Três gerações três tempos

Capítulo 23 - Ordem da Fênix


—Os nossos oque? — Perguntou Harry articuladamente.

Hermione respirou fundo, o círculo a sua volta se abrindo suavemente para que os recém-chegados pudessem enxergar.

—Ok, pense numa linha com três pontos distintos. Geralmente, esses pontos, por estarem em lugares diferentes na reta, não podem ser o mesmo ponto, certo? Mas por causa da viagem no tempo essa linha está tentando se dobrar para fazer os três pontos serem um só, já que as características deles estão se fundindo. Fez sentido?

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James e Harry fizeram o mesmo movimento com a cabeça.

—Não muito. — Disse Harry — como três pontos podem ser o mesmo ponto?

—Ok, basicamente — explicou Rose, tomando a dianteira — Nossa teoria é que o seu presente está se fundindo com o passado e o futuro. Por isso o Snape apareceu aqui, e por isso as defesas da escola estavam baixas. No nosso tempo não há uma grande ameaça à vinte anos. As defesas de Hogwarts existem, mas elas são estupidamente fracas comparadas aos de anos de Guerra. Que são todos os anos desde a década de 40, com Grindelwald. E é por isso que nós temos que entender o que nos trouxe aqui e voltar antes de qualquer grande estrago. As linhas entre os tempos estão ficando fracas.

—Então… — tentou Harry — Os nossos tempos estão virando um só? O que quer dizer que não só pessoas como características dos demais tempos podem aparecer aqui?

—Suponho que o inverso seja possível, mas até agora não temos nenhum desaparecimento de pessoas — disse Scorpious — Mas sim.

—Em poucas palavras, Potter. — Disse Draco grunhindo — em pouco tempo é possível que nossa realidade quebre e que todos nos morremos. Eu preciso de cafeína. Ou álcool.

O sonserino se virou para pegar a caneca de café que obedientemente aparecera sobre seu criado-mudo, mas o restante do grupo não pareceu prestar atenção.

—Temos que avisar Dumbledore. — Disse Lilian

—Estamos um passo à frente. — Disse Alice, cruzando os braços — Chamamos um elfo doméstico, Dumbledore deve estar a caminho.

Ele estava, mas o que nenhum deles esperava que a ordem inteira viesse com ele. Lupin-adulto foi o primeiro a entrar, seguido por olho-tonto, Tonks, Shacklebolt, Sirius e Remus (mancando da enfermaria), os gêmeos Weasley, Gui e Fleur e os próprios Sr. e Senhora Weasley, com Dumbledore fechando o cortejo. Podia não ser a ordem inteira, mas era muito mais do que Harry (ou qualquer um dos demais adolescentes) esperava que entrasse na escola ao mesmo tempo.

A sala estava de repente muito cheia, em um silêncio carregado de estranhamento por ambas as partes. Molly foi a primeira a se pronunciar, soltando uma exclamação aguda. Ela andou até Gina e Rony, puxando os dois para um forte abraço.

—Eu estou tão feliz por vocês dois! — Ela disse animadamente, sufocando ambos os filhos, claramente desconfortáveis sobre o abraço forte.

—Obrigado, mãe — disse Rony, corando e dando suaves tapinhas em suas costas.

—Você pode nos soltar agora. — Murmurou Gina.

Molly pareceu concordar com Gina, liberando os dois aliviados, mas ela apenas o fez para exclamar o nome de Hermione e Harry e puxá-los para um abraço igualmente animado.

—Ah, meus queridos! Vocês já são família, mas só de pensar que… que vocês vão ser oficialmente… Ah, eu estou tão orgulhosa de todos vocês.

Harry e Hermione conseguiram corar mais do que Rony, se entreolhando sobre os ombros da Sr. Weasley, retribuindo o abraço hesitantemente.

—Obrigada? — Disse Harry.

Ela se afastou dos dois e apertou carinhosamente a bochecha do garoto.

—Eu que tenho que agradecer. Eu sei que você vai tomar conta da minha garota.

—Ah, Ginazinha com certeza está muito protegida agora — riu Fred, se aproximando, girando em sua mão uma bengala que combinava com seu terno de couro de dragão.

