Amélia

—Lauren! Amor o que esta acontecendo? Lauren! - Já esta preocupada com o silencio repentino da minha namorada. – Merda! – Disse pegando a bolsa e saindo como uma louca do quarto.

Desci rápido as escadas e dei de cara com a minha mãe Emma e Ruby conversando no hall da casa.

—Ei mocinha, aonde vai com tanta pressa? - Minha mãe Emma falou assim que quase atropelei as duas para sair.

Respirei fundo.

— O que houve Amélia? – Tia Ruby perguntou assustada. – E alguma coisa com Lauren? – Nessa hora fiz a cara de apavorada que estava há minutos atrás, e ela entendeu na hora. – O que aconteceu com Lauren, Amélia? – Tia Ruby disse saindo em disparada para fora da casa e entrando no carro.

—Ei vocês duas! – Emma nos seguiu até o carro. – Esperem! – disse esbaforida. – Vou com vocês! – ela entrou no carro e no instante seguinte Ruby estava cantando pneu na rua e atraindo vários olhares.

—Ruby eu sei que não sabemos o que esta acontecendo com a Lauren, mas se continuar dirigindo assim não chegaremos vivas no local! – Emma disse segurando o banco, enquanto tia Ruby saia em disparada agora pela estrada que dava na casa do lago.

—Me conta de novo Amélia, o que Lauren disse? – Falou olhando pra frente.

—Aí que esta ela não disse nada! Só escutei a voz dela e de outra mulher ao fundo, depois Lauren não falou mais comigo. – Acho que era a quinta vez que repassava isso para tia Ruby, na cabeça dela já havia se passado várias suposições, desde sequestro, a Lauren sendo arrastada por um serial Killer até a floresta.

Avistamos a casa logo depois de uma curva que Tia Ruby fez quase nos jogando no lago.

Ela parou o carro a poucos metros da obra e saiu correndo, sendo seguida por mim e minha mãe, ainda apavorada pela corrida que tia Ruby fez.

—Lauren! – Ruby gritou e logo vimos Juan se aproximar. – Onde esta minha filha? – Ela segurou Juan pelo colarinho.

—Calma Ruby! – Emma se aproximou e a puxou. – Deixa o homem falar! – Tia Ruby soltou Juan,que no mesmo momento respirou aliviado. – Agora homem fale, onde esta Lauren?! – Emma perguntou.

—Esta sentada lá trás com a senhora bonita. – disse se afastando devagar de tia Ruby.

—Senhora bonita? – falei desconfiada.

Não esperamos mais nada, corremos até a parte de trás da casa, que estava quase pronta ,e logo avistamos Lauren sentada com cara de assustada e uma mulher loira na sua frente.

—Lauren! – Tia Ruby disse assim que viu a filha ,e correu em sua direção. – Meu Deus menina, pensei que tinha acontecido uma tragédia com você! Porque desligou a ligação daquele jeito? Você esta bem? – disse revistando todas as partes de Lauren ,e apertando a filha para ver se não faltava nada ou se não estava machucada.

—Mae... – Lauren falou baixo.

—Machucaram você? Cadê eles? Porque não me ligou Lauren? – Tia Ruby falava sem parar.

—MÃE! – Lauren falou mais alto assustando a todos. Tia Ruby se levantou na hora. – Eu estou bem, ok?! – disse mais calma.

Quando Ruby ia falar a mulher que estava ao lado de Lauren se pronunciou.

E o que eu vi me deixou em choque.

Aqueles olhos azuis tão expressivos, aquele sorriso que eu conhecia tão bem... Não podia ser ,podia?!

—Desculpe senhora? – Disse a mulher para a minha tia Ruby.

—Luccas Stuart – Ruby respondeu desconfiada.

—Sou Suzanna Mars, muito prazer! – disse estendendo a mão.Minha tia olhou para a mulher e depois para Lauren ,e novamente para a tal Suzanna, e assim como eu ela reparou nos traços tão parecido das duas.

Emma deu um leve empurrão em Ruby, que saiu do seu transe e apertou a mão da outra mulher.

—Hum...Prazer senhora Mars... – Ruby falou ainda surpresa.

—Desculpe não queria assusta-los, e nem causar essa situação toda – disse sem graça. –Mas precisava conhecer Lauren. – falou olhando apaixonada para minha namorada.

