True Love

Sun may shine, but right now it won't rise


O dia da mudança começou como todos os outros. O despertador tocou exatamente às 7h42 e após tatear cegamente pela mesinha da cabeceira tentando desligar a música maldita Nico ficou 10 minutos olhando pro teto questionando todas as decisões que ele já tomou na vida. Depois de uma rodada generosa de autocomiseração e crise existencial, ele finalmente se levantou da cama e se preparou no melhor de suas habilidades pra enfrentar mais um dia (o que, infelizmente, não queria dizer muita coisa).

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Quando Nico chegou no café, Hazel já estava esperando por ele em uma cabine ao fundo com uma bebida à sua frente, distraída com o celular. Com um suspiro, o garoto se jogou no banco da forma mais dramática que conseguiu sobressaltando sua meia irmã.

"O que tem de tão interessante nessa coisa aí?" perguntou desconfiado olhando pro celular que ela escondeu rapidamente.

"Eu não sei do que você está falando" respondeu Hazel tentando fazer a expressão mais inocente possível segurando sua bebida.

Nico a encarou mais alguns segundos, mas a expressão da garota nem vacilou. Por fim, ele suspirou mais uma vez e desviou o olhar, se ajeitando melhor no banco. Ela deu uma risadinha, sabendo que tinha vencido.

"Então, tudo certo para a mudança?" mudou de assunto.

"Essa é uma palavra muito forte" resmungou Nico observando o fluxo de pessoas na loja. "O mais encaminhadas possíveis dadas as circunstâncias".

"O prédio é ótimo, juro. É bem do lado da nossa república, então se as coisas ficarem demais você sempre será bem vindo pra se trancar no meu quarto e tocar aquela gritaria terrível que você chama de música na altura que você quiser. E o Will é um querido, não tem como vocês não se darem bem. Ele é um ótimo colega de quarto."

Nico não respondeu, ainda observando distraidamente as pessoas do café. Todo mundo estava constantemente em movimento, preso em sua própria rotina, em seu próprio mundo. Todo mundo parecia ter um propósito, um lugar para ir. Menos ele.

As coisas... não estavam ideais ultimamente. Ele sentia que estava constantemente afundando, tentando desesperadamente se agarrar em alguma coisa, qualquer coisa, mas tudo parecia escorrer por entre seus dedos como areia. Por fim, os sinais começaram a parecer alarmantes o suficiente que ele contatou sua irmã, que lhe ofereceu um lugar para ficar e o tempo que ele precisasse, sem perguntas ou julgamentos.

"Nico" Hazel chamou suavemente após alguns instantes, vendo o rapaz perdido em pensamentos. Quando ele encontrou o olhar dela, ela sorriu. "Eu sei que parece que não, mas as coisas melhoram. Isso também vai passar."

"Isso é uma referência a alguma música daqueles meninos tristes que por algum motivo você gosta tanto?" ele disse por fim, tentando mudar de assunto.

Hazel soltou uma exclamação de indignação.

"Eu não vou aceitar nenhuma crítica musical vindo logo de você, pirralho!" ela bateu de brincadeira no braço dele e Nico deu uma risadinha. "Vamos indo, então. Thalia disse que já está chegando com a caminhonete".

[....]

"Isso é tudo?" perguntou Thalia com uma sobrancelha arqueada. Hazel tinha um olhar complicado no rosto.

Nico deu de ombros.

Ele morara a vida inteira com seu pai e todos os seus pertences, toda a sua vida até então, cabiam em um total de 3 caixas e 2 malas. Era um pouco deprimente quando você pensava por esse lado. Mas Nico já estava acostumado com "deprimente".

"Menos trabalho, eu suponho." Thalia também deu de ombros, pegando a primeira caixa.

Quando tudo estava carregado na caminhonete e eles se prepararam para partir, Nico lançou um último olhar para a casa e subitamente um pensamento lhe ocorreu.

"Como você disse mesmo que era o nome do meu novo colega de quarto?" franziu o cenho.

"Will Solace" respondeu Hazel do banco de carona. "Ele foi eleito como o melhor colega de quarto da faculdade numa pesquisa feita pela Annabeth."

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"Os resultados podem estar enviesados pela quantidade da amostra" opinou Thalia, "mas ele de fato conseguiu uma pontuação bem alta no questionário geral" concedeu.

Vendo a expressão de Nico pelo retrovisor, Hazel se virou para olhar pra ele.

"Por que, você conhece ele?"

Bom, pensou Nico. Essa é uma forma de dizer.