Tragic

Fire


Aquela era Lily. Por inteiro, e aos pedaços. Transformada em cinzas. O fogo se alastrando sem nenhum tipo de ajuda como o combustível. Jogada ao chão do banheiro, sem ao menos se lembrar como respira. Eufórica. Sem vida.

Era estranho pensar que uma garota como aquela podia sentir tudo. Ou talvez nada. Ela se lembrava de cada história, de cada detalhe, sem ao menos achar algo que pudesse fazer se erguer.

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Porque todas as lembranças se transformavam em ar por causa das novas. E ela não sabia como havia chegado aquele ponto. Desmoronando.

Seus pais sempre viram o melhor em todos. Mesmo quando não havia nada. Talvez eles fossem otimistas demais.

E tinha seus irmãos, seu pilar. Faziam se sentir amada. Mas se foram quando ela mais precisava. E ela os odiava. Por acharem que eles eram sempre os certos, ela a errada.

Mas continuava os amando. Como uma tola.

James no final das contas, era um traidor incurável. Arrogando e hipócrita. Sempre se considerava certo. E Lily sabia que por mais grifinório que James fosse ele era covarde o suficiente para não assumir o que fazia para machucar os outros. Ele começou a construir Lily para ser extraordinária, assim como ele. Mas depois largou a obra pela metade. E ela o considerava incrível, seu herói. E ele não olhou para trás ao ir. Sem ao menos se despedir.

Já Albus parecia a apoiar em tudo. Em tudo que ele considerasse importante, pelo menos. Era carinhoso e acima de tudo se importava em quem Lily poderia ser. E por mais que doesse ver o irmão se transformar em alguém que não era, ela fazia questão de lembrar o quanto ele mudou. Ele era bom demais para todos, afinal. E Lily sempre o apoiou. Até quando ele dizia que ela não passava de uma fracassada.

Albus sempre foi um bom contador de histórias. Até se tornou uma delas. Fictícia e escrita por outra pessoa. Se tornou bom demais para os outros. Principalmente para ela.

E por fim Teddy. Aquele que a amou mais que os próprios irmãos de sangue. O único que se esforçou. Ela sabia que um dia o perderia. E foi o que aconteceu. Ele construiu sua própria família. E apesar da inveja, o dia do casamento de Teddy com sua prima Victorie foi o dia mais feliz da vida de Lily. Ele merecia o melhor.

Todos da família sempre disseram que a apoiariam. Mas mesmo assim julgavam. Era criticada todos os dias por seus criadores. Os que a moldaram. E como uma tola, os amava cada vez mais.

As câmeras não eram para Lily. Eram para a filha do eleito. Lily não sabia diferenciar as duas.

Ela tinha amigos que ela nem mesmo lembrava o sobrenome. Foram os únicos que ela achou. Quando não estava em hogwarts, voltava as madrugadas.

E mesmo com a vida resumida a festas, bebidas e drogas, ela ainda conseguia tirar boas notas e estar no time da grifinória. Não fazia a mínima ideia do porquê de estar caindo aos pedaços. No fundo tudo era para agradar alguém. E nunca a si mesma.

Lorcan era o único que a ajudava a não cair pelas ruas depois de algumas bebidas no três vassouras. Mas ele ainda pensava como todos: Ela não se importa.

E ela se importava. Até demais.

Ela só se perguntou o que realmente queria quando Scorpius a interrogou com toda a sua franqueza sobre quem ela era.

Oh Merlin, ele não sabia que aquilo fora a pior escolha que já fez.

E ela se sentia só. E sabia que não importava o que fizesse, jamais perceberiam.

Estava destruída. E ninguém a ajudaria a recolher os cacos.

Poderiam falar o que quisessem, mas Lily pertencia a Grifinória. Corajosa. Forte o suficiente para se reconstruir e destruir todos os dias. Ela era o fogo, afinal.

Até não conseguir mais.

E aos poucos, o fogo se apagou.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.