Together

Tears of pain


Quase dois dias depois, os olhos azuis de Mars se levantaram e piscaram. Ela moveu os braços e tentou sentar na cama. Havia sido com se um caminhão tivesse a atropelado. E ela sabia como era a sensação, pois isso já havia acontecido. Era essa. Era pior. Era como quando você dorme horas e parece que foram apenas segundos.

- Hey, calma. - Disse Dr. Watson.

- John?! - Jen falou. Ela se surpreendeu com a voz que saiu da sua boca. Era seca, fina, falhada. Era... Estranha. Fechou automaticamente a boca, respirou fundo, pirregou e tentou novamente:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- O que diabos está fazendo aqui John Watson? - Aquilo soou muito mais com Jennifer Mars do que antes.

- Madeline ligou. - Ele disse sério. - Belo garoto que você encontrou. Ele lhe deixou sozinha e Davis a atacou.

- A culpa não foi dele, eu me perdi.

- E ele sumiu. Davis podia ter lhe matado e você sabe disso. Chega, você vai morar comigo até Davis ser preso. - Isso fez Jennifer estourar. Ela se levantou e percebeu que vestia um pijama que provavelmente Madeline havia lhe colocado, só que era um pijama... indecente, se é que pode se dizer isso, e que ela não lembrava de ter.

- EU NÃO VOU FAZER ISSO! Eu não me importo com Davis. Ele não vai me fazer recuar. - Ela se olhou no espelho, tendo plena certeza que a roupa não era dela. Era rosa.

- De quem é isso que eu estou vestindo? Por Aslam, é rosa!

- Meu. - Disse Irene, que havia retornado com um café que era para John, mas que Jennifer pegou e tomou um gole.

- O que faz aqui Irene?

- Madeline ligou.

- Onde está essa ruiva? Eu preciso esfregar a cara dela no asfalto! - Madeline, que estava no banheiro, saiu no exato momento e disse:

- Olha, você apagou, tinham tentado lhe matar... O que eu deveria fazer? Levar-te em um hospital? Eu sei o que você faria comigo se acordasse lá e não aqui. - Jen sorriu um pouquinho com isso.

- Bem, eu estou uma beleza de bem, foi só o choque e agora vocês podem ir indo, eu vou colocar uma roupa de verdade e procurar Luke...

- Não mesmo. - Irene Adler fez Jennifer se sentar na cama novamente. - Você não dormiu por dois dias apenas por causa de um choque. Você foi drogada Mars. Outra coisa, Madeline e John parecem concordar comigo sobre uma coisa: se afaste de Luke Berrigan.

- O QUE? Vocês só podem estar de brincadeira comigo. Porque eu faria isso? Porque eu me afastaria da única coisa que me faz bem esses últimos dias? Mad você disse... Disse que gostava dele, me apoiava...

- Isso foi antes. Mars, ele te drogou. Seja pra te estuprar, seja pelo o que eu acho que é que é te matar, ele é perigo e eu, como sua amiga, tenho que te proteger.

- Eu não preciso de ninguém me protegendo. Eu tenho cara de Rapunzel por acaso? Não preciso ser resgatada!

- Mas vai precisar se continuar vendo esse garoto. - Respondeu John.

- Vocês estão errados sobre Luke... Ele é doce, querido, romântico... Ele não vai me matar. Ele não faria mal a uma mosca!

- Qual palavra da frase: ELE TE DROGOU, que você não compreendeu Jennifer? - Disse Madeline. Irene e John apenas assistiam. Jennifer e Madeline iam se pegar no tapa logo se alguém não cedesse.

- Toda a maldita sentença. É mentira! Pelos deuses, você não quer me ver feliz é? Quer que eu fique pelos cantos chorando porque o homem que eu amei com todo o meu ser, com todo o meu coração, aquele que eu entreguei tudo e prometeu que nunca me abandonaria, morreu? Eu não vou fazer isso, eu vou sair com Luke Berrigan e se você acha que é um erro, pois eu não estou nem ai. - Jennifer foi até a mala, pegou uma roupa e começou a vesti-la.

- Eu só quero que você fique viva mais um dia, ao invés de ser morta por estupradores de meia idade e vingativos ou jovens assassinos. Não é pedir de mais, eu sou sua amiga e Trinity estaria aqui comigo dizendo a mesma coisa que eu. Por sinal, eu liguei para ela ontem à noite e ela concordou comigo. NÓS ESTAMOS JUNTAS NESSA, e você é a única errada. - Jennifer havia terminado de se arrumar, socou as roupas dentro da mala, pegou tudo que lhe pertencia e olhou para John e Irene.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Vocês estão de que lado? - Os dois se entreolharam.

- Jennifer eu não acho que há lados para tomarmos partido e... - John começou a falar.

- É simples: eu devo ou na continuar saindo com Luke se for isso que me fizer feliz? - A dominatrix e o ex militar falaram em uníssom:

- Não. - Jennifer arqueou a sobrancelha esquerda e disse:

- Pois bem, vocês acabaram de escolher um lado. E ele é oposto ao meu. Até nunca mais, obrigada. - E então ela saiu porta a fora, carregando a mala, dinheiro e muita, mas muita dor no peito.

Já dentro do táxi o baque da briga lhe alcançou e as lágrimas começaram a escorrer. Doía, e doía muito, saber que ninguém desejava a sua felicidade. Como assim, protegê-la? Não há do que proteger. De Davis tudo bem, mas de Luke? Luke poderia ser o cara que finalmente iria curá-la da dor constante que ela tinha no peito.

Seja lá o que eles queriam, era ruim para Mars e, se era ruim para ela, significava que eles não se importavam mais com a loira.

E, por isso, ela não se importava mais com eles.

Ou era isso que ela tentava se convencer a caminho da estação de ônibus.