—Tadinha — completou Jorge — tão indefesa.

Gina cogitou ataca-los com algo simples (Tarantallegra talvez), mas ela se resumiu a fazer uma careta para os gêmeos, que riram com animação. Arthur, com uma calma que sua esposa não tinha, cumprimentava-os com o mesmo orgulho nos olhos.

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—Agora — A sra. Weasley disse animadamente — onde estão todos os meus netos?

As apresentações foram breves, mas certamente animadas. Molly parecia completamente encantada com os adolescentes – e eles pareciam achar graça na alegria de sua avó mais nova. Arthur se uniu a ela, a calma lentamente virando uma animação em igual nível.

Ao mesmo tempo, em outro canto da sala, alguns membros da ordem cumprimentavam os marotos com uma certa melancolia e com um respeito que nenhum dos garotos sabia o que fazer com. Fred e Jorge foram os únicos que se aproximaram dos marotos com um sorriso de orelha a orelha – para o grande desespero de Minerva, que olhava desconfiada para o agora quinteto.

—Harry nunca nos contou que vocês eram os marotos! — Reclamou Fred obviamente ultrajado

—E estamos muito ofendidos que nenhum de vocês dois comentou. — Continuou Jorge, apontando para Sirius e Remus, mas seus sorrisos animados não diminuíram dos rostos.

—McGonagall foi quem nos contou, francamente.

—Bom, Sou Jorge, e esse rapaz menos bonito é Fred. Somos os criadores de Geminialidades Weasley, a melhor loja para bruxos malfeitores de toda a grã-bretanha.

—É um prazer sem tamanho conhecer nossos ídolos.

E, com um certo floreio, eles fizeram pequenas reverências cômicas. Sirius, James e Sirius se entreolharam, erguendo as sobrancelhas. Um sorriso sinistro se instalou nos rostos dos dois primeiros, e até mesmo Lupin parecia ter um brilho maliciosamente orgulhos no olhar.

— Melhor que Zonko’s? — Disse James desconfiado — Não sei, o que acha, almofadinhas?

—Soa como uma propaganda falsa para mim, Pontas. — Respondeu o maroto em uma voz pomposa — O que você diria, Aluado?

—Eu não sei, Almofadinhas, eles parecem nos conhecer, isso certamente os concede um ponto positivo. — Ele hesitou, gesticulando como se degustando um vinho — Mas… acho que seria necessária uma análise extensa dos produtos e vários projetos para verificar a diversidade de seus usos.

—Muito bem apontado, meu caro amigo com um probleminha peludo. — Continuou James — Seria imprescindível vários testes com tais produtos, não concorda, almofadinhas?

—Seria extraordinariamente prático se houvesse uma forma de… digamos… receber os produtos. Para motivos obviamente acadêmicos.

Os gêmeos soltaram risadas animadas, se entreolhando.

—Tecnicamente, todos os produtos de Harry são de graça. — Apontou Fred — E Pontas é praticamente cinquenta por cento Harry.

—Poderíamos arranjar algum desconto — concluiu Jorge.

Os marotos sorriram satisfeitos. Ainda na porta, Minerva estremeceu assistindo os olhares sendo trocados. Remus adulto, ao seu lado, deu uma suave risadinha.

—Agora nos digam, como ficaram sabendo dos marotos? — Perguntou Sirius, curiosamente

— Nós roubamos o mapa da sala do Filch no nosso primeiro ano. Devemos tanto a ele.

—Nos ensinou mais do que essa escola em todos os nossos anos escolares.

—Nós perdemos o mapa para Filch? — Perguntou James assustado

—Nós deixamos o mapa — Disse Lupin-adulto se aproximando do grupo com certa cautela — Depois de muito debate, achamos que devíamos deixar nosso legado para os futuros bruxos malfeitores. Era isso, ou ficaria com o filho do primeiro de nós. No final, os gêmeos deram o mapa para Harry.

—E você o confiscou de Harry — acusou Jorge

—Você confiscou o mapa dos marotos da mão de meu filho? — Perguntou James.

