These Things Made Us

The safety of your arms


– Felicity. - ela ouviu seu nome pelo comunicador em seu ouvido.

– Ainda analisando Oliver. - ela respondeu sabendo o que ele esperava. - Vamos lá, vamos lá. - ela sussurrou para si mesma.

**

As coisas estavam um pouco complicadas para Felicity, o trabalho na empresa estava necessitando de mais tempo do que o comum, já que desde o terremoto as ações começaram a cair e em seu novo posto, Felicity tinha que trabalhar dobrado com os papeis da administração, e por essa não ser a sua área ela tendia a olhar duas vezes para tudo o que estava fazendo, afinal não queria que o boato que corria na empresa tivesse mais um ponto em que focar. O porão também estava lhe pedindo mais alguns horários extra, as ondas de violência no Glades estava aumentando cada dia mais e tudo o que ela podia fazer era monitorar se algo de muito grande acontecia. Entre esses dois períodos Felicity não tinha tempo para si e isso estava cada dia mais evidente em seus olhos cansados e na quantidade de café que ela consumia, mas ela não estava reclamando e ela não era única nessa situação.

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Oliver estava do mesmo modo, ou talvez até, pior. Os olhos cansados e as rugas de preocupação eram constantes no rosto dele fazendo com que a dor que ele tentava guardar dentro de si com tanto afinco transparecesse um pouco. As reuniões e as constantes cobranças estavam deixando-o nervoso e cada dia mais a beira de um colapso e a única coisa que ele fazia para ‘relaxar’ era patrulhar a cidade. O sentimento de poder fazer alguma coisa, de poder ajudar, pelo menos um pouco, é o que estava fazendo-o aguentar e seguir em frente.

Com a morte de Tommy e a prisão de sua mãe Oliver tentava manter-se inteiro para a irmã, tentava manter-se confiante para a empresa e tentava manter-se forte para a cidade, mas a verdade é que ele estava caindo.

Caindo cada dia mais fundo.

E Felicity estava indo junto.

As ondas de medo e terror consumiam a sua pele sempre que ela fechava seus olhos, ela sentia como se estivesse no porão novamente e toda a Glades estava caindo ao seu redor. Os escombros despencando ao seu lado e o barulho que uma cidade fazia ao cair. E então ela acordava, suada e com as pupilas dilatadas. Ela olhava fixamente para a janela, para aquele pedaço da cidade que ainda estava destruído, ela ouvia o som dos carros e das pessoas e ela respirava fundo tentando controlar seu coração, porém o sono não voltava e seus olhos se recusavam a fechar novamente.

Eles estavam caindo e não podiam fazer nada contra isso.

**

Foi em uma quinta-feira. A porta estava aberta pela abertura forçada, os cacos de vidro estavam espalhados pelo chão da sala e a estante de livros estava revirada. Felicity paralisou na porta quebrada e respirou fundo duas vezes antes de puxar seu celular com a mão tremula.

– Polícia de Starling City, qual a sua emergência? - a voz perguntou.

– A minha casa foi invadida. - Felicity sussurrou.

– Qual o seu endereço? - a voz perguntou energicamente.

– É... - ela parou.

– Senhora? - a voz perguntou ao fundo, mas a concentração de Felicity já não estava mais em seu telefone.

Ela tinha ouvido um barulho. Um barulho que continuava frequente e que estava vindo do seu quarto.

– Eu acho que ainda estão aqui. - ela sussurrou, temendo em ser ouvida.

– A senhora precisa sair daí agora. - a voz falou e ela ouviu o barulho de algo se quebrando em seu quarto. - E nós precisamos do-

A voz sumiu.

O telefone foi arrancado de sua mão em um impulso ao mesmo tempo em que sua boca era coberta por uma mão enluvada.

– Shiuuu. - ela ouviu o homem fazer enquanto o pânico tomava conta de seu corpo. - Nós não vamos te machucar, loira. - o homem falou novamente quando outro homem, o que estava no quarto de Felicity, apareceu.

