This Is My Gang!
Capítulo 146
Capítulo 146 - Operação de Separação...ou algo parecido com isso.
- Sabia que aquele Denis nunca receberia algo assim de verdade - falou Joseane, enquanto nós três estávamos sem palavras - Então foram vocês que mandaram aquele bilhetinho?
Não sabíamos muito o que dizer...bem, pelo menos Wilson foi o primeiro a abrir a boca.
- Bem...nós só demos um empurrãozinho..só isso..hehe.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Empurrãozinho, é? Então agora vocês vão consertar esse "empurrãozinho"!
- Como assim, professora? - perguntou Wilson.
- Eu nunca, nem um milhão de anos, vou permitir que o Denis comece a namorar antes de mim! Vocês vão impedir esse encontro agora!
Nós nos entreolhamos. Ela queria que separássemos o casal que queríamos juntar? O recalque dela era mais do que transparente (se ela não fosse uma rival antiga do professor, diria até que são ciúmes...não, não, não pode ser...será?)
- Mas professora...eles seriam o nosso primeiro fruto da agência de encontros que queremos montar - argumentou Wilson.
- Agência de encontros?
- Sim. Vamos ser o melhor grupo de juntar casais que já existiu nesse colégio. Até uma encalhada como você encontraria seu par perfeito!
- QUEM VOCÊ TÁ CHAMANDO DE ENCALHADA?! - gritou a professora, praticamente agarrando Wilson pela gola da camiseta - Eu só...só...estou esperando a pessoa certa...
Desde quando? Mas fiquei com medo de saber a resposta dessa pergunta.
- Mas a essa altura eles já devem estar almoçando - falei.
- Isso é problema de vocês - falou a professora - Escutem...se fizerem isso...ganham dois reais cada um.
- Quer que acabemos com o nosso negócio por míseras duas pratas? - perguntou Wilson.
Há quanto tempo não escuto alguém dizer "duas pratas"...mas isso quer dizer um não?
- Ah, por mim tá beleza. Não iríamos ganhar nada só unindo os dois mesmo - falou Wilson. É, somos comprados facilmente.
- Ótimo. Encontrem um jeito de separar os dois e depois venham falar comigo - disse Joseane, com um olhar malvado - Heh. Aquele Denis...ele vai ver só.
Assim que a professora dá as costas, Wilson assume o comando.
- Beleza, gente. Chamem as meninas. Vamos interromper esse almoço agora.
- Vai mesmo separar os dois? - perguntei - Você não disse que eles combinavam?
- Depois dessa cena, ficou claro que a pessoa destinada para o professor é a Joseane, não acham?
Suspeitei desde o princípio.
- Além disso... - Wilson fez uma cara séria.
- Além disso o quê? - perguntei.
- Separar casais se mostrou mais lucrativo do que juntá-los. Vamos lá!
Atenção politicamente corretos: eu não acho que Wilson está certo, quero deixar isso bem claro! Mas o que posso fazer? Sou apenas o narrador dos fatos. E o fato é que, logo depois, nós três mais Demi e Karina, estávamos na entrada do restaurante onde Denis e Carol estavam comendo. Podíamos ver os dois sorrindo pela janela. Por sorte, estavam distraídos demais para reparar em nossa presença ali.
- O que você pretende fazer? - perguntou Demi - Vai mesmo atrapalhar os dois? Eles estão tão fofos juntos...
- Mas mudei de ideia quanto aos dois combinarem - justificou Wilson - O professor Denis já tem uma alma gêmea desde a eternidade.
- Sério? Nossa, que profundo! - suspirou Demi.
Para mim foi exagero mesmo. No máximo, eles tem uma relação de amor e ódio.
- E o que você pretende fazer? - perguntou Jorjão - Não vai querer desperdiçar comida, vai? Tipo...jogar o prato do Denis na roupa de enfermeira ou algo assim...
É o tipo de coisa que ele falaria mesmo.
- Tá legal...deixa eu riscar isso da lista - falou Wilson, literalmente riscando essa ideia da cadernetinha que sempre levava no bolso - Nesse caso...o que podemos fazer? Já sei! Daniel! Jorjão! Vocês poderiam se disfarçar de um parente distante do professor e falar que já tem uma pretendente para ele!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Isso seria improvável demais, não acha? - argumentei.
- Tá. Então a Demi ou a Karina poderiam se disfarçar e fingir ser uma ex-namorada dele que resolveu aparecer.
- Não acha que somos novas demais para isso? - perguntou Demi.
- Que droga... - reclamou Wilson - Se não podemos usar o truque da comida e não podemos usar disfarce vamos fazer o quê?
- Poderíamos jogar algum animal nojento no meio do restaurante e causar uma confusão - sugeriu Jorjão.
- Isso poderia quebrar o restaurante todo, não? - perguntou Wilson.
- Mas vamos receber por esse serviço, não vamos? - argumentou ele.
Não acho que dez pratas irão pagar o prejuízo do restaurante por conta de uma ação dessas.
- Tá legal, tá legal...vamos pensar juntos - continuava Wilson - E se fizermos algo explodir aqui fora e todos saem para ver o que é? Ninguém vai ter cabeça para pensar em namoricos quando tem um atentado desses acontecendo!
Será que Osama Bin-Laden pensou em algo parecido?
- Mas será que dá tempo de preparar algo assim antes do almoço deles acabarem? - perguntou Karina.
- Tem razão...temos que ser rápidos - falou Wilson - Um disfarce seria mais fácil de arranjar. Já sei...e se procurarmos pela mãe do professor Denis e falar que tem uma aproveitadora querendo casar com o filhinho dela?