—Eu era professor! E Snape sabia que ele tinha. Aliás, os xingamentos para Snape continuam funcionando perfeitamente. — ele adicionou, olhando para os maortos — Foi na época que Sirius era um foragido de Askaban rondando Hogwarts supostamente para matar Harry. Eu tinha medo que Sirius encontrasse. Devolvi para ele assim que tudo foi resolvido e eu parei de ser professor.

Sirius abaixou o olhar, e Remus-adolescente entrelaçou as mãos com a dele com força

—Eu sinto muito — disse o adulto — por desconfiar de você, Sirius.

James tossiu ao seu lado, abrindo um sorriso.

—Quer dizer que o mapa ainda reage devidamente ao seboso?

—Perfeitamente. Soube até reagir a posição de professor que ele tem. Acho que fazia anos desde a última vez que eu tive que segurar tanto uma risada. Snape me entregou o mapa todo irritado e eu tive que fingir que eu não tinha mandado ele não “meter seu nariz anormalmente grande onde não é chamado”.

Fred e Jorge se entre olharam com sorrisos idênticos.

—Vocês criaram um feitiço unicamente para reagir a Snape tentando abrir o mapa? Genial! — Exclamou Fred animado.

Sirius soltou uma risada alegre, os olhos brilhando novamente.

—Foi ideia minha. Era mais ou menos quatro da manhã, Pedro já tinha dormido na cadeira, James parecia estar mais rabiscando do que desenhando. Aluado era o único que fazia alguma coisa, escrevendo os feitiços que iriamos precisar. Eu só levantei a cabeça do livro que eu estava muito cuidadosamente estudando em…

—Dormindo — corrigiu Remus-adolescente ao seu lado — dormindo em.

—E eu estava desenhando alguma coisa. — Reclamou James

—Levantei a cabeça do livro que eu estava muito cuidadosamente estudando em — repetiu Sirius com ênfase — e disse, “Mas, pensem nisso, e se o ranhoso achar o mapa?

“ —Ele vai achar que é um pergaminho velho, como todos os outros — disse Remus confuso

“—Mas e se nós fizéssemos um feitiço para irritar ele. Ele saberia que é algo nosso, mas não conseguiria descobrir o que

“—Poderíamos dizer algo como “Gostaríamos de dizer que Severus Snape é um safado mal-acabado — disse James, levantando a cabeça do pergaminho e secando um resto de baba no canto de sua boca.”

James interrompeu a história.

—Eu não estava babando.

—James. Pontas. Meu querido quase-irmão. Futuro pai de meu afilhado — disse Sirius formalmente — Um de nós está contando a história. O outro não. Consegue dizer quem é quem? Sou eu. Eu estou contando a história. Agora pare de interromper. E você estava sim babando.

James grunhiu, mas deixou o amigo continuar.

—Como ia dizendo… A sugestão de James fez nós três cairmos em gargalhada, e Remus concordou em procurar por um feitiço que fizesse o que queríamos. A esse ponto, já tínhamos um arsenal de feitiços para todo o tipo de ocasião, não foi particularmente difícil. Acordamos Rabicho um pouco antes do sol nascer.

“—Pedro! Pedro! — Exclamei animadamente, pulando ao lado de sua cadeira com um nível adequado de animação para o momento.

“—Eu! Eu estou acordado! — Ele respondeu confuso, pulando na poltrona e olhando para os lados.

“—Precisamos que você xingue o Seboso no mapa.

“—Vocês o que? — Ele perguntou, olhando no relógio de pulso — São seis da manhã, vocês me acordaram para isso?

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“—É de suma importância, Rabicho — pediu James

“—Ah, diga que eu aconselho que a ele que lave seus cabelos sebosos — ele grunhiu, antes de se arrumar novamente e cair no sono.”

Remus-adulto soltou uma gargalhada sonora, lembrando com carinho da memória. Os gêmeos, porém, se entreolharam incomodados, sem sequer abrir um sorriso malicioso. Os jovens marotos franziram o cenho, se entreolhando.

—O que houve? — perguntou James, inclinando a cabeça.

