Três gerações três tempos

Capítulo 13 - Quadribol


Harry teve que admitir que aquele fora um dos jogos mais acirrados que ele já jogara. Gina, James Sirius e Rose podiam ser artilheiros geniais, mas Teddy, Alicia e Draco (que certamente deveria tentar abandonar a posição de apanhador e tentar artilheiro na próxima temporada) eram brilhantes. O único ponto que puxara um pouco o time para trás era que os três não se conheciam e não conseguiam planejar estratégias silenciosas com tanta precisão quando James Sirius e Rose (E Ginny, que sendo uma Weasley pareceu se adaptar bem as jogadas da dupla)

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Harry perdera a conta de quantas vezes alguém de seu time fora quase derrubado por um balaço rebatido Sirius e Alvo (e sinceramente, eles o lembravam muito dos gêmeos Weasley jogando, tirando pela falta de sincronia que Fred e George tinham de sobra). Ele tinha que admitir que apesar de Lilian Luna ser uma ótima batedora, ela não conseguia se manter contra Sirius e Alvo (uma vez que seu parceiro, Frank, embora bom, não conseguira acompanhar muito bem o jogo, e fora derrubado da vassoura por um balaço de Sirius).

Se Harry achava que Rony era um bom goleiro, ele teve certeza nesse jogo. O único problema era que o filho do Malfoy era incrivelmente bom também, e o ruivo levou, obviamente, para o lado pessoal, deixando os dois goleiros em uma briga particular que prejudicou um pouco ambos os times. Claro que, pela metade do jogo, tanto ele quando Draco estavam berrando com seus respectivos goleiros para pararem de tentarem inflar seus egos.

Ele logo descobriu que, apesar de ter uma vassoura mais rápida, seu pai era um apanhador nato, e ambos viram e perderam o pomo três vezes antes de Harry pega-lo na quarta, tentando distrair um ao outro com movimentos. A verdade é que ele só pegara o Pomo por que conseguira executar uma Fita de Wrosky com perfeição no último segundo (coisa que seria incrivelmente mais complicado para James, com sua velha vassoura da escola).

—Isso era exatamente o que eu precisava — disse James, pousando no chão graciosamente e limpando o suor do rosto com o braço — um bom Quadribol contra um bom time.

Ele se virou para Harry, que igualmente suado estava pousando ao seu lado, o pomo de ouro ainda em sua mão.

—Você certamente é um bom apanhador, Harry.

O garoto sorriu para o pai, sentindo seu peito esquentar de felicidade.

—Acho que deve ser de família.

James sorriu de volta, mas qualquer resposta foi interrompida por um Sirius Black, passando voando perto do chão, passando a mão pelo cabelo olhado de James.

—De família? Não sabia que Lilian era uma boa apanhadora!

Harry deu risada enquanto James revirava os olhos e tentava acertar Sirius. Este, porém, já tinha voado em direção as arquibancadas, a risada ainda ecoando pelo campo. Harry seguiu ele com o olhar, o riso ainda brincando em seus lábios, e viu o futuro padrinho se inclinando na vassoura em frente a Remus.

—Se nós tivéssemos um artilheiro que jogasse metade do que nosso filho joga — disse Gina parando ao lado de Harry, o cabelo ruivo e suado preso num rabo de cavalo bagunçado — nenhum time teria a menor chance.

James Sirius, que ainda voava por cima de onde as pessoas estavam reunidas, desceu um pouco para sorrir orgulhoso para a mãe, sem desmontar da vassoura.

—Obrigada!

Lilian Luna se uniu ao grupo a pé, sorrindo para a mãe, a vassoura nas costas e ambos os braços descansando nela.

—Difícil não ser bom em Quadribol quando um de seus pais foi capitão de um dos melhores times da liga.

Harry franziu as sobrancelhas.

—Eu? Eu nem pretendo…

James Sirius e Lilian Luna deram risda.

—Não você, pai. A mãe. Apanhadora, capitã do Harpias de Holyhead. O time ganhou todos os campeonatos enquanto ela foi capitã.

Gina abriu um sorriso de orelha a orelha, os olhos castanhos brilhando.

—Sério? Capitã do Harpias?

Após receber a confirmação dos filhos, ela virou para Harry, as sobrancelhas erguidas e os braços cruzados. Apesar disso, os lábios ainda carregavam o sorriso brincalhão.

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—Você achou que era você?

Harry corou, tentando segurar as mãos da namorada, sem sucesso.

—Ah, ela falou apanhador, e “pais”… Eu estou muito orgulhoso de você, nunca duvidaria que você chegaria a capitã. Você já está quase roubando meu posto e mal chegou no time.

