—Você viu meu pai? - Emma indagou a Cisco enquanto pegava um impulso para se sentar na mesa. Harry que estava mais afastado mergulhado em seu livro soltou um murmúrio de desgosto.

—Ele ainda não voltou da saída com Caitlin.

—Aliás, para onde eles foram?

Cisco e Harry se entreolharam como se decidisse ou não contar algo a ela.

—Eles foram visitar a avó de Caitlin. - Harry falou.

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—Por que eles foram ver a bisa Greta?

—Coisas, Emma. Muitas coisas. - o cientista murmurou como se quisesse mudar de assunto. Mas ela sabia exatamente que coisas eram essas, começava com C e terminava com “harlie”.

Respirou fundo tentando organizar seus pensamentos. Seus pais já sabiam um pouco sobre os Argonautas, não tanto quanto o necessário, mas o suficiente para não deixar certas pistas passarem.

—Você quer ir comer alguma coisa? - Cisco questionou chamando sua atenção. Assentiu e pulou da mesa. - O Big Belly Burger ainda está aberto no seu tempo?

—A carência de carne o fez fechar em 2028. - disse fazendo Cisco a olhar assustado, ela riu. - Estou brincando. Ainda está aberto, mas mamãe raramente me deixa ir lá. Segundo ela “Aquela gordura irá acabar entupindo suas artérias e lhe causando uma morte por infrator antes dos 26.” - imitou a fala de sua mãe da maneira mais realista possível. - Não levo tanto em consideração já que ela diz que o café logo irá acabar com o meu cérebro.

—Sua mãe parece a Caitlin quando começa a dar um sermão. - Cisco falou rindo ao final, Emma balançou a cabeça também rindo. Ele não fazia ideia.

Cisco a levou até a lanchonete e lhe comprou dois X-bacon com porção extra de batata frita. Emma tomava alegremente seu refrigerante médio quando seu tio questionou.

—Você tem irmãos?

Ela franziu a testa diante da pergunta.

—Três. - disse sabendo que aquela informação não mudaria nada. Mas Cisco pareceu surpreso com aquela revelação, porém mudou de assunto.

—Quando seus pais se conheceram? Porque você obviamente não é filha de Iris.

—Eu gosto da tia Iris, bem mais agora do que no futuro, sei que ela é uma boa mãe, mas não é a minha. - falou se lembrando da conversa que havia tido com a tia alguns noites atrás, o jeito simples e o sorriso fácil de Iris eram uma das coisas que Emma estava gostando atualmente nela. Ela sabia que os gêmeos tinham sorte de tê-la como mãe. - Papai e mamãe se apaixonaram primeiro para depois se conhecer, ela sempre fala isso. Mas não foi um amor convencional. Papai teve que aprender a amá-la.

—Como assim? - Cisco perguntou um tanto confuso.

—Mamãe é difícil de se amar. Como papai sempre fala com ela é oito ou oitenta, ela se dá por inteira quando sabe o que quer, mas se retrai quando está incerta. Já papai amou ela por saber que, embora fosse um tanto confuso o futuro deles, ele nunca a deixaria por nada, assim como ela nunca o deixaria. - tentou explicar o que era o amor de seus pais, embora soubesse que não houvesse palavras o suficiente para expressar o que eles sentiam um pelo outro. - O relacionamento deles não foi como os outros, não foi como Oliver e Felicity que se conheceram, se apaixonaram, se separaram e por fim casaram, nem como Kara e Mon-el que seguiram quase este mesmo clichê. Depois que eles se juntaram, quando eles ainda estavam aprendendo a se amar, nunca mais se separaram.

—Uou, isso… isso não parece nada com o Barry.

—Eu sei, e é por isso que a história de amor deles é tão especial. Para você ver como papai fugiu totalmente de sua essência ao conhecer mamãe. Quando ele se casou com Iris foi uma cerimônia simples, porém com um significado enorme. Mas com a mamãe foi diferente, ele a ama, porém não precisava de um papel para provar isso, eles só se casaram porque eu tinha que ter os nomes deles na minha certidão de nascimento. Mamãe nem queria se casar.

