True love's kiss

O nascimento do autor


—Emma, respira por favor! – pediu Regina, que tremia por todos os lados.

—Oh, sim, é fácil falar!

—Estás nevosa porque vais ter um filho ou porque sou eu a conduzir?

—Que piada Sra. Perfeita! Ahhhhhh!!!!

—Calma, estamos quase.

—Ainda é muito cedo, só devia ser daqui a duas semanas… - disse Emma baixinho.

—De certeza que vai correr tudo bem. – A morena deu a mão à loira, tentando transmitir-lhe força. Mas Regina tinha um mau pressentimento, algo não estava certo!

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Assim que chegaram ao hospital, Regina chamou alguém que pudesse vir buscar a loira. Uma enfermeira chegou com uma cadeira de rodas e ajudou a morena a tirar a grávida do carro. Elas fizeram o caminho até ao corredor das urgências o mais depressa possível.

—Esperem aqui.

Mas Emma ficava cada vez mais nervosa, e o espaço entre as contrações eram cada vez menos! O médico estava a demorar muito tempo, e não tardou até Regina começar a barafustar para tudo o quanto eram médicos e enfermeiros.

—Miss Emma Swan. – Chamou uma voz familiar.

—Dr. Whale! Finalmente…

—Sim, finalmente – disse Regina com uma cara impaciente.

—Doutor não estou a perceber, era suposto o parto ser só daqui a duas semanas!

—Vai ter de ser ligeiramente prematuro Miss Swan, mas não há problema. Não é uma situação assim tão incomum. Devido à posição do bebé será um parto natural como já tínhamos falado.

Emma segurou a mão da morena com força… estava aterrorizada! Mas a Perfeita percebeu, e ao olhar nos olhos de Emma, sentiu confiança suficiente para fazer um pedido ao médico.

—É possível prestar assistência ao parto, doutor?

—Ah, bem… não é um pedido muito ortodoxo, mas tendo em conta a situação em que Miss Swan se encontra… - ele hesitou por momentos – vou aceder ao pedido. Isto caso Miss Swan esteja de acordo claro.

—Sim! Obrigada Regina! Obrigada! Ahhhhh!

As dores de Emma aumentavam cada vez mais! Era preciso começar o parto de imediato. Entraram numa sala completamente estéril e muito pouco acolhedora. Emma e Regina encontravam-se rodeados por um médico e duas enfermeiras. Durante uma hora a morena não saiu da beira da loira, não lhe largou a mão, não deixou de lhe sussurrar palavras amigáveis…, mas o bebé teimava em continuar dentro do corpo de Emma, e a cada minuto parecia estar a destruí-la cada vez mais! Ela estava suada, sentia-se sufocada pelo ar que circulava naquela sala, e não estava a conseguir aguentar mais a dor.

—Eu não consigo…

—Emma, vamos está quase, não podes desistir!

—Não… eu não…algo não está bem... – Emma desmaiou.

—Emma! Emma! – chamou Regina desesperada.

Os minutos seguintes foram muitos rápidos! A linha de pulsação de Emma caiu para 0; o médico usou o desfibrilhador para a reanimar, e embora bem-sucedido, ela continuava num sono profundo; Regina estava em pânico, e foi obrigada a sair da sala! Uma surdez momentânea invadiu-a. Os passos das pessoas ecoavam bassos nos seus ouvidos, deixou de ouvir as vozes próprias do hospital, tudo lhe parecia insignificante naquele momento. Regina deixou-se cair na cadeira mais próxima que encontrou e chorou compulsivamente.

—Ora ora ora, o que é que nós temos aqui… - disse uma voz convencida.

—Tu…

Era Mr. Gold! Os dois entreolharam-se durante alguns momentos. O olhar desesperado da morena não se comparava à malícia e satisfação nos olhos do Senhor das trevas.

—Tu destruis-te a vida da Emma! – acusou ela, aproximando-se – Se ela morre o nosso acordo acaba ouviste! E eu acabo contigo!

—Calma princesa…

—Tu mentiste-me! Enganaste-me! As vantagens de que falaste… são tudo obstáculos!

—Quem disse que a vida era fácil Sra. Perfeita? – ele parecia radiante com o sofrimento de Regina – Eu posso fazer muita coisa Miss Mills, mas não posso roubar ninguém à morte.

—Sra. Perfeita! – chamou o médico que assistia Emma no parto – recorde-me qual o seu tipo de sangue?

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—Eu… ah… O-. Porquê?

—Miss Swan está estável, e o bebé também! Conseguimos fazer uma cesariana. Mas a mãe perdeu muita sangue, é urgente uma transferência de O- e as nossas reservas estão esgotadas!