Ele estava inteiro de preto e apenas o seu olho era descoberto. Olhos azuis, ela gravou, pois eles se contrastavam contra a roupa inteira preta.

– Nós só queremos algumas informações. - o homem que ainda estava tapando a sua boca sussurrou em seu ouvido, fazendo com que um arrepio de medo subisse pela espinha de Felicity. - informações que eu acho que você possuiu.

– Hummm. - ela fez contra a mão que tapava sua boa, seus olhos se fechando em terror e sua mente gritando para isso ser só um sonho.

Olhos azuis andou até Felicity lentamente, nunca desviando seu olhos e vendo o desespero correr pelo rosto dela. Ele puxou a bolsa dela com força, fazendo a alça estourar, deixando um vergão vermelho na pele de Felicity. Ele puxou o tablet dela e acenou com ele em uma alegria óbvia.

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– Eu sei que o que queremos pode não estar ali, mas é um bom começo. - o homem que a segurava falou. - Mas, para você, querida, é melhor que esteja. - ameaçou. - Eu odiaria ter que me livrar de alguém tão útil quanto você.

O aperto se foi.

Assim como os homens de preto.

Ela estava sozinha com um apartamento destruído e com o medo correndo pelo seu corpo como o sangue em suas veias.

Ela andou com as pernas tremulas até o telefone na sala, que não tinha sido destruído, e apertou com força enquanto chamava.

– Oliver. - ela respirou.

**

Ele chegou afobado, a preocupação e o medo em seu olhar. Ele chegou e a viu sentada no chão com um quadro quebrado em sua mão. As lágrimas dela escorriam lentamente pelo rosto e ela respirava fortemente, tentando controlar-se.

– Felicity. - ele sussurrou tentando não assustá-la, mas falhou quando ela pulou e soltou um pequeno grito.

– Oliver. - ela falou, as palavras perdidas pelo choque.

Ele se aproximou dela com cuidado, temendo sua reação e sorriu de leve quando ela não fez nenhum movimento de se afastar. Oliver então puxou o cobertor que estava no sofá e o colocou nos ombros dela, puxando-a para si em um abraço de lado.

– Eu liguei para a policia enquanto vinha pra cá.

– Uhum. - ela fez.

Felicity deixou-se inclinar para o toque de Oliver, tomando-o como um porto seguro, ela se agarrou a sensação dos braços dele envolta de seu ombro e sua cintura e deixou-se relaxar pelo menos um pouco. Ela então fechou os olhos e deixou a sua respiração tremula sair como um suspiro.

– Você está segura. - Oliver sussurrou no ouvido de Felicity apertando o seu abraço.

Ela sabia disso. Ela sentia isso.

Oliver sempre passou uma sensação de segurança para Felicity e ela sempre deixou-se embebedar dessa sensação, ela costumava manter-se perto dele quando a aflição pelo o que eles faziam e o medo por Oliver tomavam conta dela, deixando-se ser envolta por essa sensação que a presença dele passava. Até o dia em que os pequenos toques começaram. Eles eram tímidos e imprecisos, mas sempre cheios de conforto e segurança, quando seu coração estava alto em seu peito e a respiração era rápida pelo medo, Oliver estava lá com uma mão em seu braço, em seu pescoço, ou em suas costas e então Felicity sentia-se segura e começava a balbuciar novamente enquanto o pequeno sorriso se formava nos lábios de Oliver. E Felicity se viu dependente desses pequenos toques. Ela se viu dependente da segurança de do calor que eles lhe passavam, ela se viu dependente de Oliver e de tudo o que ele representava.

Felicity tinha adormecido enquanto Oliver a segurava apertado em seus braços, a aflição e a culpa queimando em seu peito ao mesmo tempo em que ele tentava passar todo o carinho que ele ainda possuía em um simples toque. Ele observou o rosto dela manchado pelas lágrimas secas e por um momento deixou-se perder no toque, deixou-se perder no calor, na sensação de conforto e no sentimento de segurança.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.