Tudo Muda

Capítulo 14 Uma visita, um gato, um dueto e um bloco perdido


[P.O.V. EMILY]

Depois de inventar uma história para tudo isso, falar à minha mãe e ela ficar a ponto de me levar pro hospital por causa dos cortes, eu e ela fomos para casa.

Já é quase onze da manhã, ou seja, hora de fazer o almoço! Candidato-me.

– Tudo bem, Emily, mas cuidado!

– Mãe, eu já sei me virar!

Ponho o avental que está na terceira gaveta do armário da pia. Começo a cozinhar.

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Olho no relógio depois de um bom tempo. MEIO DIA!

Ouço a porta abrir e fechar, passos, uma mochila sendo atirada em cima do sofá, mais passos e então vejo cabelos vermelhos caminhando em direção ás panelas.

– Vamos ver o que tem pra hoje - ele diz, levantando a tampa de uma panela.

Dou um tapa na mão dele.

– Nada disso! - eu exclamo. Pego três pratos e entrego à ele. - Você põe a mesa hoje.

– O que? Porque eu?

– Por que eu fiz o almoço. E nem adianta colocar a mamãe nessa história, ela trabalha para nós como uma empregada todo dia. Sua vez! - estou um pouco irritada com a teimosia desse menino! Ele não diz nada, pega os pratos e com relutância arruma a mesa.

Uns vinte minutos depois, o almoço está pronto. Nos sentamos á mesa e comemos.

– Emily, - eu olho para o ruivo - o Armin está doente, sabia?

– Não. O que ele tem? Acabou de fazer uma cirurgia para extrair as amídalas.

– Eu não sei.

– Mãe, posso visitar ele hoje?

– Pode - mamãe entra na conversa. - aproveite que vai sair e compre coisas para o gato.

– Gato? Que gato? - pergunto me fazendo de desentendida.

– O gato que estava no sótão.

– Ah! O gato... do... sótão... hehe. Como descobriu?

– Gatos sentem fome.

– Ah! Espera! Você vai deixar eu ficar com ele? Mas, e o Dragon?

– Sim, e o Dragon é responsabilidade do Castiel, o gato, sua.

– O nome dele é Livro.

– HAHAHAHAHAHAHA! Que nome bizarro, maninha.

– Cala a boca e come. A propósito, a louça é sua também, ''maninho''.

– Tá bom - ele diz a contragosto - mas vê se volta antes das três, um novo amigo meu vai vir aqui hoje.

– Ok.

Tiro os pratos da mesa e ponho na pia. Subo as escadas para meu quarto. Escolho uma roupa. Uma regata dos Beatles, um short jeans e um all star branco. Tomo um bom banho.

Depois de um tempo estou pronta. Desso as escadas e chego na porta. Olho na bolsa: celular, carteira (com dinheiro), chave da casa. Todo ok.

Depois de sair de casa, passo em uma pet shop e compro o necessário para um gato: cama, caixinha de areia, pazinha, pratos de comida e água/leite, afiador de unhas, ração e uns brinquedinhos fofos.

Depois passo em uma loja de jogos e compro um para Armin.

Vou até a casa dele. Toco a campainha. Uma mulher de longos cabelos negros e olhos cor de rosa atende.

– Olá, Emily!?

– Olá Sra. Sullivan, sim, sou eu. Fiquei sabendo que o Armin está doente.

– Ah! Sim. Garganta de novo, o médico não sabe o que é, mas deu um remédio para dor.

– Interessante.

– Oh! Que falta de educação de minha parte, entre! Ele está lá no quarto dele, na cama...

– Ok, muito obrigada, Sra. Sullivan. Posso deixar essa sacola aqui?

– Pode sim.

Me dirijo ao quarto de meu amigo. Bato na porta.

– Pode entrar. - diz uma voz, dentro do quarto, reconheço como sendo a de Armin.

Abro a porta, entro, fecho. Me deparo com um Armin de pijama, debaixo de grossas cobertas e jogando em seu PSP.

– Oi!

– EMILY! - ele pausa o jogo no PSP.

– Eu.

– Eu devo estar alucinando por causa da febre. - ele fecha os olhos. - Quando eu abrir os olhos você vai desaparecer. - os olhos se abrem.

– Bom, eu ainda tô aqui e, não, você não está alucinando, sou eu mesma. E trouxe um presente.

– Se assim, senta aqui. - ele diz, batendo com a mão em um lugar vazio na beirada da cama. Eu me dirijo até lá e sento.

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– O que você tem? - pergunto

– Eu não sei, mas estou tendo que tomar um remédio HORRÍVEL.

– Hahahaha. Eu trouxe um presente para você. - entrego a sacolinha para ele. Ele abre o presente.