—Oi? — perguntou Fred, confuso por alguns instantes até que seu irmão o cotovelasse nas costelas — Ah, não, nada. Só… Desculpe, o quarto maroto é quem?

—Pedro. Pedro Pettigrew. — Respondeu Sirius — Não sei se vocês o conhecem, mas Harry nos disse que ele ainda está vivo. Ele é baixinho, um pouco redondo, passa a maior parte do dia dormindo.

Remus tentou esconder a mudança súbita de humor em seu rosto, mas nem que tivesse conseguido enganar seus melhores amigos e sua própria pessoa, os gêmeos não se esforçariam para o trabalho. O rosto de ambos caiu no mesmo instante, se entreolhando em nervosismo.

—O que aconteceu com Pedro? — Perguntou Remus-adolescente, sua linguagem corporal mudando completamente enquanto ele ainda segurava firmemente a mão de Sirius.

—Nada. É só, acho que nós confundimos o nome. — Corrigiu Jorge rapidamente — Olha, foi um enorme prazer, de verdade, nós vamos enviar os produtos, mas acho que Dumbledore quer começar a reunião.

Sirius tentou falar com Remus-adulto, mas esse havia se voltado para falar com Minerva, se afastando do grupo a passos largos. James abriu a boca para reclamar, mas Dumbledore realmente pareceu tomar a deixa para começar a falar. O trio se entreolhou. Não havia quase nada até agora que os marotos não haviam conseguido fazer se eles colocassem esforço nisso.

Tonks se perguntou pela milésima vez enquanto ela atravessava o quarto se ela deveria mesmo ter pedido ao Remus para fazer isso sozinha. Fazia muitos anos desde a última vez que ela tinha que focar em seu cabelo para ele permanecer no mesmo tom. Durante a academia de Auror ela aprendeu a esconder fortes emoções que poderiam alterar sua aparência física, rapidamente se tornando uma segunda natureza.

O garoto a sua frente obviamente não tinha passado pelo mesmo treinamento, por que seu cabelo estava mudando de azul para um tom nervoso de amarelo-mostarda. Ela deu uma risada fraca, reconhecendo o próprio sinal de apreensão no garoto a sua frente.

—Uh… Oi. — Ela disse, tentando ignorar os sentimentos se misturando dentro dela, por que aquele garoto da sua idade era seu filho com Remus — Eu sou… Bom… Tonks.

Ele riu nervoso.

—Eu sei. Teddy. Na verdade Edward, mas eu realmente prefiro Teddy.

Tonks soltou uma risada clara.

—Eu não acredito que eu nomeei meu filho algo que ele não gosta. Merlin, culpo minha mãe. Pelo menos seu nome não é Ninfadora.

Teddy deu risada, algumas mechas de seu cabelo voltaram para azul.

—Sempre poderia ser pior. Agradeço se você continuar a não me chamar de Ninfadora.

—Não posso prometer nada. Sabe como é. — ela brincou, soltando uma risada antes que essa vagarosamente se transformasse em um sorriso suave, enquanto ela olhava para o rosto do garoto — Merlin, você é tão mais velho. Quero dizer… Merlin, você é meu filho e você tem minha idade. Quando você nasceu?

—12 de abril, 1998. — Respondeu Teddy, sem pensar duas vezes

Merlin, isso é em dois anos. Ok. Não me leve a mal, eu estou feliz, quero dizer, eu amo Remus e você parece fantástico, mas…

—Muita coisa, eu sei. Estão sendo dias confusos.

Ela deu uma risada constrangida.

—Eu imagino que sim. Vamos, me conte algo sobre você. Qualquer coisa.

Ele riu da mesma forma, passando as mãos pelos cabelos amarelo-mostarda. Onde a mão tocava, eles escureciam para um castanho claro, no mesmo tom que Remus.

—Meu pai me perguntou a mesma coisa. Vejamos. Eu não sei o que dizer. Grifinório. Quero trabalhar com transfiguração. Namoro Victorie Weasley (Filha do Gui e da Fleur). Eu… Eu não sei, nada espetacular.