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—Quando você diz que eles estavam aprendendo a amar isso que dizer?

—Não se aprende amar, a não ser já que esteja se amando. Papai ainda não sabia que amava mamãe, mas ele a respeitava e, para mim, respeito é uma forma de amor. Pois quando se respeita se admira alguém. E é na admiração que o amor nasce, pelo menos uma das formas dele. Papai soube que quanto mais admira-se, mais respeita-se, mais amaria mamãe. Acho que foi o respeito mútuo que os deixou junto até hoje, assim como o amor incondicional.

Cisco depois de alguns segundos assentiu e riu, Emma franziu a testa.

—Você fala tão bonito, até parece que sabe o que é amor. Que foi está apaixonadinha? - ele atiçou, ela revirou os olhos, mas riu.

—Adolescentes não amam, tio. Não sabemos o que é o amor. - falou se lembrando das palavras de sua avó. - Agora vamos, porque por uma hora dessas papai já deve ter voltado.

Emma limpou as mãos nos guardanapos e se levantou. Seguiu Cisco até o carro dele, mas parou com a mão na maçaneta ao sentir um frio percorrer sua espinha. Se virou lentamente então o viu.

—Cisco, eu já voltou. - disse ignorando a confusão do tio e seguindo a figura até o beco sombrio. - O que você faz aqui? Por que ainda não voltou?

—Minha querida priminha. Você sabe como isso funciona, eu não posso ir antes de terminar o que comecei.

—Aaron. - o nome dele saiu com um tom de amargura. Tudo poderia ter sido diferente se Aaron não fosse um filho da puta metido a besta. - Eu não quero ter que brigar com você.

—Por favor, como se você pudesse me vencer. - ele desdenhou. Emma revirou os olhos e se posicionou pronta para luta. Aaron riu. - Sem poderes priminha.

—Como se eu precisasse deles para te vencer. - retrucou com um certo ânimo. Estava na hora de mostrar a Aaron o que ela havia aprendido com o Green Arrow.

Aaron avançou, Emma desviou girando o corpo e atingindo a lateral das costelas dele com um chute, o garoto se precipitou para trás um tanto surpreso, Emma continuou a atacar com socos e chutes, Aaron tentava revidar, mas a Allen tinha mais coordenação do que ele. Os dias de treinamento com Ally e Tommy finalmente estavam servindo para alguma coisa. No fim acertou Aaron com um chute no meio do peito o jogando para longe.

—Eu disse que não precisava de poderes. - soprou a franja para longe do rosto.

—Emma! - se virou olhando para Cisco parado na entrada do beco. Sorriu para o tio fazendo uma breve reverência. - Cuidado!

Ouviu o click de uma arma sendo engatilhada, se virou vendo a bala em vindo lentamente em sua direção. A desviou em direção a parede e voltou a velocidade normal. A bala acertou o tijolo o quebrando em alguns pedacinhos, Aaron avançou sobre ela, o brilho azul perolado que anunciava a abertura de um novo portal a cegou, fechou os olhos e quando os abriu novamente Aaron já não estava mais lá.

—Quem era ele? - Cisco indagou se aproximando dela.

—Aaron, meu primo. - resmungou passando a mão pela testa e limpando o suor. - Mas nada com que se preocupar, por enquanto. Para onde o mandou?

—Não importa, apenas vamos indo antes que mais alguém apareça e você dê uma de Jack Chan. - ele murmurou a empurrando pelos ombros até o carro. - E por falar nisso, como você aprendeu isso? Esses golpes?

—Algumas horas de treino com tio Ollie. Mas nunca conte ao papai ou ele me joga na speed force e não me tira tão cedo.

Cisco gargalhou alto com aquilo.

[...]

O carro de Caitlin já estava lá quando eles voltaram ao laboratório. Emma sorriu feliz enquanto caminhava ao lado de Cisco pelos corredores até o córtex, gostava de passar um tempo com seu tio, principalmente quando eles discutiam sobre alguma teoria científica ou sobre uma nova série que havia estreado.

