True Love? False Love?

Conhecendo Londres


Já estava me dirigindo para o carro do Ian quando o vi negar com a cabeça.

–Negativo, meu bem. Se quiser conhecer a cidade temos que ir por isso aqui.

Não entendi muito bem o que ele queria dizer. O Ian foi para a garagem e quando voltou, estava segurando uma bicicleta que parecia que tinha saído daqueles filmes antigos e românticos.

–É sério mesmo Ian?

–Acha que estou brincando?!

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–Pelo menos não é rosa decorada com florzinhas, né? –Comecei a rir da careta que ele fez e quando tentei ficar séria, ele veio com outra frase:

–Aquela bicicleta não era minha... Espera! Como você sabe?

Eu não fazia ideia do que ele tava falando, então comecei a correr e ele veio atrás de mim.

Estava andando pela rua olhando para Ian que estava no meu lado e por isso não vi o poste que estava bem na minha frente.

–Qual é poste! Podia ter saído da frente! – Resmunguei indignada.

Ainda bem que esbarrei nesse poste, pois se não tivesse, não teria visto o pequeno cartaz pendurado.

–Ian, olhe! – Exclamei mostrando para ele o que estava escrito.

–O que foi, Amy?

Nós dois fitamos o papel que dizia que as aulas da faculdade haviam sido adiadas, e por isso teríamos mais uma semana de férias.

As nossas expressões faciais eram completamente opostas. Enquanto eu estava com uma cara emburrada, pois assim não teria meus estudos como já tinha planejado, Ian estava com a cara mais alegre do mundo. Afinal, ele nunca foi muito de estudar, mesmo sendo muito esperto.

–Sabe o que isso significa Amy?

–O quê?- Quis saber.

–Mais passeios e festas antes das aulas começarem! Uhul!

Achei a atitude dele engraçada, mas continuei meu caminho. Ian que ainda não tinha se dado conta disso, veio meio correndo até mim e não perdeu a chance de me colocar sentada na bicicleta logo atrás dele, e assim fomos seguindo o caminho.

Ian parou a bicicleta encostando-a em uma parede enquanto tapava meus olhos com suas mãos.

–Para quê isso, Ian?

–É surpresa, oras! Se eu contar não vai ter graça.

Então ele foi me guiando até estarmos sentados em volta de uma mesa dentro de algum lugar.

Soltou as mãos de meus olhos e eu olhei admirada para o lugar. Era uma sorveteria retrô e estava quase vazio, mesmo o lugar parecendo bom.

Ian retirou o cardápio das minhas mãos e falou:

–Já fiz o seu pedido.

–Mas tu nem sabe qual sabor eu prefiro!

Não pude protestar contra isso porque o garçom já estava chegando com duas taças grandes de sorvete com cobertura de chocolate.

Quando o garçom deixou o meu sorvete na minha frente deu uma piscada e saiu sorrindo, atitude que o Ian não pareceu gostar nem um pouco.

–Que foi?

Ele não me respondeu diretamente, mas resmungou alguma coisa como “que garçom intrometido”.

–O meu sorvete está ótimo! – Exclamou Ian que segurava uma colherada de sorvete de nozes.

–O meu também! Como sabia que menta com chocolate era o meu preferido?

–Há! Tu nem faz ideia do que eu sei sobre você!

Logo que disse isso, percebeu que falou demais e passou o resto do tempo na sorveteria comendo o sorvete sem falar. Eu, que estava na sua frente, e que minha visão era o balcão onde o garçom que nos atendeu estava, fiquei o encarando. O garçom do outro lado parecia fazer o mesmo. Que era, aliás, muito bonito – pensei. Ele era alto, loiro, de olhos azuis, e aparentava ser muito gentil e amigável.

–Por que tá olhando tanto para lá? – Perguntou Ian e logo se virou para ver do que se tratava. Desviei o olhar para um quadro na parede, mas mesmo assim ele percebeu o fato de eu estar olhando admirada para o garçom.

–Acho que já terminamos aqui por hoje, não é mesmo Amy? – Ian já estava meio bravo.

–Hum... Acho que sim.

Nos dirigimos para o balcão para podermos pagar, e lá estava novamente o tal garçom.

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Ian o olhou com cara de poucos amigos e o pagou. O garçom não perdeu a oportunidade e me deu escondido um bilhetinho com seu telefone.

Eu que nunca tinha recebido nada como isso, achei engraçado e guardei o bilhete.

Saímos da sorveteria e lá fora o Ian conseguiu sorrir novamente.

–Achei aquele cara muito espertinho.

–Que nada, ele foi um fofo!

Ri da cara dele e fomos até a bicicleta.

–Qual será nosso próximo destino?

–Vamos dar uma voltinha perto do palácio real.

Chegando lá, demos algumas voltas e tentamos falar com um dos guardas.

–Olá seu guarda! Poderia dar passagem para nós passarmos? –Perguntei educadamente.

–Sinto muito, mocinha. Não podemos dar passagem para ninguém.

–Ah, por favor, cara!

–Já disse que não. Por favor, se retirem.

Como não queríamos discutir, saímos de lá.

–Sério mesmo isso? Que coisa. – Reclamou Ian.

–Não se preocupe Ian. A tarde foi muito agradável e acho que já podemos voltar para casa.

–Ainda não. – Com um sorriso de lado ele me puxou com a mão até pararmos na frente de uma enorme roda-gigante.

–Espera aí... Esse é o London Eye?

–Esse mesmo, Amy.

–Sinto muito, mas não subo aí nem me pagando.

–Ah, mas vai sim.

–Claro que não. Sabia que isso aí tem 135 metros e que vamos ficar trancados nas alturas por trinta minutos? Além de, é claro, ser tudo de vidro e ter uma visão 360 graus da cidade?!

–Agora não é hora para ser nerd Amy! Por favor, até porque já é nove da noite e às nove e meia fecha hoje. Vamos lá comprar os bilhetes.

Paramos na fila e logo chegou nossa vez. Ian pagou pelos dois ingressos, mesmo eu protestando, e seguimos para a roda-gigante.

Já era nossa vez de subir e não tinha mais ninguém na fila, por isso fomos somente nós dois naquela cabine onde caberiam 25 pessoas.

A roda-gigante começou a subir e lá fora já estava escuro. As luzes da cidade decoravam tudo e deixavam o lugar inteiro bonito, tanto que parecia se tratar de um sonho.

Ian, que nada mais tinha dito, começou a se aproximar de mim e eu comecei a ir para trás. Fiquei apenas entre ele e o banco. Parecia que ele ia me beijar, mas para me salvar na última hora...

Meu celular estava tocando.

Ian se afastou não gostando nem um pouco.

–Poxa Amy, não precisa atender não.

–Sinto muito Ian, mas agora não da mais.

E atendi ao telefone. Era Nellie, e só aí foi que eu percebi que não tinha mais dado notícias.

–Nellie, que saudade! – E então conversamos um tempão, até dar o tempo de descermos da roda-gigante.

–Desculpa Ian.

–Não tem problema... Mas a Nellie me paga!