—Desculpe senhora ,mas ainda não entendi seu motivo de estar aqui – Ruby disse um pouco rude. Ela sabia, já tinha entendido só de olhar para as duas, mas acho que tia Ruby não queria acreditar.

A mulher endireitou sua postura.

—Bem senhora Luccas Stuart... – Ela deu uma pausa e olhou para Lauren – Sou a mãe biológica de Lauren.

Emma assoviou baixou do meu lado e arregalou os olhos.

Tia Ruby se aproximou nada amigável da mulher.

—E quem disse que isso te da o direito de vir atrás da minha FILHA! – Falou encarando a mulher.

—Acho que não escutou quando disse que sou a mãe biológica da menina. – Suzanna disse entre os dentes.

—Escutei muito bem senhora engomadinha – Tia Ruby disse. – Mas acho que você deveria saber que não possui nenhum direito sobre MINHA FILHA! – Ruby estava claramente nervosa ,e Emma se meteu no meio das duas ,antes que aquilo acabasse muito mal.

—Ei vamos com calma ,ok?! – Emma disse ficando entre as duas mulheres.

Eu assistia a tudo calada ,e trocando olhares com Lauren ,que parecia tão perdida quanto eu.

— Eu me arrependo de ter colocado minha filha para adoção, na verdade não foi uma escolha minha... – disse se virando para Lauren. – Eu sempre quis você querida – se aproximou de Lauren que se afastou indo para o lado de Ruby. Suzanna sorriu triste.

—Se afaste da minha filha! – Ruby disse colocando os braços em volta de Lauren. – Não sei como conseguiu informações sobre ela e sobre essa adoção, que deveria ser sigilosa, mas isso não lhe dá o direito devir aqui perturbar a minha família. – Suzanna estava claramente abalada. Se afastou aos poucos.

—Sempre soube que isso não seria fácil – disse triste. – Só queria que soubesse Lauren, que nunca quis dar você para adoção, se você me deixasse explicar tudo... – Suzanna abriu a bolsa e tirou um cartão. – Tome esse são meus telefones, me ligue, gostaria muito de conversar com você – Antes de Lauren pegar o cartão Ruby se adiantou e pegou o cartão da mão de Suzanna. Pronta para rasgar o cartão, Lauren tomou a frente e pegou o cartão da mão da sua mãe.

— Acho que sou eu que decido isso mãe... – disse de cabeça baixa.

Ruby não conseguia falar nada, e Suzanna deu um sorriso discreto.

—Estou nesse hotel em Portland, pode me ligar quando quiser. – Falou devolvendo o cartão com o nome e telefone do hotel. Lauren pegou o cartão e não esboçou mais nenhuma reação .Eu vi seu olhar triste, e suas mãos tremulas, e a única coisa que eu queria nessa hora era tirar ela dali.

Lauren

Peguei o cartão um pouco nervosa, não sei se foi o certo, e me arrependi no mesmo momento que vi a cara de tristeza da minha mãe Ruby.

— Olha não prometo nada ok? – disse olhando para a mulher loira.

Ela balançou a cabeça e sorriu ,depois disso partiu com seu carro dali.

Tia Emma soltou o ar, e minha mãe saiu andando em direção ao carro sem nada dizer.

—Mamãe! – Chamei assim que ela se afastou.

—Sua mãe precisa saber disso – falou abrindo a porta do carro. – Ela vai ter um ataque quando ficar sabendo. – falou me olhando.

—Olha o fato de ter pegado o cartão dela... – ela me interrompeu.

—Querida, não estou com raiva de você, ok?! – disse me puxando para um abraço. – Só um pouco assustada e surpresa com isso tudo. Tenho que ir agora, vai comigo ou vai ficar mais um pouco aqui?

—Depois eu vou pra casa, vou ficar um pouco aqui com Amélia. – Minha namorada concordou e sorriu.

—Eu vou com você Ruby, vamos buscar Regina na prefeitura e juntas vamos conversar com Tinker. – Emma disse colocando a mão no ombro da minha mãe.

—Obrigada Emm...

As duas saíram de carro minutos depois. Amélia se aproximou e me abraçou por trás.

—Como você esta? – disse beijando meu pescoço.