—Eu te acho espetacular. — Ela disse com tanta simplicidade que Teddy acreditou num piscar de olhos, corando suavemente — embora eu tivesse gostado se você fosse da lufa-lufa, sabe, temos poucos representantes nessa família. — Ela bufou brincalhona — Mas acho que Grifinória é legal também.

Ele riu, inclinando a cabeça.

—O chapéu seletor quase me colocou na lufa-lufa, se ajuda. Mas eu gosto da Grifinória, nós conseguimos ser legais as vezes.

—Às vezes. — ela concordou sorrindo — Me diga, qual a cor de cabelo que você mais usa?

—Azul. — Ele tentou faze-los retornar para o tom, falhando miseravelmente — Mas ele muda o tempo todo, é ridículo.

—Rosa. — Ela disse apontando para os próprios cabelos curtos e espetados — E eu entendo, precisei de um treinamento de Auror para conseguir manter eles parados. Eu… Eu sei que eu não estava por perto para te ensinar, mas se você quiser, eu posso ficar te devendo umas aulas.

Os olhos de Teddy se arregalaram.

—Oh. Eles já…

—Sim. Remus me contou. Eu… Eu sinto tanto, Teddy.

—Não foi culpa de vocês. Vocês lutaram para um mundo melhor. Vocês ganharam.

O olhar dela ficou distante, melancólico. Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, antes dela retornar animada, se aprumando e sorrindo novamente.

—Vamos, quero saber coisas sobre você! Como você funciona com, sabe, gênero?

Ele deu risada.

—Eu aprendi a ignorar ele. Ele muda tanto para mim.

—Eu tenho isso. Quero dizer, eu nunca sou um cara, mas sei lá, tudo parece tão…

—Fluido? — Ele ofereceu com uma risada e ela sorriu com ele

—Sim! É bom conversar com alguém que entende.

—Eu… — ele fez uma pausa — Eu as vezes sou… uma menina, eu quero dizer. É raro, mas acontece.

—Oh. — Ela pausou, franzindo o cenho — isso quer dizer que eu vou poder, as vezes, te chamar de Ninfadora Junior?

Ele soltou uma risada que ele não esperava, alta e clara, confortável. Ela riu junto, prestando atenção nos detalhes do menino enquanto ele relaxava. Seu cabelo levantou, se espetando para os lados (muito parecido com o cabelo de Harry), adquirindo um tom de azul celeste enquanto ele ria. Ela queria decorar cada detalhe de sua risada, se ela nunca fosse ver ela de novo.

—Por favor, Ninfadora não. — Ele pediu, ainda rindo, alheio a atenção da mãe — Teddy está sempre ótimo.

Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, soltar mais uma piada, talvez elogiar o vivo tom de azul em sua cabeça – um contraste harmonioso com o próprio rosa dela. Dumbledore, porém, chamou a atenção de todos os participantes, sua voz ecoando na sala.

O diretor começou a reunião com uma calma e paciência familiar para a grande maioria dos membros da sala. Grande parte se espalhou sentada pelo chão, ou de pé, encostados em camas e paredes. Eram muitas pessoas, muitas idades. Era, definitivamente, a maior reunião da ordem da fênix já sediada (e, mesmo assim, mais da metade do grupo era parte da família Weasley).

Ele começou fazendo um breve resumo da situação. A viagem no tempo, como primariamente haviam chego o grupo de alunos, e posteriormente Snape, sozinho. Ele contou o que cada grupo sabia sobre suas situações no presente e futuro – como eles sabiam que Voldemort havia perdido a guerra e como James e Lily haviam morrido pela mão do próprio.

Ele, porém, deu ênfase na situação descoberta recentemente pelo grupo de estudantes. Os tempos pareciam estar se fundindo, unindo-se em um só. Os professores da escola estavam responsáveis por prestar atenção nas barreiras da escola, e encarregou Rose, Hermione e Remus de listarem todas as diferenças que eles conseguiam pensar entre a segurança das três versões de Hogwarts.

Ele explicou o que eles sabiam sobre Voldemort, o que não era muito: Snape não conseguiu informações suficientes sobre o plano do lorde das trevas. A única coisa com que se podia contar era que ele queria os viajantes no tempo. A teoria de Dumbledore é que ele usaria eles como uma espécie de chantagem. Ele sabia que Harry viria atrás de qualquer uma dessas pessoas.