—The Legend of Zelda ainda é um clássico, você tem todos os jogos lançados. Tia Cindy reservou o porão apenas para sua coleção, se alguém chega perto você já ameaça mandá-lo para alguma terra distante. - disse se lembrando das inúmeras ameaças vindas da parte de Cisco para as crianças que corriam pela casa.

—Cara, eu realmente amo a Gypsy, se ela realmente me deixar ter um porão cheio de games, ela é realmente a mulher da minha vida. - ele falou com um certo brilho no olhar. Emma riu, o amor dos seus tios era uma coisa muito bonita de se ver. Eles entraram na sala entre risadas baixas, Emma olhou ao redor, mas não viu ninguém.

—Eles não estão aqui? - se virou para Cisco que deu de ombros.

—Acho que Cait está na enfermaria.

—Vou lá.

Se afastou do tio e seguiu até a sala da enfermaria. Encontrou Caitlin sentada sobre a maca, ela escondia o rosto entre as mãos e chorava baixinho. Emma se aproximou com cuidado temendo assustá-la.

—Caitlin? - a chamou. A doutora rapidamente se recompôs limpando as lágrimas e se virando para ela com um sorriso forçado.

—Querida, quando você chegou? - ela indagou, o leve temor em sua voz indicava a tristeza que Caitlin tentava esconder.

—O que houve? Você está bem?

—Não é nada. Apenas umas coisas que aconteceram para onde eu fui. - Caitlin falou pulando da maca e secando as mãos nas calças.

—Sabe, eu não sou especialista no amor. Mas acho que sei quando vejo um coração partido. - disse com calma ainda se aproximando dela, o olhar de Caitlin vacilou e novas lágrimas surgiram em seus olhos. - Você não precisa me contar o que aconteceu, mas saiba que eu estou aqui por você.

Abraçou a doutora com força descansando a cabeça no ombro dela, Caitlin de repente abraçou com mais força, acariciou sua cabeça e beijou sua testa.

—Você ainda é nova demais para entender isso, mas obrigada.

—Você quer ir pra casa? - questionou se afastando dela.

—Não. Vou ficar bem. Quer treinar um pouco na esteira? Você pode correr o quanto quiser.

—Claro. Apenas vou trocar de roupa. - disse, Caitlin assentiu.

Emma correu até o vestiário pegando a blusa e a calça de moletom com o logo do laboratório. Já estava se preparando para sair quando viu o pequeno aparelho celular em cima do banco, abaixo dele um papel dobrado, abriu o papel, dentro dele havia um número de telefone. Olhou para os lados vendo se vinha alguém, por fim ligou.

—Você ligou para Thomas Queen, sua sorte melhorou apenas de ouvir essa doce voz.

—Eu duvidava que seu ego podia aumentar mais do que já estava, mas olha, eu ainda consigo me surpreender. - disse se sentando no banco.

—Como conseguiu meu número? - Tommy indagou fingindo uma falsa curiosidade.

—Um passarinho me contou, mas por que a ligação?

—Não conseguimos falar com você dá última vez, mas Camille pegou emprestado a máquina do tio Cisco e já está quase pronta para uso. - ele disse e Emma soltou um longo suspiro.

—Ótimo, logo isso tudo vai acabar e eu vou poder voltar pra casa.

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—Em, por que a gente não faz isso no futuro, com a ajuda dos seus pais? Seria bem mais fácil.

—Eu também acho, mas eu quero acabar logo com isso. Quando chegar em casa me resolvo com os meus pais. - falou e então ouviu passos se aproximando. - Olha Tommy, me liga depois, tenho que ir treinar com mamãe. Acho que aconteceu alguma coisa com ela e o papai.

—Ok, mas se lembra de não interferir muito na linha temporal. - ele comentou com uma certa preocupação na voz.

—Pode deixar. Além do mais, eles sempre sabem o que fazem.

Desligou o celular e o colocou no bolso da calça que usava antes, fechou a porta do armário no instante em que Caitlin aparecia na porta.

—Pronta? - a doutora indagou com um certo animo na voz.

—Sempre.