—Não sei... Acho que confusa... – Amélia me puxou pela mão até ao banco perto do lago. – Eu fiquei sem reação quando ela me disse que era minha mãe biológica, você sabe que nunca tive curiosidade em procura-la, mas agora que ela esta aqui,sei lá acho que quero saber o porque de ter sido abandonada... – Eu tinha todo o amor do mundo das minhas mães, e agradecia sempre pela sorte de ter sido escolhida por elas, mas aquela duvida agora estava ,martelando em minha cabeça.

—Eu entendo sua curiosidade... – Amélia disse encostando a cabeça no meu ombro.

—Só não quero magoar as minhas mães...

—E não vai! Tenho certeza que elas irão entender – Amélia sorriu. – Se quiser vou com você até o hotel ,e você conversa com ela ,você quer?

Meu sorriso rasgou meu rosto.

—Obrigada Amélia! – disse beijando suavemente seus lábios.

—Sou sortuda mesmo – Olhei para ela sem entender – Quem no mundo tem três sogras! – disse rindo.

Tudo ficaria bem, enquanto ela estivesse ao meu lado.

Ruby

Entrei em casa com Emma e Regina atrás de mim. Tentamos bolar um plano de como contar aquela novidade para minha esposa, sem ela ter um ataque de nervos.

Regina se ofereceu para conversar com ela, mas eu sabia que quem deveria fazer isso era eu.

—Querida! – gritei da sala.

Segundos depois ela apareceu na escada, com nosso caçula no colo.

—Ele estava quase dormindo Ruby! – falei irritada, mas parou assim que viu Emma e Regina. – Ei que surpresa boa! – falou abraçando as duas. – Achei que só fossemos nos ver a noite. Regina quero te mostrar a matéria que saiu sobre Henry na revista desse mês dos advogados S/A. – disse ela orgulhosa ,passou nosso filho para meus braços e saiu em direção a sala.

Entreolhamos-nos e seguimos minha esposa até a sala.

—Tinker... – disse chamando sua atenção

—Onde esta a revista Ruby, juro que deixei ela aqui em cima... – falou me ignorando.

—Amor preciso te contar uma coisa...

—Achei! – disse entusiasmada.

—Tinker! – falei um pouco mais alto assustando Nick e minha esposa. – Desculpa garoto. – disse beijando a criança. Regina pegou meu filho do meu colo ,e assim pude me aproximar da minha esposa.

—Ruby o que aconteceu? Porque vocês estão com essa cara esquisita? – falou olhando para nos três.

—Amor... Fica calma ta!

—O que aconteceu com a minha filha Ruby! – disse nervosa.

—Calma amiga, não aconteceu nada com Lauren. – Regina se adiantou vendo o desespero da amiga.

—Lauren esta bem meu amor, o que tenho que conversar com você, também envolve nossa filha, mas eu preciso que se acalme ok?! – Ela concordou, peguei em suas mãos respirei fundo e falei de uma vez.

—Tinker a mãe biológica de Lauren esta na cidade, ou melhor esta na cidade e encontrou com ela agora de manha! – Minha esposa ficou pálida, e por um momento achei que ela fosse desmaiar.

—Ruby melhor sentarmos ela – Emma se aproximou.

—Não espera... – Tinker se pronunciou e minha amiga parou no meio do caminho. – Como assim a mãe de Lauren?! – Ela foi se afastando. – A mãe da Lauren somos nós Ruby! – disse irritada. – Nos duas! Você quer me dizer que a mulher que deixou ela sozinha quando ela era apenas um bebe esta aqui atrás da MINHA FILHA! – Agora o caldo ia entornar.

—Eu já falei para ela ir embora... – tentei argumentar.

—Como ela nos encontrou? O orfanato nos garantiu que a adoção era sigilosa. O que essa mulher quer?!

—Eu não sei Tinker, ela falou que quer explicar a Lauren os seus motivos.

—Se ela chegar perto da minha filha eu chamo a policia! – Regina passou Nick para o colo de Emma e se aproximou de Tinker.

—Estou aqui querida ,fique calma! – Regina disse abraçando Tinker.

—Ela não vai se aproximar da minha filha, não vai... – disse choramingando.

Eu tinha que contar a outra parte, por mais que fosse doer.

—Amor... – ela me olhou. – Lauren quer se encontrar com ela...