– Meu Deus! É o God of War Ascension! Eu ia buscar hoje de manhã, mas no fim fiquei doente e - ele começou a gritar, ou melhor, tentou gritar porque na verdade saiu meio esganiçado. - O ALEXY NÃO QUIS BUSCAR PRA MIM. - tosse. - Desculpa. Desse jeito vou querer ficar doente sempre!

– Melhor não se acostumar Sr. Sullivan.

A porta se abre e Alexy entra.

– Armin! Você é louco? - ele briga com Armin - Por que você gritou? Sua garganta já está acabada e você ainda faz isso!

– Me desculpa - Armin murmurou, um murmuro irritado e quase inaudível.

– Tá, agora toma o remédio.

– NÃO! Eu não vou tomar essa coisa, é horrível! Eu não vou tomar!

– Você TEM que tomar.

– Armin - me meto na conversa - você tem que tomar pra poder ficar bom. Por favor. Faz isso por mim. - faço uma carinha angelical.

– Tá bom. - ele pega a colher e toma, depois faz uma careta. - ECA.

– Ei, Alexy, que horas são?

– Quase três e vinte, por quê?

– AI, MEU DEUS! Eu tinha que estar em casa às três!

Saio correndo em direção a porta. Paro, dou meia volta. Uma abraço em Armin outro em Alexy.

– Vejo vocês na escola amanhã.

Pego minha sacola ao lado da porta e quando vou sair Sra. Sullivan me chama.

– Emily, não vai ficar mais um pouco? Não quer um biscoito, um suco?

– Não, Sra. Sullivan, obrigada, mas eu devia estar em casa já a algum tempo, me desculpe.

– Ah! Não tem problema, querida. Nos vemos em breve.

– Em breve. – respondo já saindo pela porta.

Saio correndo pela rua e depois de três quadras, viro a esquina, em direção a minha casa.

Chego em casa e coloco as coisas do gato em cima do sofá. Minha há mãe me chama.

– Emily, leve essas limonadas para os meninos lá em cima, por favor? Eles estão no sótão.

Pego a bandeja.

– Mãe, você não está esquecendo nada? Tipo, alguém?

– Ah! Sim! Desculpa. O seu copo. – ela serve mais um copo de limonada.

Pego a bandeja e levo ao sótão. Quando chego lá Castiel está tocando guitarra e um outro garoto (com umas roupas estranhas) começa a cantar. Conheço a música. É “sutilmente”, sei tocar na bateria. E é para lá que me dirijo e começo a tocar, mas a “emoção” é demais e acabo fazendo da música um dueto:

Lys: E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

Emy: E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Ambos: Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

Lys: E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace – nesse momento ele vem até a bateria e me puxa de lá me levando para frente de um “palco imaginário”.
Emy: E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Lys: E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Amobos: Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti.

Acabamos um de frente para o outro, com os microfones (que não estão ligados) colados (ou seja, se ficarmos um pouco mais próximos NOS BEIJAMOS!).

– Me desculpe! Me desculpe! Mil perdões! Eu não devia ter feito isso! Desculpa! – eu digo abaixando o microfone e colocando-o lugar.

– O que? Desculpa pelo o que? – o garoto me pergunta.

– A música era sua, não devia ter me metido, ainda mais com essa minha voz...

– O que? Sua voz é linda! Sinceramente? Parece com a da Christina Grimmie.

– Não! Minha voz é desprezível! Espera! Você conhece a Christina Grimmie?

– Sim e por que você acha sua voz feia?

– É que – começa Castiel que até agora estava em silêncio – fomos os dois fazer um teste para aquela escola de música inglesa, sabe? A Hogwarts. Ela foi no teclado, violino e canto, enquanto eu tentei guitarra e bateria. Eu consegui passar (inclusive, voltei esse ano), mas para ela, disseram que a voz dela era horrível! E ela acreditou!

– Meu Deus! – o garoto pegou o seu copo de limonada.

– Eu ainda não sei seu nome. – digo em direção ao garoto.

– Ah! Que falta de educação a minha. Eu sou o Lysandre. – ele estica o braço.

– Eu sou Emily – eu aperto sua mão.

Legal, tenho mais um amigo! Conversamos a tarde toda sobre música e tal.

– Que horas são? – pergunta Lysandre.

– Seis e meia, por quê? – eu respondo e ao mesmo tempo pergunto.

– Ai meu Deus do Céu! Eu tinha que estar em casa as seis! Vão me matar! – Ele pega a mochila e sai correndo. Desce as escadas e sai pela porta, descendo a rua.

Um bloco no chão. Um bloco preto. Tem um ‘’L’’. Acho que é do Lysandre.