Ela relaxou os braços e deixou ele pegar as suas mãos, puxando ele para um selinho.

—Eu sei, eu só estou enchendo seu saco. Eu só estou feliz que eu vou conseguir, agora eu posso usar esse argumento da próxima vez que minha disser que “eu tenho que achar um emprego de verdade”.

Harry sorriu.

—Bom, eu concordo com o que disse sobre James Sirius, mas eu fiquei mais surpresa com a Lilian Luna, ela tem uma direita assassina.

A ruiva sorriu, fazendo uma continência irônica antes de vira-se para procurar seu namorado na arquibancada. Harry olhou para o grupo, o sorriso descontraído ainda no rosto apesar do calor que ele sentia exalando de seu corpo. Seu olhar encontrou a única pessoa que não conversava animadamente com alguma das pessoas, Draco Malfoy, que sentava quase tocando o chão na vassoura.

—Malfoy — Ele exclamou, ando alguns passos em direção ao garoto.

O loiro virou o rosto de supetão, a expressão de desgosto e superioridade ainda instalada em seu tosto, e Harry se perguntou se valeria a pena falar o que ele estivera pensando.

—Potter — ele respondeu, e seu tom quase fez Harry desistir

—Você deveria tentar jogar como artilheiro ao invés de apanhador.

—Você só quer não ter que me enfrentar no Quadribol na próxima temporada.

Harry revirou os olhos e olhou convencido para o garoto.

—Malfoy, eu estou dizendo que você joga melhor na outra posição, eu estou ajudando o time da Sonserina. Não seja um idiota.

Draco abriu a boca, provavelmente para responder algo irritado, mas fechou-a. Ele fez uma careta de leve, como se engolindo o próprio desgosto e finalmente disse

—Você é o cara que deu o nome do filho de “Alvo Severo” e o idiota sou eu?

Harry tentou riu pelo nariz, virando o rosto.

—Não comenta sobre esse fato.

Harry virou ao ver James chamando seu nome para conversar sobre algum movimento de Quadribol, e ele se afastou de Draco com um aceno de cabeça cordial (enquanto o loiro mantinha a mesma cara de desgosto elevada). No final, tudo que James queria era uma volta na Firebolt, o que resultou numa pequena, porém calorosa discussão entre Sirius e James.

—Ele disse que eu podia voar primeiro.

—Eu sou o padrinho!

—Eu sou o pai.

Harry deu risada.

—Tecnicamente, quem me deu a vassoura foi o Sirius.

Sirius apontou o dedo para James com uma exclamação convencida.

—Mas — continuou Harry — eu disse que ele poderia voar primeiro, Sirius.

James deu uma risada vitoriosa, puxando a vassoura da mão de Harry antes que ele mudasse de ideia e saindo em direção ao céu. Ele quase caiu na primeira curva, encurvando o corpo muito mais do que necessário, fazendo a vassoura fazer um pequeno círculo em torno de si mesma. Sirius ria do grito que James soltou, o que fez o grifinório se forçar a retomar controle da vassoura. Em pouco segundos ele já conseguia maneja-la com a sutileza requerida, e quando ele desceu de volta, ele sorria como uma criança.

—Eu nunca mais vou aguentar voar com uma vassoura do meu tempo de novo.

Sirius mal deu tempo para James formular uma segunda sentença, pegando a vassoura e saindo do chão antes mesmo de sentar propriamente na vassoura. No momento de estabiliza-la, ele fez a vassoura despencar alguns metros, mas assim com o James não demorou muito para entender a delicadeza requerida para os movimentos.

—Eu não sei o que se move primeiro — disse Sirius ofegando ao voltar para o chão — eu ou a vassoura!

Harry sorriu, pegando-a de volta.

—É como se ela soubesse que movimento você quer fazer, não é?

No fundo, Alvo Severo deu risada. O pequeno grupo que havia se juntado em ordem a ver os dois voarem (que incluíam algumas pessoas que antes estavam na arquibancada, como Remus) se virou para o garoto do futuro.

—Firebolt é uma boa vassoura, mas esperem até a Nimbus 2030, ou a Firebolt IV.

Eles começaram a caminhar de volta para a sala precisa, suados e cansados, mas com certeza mais animados do que antes. Até aqueles que não tinham jogado Quadribol estavam conversando, com a mesma boa-disposição que os demais. A exceção era Draco Mafoy, que fechava o cortejo de adolescentes animados, seguindo em silêncio com a sua vassoura nos ombros. Apesar disso, ele parecia mais relaxado, e sua expressão não carregava nem o desgosto nem a amargura tão frequente.