—Professor. — Hermione disse, interrompendo o monólogo com uma voz firme — Desculpe, mas… Não existe a possibilidade de Voldemort querer usar os pais de Harry como uma espécie de experimento para mudar o passado? Quero dizer, matando Lily ou James, Harry jamais nasceria.

—É uma possiblidade, srta. Granger. — Respondeu Dumbledore, seus olhos brilhando por de cima dos óculos meia-lua — Mas nós podemos seguramente assumir que Voldemort tem tanto entendimento sobre essa viagem no tempo quanto nós. Ele é orgulhoso, sim, mas não inconsequente. Ele não pode prever as mudanças que isso traria para nós. Tom jamais arriscaria sua vida assim.

“O que nós precisamos fazer é nos preparar para o pior. A ordem está dedicada em achar mais informações sobre a viagem no tempo, e eu sei que os senhores estão fazendo o mesmo. Nós temos muitas das melhores mentes que Hogwarts viu nos últimos anos, eu não tenho dúvida que encontraremos a solução. Eu gostaria pedir novamente que vocês não façam nada irresponsável. Vocês tiveram sorte na última lua cheia, mas não são todos que podem fazer um patrono corpóreo.”

Os olhos de Harry faiscaram verdes por de trás dos óculos, e ele sorriu suavemente. Dumbledore terminou a fala, e um a um os adultos foram se despedindo dos adolescentes. A família Weasley foi a última a sair, com Molly muito relutante de deixar seus futuros netos e Arthur muito distraído com uma conversa com Hugo sobre tecnologia Trouxa de 2022 para apressa-la.

—Molly, querida! — Exclamou o sr. Weasley enquanto eles se viravam para sair, mais pelos apelos de seus filhos mais novos do que por qualquer outro motivo — você sabia que temos trouxas se preparando para ir a marte? Marte! Outro planeta…

Sua voz foi morrendo enquanto a porta fechava atrás dele, permitindo o grupo soltar uma risadinha com a animação do bruxo mais velho.

—Essa reunião foi basicamente inútil — grunhiu Draco — sinceramente, tudo que nós temos que fazer é sentar e ler? Eu esperava mais da organização que é a maior ameaça contra o Lorde das Trevas.

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—É que ao contrário certas pessoas, eles não colocam crianças para lutar. — Retrucou Hermione

Harry, porem, ainda olhava distante, um brilho malicioso no olhar.

—Não. Mas não seria a pior das ideias — murmurou ele

—O que você quer dizer, Harry? — Perguntou Lily, franzindo o cenho para o filho.

Rony sorriu abertamente, virando para Harry.

—Ah, diga que você está pensando no que eu estou pensando! — Ele exclamou animado

—Harry! Você não pode… quero dizer, seria brilhante mas… — Murmurou Hermione em conflito.

—Mas é melhor do que deixar eles sem treinamento — disse Harry olhando para os amigos — o que vocês acham? A ideia inicial ainda foi de vocês.

—Incrivelmente perigoso. Sem contar que estaríamos quebrando as orientações diretas da ordem.

—Hermione, você sugeriu que voássemos em trestrálios roubados para invadir o ministério da magia ano passado.

Ela bufou.

—Eu sei, vocês são péssimas influências em mim. Eu já tive bom senso.

Rony sorriu abertamente para a morena, seus olhos muito azuis brilhando.

—Isso é um sim?

—Claro que é. Quando eu não me envolvi em uma loucura com vocês? Eu botei fogo em um professor aos onze anos por vocês.

Todos em volta estavam ouvindo a conversa. Gina e Neville tinham sorrisos idênticos de quem estava entendendo a conversa, mas os marotos e seus amigos olhavam para o trio como se eles tivessem completamente perdido a sanidade.

—Ela incendiou um… — murmurou Sirius, mas ele foi interrompido por Harry, dizendo com um sorriso tão parecido com o de Lilian que por alguns instantes ele não era mais a cópia de James.

—Eu acho que nós vamos ter a nova Armada de Dumbledore.