POV Stefan

Neste exato momento estou sentado na minha cama, olhando para o chão e ainda tentando entender tudo o que aconteceu mais cedo. Primeiro: depois de três anos encontrei a primeira mulher por quem eu fui apaixonado. Segundo: ela deu em cima de mim, ela nunca fez isso! Terceiro: quase nos beijamos. Quarto: só não a beijei porque me lembrei da Elena. Sinceramente, acho que estou ferrado! Acho que algum tipo de sentimento meu voltou, não queria estar ainda sentindo algo por aquela vadia, mas estou. Ver ela depois de tanto tempo, com aquele seu olhar sedutor e seu sorriso malicioso, me fez lembrar-se de quando eu era completamente apaixonado por ela. Acho que eu nunca estive tão fodido na minha vida amorosa, eu estou apaixonado por uma mulher rica e completamente o oposto de mim, e estou sentindo algo pela a vadia por quem eu já sofri muito na minha vida. Ás vezes me impressiono com essa minha sorte.

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Levanto da cama e subo as escadas em direção do quarto de Elena, bato na porta.

–Oi, algum problema? – ela pergunta já de camisola.

Não consigo controlar meu olhar, e então eu a olho de baixo á cima.

–Hã... Preciso de uma amiga – digo.

Ela abre espaço para eu entrar no quarto, sento na cama e ela faz o mesmo.

–O que foi? – pergunta.

–Bom... Depois de eu te deixar na faculdade, fui visitar um antigo amigo meu na comunidade, conversamos, até que ele me diz que Katherine estava de volta.

–Katherine? – ela pergunta sem entender.

–Ela é a mulher por quem eu me apaixonei.

Ela fica surpresa.

–E sim eu meio que menti para você.

–Como assim?

–Não me apaixonei por ela quando eu era adolescente, me apaixonei por ela há seis anos... Passei três anos da minha vida sofrendo por ela, só não continuei porque minha mãe tinha morrido e então ela foi embora da comunidade.

–Nossa, não sei o que dizer... Ela foi o seu primeiro amor?

–Foi... E por isso não é uma coisa boa.

–Como assim?

–Quando eu estava saindo para entrar no carro e te buscar na faculdade, ela apareceu, e me abraçou, disse que sentiu minha falta e deu em cima de mim... Eu acho que ainda sinto algo por ela.

Vejo que Elena ficou meio desapontada e desconfortável com tudo isso. Por acaso ela está com ciúmes?

–Não, você não pode!

–O que?

–Se apaixonar por ela.

–Por quê?

Ela fica calada me olhando.

–Por que eu não posso? - repito a pergunta esperando uma resposta, que ela possa assumir seus sentimentos.

–Porque ela te fez sofrer, brincou com os seus sentimentos... E você merece muita coisa melhor que ela.

–Acho que a única pessoa com quem eu quero ficar realmente, não deseja o mesmo – digo.

Ela entende o que eu disse, e fica meio sem jeito.

–Mas você está certa, não posso me apaixonar por ela.

Ela sorri.

–Não vou sofrer pela a mesma mulher.

–O que seria de você sem mim? – diz se gabando.

Rio e a abraço.

–Obrigado.

POV Elena

Entro no carro com alguns livros e um notebook nas mãos.

–Oi – digo a Stefan sem ao menos olhar em seu rosto, porque estou olhando para o notebook.

–Oi, que ir para casa? – pergunta.

–Sim – digo ainda digitando feito uma louca.

Ele começa a dirigir.

–Está tudo bem? Você está meio exausta né?

Suspiro e olho para ele.

–Tenho tanta coisa a fazer que eu nem tenho tempo para respirar, muito menos para descansar.

Ele ri.

Volto a escrever e me concentrar.

Depois de alguns minutos olho para a janela e vejo que o caminho é outro.

–Eu disse que eu queria ir para casa – digo.

–Eu sei.

–Mas não estamos indo para casa.

–Eu sei.

Bufo.

–Stefan.

–Calma, confie em mim – ele me dá um sorriso, que me faz esquecer-se de todos os problemas.

Largo os livros e o notebook no banco, e fico observando a paisagem. Até que ele para em frente á um parque de diversões.

–Um parque? – pergunto.

–Por que não? – ele sai do carro, faço o mesmo.

Caminhamos até a entrada, compramos alguns ingressos e entramos.

–Quer ir aonde primeiro? – pergunta.

–Hum... Deixa eu ver – fico olhando ao meu redor, vejo uma máquina – eu quero aquele urso – digo correndo até a máquina parecendo uma criança.

Ele aponta e concordo com a cabeça.

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–Quer que eu tente? – pergunta.

–Não, eu quero tentar.

Tento na primeira vez, mas não consigo. Tento a segunda, não consigo de novo.

–Tenta você – digo saindo da frente da máquina.

Ele se posiciona e se concentra, porém não consegue. Na segunda tentativa, ele tenta e finalmente consegue. Ele pega o urso e me entrega.

Dou um gritinho e pulo em cima dele, dando um abraço.

–Obrigada – digo em seu ouvido.

Ele me levanta durante o abraço, fazendo meus pés saírem do chão. Olho para ele e ele sorri para mim, faço o mesmo. Ele me põe no chão.