- Ele é um professor de colégio...quem iria namorar um professor de colégio por interesse? O salário dele não deixa!
- É...bom ponto - concordou Wilson. Não é? Professores são as únicas pessoas que podem ter certeza de que a pessoa do seu lado não está com ele por interesse financeiro.
- Acho que não temos tanto tempo assim - apontou Demi para dentro do restaurante. Os dois já haviam acabado de comer e estavam se levantando.
- Ai, cacetada - Wilson se desesperou - Rápido! Alguém liga para o celular dele fingindo ser uma ex-namorada que prometerá estragar a vida dele se ele sair com outra garota.
Acho que a professora Joseane poderia fazer isso por ela mesma e nem precisaria de nós. Mas era tarde demais, os dois já estavam pagando a conta e saindo.
- Já era...perdemos nossas dez pratas - reclamou Wilson.
- Eles estão vindo pra cá! Rápido, se escondam atrás da lata de lixo! - falou Jorjão (se é que Jorjão poderia se esconder). Por sorte, nenhum dos dois reparou na gente. Eles saíram sorridentes e, com um pouco de esforço, podíamos ouvir a conversa deles.
- Então...obrigada pela companhia - disse Carol.
- Ah, de nada, hehe - respondeu Denis, meio sem saber o que falar ou fazer - Bom...eu ainda preciso pagar umas contas antes das aulas da tarde. A gente se vê por aí.
- Tudo bem - disse ela - Até.
- Até - despediu-se o professor.
E foi assim que os dois se separaram. Mas não pareciam ser um casal de namorados.
- Ei...eles não parecem juntos - falou Wilson.
- Será que...ele levou um fora? - perguntou Demi - Tadinho.
- Professor! - gritou Wilson, permitindo que todos nós saíssemos do esconderijo - O senhor por aqui?
- Hã? Meninos? O que estão fazendo aqui?
- Só estávamos de passagem - falou Wilson - Então...o senhor estava almoçando com a enfermeira Carol?
- Pois é...eu achei que ela tivesse me mandado um bilhete, mas foi tudo um mal-entendido.
- Mal-entendido, é? Hehe. Que coisa - sorriu Wilson.
- Pois é...achei que ela seria uma boa namorada - falou Denis, em tom de lamentação.
- E não é? - perguntei.
- Não - respondeu ele - Ela disse que prefere a versão em filme do que em livro...não posso conviver com alguém assim.
- Oh, entendo.
Por que ainda me impressiono com essas coisas? No fim, não precisamos ter feito nada. No dia seguinte, falamos com a professora Joseane no corredor assim que chegamos no corredor na esperança de conseguir as dez pratas prometidas (duas para cada um).
- E foi isso...deu muito trabalho disfarçar a voz e inventar aquela história de ex-namorada...mas conseguimos impedir que eles ficassem juntos - disse Wilson, sem sequer gaguejar. Como alguém consegue ser tão cara de pau? Mas como dinheiro nunca é demais, nenhum de nós reclamou dessa leve "mentirinha".
- Hmmm...muito bem - falou Joseane - Isso vai ensinar o Denis a não desencalhar antes de mim.
- Aposto que você vai deixar de ser encalhada algum dia, professora - comentou Wilson.
- Eu falei desencalhar? - Joseane ficou vermelha - Eu quis dizer...encontrar a pessoa certa...é...é isso.
Antes que terminássemos a conversa, a enfermeira Carol passou pelo corredor, carregando alguns documentos.
- Olá, meninos - disse ela, logo depois virando-se para Joseane - Bom dia, professora.
- Bom dia - falou a professora - Sinto muito por ontem. Ouvi dizer que teve um problema com o professor Denis.
- Problema? Não, não, foi só um mal-entendido com uns bilhetes...na verdade, tivemos um almoço bem normal como colegas - disse ela - Mas ele parece ser um bom amigo. Pena que semana que vem já preciso ir embora. Mesmo assim, gostei de trabalhar por aqui...agora deixa eu ir, preciso voltar para a enfermaria.
Joseane olhou para Wilson que só foi capaz de sorrir de forma amarela.
- Vocês não fizeram nada, não é? Devolve esses dez reais aqui, seu malandro! - reclamou a professora, nos deixando pobres mais uma vez.
- Mas, professora...eles não ficaram juntos...cumprimos nossa missão - Wilson tentou argumentar.
- Não, não cumpriram. Eu fico com o dinheiro!
Era bom demais para ser verdade...
- É, gente...acho que não somos muito bons com o mundo romântico - falou Wilson - Bem, acho melhor nos envolvermos em outro projeto.
- Pois é - comentei - Precisaríamos ter mais experiência com romance antes de fazer algo assim.
- Experiência...com romance? - disse uma voz que não gostaria de ouvir logo atrás de mim -Ai, Danzinho, por que não falou antes?
- E-Emília?! De onde você apareceu? - perguntei espantado.
- Vem cá....tenho muita coisa para te contar das minhas férias...ganhei mais umas pedras para a minha coleção...vamos lanchar juntos?
- Desculpa..eu...lembrei que preciso fazer uma coisa antes da aula começar - falei, antes de sair correndo - Até mais!
- Volta aqui, Danzinho! Eu estava morrendo de saudades!
- Acho que podíamos juntar esses dois de uma vez, né? - comentou Demi.
- Não acho que o Daniel iria gostar - falou Karina.
E como sempre, eu não poderia terminar sem me dar mal. Pois é, o semestre começou...mesmo!
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