cabeça e ergue uma sobrancelha.

-Eu estava bêbada. Você só tinha o direito de ME BEIJAR naquele momento. E foi a coisa mais nojenta da minha vida.

-Você me beijou. Não pode ter sido nojento. -Desgraçado super confiante.

-Nem tanto. -Digo, firme, me preparando pro resto. -Mas foi o fato de me sentir como uma das vadias que você fode, que estragou tudo. Eu não sou elas. Eu nunca vou ser e você não vai mudar isso. Eu continuo te odiando, mas preciso de um favor. Então a única coisa que me impede de sair correndo ou vomitar ou nunca mais olhar pra sua cara é que eu preciso que você descubra as coisas pra mim. -Ele me olha, me encara muito, muito profundamente. E por um tempão.

Por tanto tempo que minha chance de obter resposta vai por água abaixo quando eu escuto Luke. Merda.

-AXL, VEM JÁ PRA CÁ. -Não tenho tempo de ir, porque ele agarra meu casaco e me puxa. Olhando assassino para Adam, que ainda está no lugar, me olhando no mesmo jeito.

-Luke, respira. Vamos. -Puxo ele pro outro lado, me afastando de Adam. Mas olho para trás uma vez, porque a curiosidade é maior. Adam encontra meus olhos e balança a cabeça, silenciosamente concordando com o que eu pedi pra ele. Então seguro Luke mais forte, pra que ele não vá bater em Adam. Não ainda.