–Que tal irmos à montanha-russa?

Olho para a montanha-russa e vejo que é enorme, e bem rápida.

Dou um gemido e nego com a cabeça.

–Eu consegui um urso para você – diz.

Encaro-o.

Ele balança os ombros.

–Tá – digo finalmente.

Ele sorri e me puxa para a fila da montanha-russa.

Chega a nossa vez, entramos no carrinho e ele começa a subir. Entrelaço meu braço no dele e me encolho bem perto dele, seguro sua mão bem forte e fico bem nervosa. Ele me olha e olho para ele, ele aproxima seu rosto do meu, fico parada esperando ele me beijar, porém o carrinho desce em alta velocidade. Grito e ao mesmo tempo me encolho perto dele, enquanto ele levanta o outro braço e ri. O carrinho para, me solto lentamente dele e respiro fundo.

–Nunca mais – digo.

Ele ri.

Ele sai e me ajuda a sair do carrinho. Andamos pelo o parque, até que paramos em frente da roda-gigante. Ele olha para mim.

–Ah não... – digo.

–Por quê? Isso é tão calmo.

–Mas é alto.

Ele estranha e me encara.

–Você tem medo de altura?

–É – digo.

–É só uma roda-gigante.

Penso, mas acabo concordando.

Sentamos na cadeira e a roda começa a girar, me agarro a ele novamente, fico abrindo e fechando os olhos. Chegamos ao ponto mais alto.

–Ei, olha essa vista – diz.

–Vou cair – digo.

–Segura minha mão e prometo que não vai.

Ele estica o braço, entrelaço minha mão na sua e aperto. Sinto confiança ao tocar na mão dele, sei que posso confiar nele e sempre que eu estiver com ele, estarei segura. Levanto a cabeça e observo a paisagem.

–É lindo – digo.

–Está vendo? Não tem o porquê de ter medo – ele olha para mim com um sorriso.

A roda gira mais algumas vezes, até que voltamos ao ponto mais alto e a roda para.

–Ah meu Deus! – grito – vamos morrer!

–Elena, calma!

Entro em desespero, tenho muito medo de altura e ainda fico presa em uma roda-gigante.

Abaixo a cabeça e fecho os olhos, sinto as lágrimas vir.

–Ei, Elena – ele levanta minha cabeça, ele a segura, me fazendo olhar em seus olhos – não vai acontecer nada ok? Vai dar tudo certo, daqui a pouco estaremos lá em baixo, confie em mim.

Concordo com a cabeça.

Ficar olhando para seus olhos verdes, é como se eles te hipnotizassem, e você não consegue controlar seu corpo e sentimento. Aproximo meu rosto do dele, faço nossos narizes encostarem um no outro. Sinto meu celular vibrar, me afasto dele e vejo que é o Matt. Meu coração acelera e atendo rapidamente, mas a ligação cai. Tento ligar, porém não consigo.

–Quem era? – pergunta ele.

–O Matt – digo discando o número dele novamente.

Tento várias vezes, mas nem chamando o telefone está. Bato minha mão em minhas pernas e começo a chorar, abaixo a cabeça.

–Lena... – ele desliza sua mão em minhas costas.

–Não – olho para ele – ele estava me ligando, eu quase consegui ouvir a voz dele, mas não deu e... – fecho os olhos e deixo as lágrimas descerem – eu só queria ouvir a voz dele.

Sinto suas mãos em meu rosto, abro os olhos, ele seca as minhas lágrimas.

–Calma, se ele quiser falar com você ele irá ligar.

–Mas...

–Você já tem muitos problemas, esqueça esse e se divirta pelo menos por alguns minutos.

Concordo com a cabeça.

A roda-gigante volta a se mover, respiro aliviada, olho para o meu celular e penso nele. Como eu queria ouvir a voz dele, nem que fosse para ele terminar comigo, mas eu queria ouvi-lo e acabar com todo esse meu sofrimento por ele.

Saímos da cabine e andamos, fico calada pensando no Matt. Stefan fica em minha frente, segura em meu rosto.

–Sorri e me diz aonde quer ir – diz ele.

–Não estou mais disposta a nada.

–Aonde quer ir? – insiste.

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Depois de gastarmos o resto dos ingressos que tínhamos, decidimos ir embora, mas antes pegamos um algodão doce. Entramos no carro, Stefan começa a dirigir enquanto dou algodão doce em sua boca.

–Quero mais – diz ele.

–Assim você vai comer tudo – digo colocando um pedaço em sua boca.

–Sou guloso – diz com boca cheia.

Rio de sua voz.

–O que foi? – ele pergunta.

–Nada – continuo a rir.

Ele abre a boca. Encaro-o, e ele concorda com a cabeça, ponho mais algodão.

Chegamos em casa, entramos rindo e continuo a colocar algodão na boca dele. Só ele para me fazer ir a todo instante e me fazer esquecer-se de todos os problemas que tenho. Viro-me para frente e o vejo em pé me olhando.

Paro de rir das piadas de Stefan. Meus olhos se enchem de lágrimas e meu coração dispara.

–Matt – digo.