Mr. Gold parecia incrédulo! Regina percebeu isso… mas o que será que aconteceu? Não é suposto o senhor das trevas ter sempre tudo controlado?

—Parece que tu não, mas eu posso sim roubar alguém à morte! – terminou Regina, intimidadora.

Mr. Gold olhou-a com desdém antes de se ir embora. Regina fez o que tinha a fazer. Tirou do seu sangue e os médicos fizeram a transferência para Emma. A partir daquele dia, Regina seria uma parte da loira, o seu sangue correria livre por outro corpo, e misturar-se-ia com ele. Ela uma ideia que de certo modo reconfortava Regina, parecia que as aproximava. Ela passou horas no hospital, à espera que a amada acordasse, à espera de poder ver o bebé… Às duas da manhã decidiu ir beber um café, e enquanto caminhava pelos longos corredores observava os nomes dos pacientes, escritos em placas embutidas nas portas. Ela reconhecia a maioria deles, eram seus súbditos, amigos e família! A última porta antes da máquina do café tinha um nome que ela desejava com todas as suas forças que não estivesse lá: Henry Mills. Mordeu o lábio e depois de um longo suspiro, entrou. O seu pai jazia imóvel na cama, pálido e envelhecido, como se os anos tivessem passado por ele com o dobro da velocidade! A morena sentou-se num cadeirão próximo da cama e cruzou os braços sobre os lençóis, apoiando neles a cabeça cansada e despenteada. Nesse momento apercebera-se do quão egoísta fora, o mal que fizera a tanta gente. Sacrificara tudo e todos por si, para poder amar livremente. Não era justo! Seria a primeira coisa que ela iria mudar quando regressasse ao seu reino! Regina Mills tinha agora um objetivo: mudar mentalidades. Mas para isso teria de ser forte o suficiente para completar o que fora ali fazer! Ela teria de conquistar Emma e obter o beijo do verdadeiro amor. E estava cada vez mais perto. Teria de fazer isso, pelo seu pai, pelo seu reino, e sobretudo por si! Porque por muito que Regina se preocupasse com tudo e com todos, ela queria ser feliz, queria viver sem arrependimentos ou pesos na consciência, e queria poder deitar-se todas as noites ao lado da mulher que ama sem ser julgada ou condenada.

—Eu vou conseguir pai! Eu prometo! – disse ela confiante, agarrando a mão do velho, que curiosamente estava quente e aconchegante, como se estivesse preparada para acolher a sua.

A morena saiu do quarto e foi buscar café. Quando voltou à cadeira que lhe servira de cama por umas boas horas teve uma boa notícia: Emma acordara! Bebeu o resto da bebida quente de um só trago e foi ter com Miss Swan, que amamentava pela primeira vez o seu filho.

—Posso entrar?

—Claro… vem ver! Ele é lindo! – convidou a loira, com uma voz ainda fraca.

O filho de Emma era o bebé mais lindo que Regina alguma vez vira! Era quase do tamanho de duas mãos juntas, com bochechas rosadas e imenso cabelo (possivelmente o que aquele ser tinha de maior, de momento). Ela ficou a admirá-lo por minutos intermináveis. Nem sabia o que dizer, mas de uma coisa estava certa… ela queria que aquele menino também fosse seu! Queria cuidar dele, tal como Emma iria fazer. Queria formar uma família.

—Como é que lhe vais chamar?

Emma sorriu com os seus maravilhosos lábios rosados e pronunciou o nome completo:

—David Henry Swan.

—David é o nome do teu pai. Mas Henry… porquê?

—É o nome do teu pai… certo? – confirmou Emma.

Regina derreteu por dentro. Seria possível que ela amasse Emma ao ponto de lhe fazer aquela homenagem? A loira sorriu abertamente.

—Podes pousá-lo no berço por favor?

—Eu?! Sim!

Regina segurou o pequeno Henry nos braços, um corpo quente e reconfortante. Aquele bebé, que inicialmente intimidara Regina, representava para ela o início de algo muito forte! Tinha o pressentimento de que ele seria o autor de uma história que mudaria a sua vida para sempre. Embalou-o durante algum tempo, até que ele adormeceu e ela deitou-o no berço. Depois dirigiu-se novamente para Emma.

—Ele é perfeito Emma… tal como a mãe. – disse Regina, quase num sussurro, mas a loira tinha ouvido.

—Regina, podes chegar aqui… - pediu Emma. A morena assim o fez, e a loira pegou-lhe na mão de maneira carinhosa – Tu também és perfeita.

Emma tocou na face dela e puxou-a para junto de si, beijando-a intensamente.